Interdisciplinar: Revista Eletrônica da UNIVAR http://revista.univar.edu.br Ano de publicação: 2015 N°.:14 Vol.2 Págs.48 - 54 ISSN 1984-431X EFICIÊNCIA DE HERBICIDAS INIBIDORES DA ACCase NO CONTROLE DE MILHO Roundup Ready (RR) E SEUS EFEITOS NA CULTURA DA SOJA Hugo Eugenio da Silva Aguiar 1, Vinícius Marca Marcelino de Lima2, Ana Flávia da Cruz Moraes, Cristiane Isabô Giovannini2 , Leonardo Arantes Mascarenhas2. RESUMO: A cultura do milho apresenta grande importância sócioeconômica por seu emprego na alimentação humana e nutrição animal. Mas como a colheita de grãos é realizada por maquinas é comum se perder grãos e esses grãos caírem no chão dar origem a plantas espontâneas ou guaxas que mais tarde se tornaram plantas daninhas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência de diferentes herbicidas inibidores de ACCase combinados com glifosato no controle de milho Roundup Ready (RR) espontâneo na cultura da soja. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualisado, com cinco tratamento e quatro repetições para soja e milho, perfazendo 40 parcelas. Os tratamentos foram compostos de T1 – Testemunha (Sem aplicação), T2 - Tepraloxidim + Glifosato (0,375 L/ ha -1 + 2,0 L/ ha-1), T3 - Setoxidim + Glifosato (1,25 L/ ha-1 + 2,0 L/ ha-1), T4 - Fenoxaprope-p-etílico + Glifosato (1,5 L/ ha-1 + 2,0 L/ ha-1), T5 - Haloxyfope + Glifosato (0,4 L/ ha-1 + 2,0 L/ ha-1). Foram avaliadas a nota visual de controle do milho RR, nota visual de fitotoxidez na soja e matéria seca de ambas culturas. Todos os herbicidas inibidores de ACCase utilizados no ensaio em conjunto com o glifosato foram eficientes no controle de plantas de milho RR, foi possível observar uma pequena fitotoxidade após a aplicação dos herbicidas na soja, não foi possível observar nenhuma diferença no acúmulo de matéria seca nos tratamentos realizados na cultura do milho, sendo possível observar que ambos reduziram o crescimento, enquanto que na soja os tratamento com Haloxyfope e Fenoxaprope-petílico causaram menor acúmulo de matéria seca, provocando uma retardação no crescimento. Palavras Chave: Soja RR, Milho voluntário, Pós-emergente e Fitotoxidez. ABSTRACT: The corn crop has great socio-economic importance for its use in human food and animal nutrition. But as the grain harvest is performed by machines is common to lose grains and these grains fall to the ground lead to spontaneous or guaxas plants that later became weeds. The objective of this study was to evaluate the efficiency of different ACCase inhibitor herbicides combined with glyphosate in Roundup Ready corn control (RR) spontaneous in soybeans. The design was completely randomized, with five treatment and four replications for soybeans and corn, totaling 40 installments. The treatments consisted of T1 - Witness (No application), T2 - tepraloxydim + Glyphosate (0.375 L / ha-1 + 2.0 L / ha-1), T3 - sethoxydim + Glyphosate (1.25 L / ha-1 + 2.0 L / ha-1), T4 - fenoxaprop-p-ethyl + glyphosate (1.5 L / ha-1 + 2.0 L / ha-1), T5 - Haloxyfope + glyphosate (0.4 L / ha-1 + 2.0 L / ha-1). We evaluated the visual note Control RR corn, visual note phytotoxicity in soybean and dry matter of both cultures. All ACCase inhibiting herbicides used in the test in conjunction with glyphosate were effective in controlling corn plant RR, we observed a small phytotoxicity after application of herbicides in soybeans, was not observed any difference in dry matter accumulation in the treatments carried out in corn, being possible to observe that both reduced growth, whereas in the soybean treatment Haloxyfope and fenoxaprop-p-ethyl caused less dry matter, causing a deceleration in growth. Keywords: Soy RR, volunteer corn, Post-emergent and phytotoxity. 