2012004 - Universidade de Coimbra

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Faculdade de Economia
Universidade de Coimbra
A Europa e os Migrantes do Século XXI
Bárbara Ferreira Costa Ferraz
Coimbra, 2012
Faculdade de Economia
Universidade de Coimbra
A Europa e os Migrantes do Século XXI
Trabalho realizado no âmbito da unidade curricular de Fontes de
Informação Sociológica, referente à Licenciatura em Sociologia
Docente: Paulo Peixoto
Ano Lectivo: 2012/2013
Imagem da capa: Fotopedia, 2009 http://www.fotopedia.com/items/flickr-3867396920
Bárbara Ferreira Costa Ferraz
Coimbra, 2012
A Europa e os Migrantes do Século XXI - Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
Índice:
1. Introdução ................................................................................................... 1
2. Estado das Artes .......................................................................................... 2
2.1.Migrações ............................................................................................... 2
2.1.1. Tipos de migrações quanto ao espaço .............................................. 2
2.1.2. Tipos de migrações quanto à duração ............................................. 2
2.1.3.Tipos de migrações quanto à forma .................................................. 3
2.2. O Migrante ............................................................................................. 3
2.3. Migrações em Portugal ........................................................................... 4
2.4. Razões das Migrações (o caso Português) ............................................... 4
2.5. Os Imigrantes em Portugal ...................................................................... 5
2.6. Envelhecimento das Migrações e da População Migrante e Autóctone ... 6
3. Descrição Detalhada da Pesquisa .................................................................. 7
4. Ficha de leitura ............................................................................................. 8
5. Avaliação da página da internet .................................................................. 13
6. Conclusão ................................................................................................... 14
7. Referências bibliográficas ........................................................................... 15
Anexo I: Página da Internet Avaliada:
Anexo II: Textos de suporte à ficha de leitura:
A Europa e os Migrantes do Século XXI - Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
1. Introdução:
Este trabalho foi desenvolvido, no âmbito da avaliação contínua da unidade
curricular de Fontes de Informação Sociológica e o tema faz parte dos temas
dados pelo professor.
O tema deste trabalho é “A Europa e os Migrantes do século XXI” e eu
escolhi este tema porque me pareceu o mais interessante e um tema bastante
actual e pertinente para a situação da Europa e do nosso país.
Neste trabalho procuro dar uma noção das migrações, dos seus tipos e
formas, de algumas das suas causas, de certos aspectos da emigração e da
imigração em Portugal e discutir acerca do histórico português de migrações e
falar brevemente dos imigrantes e do seu desenvolvimento, ao longo dos
tempos, nos países de destino. O trabalho inclui também uma ficha de leitura,
uma avaliação de uma página Web, a descrição da pesquisa elaborada para este
trabalho e, por fim, naturalmente, uma breve conclusão.
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A Europa e os Migrantes do Século XXI - Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
2. Estado das Artes:
Migração - “Processo de atravessamento de uma fronteira internacional ou de
um Estado. É um movimento populacional que compreende qualquer
deslocação de pessoas, independentemente da extensão, da composição ou das
causas; inclui a migração de refugiados, pessoas deslocadas, pessoas
desenraizadas e migrantes económicos.”
(Organização Internacional para as Migrações 2009)
2.1- Migrações:
A definição de migração acima transcrita, é uma definição bastante
generalizada deste conceito tão vasto e que junta uma variadíssima lista de
outros conceitos relacionados. Dado a grande extensão deste conceito, aqui
ficam alguns tipos de migrações:
2.1.1 – Tipos de migrações quanto ao Espaço:
Internas: dentro do mesmo país (êxodo rural e urbano);
Externas: de país para país (intracontinentais e intercontinentais).
2.1.2 – Tipos de migrações quanto à duração:
Permanente: quando os indivíduos se instalam num país, mas sem intenção de
aí ficar definitivamente;
Definitivas: quando os indivíduos decidem ficar definitivamente no local para
onde migraram;
Temporárias: quando a migração é só durante um determinado período de
tempo;
Sazonais: quando ocorrem num determinado período do ano;
Semanais: quando ocorrem só no inicio e no fim de uma semana (exemplo:
estudantes universitários, militares);
Diárias: quando são, por exemplo, entre o local de trabalho e o local de
residência.
