Caju: um fruto, um pseudofruto e muitas vantagens

Propaganda
André Luiz Gomes de Souza
Engenheiro de Alimentos - Mestrando em Agroecossitemas
IPAN - Instituto Pangea - Meio Ambiente, Cultura e Educação
Contatos: [email protected]
Caju: um fruto, um pseudofruto e muitas vantagens.
O cajueiro (Anacardium occidentale L.) é uma planta rústica originária do Brasil e típica
de regiões de clima tropical. Trata-se de uma árvore popular na América do Sul,
encontrada especialmente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Representa uma
grande importância econômica, sendo responsável pela geração de emprego, renda e
arrecadações, em decorrência da diversidade de produtos industrializados oriundos do
seu fruto e pseudofruto (SANCHO et. al., 2007).
Botanicamente, a verdadeira fruta do cajueiro é a castanha, uma amêndoa envolvida
por uma casca dura, enquanto que o pedúnculo, também conhecido como pseudofruto
ou caju, apresenta estrutura fibrosa e suculenta.
O caju apresenta um grande potencial nutricional, visto que em sua composição são
observadas
concentrações
desejáveis
de
vitaminas
e
pró-vitaminas,
compostos
antioxidantes, sais minerais, ácidos orgânicos e carboidratos, apresentando-se assim
como uma importante fonte de nutrientes. É uma grande fonte de vitamina C, esta
necessária em vários processos metabólicos do organismo, dentre eles, formação de
colágeno e de ácidos biliares, inativação de radicais livres, aumento da absorção do
ferro e fortalecimento do sistema imunológico (LAVINAS et. al., 2006).
A necessidade de aumento do consumo de frutas tem sido uma recomendação crescente
da Organização Mundial da Saúde (OMS), visando à prevenção das doenças crônicodegenerativas. De acordo com resultados apresentados por grupos de pesquisa de
instituições de ensino e pesquisa do Brasil, o caju é um excelente fruto no sentido de
proporcionar o objetivo supracitado.
Broinizi et al. (2007), avaliando a capacidade antioxidante de frutas tropicais
comparando-as com a atividade antioxidante de compostos sintéticos comumente
aplicados nas indústrias alimentícias, comprovaram que o caju apresenta superioridade
relacionada a este parâmetro, ratificando-se a capacidade de prevenção às doenças
crônico-degenerativas.
São conhecidas cerca de vinte variedades de caju, classificadas segundo a consistência
da polpa, o formato, o paladar e a cor da fruta (amarela, vermelha ou roxo-amarelada).
Quando o fruto ainda encontra-se no estágio de desenvolvimento imaturo, o chamado
maturi, também
é
muito
utilizado
na
culinária nordestina
brasileira
para
fins
alimentícios.
O caju ideal para o consumo in natura deve apresentar aspectos sensoriais de aroma,
sabor e textura característicos do fruto recém colhido. Sua casca deve apresentar
coloração firme, específica à sua variedade, e sem manchas, cujas incidências são
indicativos de danos em virtude do manuseio inadequado ou da presença de
fitopatologias.
Como
é
uma
fruta
bastante
perecível,
deve
ser
consumida
preferencialmente no dia da colheita ou aquisição, ou poderá ser armazenada sob
refrigeração/congelamento até o momento do consumo/processamento.
O caju pode ser utilizado para a produção de suco, sorvetes, doces em calda ou pasta,
licores, vinhos, xaropes e vinagres. Depois de extraído o suco, tem-se como resíduo o
bagaço do caju, muito rico em celulose, o qual é aproveitado em confecções de pratos
exóticos, em aplicações agrícolas e para fins biotecnológicos.
Além do pseudofruto, a castanha de caju também é uma excelente fonte de nutriente,
pois são ricas em proteínas e lipídeos. Na fração oleosa, predominam os ácidos graxos
oléico (60,3%) e linoléico (21,5%), que são gorduras insaturadas e apresentam boa
estabilidade. Uma característica desejável, tanto para a saúde humana quanto para o
armazenamento por longos períodos. De maneira similar ao pseudofruto, a castanha,
consumida in natura, também é utilizada na confecção de receitas típicas da culinária
local ou aplicada em processos industriais nas indústrias alimentícias.
Diante do exposto, observa-se que o consumo tanto do fruto quanto do pseudofruto do
caju apresenta-se como um hábito alimentar que proporciona uma série de vantagens
do ponto de vista nutricional, pois contribui com o estabelecimento de uma dieta
equilibrada pelo fornecimento de elementos essenciais à manutenção das atividades
metabólicas vitais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGOSTINI-COSTA, T.; VIEIRA, R. F.; NAVES, R. V. Caju, identidade tropical que exala
saúde. EMBRAPA RECURSOS GENÉTICOS E BIOTECNOLOGIA. Disponível em:
http://www.cenargen.embrapa.br/cenargenda/divulgacao2005/caju.pdf. Acesso em: 20
de julho de 2011.
ALMEIDA, C. A. N.; CROTT, G. C.; RICCO, R. G.; DEL CIAMPO, L. A.; DUTRA-DEOLIVEIRA, J. E.; CANTOLINI, A. Control of iron-deficiency anemia in Brazilian preschool
children using iron-fortified orange juice. Nutrition Research, 23(1), Jan, 2003.
BROINIZI, P. R. B.; ANDRADE-WARTHA, E. R. S.; SILVA, A. M. O.; NOVOA; A. J. V.;
TORRES, R. P.; AZEREDO. H. M. C.; ALVES, R. E.; MANCINI-FILHO, J. Avaliação da
atividade antioxidante dos compostos fenólicos naturalmente presentes em subprodutos
do
pseudofruto
de
caju
(Anacardium
occidentale L.).
Ciênc.
Tecnol.
Aliment. 27(4), Campinas Oct./Dec. 2007.
LAVINAS, F. C.; ALMEIDA, N. C.; MIGUEL, M. A. L.. LOPES, M. L. M.; VALENTEMESQUITA, V. L. Estudo da estabilidade química e microbiológica do suco de caju in
natura armazenado em diferentes condições de estocagem. Ciênc. Tecnol. Alimentos,
Campinas, 26(4), Out./Dez. 2006.
PORTAL SÃO FRACISCO. CAJU. http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/caju/caju.php
SANCHO, S. O.; MAIA, G. A.; FIGUEIREDO, R. W.; RODRIGUES, S.; SOUSA, P. H. M.
Physicochemical changes in cashew apple (Anacardium occidentale L.) juice processing.
Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 27(4), Out./Dez. 2007.
Download