1 Disccente curso de Agronomia- UNEMAT- Universidade do Estado de Mato Grosso- Nova Xavantina- MT e-mail: [email protected] Professo(a) das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia - UNIVAR 2 1. INTRODUÇÃO O milho (Zea mays L.), pertence à família das Poaceae. É classificada botanicamente como uma planta herbácea, monocotiledônea, com raízes fasciculadas ou em cabeleira e caule do tipo colmo. Possivelmente esta espécie é originária da América Central, México. Agronomicamente é classificada 48 como cereal. Está entre as culturas mais antigas do mundo. Talvez, por sua facilidade de adaptação em diversos ambientes, é encontrada desde o nível do mar até elevadas altitudes, sendo possível encontra-la em climas tropicais, subtropicais e temperados, em diversos países é o cereal mais cultivado (BARROS et al., 2014). Essa cultura apresenta ampla importância socioeconômica pelo seu emprego na alimentação humana, na nutrição de animais e utilização para obtenção de bioenergia. No Brasil é cultivado amplamente em todo território, variando apenas os diferentes graus de tecnologia (FIGUEIREDO et al., 2008). Outro importante papel da cultura é seu emprego no sistema de plantio direto, pois auxilia no controle a erosão pela abundância de biomassa produzida, o que também favorece o controle de plantas daninhas nas culturas consecutivas. (SCHNEIDER et al., 2011). Durante a operação de colheita é comum ocorrer perda de grãos, esses grãos perdidos, mais tarde poderão germinar e se tornarem plantas espontâneas, mesmo sendo espécies comuns de cultivo, elas tendem a se comportar como espécies daninhas, se tornando um sério problema nas culturas sucessoras, essas plantas espontâneas de espécies cultivadas são denominadas plantas guaxas ou voluntárias. (SILVA, 2014; ADEGAS ET AL., 2014). Segundo Barroso et al. (2010) dentre as plantas com alto potencial para competição, as gramíneas se destacam, uma vez que como espontâneas tem maior tendência em se tornar plantas daninhas, pois podem afetar o cultivo de uma outra cultura principal como a soja, competindo por luz, água e nutrientes. Durante o cultivo de dicotiledôneas o controle dessas gramíneas pode ser realizado por herbicidas inibidores da enzima acetilCoA carboxilase (ACCase). Mecanismo que promove a inibição enzimática, bloqueando a síntese de lipídeos nas plantas suscetíveis e anula a formação das paredes celulares e desestrutura os tecidos em formação (BARROSO et al., 2010). De acordo com Oliveira Jr. et al. (2011) esse grupo de herbicidas é designado de inibidores da síntese de ácidos graxos ou inibidores da síntese de lipídeos. Envolvem três grupos químicos, que, apesar de serem quimicamente distintas, exibem grande relação em comparação ao espectro de controle, eficiência, seletividade e modo de ação. O grupo dos ariloxifenoxipropionatos (APPs), são mais antigos, foram introduzidos no final da década de 70 e incluem ingredientes ativos como Fenoxaprop-pethyl, Fluazifop-p-butyl e Haloxyfop-p-methyl enquanto que as ciclohexanodionas (CHDs) durante a década de 80, envolvendo Clethodim, Sethoxydim e Tepraloxydim. Há um terceiro grupo químico, designado de fenilpirazolinas, proporciona um único herbicida designado Pinoxaden. Tepraloxydim é um herbicida de pósemergência, sistêmico que controla gramíneas anuais e perenes, com absoluta seletividade e segurança para as culturas recomendadas como algodão, feijão e soja. Deve ser aplicado com as plantas invasoras em estádio vegetativo, deve-se evitar períodos de secas prolongadas, horas mais quentes e umidade relativa do ar abaixo a 60%. A dose recomendada é de 0,075 