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A Europa e os Migrantes do Século XXI - Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
2.1.3 – Tipos de migrações quanto à forma:
Voluntárias: quando é o indivíduo a escolher migrar;
Involuntárias: quando o indivíduo se vê obrigado a migrar, mesmo contra a sua
vontade;
Legais: quando o individuo tem autorização do país receptor ou do país de
acolhimento para migrar;
Ilegais: quando o indivíduo migra sem a autorização do país de saída ou do país
de acolhimento.
2.2. – O Migrante: “este termo aplica-se às pessoas e membros da família que
se deslocam para outro país ou região a fim de melhorar as suas condições
materiais, sociais e possibilidades e as das suas famílias.” (Organização
Internacional para as Migrações 2009). Dentro dos migrantes existem os
emigrantes: indivíduos que deixam o seu país para integrar outro e os
imigrantes: individuo que entra em algum país que não o seu.
Figura 1
Fonte: Grupo Niem- Yahoo 2002
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A Europa e os Migrantes do Século XXI - Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
2.3- Migrações em Portugal:
Portugal é tradicionalmente um país de emigração. Mas a partir da
década de 90, passou a ser também um destino de imigração, que passa a ter
um papel muito significativo no crescimento da população. A imigração em
Portugal pode dividir-se em três fases. Uma primeira em que os estrangeiros
eram provenientes dos países africanos de língua portuguesa (PALOP) na sua
maioria devido à descolonização. Uma segunda fase mais alargada por volta dos
anos 80 a 90 em que os fluxos migratórios se foram tornando constantes e
bastante significativos. E uma terceira fase em que começaram a entrar no país
imigrantes vindos do Brasil e da Europa de Leste, devido substancialmente ao
fenómeno da globalização. Para esta nova realidade de um mosaico de
nacionalidades, Portugal teve de ser ir adaptando e ao longo destas últimas
décadas as políticas de integração e inserção dos imigrantes no país, tanto social
como familiar e laboral foram reformuladas. (Serviço de Estrangeiros e
Fronteiras 2010).
2.4- Razões das Migrações (O caso Português):
Nos últimos anos, na Europa, ouve-se muito falar da crise e Portugal é um dos
países muito afectados por este fenómeno que está a mudar e a revolucionar a
vida dos europeus. No caso português, em particular, a dita crise está a levar a
população a adoptar medidas que em contextos ditos “normais” não
aconteceriam. Estas migrações têm um impacto enorme para os países de saída,
pois num país como Portugal a população activa jovem, que é a que
normalmente emigra, é essencial para assegurar a continuação das gerações,
dado que a população portuguesa está cada vez mais envelhecida. Em Portugal,
numa época em que grande parte da população já tem um nível de
escolarização relativamente superior à das décadas anteriores (PORDATA
2012a), mas por contraposição, grande parte desta população escolarizada
enfrenta também a maior taxa de desemprego (PORDATA 2012b). Por estas e
outras razões relacionadas é que cada vez parece haver mais jovens a sair de
Portugal sem esperanças de voltar e com expectativas comuns àqueles que
saíram em tempos mais longínquos, alcançar uma vida melhor. (Costa 2009)
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A Europa e os Migrantes do Século XXI - Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
2.5. – Os Imigrantes em Portugal:
O que leva os portugueses a sair do país, leva também outras pessoas de
diferentes nacionalidades a saírem do seu país e procurarem também um nível
de vida melhor. Portugal, ao longo destas últimas décadas, foi muito procurado
pelos estrangeiros, especialmente da Europa de Leste, que no inicio,
infelizmente, viram dificultada a sua legalização e estabilização no país, a
obtenção de vistos, a possibilidade de aceder ao mercado de trabalho de uma
forma certificada e dita “normal”. Estes imigrantes são muitas vezes bastante
