19 A razão principal para a fome se dá através da melhoria de atendimentos nos sistemas de saúde que ao avançar, eliminou a mortalidade em grande escala, porém, com o aumento demográfico e a saúde cada vez melhor, em determinadas regiões, o aumento da população ocasionou bolsões de fome. Outro fator, é a questão do desemprego gerado pelo sistema capital, marginalizando massas humanas em determinadas áreas e gerando riquezas exorbitantes em outras, passível de ser vista, em nossa paisagem como por exemplo, uma favela ao lado de um condomínio fechado, seguro, residente, onde as pessoas se diferenciam das outras, aí, nos mais variados setores sociais. O êxodo rural ocorrido nas metrópoles da América Latina, e, em especial nas regiões Sudeste e Centro – Sul do Brasil ocasionou um aumento populacional gigante, onde a falta de estrutura para absorver essas massas humanas definiu o quadro social dessas metrópoles, ocasionando o inchaço das cidades; existindo maior população e desigualdade social, a possibilidade de uma má alimentação ou inexistente é muito grande. (CASTRO, passim) Devido a fatores sócio-econômicos, políticos e culturais em uma natureza abundante, como é o caso do Brasil, não temos a devida distribuição que se faz necessária para a correção do problema da fome; o que ocasionaria uma urgência em elaborar e promover, com rapidez a Reforma Agrária, dando não somente terras, mas também a estrutura financeira necessária para acabar com o inchaço nas cidades. Em relação ao Brasil, destacam-se principalmente, as regiões do semi árido nordestino, com deficiência de alimentação devido aos fatores climáticos e financeiros, além da corrupção existentes em muitos anos da história brasileira, em esferas mais elevadas e responsáveis pela manutenção do país. Outras áreas de carência alimentar que merecem destaque, são o litoral nordestino e o norte brasileiro, não pela total falta de alimentos, mas pela defasagem vitamínica, que essas populações sofrem. 20 A questão da fome é nacional, os mais variados grupos, partindo de um entendimento que a fome não é somente a falta de alimentação, mas sim, um complexo de alimentos que podem gerar necessidades ao organismo, ressalta-se em todas as regiões brasileiras déficits alimentares, conforme coloca CASTRO, passim. Um aspecto que nos chama a atenção também, é a questão dos transgênicos, Organismos Geneticamente Modificados, que entram no palco da sociedade atual, promovendo discussões pertinentes sobre o assunto e sobre o tema da fome, baseando-se nesta para conseguir demonstrar seu poder tecnológico. Ora, é sabido por variados cientistas e ambientalistas, assim como, pelos órgão internacionais, que em inúmeros países europeus esse tipo de alimentação tem seu consumo e venda proibidos. Em relação a isso, surgem questões que devem ser analisadas, pensadas, digeridas, por que nestes países não se consomem transgênicos? Trariam eles, males à saúde humana e/ou ambiental? O certo, é que mais uma vez, a promessa do fim da fome no mundo se apresenta, assim como foi a Revolução Verde ( 1950-60-70), prometendo ao mundo a dissolução da fome na Terra, e, o que ocorreu foi o contrário, observa-se cada vez mais, ano após ano, um aumento significativo nos faminto do mundo, como é o caso Africano. Seria pretensão demais deixar de analisar o que houve com a Revolução Verde, o sistema de plantatios e o uso de grandes herbicidas como o DDT, que serviram antes de mais nada à degradação do meio ambiente e de suas diversidades biológicas, além de atrelarem os agricultores à grandes bancos e empresas, com empréstimos milionários, juros excessivos à compre do maquinário pertinente a produção almejada à época. Será, que os transgênicos não podem ser considerados hoje, uma Revolução de Commodities, onde ao invés de os agricultores tornarem-se produtores comerciais, tornaremse escravos de um sistema um pouco “diferenciado” do da Revolução Verde. 21 A utilização dos alimentos transgênicos realmente poderia sanear em muito a questão da fome, nas mais variadas partes do mundo, porém, não há nenhuma segurança ainda sobre os efeitos dos transgênicos à saúde das pessoas que os consumirem e ao meio ambiente, já que esses novos seres vivos não existiam antes na natureza, e são resultados de experimentos de laboratório; não há nenhuma segurança, ainda sobre os efeitos para a saúde dos agricultores que conviverem com essas sementes e produtos. As pesquisas de sementes e produtos transgênicos visam apenas aumentar suas taxas de lucro e não melhorar o bem estar da população. Embora os métodos de biotecnologia possam ser benéficos, não há nenhuma prova concreta de que as sementes transgênicas, por si só sejam mais produtivas e mais adequadas à preservação da natureza do que as sementes melhoradas. Muitas sementes transgênicas possuem o componente “terminator” que as esteriliza para a utilização de seus frutos como sementes. Obrigando os agricultores a comprar novas sementes a cada safra, ficando dependentes sempre da empresa fornecedora; os agricultores perderam completamente o controle do uso das sementes e ficaram totalmente dependentes das empresas multinacionais. O domínio da biotecnologia e o uso dos transgênicos está levando a um processo de controle oligopólico em todo o mundo, das sementes por parte de apenas 8 grandes grupos econômicos. É impossível ter semente e alimentos sadios em grande quantidade para toda a população mundial, respeitando o meio ambiente, praticando uma agricultura saudável sem depender de transgênicos, a fome existente no mundo e no Brasil não é decorrente da falta de alimentos, mas do modelo econômico concentrador de renda e de riqueza que impede muitas pessoas de terem acesso aos alimentos necessários para uma vida saudável. Todavia, se focalizar-mos ainda mais, as concepções sobre fome, observamos que elas inserem-se a fazem parte de nosso dia-a-dia.