01 g i.a. ha-1 para controle de espécies de gramíneas anuais e perenes. Proporciona pequena persistência no solo, meia-vida de 3,5 a 12 dias, de acordo com as condições de clima, não depreciando culturas susceptíveis que sejam instaladas na área após 30 dias de realizado a aplicação (RODRIGUES, 2011). Sethoxydim é um graminicida frequente em pós-emergência na cultura de soja. Precisa ser aplicado quando as plantas daninhas estiverem em estadio vegetativo, evitando-se ocasiões de muito calor e umidade relativa do ar abaixo a 60%. A morte das plantas pode ocorrer de uma a três semanas. É indicado a dose de 230 g i.a. ha-1, é comum o controle de espécies de gramíneas anuais e algumas perenes. É indispensável adicionar adjuvante à calda, antecipando sua absorção. Exibe curta persistência no solo, meia-vida no solo de 5 a 11 dias, podendo estar ligado as condições de clima, não prejudica culturas susceptíveis após um mês de tratamento (EMBRAPA, 2006). Fenoxaprop-p-ethyl é também um herbicidas classificado como graminicida, com recomendação para pós-emergência. Tem mecanismo sistêmico e é altamente seletivo para dicotiledôneas. A recomendação varia de 68,7 a 110 g i.a. ha-1, necessitando ser aplicado no início do estabelecimento das plantas daninhas, sendo o ideal de 15 a 45 dias após semeadura da cultura, controlando as plantas daninhas em estádio vegetativo, deve-se evitar ocasiões de estiagem, horas de calor acima da média e umidade relativa do ar inferior a 60%. O controle de gramíneas com até dois perfilhos, empregar uma dose inferior, já nos estádios de 3 a 6 perfilhos utiliza-se uma dose intermediária, e após esses estádios deve-se utilizar-se de uma dose maior. Os indícios do efeito desse produto são a interrupção do crescimento e o amarelecimento dos meristemas e das folhas jovens, com morte de uma a três semana para plantas mais sensíveis. (EMBRAPA, 2006). Haloxyfop-methyl é um outro herbicida classificado graminicida, sendo comum sua utilização em pós-emergência em diversas culturas como soja, feijão e eucalipto. Recomendando sempre que a aplicação ocorra quando as plantas daninhas estiverem em estado de vigor vegetativo, e evitando ocasiões de estiagem, horas do dia com temperaturas elevas e umidade abaixo de 60%. A pulverização desse produto sobre plantas susceptíveis (gramíneas) causam os seguinte efeitos: a interrupção do crescimento, o amarelecimento dos meristemas e depois das folhas jovens. Sendo comum da morte ocorrer de uma a três semanas após a aplicação. A recomendação desse herbicida são nas doses de 48 a 60 g i.a. ha-1, o que controla uma grande variedade de gramíneas, e dependendo do estádio de 49 desenvolvimento (número de perfilhos) da cultura é que se escolhe a dose de trabalho. O residual desse princípio ativo é de 30 a 40 dias. Entre os herbicidas pós-emergentes desse grupo é o que oferece o maior tempo de residual (EMBRAPA, 2006). Os sintomas da aplicação dos inibidores de ACCase, são observados mais tardiamente em relação aos demais herbicidas, isto se deve a lenta translocação e ao sítio de ação estar situado nos meristemas. Estes herbicidas causam a inibição do desenvolvimento das raízes e parte aérea e nas folhas são observados estrias e pontos cloróticos, que podem evoluir para necrose completa da planta. Os meristemas podem ser destacados com facilidade por causa da necrose nos meristemas (CARVALHO, 2013). A soja (Glicyne Max) é uma cultura que tem como característica o alto consumo de herbicidas. Em cultivos de soja do Brasil, o controle de plantas daninhas se restringe ao uso de herbicidas, especialmente em extensas áreas de produção, o que é normal na região Centro-Oeste