letrados e muitas vezes com cursos superiores, mas decidem deixar o seu país e
vêm para cá ocupar cargos na construção civil, nos serviços domésticos, pois no
seu país de origem não conseguem ganhar o equivalente aos seus estudos, nos
devidos postos, ou não conseguem arranjar trabalho, e vêm procurar um
ordenado melhor, mesmo que não seja dentro das suas áreas. Os imigrantes,
normalmente, quando decidem partir para outro país, partem com ideias de
voltar, mas com o passar dos tempos, estes imigrantes, que chegaram nas suas
idades activas, acabam por envelhecer, por se enraizar, por ganhar hábitos, por
aprender a língua, por criar amigos, por criar família ou por trazer a sua dos
países de origem e assim as ideias de voltar ao seu país de origem desvanecemse. (Castro 2008)
Figura 2
Fonte: (Expresso das Ilhas 2010)
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A Europa e os Migrantes do Século XXI - Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
2.6- Envelhecimento das Migrações e da População Migrante e
autóctone:
O envelhecimento dos imigrantes é uma situação natural, pois, tal como
os autóctones, toda gente envelhece e os imigrantes não são excepção. O
problema será quando se verifica um envelhecimento simultâneo da população.
Por outras palavras, a população tem cada vez menos filhos, não só, mas
também devido à crise, e, devido a esta, grande parte da população portuguesa
decide emigrar, deixando assim a população activa e em idade de procriar
desfavorecida, o que parece também um problema para a sociedade e uma
contribuição ainda maior para o envelhecimento da população e as
consequências que dele advêm. Com a análise de (Machado e Roldão 2010),
podemos ver que os imigrantes idosos fazem cada vez mais parte da realidade
portuguesa, e que cada vez mais os imigrantes decidem ficar e envelhecer no
nosso país. A este conceito de envelhecimento dos imigrantes, associa-se uma
nova realidade de imigrantes já na fase idosa, isto é, após a reforma e uma vida
de trabalho no seu país, estes imigrantes, provenientes principalmente de
países mais desenvolvidos e com reformas mais elevadas, decidem passar a seu
“fim de vida” em países como Portugal onde podem viver mais
confortavelmente graças às reformas dos países de origem. Em relação aos
imigrantes envelhecidos em Portugal, o mesmo não se pode dizer, pois esta
geração de imigrante vê-se confrontada com uma idade de reforma tardia e mal
remunerada, com uma realidade de ter que trabalhar até mais tarde para
conseguir sobreviver, pois tal como os autóctones, os imigrantes são tão ou
mais afectados pela crise. Entramos assim numa realidade também cada vez
mais vincada, os problemas socioeconómicos para os imigrantes idosos são cada
vez maiores e pode mesmo falar-se numa vulnerabilidade por parte destes
imigrantes, não só em Portugal como em toda a Europa.
Figura 3
Fonte: (Telles e Borges 2012)
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A Europa e os Migrantes do Século XXI - Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
3. Descrição Detalhada da Pesquisa:
Para a execução deste trabalho, comecei a minha pesquisa pela
biblioteca da FEUC. Um dos livros base é o utilizado na ficha de leitura e esse
serve também para alguns pontos deste trabalho. Procurei também pela
internet, procurando por documentos e noticias relativos ao tema, mas ao inicio
pareceu difícil encontrar algo que fosse mesmo pertinente. Deste modo tentei
utilizar o Google para aceder a teses, ou encontrar documentos que focassem
este tema para conseguir um bom trabalho. Procurando as palavras
“migrações”; “emigração”, “imigração”; “Europa” fui remetida para diversos
sítios na internet, mas alguns mostraram-se pertinentes como algumas teses e
documentos em pdf, que acabei por utilizar e recorrer na execução deste
trabalho. Um dos sítios para que fui remetida foi o site do “Observatório da
Imigração” que avalio no ponto 5, e lá consegui aceder também a alguma da
informação de que procurava.
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A Europa e os Migrantes do Século XXI - Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
4- Ficha de leitura:
Título da Obra: “Imigrantes Idosos: Uma nova face da Imigração em Portugal”.
Capítulos consultados:
“Capítulo 1. Migrações, Ciclo Migratório e Envelhecimento dos Emigrantes”;
“Capítulo 2. Perfis Sociais de Imigrantes Idosos em Portugal”.
Autores: Fernando Luís Machado, Cristina Roldão.
Data de Publicação: Janeiro, 2010.
Local de Edição e Editora: Lisboa, Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo
Intercultural, I. P. (acidi).
Local onde se encontra: Biblioteca da FEUC.
Cota: 314.
Nº de páginas: (17-65)
Assunto: Imigrantes Idosos e Envelhecimento.
Palavras-chave: Imigrantes; Idosos; Portugal; Envelhecimento.
Data de leitura: Outubro, 2012.
Área Científica: Sociologia.
Sub-área Científica: Migrações.
Observações: A leitura e análise destes capítulos da obra referida incorporam as
fontes de pesquisa para o trabalho final, mas não servem de base integral para
o mesmo.
Resumo: No âmbito das migrações, estas primeiras partes da obra relatam um
estudo acerca dos imigrantes idosos em Portugal, feito pelos investigadores
Cristina Roldão e Fernando Luís Machado. É-nos dado a conhecer “uma nova
face da imigração”, que é constituída pela faixa etária considerada como idosa.
Este estudo revela algumas causas das imigrações, o ciclo migratório, o
envelhecimento dos emigrantes, o número de imigrantes, a proveniência desses
mesmos imigrantes, o tipo de imigrantes, o perfil familiar, socioeducativo e os
cargos por eles ocupados.
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A Europa e os Migrantes do Século XXI - Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
Estrutura: No início desta obra, que coincide com o início do texto analisado, é
apresentada uma introdução ao conteúdo do mesmo. Os autores começam por
explicar o que está presente na sua obra, introduzindo o leitor no tema
abordado e estudado e dando ao leitor um breve resumo dos pontos mais
focados ao longo da obra e da sua organização.
O Primeiro Capítulo intitulado “Migrações, Ciclo Migratório e
Envelhecimento dos Emigrantes” foi dividido pelos autores em dois pontos. O
primeiro ponto fala do envelhecimento e dos idosos nas sociedades actuais,
trata os conceitos de envelhecimento das populações e do aumento da
esperança média de vida. Os autores deste texto não consideram que este
factor seja um problema social, consideram sim que o problema social é o
crescimento do número de idosos e de uma diminuição do número de crianças.
Estes dois factores, segundo os autores, originam um envelhecimento duplo da
população que vem acumulado com outros problemas não só sociais como
económicos, pois para um número de idosos crescente, há um número menor
de adultos que descontam para apoiar o financiamento dos meios de
subsistência desses mesmos idosos e há uma resposta social e familiar menor
para uma crescente dependência de cuidados e acolhimento. Neste primeiro
ponto, os autores explicam também que as condições de reformado e idoso
tendem a dissociar-se, o que leva os autores a assumir que neste momento há
uma velhice na idade da reforma e há uma quarta idade que corresponde a uma
perda das capacidades e a um início de dependência de terceiros. Os autores
caracterizam também esta nova etapa como uma mudança de estatuto social
que pode trazer aos idosos uma desvalorização pessoal acompanhada de uma
participação cada vez menos activa na sociedade. A estes problemas é
apresentada uma possibilidade de amenização dos mesmos como uma
modificação dos papéis sociais relativos aos idosos que estimule os estilos de
vida e integre e estimule os idosos de modo a prevenir e reduzir os sentimentos
de solidão e as tendências para o isolamento.