do país. As lavouras de soja dessa região, são grande parte cultivadas sob o sistema de plantio direto, realizando o manejo da vegetação presente com a aplicação de herbicidas antes da semeadura, o que é denominada de “dessecação de manejo” (PETTER et al., 2007). A dessecação, assim como outras entradas pra manejo das plantas espontâneas era realizado, pela aplicação do herbicida glifosato posteriormente a colheita da soja ou do milho safrinha (EMBRAPA, 2013). Este método não tem se mostrado mais tão eficiente, já que algumas das plantas espontâneas, tanto de soja quanto de milho, são oriundas de cultivares resistentes ao glifosato, designadas Roundup Ready (RR). Essa preocupação existe desde o lançamento das primeiras cultivares RR, uma vez que o controle destas plantas espontâneas já se apontava como um dos fundamentais fatores que iria impactar, tanto tecnicamente quanto financeiramente, a forma de produção combinado de culturas resistentes ao herbicida glifosato (YORK, 2004 apud ADEGAS et al., 2014). De acordo com Fleck (2002), o controle desejável de plantas daninhas com a utilização de herbicidas em pós-emergência pode estar sujeito, entre outros fatores, do seu estádio de desenvolvimento. Quanto maior for o atraso, haverá menor eficiência no controle, pela ocorrência destas plantas apresentarem maior desenvolvimento vegetativo e susceptibilidade aos herbicidas. Devem ser controladas entre duas e seis semanas após a emergência da soja, com intuito de precaver perdas significativas no rendimento de grãos. As gramíneas em geral são mais sensíveis no estádio inicial, entre 3 a 5 folhas, contudo plantas mais desenvolvidas, podem ainda ser controladas. Dentro de adequados limites, a taxa de desenvolvimento das gramíneas no momento da aplicação pode ser mais importante do que o estádio de desenvolvimento (OLIVEIRA JR. et al., 2011). O objetivo desta pesquisa foi avaliar a eficiência de diferentes herbicidas inibidores de ACCase em conjunto com glifosato no controle de Milho Roundup Ready (RR) e seus efeitos na cultura da soja. 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1- Localização da Área Experiemntal O trabalho foi instalado e conduzido entre fevereiro e abril de 2015 no viveiro de produção de mudas da Universidade do Estado de Mato Grosso UNEMAT, campus de Nova Xavantina – MT, localizado nas coordenadas 14°41'17.97"S de Latitude e 52°20'52.17"O de Longitude . Segundo Souza et al. (2003), Nova Xavantina tem 325 m de altitude. Seu clima é classificado como Aw, de acordo a classificação de Köppen. A precipitação anual é de 1.300 mm e temperatura média anual de 25°C. 2.2- Delineamento Experimental e Tratamentos O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, constituído de cinco tratamentos e quatro repetições para soja perfazendo um total de 20 parcelas (vasos), e de cinco tratamentos e quatro repetições para o milho com total de 20 parcelas. Os tratamentos constituíram-se de herbicidas inibidores da enzima ACCase associados a glifosato, e uma testemunha sem a aplicação de herbicida (Tabela 1). Tabela 1: Descrição dos tratamentos utilizados no controle do milho RR. Nova Xavantina – MT. 2015 Trat. I.A. Dose Testemunha 1 2,0 L/ ha-1 (Glifosato) Tepraloxidim + 0,375 L/ ha-1 2 Glifosato + 2,0 L/ ha-1 Setoxidim + 1,25 L/ ha-1 + 3 Glifosato 2,0 L/ ha-1 Fenoxaprope + 1,5 L/ ha-1 + 4 Glifosato 2,0 L/ ha-1 Haloxyfope + 0,4 L/ ha-1 + 5 Glifosato 2,0 L/ ha-1 As doses usadas na realização do presente trabalho, foram fundadas seguindo as recomendações dos fabricantes e adotadas de acordo com as instruções da bula. 2.3- Instalação do Experiemento Foram realizados dois experimentos de controle