No segundo ponto deste capítulo, os autores iniciam o tema crucial desta
obra, o envelhecimento das migrações e os imigrantes idosos. Com o estudo os
autores revelam que chegaram à conclusão que, tal como as populações, as
migrações também envelhecem, pois apesar de a maioria dos imigrantes serem
adultos jovens e de continuarem a entrar adultos jovens, aqueles que no início
vieram e se inseriram no mercado se trabalho vão criando descendentes no país
receptor e vão envelhecendo também nesse país. O envelhecimento das
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A Europa e os Migrantes do Século XXI - Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
populações é uma consequência da sedentarização. Como tal, os imigrantes
quando se inserem num determinado país e meio tendem a fixar-se e, mesmo
que a sua intenção inicial não fosse ficar, acabam por se nacionalizar ao
encontrar várias razões para ficar. Após a vida profissional, os imigrantes vêemse entre a questão de ir ou ficar, e à medida que o tempo vai passando e vão
envelhecendo a decisão será ficar. Segundo os autores, as perspectivas são de
um aumento do número de imigrantes idosos. Para além dos imigrantes que
vão envelhecendo nos países de destino, o texto mostra também um novo tipo
de imigrantes, aqueles que depois de reformados decidem procurar um “final
de vida” em países de temperaturas mais amenas, custos de vida mais baixos
onde as reformas rendam mais e possam viver mais confortavelmente. Mas, tal
como os idosos dos países de acolhimento, estes idosos necessitam de cuidados
médicos e sociais e entre eles também diferem socio e economicamente, dado
que os imigrantes reformados normalmente vêm de países mais ricos e têm
reformas que lhes permitem umas vidas mais desafogadas e/ou até acima dos
autóctones. Este nível de vida mais desafogado tem, para a economia dos países
de destino um efeito considerável nas zonas onde se concentram,
nomeadamente em localidades costeiras no sul da Europa. A condição social
dos imigrantes laborais idosos (que envelhecem no destino) é menos favorecida
que os acima referidos, pois provem dos seus perfis profissionais que na sua
maioria são os do trabalho assalariado industrial, construção civil, serviços
domésticos e outros que levam os autores a considerar que o estatuto
socioeconómico dos imigrantes laborais é desigual. Com isto, os autores
realçam que os imigrantes laborais idosos lidam com o problema da pobreza e
estão inseridos em duas categorias vulneráveis em Portugal, os imigrantes e os
idosos, o que leva a afirmar que a maioria dos pobres não é imigrante, mas a
maioria dos imigrantes é pobre.
A velhice pode vir também acompanhada de maior solidão e isolamento,
tal como acontece com os idosos não imigrantes à medida que envelhecem, os
amigos e vizinhos vão envelhecendo e eventualmente morrendo o que ainda
agrava mais estes sentimentos. No final deste capítulo, os autores concluem
que as sociedades estão cada vez mais envelhecidas e precisam de descobrir e
generalizar as melhores vias de envelhecimento activo, para melhorar a
qualidade de vida o mais tempo possível para os idosos imigrantes ou não.
No capítulo 2 – “Perfis Sociais de Imigrantes Idosos em Portugal”, os
autores revelam as suas conclusões sobre os estudos que fizeram, que lhes
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A Europa e os Migrantes do Século XXI - Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
permitiram caracterizar os imigrantes idosos, em geral, presentes em Portugal.
Para estas conclusões foram utilizados os dados dos Censos 2001 e foi
necessária uma reconstrução dos dados e uma exploração das estatísticas
oficiais da imigração. Deste modo, para facilitar e para tornar o estudo mais
rigoroso, dos imigrantes brasileiros, angolanos e moçambicanos foram só
considerados os que não tinham nacionalidade portuguesa. Este capítulo foi
dividido em partes e nele são apresentados vários dados estatísticos que nos
permitem perceber as tendências da imigração em Portugal. Ao longo deste
capítulo serão explorados temas como os stocks e fluxos recentes, os perfis
sociodemográfico, familiar, socioeducativo e socioprofissional. Como conclusão
do capítulo, do texto analisado e de acordo com os autores, verifica-se que há
vários tipos sociais de imigrantes idosos em Portugal.
O primeiro tipo definido é o dos que chegam com bons recursos
económicos de países da União Europeia, na sua maioria são reformados e os
que não o são assumem cargos profissionais mais altos, e muitas vezes mais
escolarizados que os autóctones. O segundo tipo é constituído pelos imigrantes
dos PALOP, que são maioritariamente aqueles que vêm em busca de melhor
qualidade de vida e emprego, que vieram nos anos 60 e 70 do século XX e que
acabaram por ficar e envelhecer no país. Este grupo de imigrantes foi e é
considerado como um grupo vulnerável à pobreza. Alguns desses imigrantes
dependem das famílias e outros trabalham até uma idade muito avançada, pois
as reformas não são suficientes, o que leva a baixas percentagens de africanos
reformados em Portugal.
De acordo com os autores, o terceiro grupo de imigrantes idosos em
Portugal é constituído pelos indianos, que se subdividem em dois grupos, nos
profissionais científicos e técnicos e nos empresários e dirigentes de empresas
de pequena e média dimensão. Nestes dois grupos inserem-se os reformados e
os que ainda estão no activo, os primeiros assemelham-se aos dos imigrantes
dos PALOP e chegaram também em contextos de descolonização e grande parte
adquiriu nacionalidade portuguesa. O último e quarto tipo é o dos brasileiros
que também se divide em dois grupos, os imigrantes profissionais com
escolaridade média e alta que vieram para exercer profissões qualificadas e
outro grupo é o dos imigrantes laborais com escolaridade mais baixa e que
exerce empregos de base que acaba, como os outros por envelhecer também
em Portugal.
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A Europa e os Migrantes do Século XXI - Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
Conclusão: A análise destes capítulos mostrou-se interessante para a minha
pesquisa e mostrou-me as principais tendências dos imigrantes presentes em
Portugal, as suas origens, os seus perfis familiares, socioeconómicos, bem como
os motivos que os levam a envelhecer cá e a fixar-se. Para o tema escolhido foi
uma análise interessante, uma vez que tem tudo a ver com o tema abordado no
trabalho final e, de uma forma geral, se pode dizer que caracteriza um tipo de
migrantes presentes em Portugal.
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A Europa e os Migrantes do Século XXI - Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
5. Avaliação da página da Internet:
Escolhi a página do “Observatório da Imigração”, pois é uma página
intimamente relacionada com o tema do meu trabalho e na qual encontrei
algumas das fontes que usei para o trabalho.
Em relação à página, penso que é uma página fiável, pois as fontes são
fidedignas, dado que a página pertence a uma organização real, que faz diversos
estudos e pesquisas o que nos leva para o critério da autenticidade que eu
penso que também é correspondido por esta página, assim com o de
acessibilidade, pois este site tem à disposição várias hiperligações que nos
levam para documentos oficiais, publicados e não publicados, das suas revistas,
das teses acerca do tema em questão da página e do seu enfoque. Os autores
da páginas estão identificados, são a instituição que dá nome à página e/ou
colaboradores especializados. O seu url é também curto, objectivo e penso que
garante segurança a quem o encontra.
Esta página é destinada ao estudo das migrações e apresenta imensas
notícias, projectos e iniciativas actualizadas que permitem um melhor
conhecimento sobre o trabalho efectuado por esta instituição e que permitem
uma melhor informação sobre o tema. Tem também uma janela de pesquisa,
que facilita a procura no site para que o utilizador consiga perceber
rapidamente se contém aquilo de que procura. Posso dizer também que a
página inicial é complexa, uma vez que tem imensas ligações não só internas
como externas que encaminham o utilizador para mais informação mais
especializada, a página dá também para ver o seu conteúdo em inglês, o que
considero também muito importante.
Em suma, penso que se trata de uma página bem estruturada, com
informação relevante e fidedigna que se foca num só assunto e que é de fácil
acesso e compreensão de todo o tipo de utilizadores e que, é uma boa página
para quem quer consultar documentos acerca deste tema.
url: http://www.oi.acidi.gov.pt/index.php
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A Europa e os Migrantes do Século XXI - Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
6. Conclusão:
Para finalizar, posso dizer que aprendi bastante com a execução deste
trabalho, principalmente com o texto da ficha de leitura, uma vez que ainda não
tinha reflectido muito sobre esse tema.