químico. No primeiro com soja, as aplicações ocorreram quando as plantas estavam entre os estágios V3 e V5, e no segundo com milho, quando elas estavam nos estágios V4 e V6. O plantio foi realizado em vasos com capacidade de 8 litros, em cada vaso utilizou-se a 50 seguinte adubação: 10 g de KCL, 250 g de NPK (220-18), 25 g de NH2CONH2 e 80 g de calcário. O hibrido de milho e a variedade de soja utilizados no ensaio foram, LG6038PRO2 e P98Y11, respectivamente, semeadas manualmente em 20 de fevereiro de 2015. Em cada vaso foi realizado o plantio de três sementes, e após a emergência foi realizado o desbaste da plântula de fenótipo inferior, visando duas plantas por vaso. Os tratamentos herbicidas foram aplicados no dia 23 de março de 2015. Ao final de cada dia se realizava irrigação da casa de vegetação com micro aspersores por 10 minutos. 2.4- Aplicação dos Herbicidas A aplicação foi realizada com pulverizador pressurizado CO2, com uma ponta de pulverização montada em bico leque jato plano, modelo TeeJet 8002, pulverizando em média a 50 cm do alvo, com volume de calda de 250 L ha-1. 2.5 Variáveis Analisadas A avaliação do nível de controle pela aplicação dos herbicidas, se deu por meio de escala visual de injúria nas plantas, que varia de 0 a 100%, aos 7, 14 e 21 dias após a aplicação dos tratamentos (DAA), em que 0% representou a ausência de sintomas e 100%, a morte total da planta (SBCPD, 1995). Aos 21 DAA, foi realizado o corte da parte aérea das plantas tanto de milho quanto de soja para ser encaminhada a estufa. A partir de então foi obtido a massa seca (MS) das plantas, após secagem em estufa de ventilação forçada de ar, com temperatura de 70 °C, por 120 h com posterior pesagem do material vegetal, por meio de balança de precisão. A porcentagem de redução de massa seca das plantas de milho foi calculada seguindo a seguinte equação: X = BIOMASSA DA PLANTA TRATADA / BIOMASSA DA TESTEMUNHA x 100. Em que a biomassa da testemunha foi a média dos valores obtidos na ausência da aplicação de herbicidas (BARROSO et al., 2014). (DAA) demonstraram pouco controle, enquanto que aos 14 e 21 dias a nota visual de controle foi superior, chegando a maiores médias, apresentando controle supressor nas plantas de milho RR, apenas diferindo a testemunha dos tratamentos. Enquanto que a fitotoxidez causada desses herbicidas inibidores de ACCase em conjunto com glifosato na cultura da soja não diferiram entre si, sendo possível observar somente uma leve fitotoxidez em todos os tratamentos. As variável peso de matéria seca do milho não diferiram entre si, já com a cultura da soja foi possível observar um menor acúmulo de matéria seca com os herbicidas Haloxyfope e Fenoxaprope-petílico. Após a primeira avaliação de nota visual de controle, aos 7 DAA, é possível observar que os tratamentos obtiveram menor grau de controle, além não diferiram entre si, sendo que este controle esteve entre 55 e 61% (Tabela 2). Resultado já esperado levando em consideração que por serem herbicidas sistêmicos, os inibidores da síntese de ACCase, precisam de um tempo maior que sete dias para surgir os sintomas comuns de influência na planta. Assim sendo, esses dados são esperados para esta tempo de avaliação (SCHNEIDER et al., 2011). Na segunda avaliação de eficiência de controle do milho aos 14 DAA, houve aumento dos sintomas, mas assim como aconteceu aos 7 DAA, não houve diferença estatística entre os herbicidas, se diferenciando apenas da testemunha. Já durante a última avaliação realizada, aos 21 DAA, todos os herbicidas conseguiram atingir o nível satisfatório de controle do milho Roundup Ready (RR), assim como as primeiras avaliações não foi