Neste trabalho eu procurei fazer uma visão geral do tema das migrações
na Europa, em particular em Portugal, porque para mim é mais relevante falar e
descobrir coisas sobre a sociedade em que estou inserida. Porém é complicado
deixar a opinião pessoal e o senso comum de lado e espero vir a aperfeiçoar
essa técnica.
Em suma, achei este trabalho bastante importante e proveitoso embora
ache complicado encontrar a informação de modo a fazer o melhor trabalho
possível.
Sobre o tema posso dizer que as migrações são uma parte de qualquer
sociedade, que estão em evolução e como tudo estão sempre a sofrer
alterações estruturais e a organizar-se de maneira diferente, assim como os
países de acolhimento e as épocas de regresso.
No final deste trabalho espero ter cumprido com o objectivo do
professor, e com o meu próprio e ter realizado um trabalho correcto.
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A Europa e os Migrantes do Século XXI - Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
7. Referências Bibliográficas:
Castro, Fátima Velez de. A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO INÍCIO DO
SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantes da Europa de Leste no concelho de Vila Viçosa.
Lisboa: ALTO-COMISSARIADO PARA A IMIGRAÇÃO E DIÁLOGO INTERCULTURAL (ACIDI, I.P.),
2008.
Costa, Paula. Imigração em Portugal: tendências recentes. Os imigrantes guineenses,
ucranianos e brasileiros no mercado de trabalho português. Tese de Doutoramento, Porto:
Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2009.
Expresso das Ilhas. “Imigração: autoridades cabo-verdianas vão receber formação na gestão de
fluxos migratórios.” Expresso das ilhas. 11 de Outubro de 2010.
http://www.expressodasilhas.sapo.cv/pt/noticias/go/imigracao--autoridades-cabo-verdianasvao-receber-formacao-na-gestao-de-fluxos-migratorios (acedido em 12 de 01 de 2013).
Grupo Niem- Yahoo. “Migrações e Sociedade.” Yahoo- Brasil. 21 de Janeiro de 2002.
http://br.groups.yahoo.com/group/niem_rj/ (acedido em 12 de Janeiro de 2012).
Machado, Fernando Luís, e Cristina Roldão. Imigrantes Idosos: uma nova face da Imigração em
Portugal. Lisboa: Alto Comissário para a Imigração e Diálogo Intercultural, 2010.
Organização Internacional para as Migrações. Direito Internacional sobre Migrações. Glossário
sobre Migração - Nº 22. Suiça- Genebra: Organização Internacional para as Migrações, 2009.
PORDATA. “Taxa bruta de escolarização por nível de ensino.” PORDATA. 2012 de 2012 de
2012a. http://www.pordata.pt/Portugal/Ambiente+de+Consulta/Tabela (acedido em 23 de
Novembro de 2012).
—. “Taxa de desemprego: total e por nível de escolaridade completo.” PORDATA. 29 de 03 de
2012b. http://www.pordata.pt/Portugal/Ambiente+de+Consulta/Tabela (acedido em 23 de
Novembro de 2012).
Telles, José Luiz, e Ana Paula Borges. “O SUS e o processo de envelhecimento populacional.”
Blog do Cebes. 8 de Jullho de 2012.
http://www.cebes.org.br/verBlog.asp?idConteudo=3271&idSubCategoria=56 (acedido em 12
de 01 de 2013).
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A Europa e os Migrantes do Século XXI - Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
Anexo I: Página da Internet Avaliada:
A Europa e os Migrantes do Século XXI - Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
Anexo II: Textos de suporte à ficha de leitura:
Título da Obra: “Imigrantes Idosos: Uma nova face da Imigração
em Portugal”.
Capítulos consultados:
“Capítulo 1. Migrações, Ciclo Migratório e Envelhecimento dos
Emigrantes”;
“Capítulo 2. Perfis Sociais de Imigrantes Idosos em Portugal”.
Autores: Fernando Luís Machado, Cristina Roldão
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