possível perceber nenhuma diferença estatística entre esses princípios ativos, constatando que ambos os herbicidas em associação com o glifosato foram capazes de realizar o controle de plantas de milho resistente ao gliphosate. Tabela 2: Eficiência de controle do milho Roundup Ready (RR) com o herbicidas inibidores da enzima ACCase em conjunto com glifosato aos 7, 14 e 21 dias após a aplicação (DAA). Eficiência de controle (%) 2.6 Análises Estatísticas Os dados obtidos quanto a matéria seca (g) e porcentagem de controle e/ou fitotoxidez foram submetidos à análise de variância e ao teste de comparação de média (Tukey) a 5% de probabilidade. 3 Resultados e Discussão De forma geral os resultados das análises de variância evidenciam que não houve diferença significativa pelo teste Tukey (p≤0,05), quanto aos níveis de controle do milho RR, fitotoxidez na cultura da soja e matéria seca do milho. Diferença significativa foi evidenciada somente para matéria seca da soja. As variáveis nível de controle do milho Roundup Ready (RR) aos 7 dias após a aplicação Tratamentos T1– Testemunha (Glifosato) T2– Tepraloxidim + Glifosato T3 – Setoxidim + Glifosato T4 – Fenoxaprope + Glifosato T5 – Haloxyfope + Glifosato CV (%) 7 DAA 14 DAA 21 DAA 0a¹ 0a 0a 55,00 b 61,25 b 58,75 b 55,00 b 9,52 72,50 b 81,25 b 77,50 b 74,25 b 7,01 91,25 b 97,75 b 100,00 c 98,75 b 4,08 médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (p≤0,05). 1 Analisando uma possível fitotoxidez dos herbicidas inibidores da enzima ACCase em conjunto 51 com Roundup Ready, foi possível observar pequenas injurias nas folhas das plantas de soja, machas pequenas em algumas folhas. Aos 7 DAA os sintomas foram mais aparentes, talvez pela mistura de herbicidas, chegando a uma fitotoxidez de 18 % como no caso do Setoxidim + Glifosato. Aos 14 DAA, ficou menos aparente o efeito da aplicação dos herbicidas na cultura da soja, podendo ser observada fitotoxidez de apenas 4,25 % para o mesmo Setoxidim + Glifosato, e em ambas datas de avaliação não obtivemos resultados que diferem entre si, sendo observado diferença somente quando comparado a testemunha. Segundo Gazziero et al. (1985) esses produtos químicos apresentam alta seletividade, sendo incomum muitas vezes ocorrência de fitotoxidade à cultura da soja, mas não se elimina a possibilidade de ocorrer clorose ou alguma descoloração no limbo foliar, e algumas vezes até a ocorrência leve de necrose nas folhas da cultura. Em estudos semelhantes realizados com a mamona Maciel et al. (2011) observaram pequenos níveis de fitotoxidez pelos herbicidas Setoxidim e Haloxyfope aos 7 DAA e aos 14 DAA essa porcentagem diminui para zero, diferindo do herbicida Tepraloxidim que causou fitotoxidez dez vezes maior do que os demais tanto aos 7 quanto aos 14 DAA. Barroso et al. (2010) realizando ensaios visando controle de gramíneas infestantes na cultura do soja, não detectaram nenhum efeito deletério ou injuria a cultura, após a aplicação de inibidores de ACCase em pós-emergência. Tratamentos Peso (g) T1 – Testemunha (Glifosato) 53,27 a ¹ T2 – Tepraloxidim + Glifosato 13,56 b T3 – Setoxidim + Glifosato 12,25 b T4 – Fenoxaprope + Glifosato 8,21 b T5 – Haloxyfope + Glifosato 10,57 b 11,01 CV (%) médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (p≤0,05). A porcentagem de redução de acúmulo de biomassa seca das plantas de milho foram semelhantes em ambos tratamentos, nos levando a valores muito próximos em todos tratamentos, não sendo possível observar diferença estatística, mas confirmando que todos herbicidas aplicados foram eficientes na redução de MS. 1 Tabela 5: Porcentagem de redução da massa seca das plantas de milho após a aplicação dos herbicidas aos 21 DAA. Redução de MS Tratamentos (%) T1 – Testemunha (Glifosato) T2 – Tepraloxidim Glifosato + T3 – Setoxidim + Glifosato Tabela 3: Nota visual de fitotoxidez na soja após a aplicação dos herbicidas inibidores da enzima ACCase em conjunto com glifosato aos 7 e 14 dias após a aplicação (DAA). Fitotoxidez (%) Tratamentos 7 DAA 14 DAA T1 – Testemunha 0a¹ 0a (Glifosato) T2 – Tepraloxidim 9,50 b 4,75 b + Glifosato T3 – Setoxidim + 18,50 b 4,25 b Glifosato T4 – Fenoxaprope + 11,00 b 5,00 b Glifosato T5 – Haloxyfope + 9,25 b 4,25 b Glifosato 7,22 8,76 CV (%) 1 médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (p≤0,05). Quanto a variável de peso de matéria seca da biomassa das plantas de milho aos 21 DAA, não houve diferença significativa entre herbicidas, sendo possível afirmar que nenhum dos tratamentos se sobressaiu, ficando apenas a cargo da testemunha a diferença estatística. Tabela 4: Peso de matéria seca (MS) da parte aérea de plantas de milho em gramas (g) 21 DAA. Nova Xavantina – MT, 2015. T4 – Fenoxaprope Glifosato 74,25 b 77,00 b + T5 – Haloxyfope + Glifosato CV (%) 0a¹ 84,59 b 80,16 b 11,01 médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (p≤0,05). 1 O peso da matéria seca (MS) das plantas de soja, foram diferentes entre a Testemunhas e os herbicidas Tepraloxidim e Setoxidim, enquanto que os tratamentos com Fenoxaprope e Haloxyfope obtiveram pesos inferiores aos demais, problema que pode ter sido causado por alguma fitotoxidade causada pela aplicação desses herbicidas. É provável que a fitotoxidez observada tenha sido causada pelo aumento da ação do herbicida glifosato em associação aos inibidores de ACCase, como foi observado em estudos realizados por Rockenbach et al. (2011) onde foi possível perceber uma potencialização no nível de controle de azevém quando comparado com a dose de apenas o glifosato, o proporcionando maior eficiência de controle. Segundo Barroso et al. (2010) em uma pesquisa visando controle de gramíneas infestantes na cultura da soja, a aplicação de inibidores de ACCase em pós-emergência não afeta em momento algum a produtividade de grãos por ha-1. 52 Tabela 6: Peso de matéria seca (MS) da parte aérea de plantas de soja em gramas (g) após 21 DAA. Nova Xavantina – MT, 2015. Tratamentos Peso (g) T1 – Testemunha (Glifosato) T2 – Tepraloxidim + Glifosato T3 – Setoxidim + Glifosato T4 – Fenoxaprope + Glifosato T5 – Haloxyfope + Glifosato 12,30 a ¹ CARVALHO, L.B.; Herbicidas, 1ª Ed. 62 p, Lages – SC, 2013. 15,15 a 12,94 a 7,58 b 5,25 b 9,20 CV (%) 1 médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (p≤0,05). 3 BARROSO, A.A.M.; ALBRECHT, A.J.P.; REIS, F.C.; FILHO R.V. Interação entre herbicidas inibidores da ACCASE e diferentes formulações de glyphosate no controle de capim-amargoso. Planta Daninha, Viçosa - MG, v. 32, n. 3, p. 619-627, 2014. CONSIDERAÇÕES FINAIS Todos os herbicidas inibidores de ACCase utilizados no trabalho em conjunto com o glifosato foram eficientes no controle de plantas de milho Roundup Ready (RR), sendo possível observar um nível de controle satisfatório a partir do 14 DAA, recomendando-se ambos princípios ativos para o controle de milho voluntário em aplicações de pósemergência. Foi possível observar uma pequena fitotoxidade após a aplicação dos herbicidas na cultura da soja, em todos tratamentos, onde ocorreram algumas cloroses nas folhas. Na avaliação de matéria seca do milho não foi possível observar nenhuma diminuição de acúmulo entre os tratamento. Na cultura da soja observou-se um menor acúmulo de MS nos tratamento com Haloxyfope e Fenoxaprope-p-etílico. 4. 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