Tonometria ocular e glaucoma: Evidências de estudos randomizados mostram que o tratamento do glaucoma diminui os danos ao nervo ótico, diminuindo risco de perda da visão. Entretanto, o único estudo randomizado sobre screening de glaucoma, encontrou baixa acurácia entre os aparelhos usados e concluiu que aumento de pressão intra-ocular apenas não é preditivo de desenvolvimento de glaucoma. Uma revisão sistemática da literatura não encontrou outros estudos randomizados sobre a eficácia do screening do glaucoma. Boletim Informativo da Comissão Técnica da Unimed Cuiabá | Edição 02 | Novembro de 2008 Análise das evidências sobre a Tonometria ocular: Não existem evidências para recomendar contra ou a favor do screening para glaucoma com tonometria ocular. O screening pode detectar precocemente o glaucoma e o tratamento precoce do glaucoma diminui a incidência de defeitos visuais, PORÉM não se sabe se o screening populacional diminui perdas visuais ou melhora a qualidade de vida da população. A acurácia da tonometria é semelhante a outros métodos, em torno de 85% (NE 3; GR C) Diretrizes informam que não há recomendação para screening de glaucoma para pacientes com até 64 anos de idade (NE 3; GR C), exceto em pacientes de alto risco. Algumas diretrizes indicam o screening para glaucoma a cada 2 anos para pacientes com 65 anos de idade ou mais e anualmente se houver risco aumentado. Os pacientes de alto risco são aqueles com pressão intra-ocular aumentada, história fa- miliar, negros, diabetes, miopia, uso crônico de corticoesteróides ou lesão ocular prévia. As associações de classe recomendam o exame como rotina a cada dois anos para pacientes dos 18 aos 60 anos e anual para pacientes com mais de 60 anos. Estes intervalos são mais curtos para pacientes de alto risco. Em pacientes com suspeita de glaucoma ou com diagnóstico definido, a tonometria ocular deve ser realizada (NE 2; GR A). Tonometria faz parte da rotina de seguimento. A Periodicidade depende da fase do tratamento. - Semanal nos pacientes em tratamento (até estabilização da pressão) - Mensal no paciente que estabilizou recentemente - Mensal na doença grave - A cada 2 meses na doença moderada - A cada 4 meses em doença leve Filtro: Liberar automaticamente para pacientes com diagnóstico ou suspeita de glaucoma ou glaucoma congênito. Não limitar por sexo. Limitar por idade: - <20 anos: auditoria - 20 aos 29 anos: cada 3 anos - 30 aos 64 anos: cada 2 anos - Acima de 65 anos: anual EXPEDIENTE Recomenda-se atenção aos pacientes considerados de alto risco, no momento da liberação por auditoria, já que não há estudos evidenciando a periodicidade ótima para estes casos. Boletim Informativo da Comissão Técnica da Unimed Cuiabá Conselho de Administração Presidente: Kamil Hussein Fares Vice-presidente: Cetímio Vieira Zagabria Diretor financeiro: Roberto de Sabóia Bicudo Diretor secretário: Erleno Pereira de Aquino Diretor de mercado: Rubens Carlos de Oliveira Júnior Comissão Técnica Ademir Capistrano Pereira, Augusto César Regis de Oliveira, Eloar Vicenzi, João Bosco de Almeida Duarte, Nadim Amui Júnior e Salvino Teodoro Ribeiro Comitê Educativo Ayrdes Benedita Duarte dos Anjos Pivetta, Sandoval Carneiro Filho, Zuleide A. Félix Cabral Comissão de defesa profissional e cooperativismo Vivaldo Naves de Oliveira, Rodney Mady, Miguel Angel Claros Paz Conselho fiscal Antônio Carlos de Carvalho Reiners, Luiz Augusto C. Menechino e Salim Joandat Salim Caro cooperado É com muita satisfação que apresentamos mais um número do informativo evidências, trazendo novos estudos, parametrizações e diretrizes clínicas. Dando sequência ao propósito de informar e divulgar aos cooperados o que se tem de consenso à respeito principalmente em relação a novas técnicas, procedimentos ,materiais e medicamentos. Nesta nova publicação abordaremos alguns temas de interesse dentro de algumas especialidades. Vale ressaltar que a escolha dos mesmos se dá pela necessidade e pelas demandas que são trazidas à comissão técnica seja por solicitações realizadas por cooperados e/ou pela importância dos mesmos. Por fim esperamos contribuir para o fortalecimento do nosso sistema compartilhando estas informações de fundamental importância para o bom seguimento dos nossos trabalhos. Comissão Técnica Unimed Cuiabá Produção: Pau e Prosa Comunicação (65) 3664 3300 www.paueprosa.com.br [email protected] www.unimedcuiaba.com.br / [email protected] Tel: (65) 3612 3100 / Central 24 horas: 3612 3001 |1 Embolização para tratamento de Leiomiomas Uterinos Descrição Os Leiomiomas uterinos são os tumores ginecológicos benignos mais prevalentes; tipicamente diagnosticados ao final do período reprodutivo e presentes em até 40% das mulheres com idade de mais de 40 anos. Sua regressão espontânea tende a ocorrer durante a menopausa, provavelmente como resultado da redução da produção hormonal ovariana. Os Leiomiomas podem ser assintomáticos ou causar sangramento uterino prolongado e volumoso, dor e desconforto além de subfertilidade. O tratamento dos leiomiomas é, geralmente, reservado às mulheres sintomáticas e para mulheres que planejam gestação e que portem leiomiomas volumosos ou que destorçam a cavidade uterina. A embolização das Artérias uterinas é um procedimento no qual, através de uma via transcutânea, uma Artéria femoral é cateterizada com, posterior cateterização das Artérias uterinas, para a administração de material embólico (partículas de polivinilálcool – PVA – ou microesferas de Trisacrilgelatina) com conseqüente devascularização e involução do leiomioma. O presente documento objetiva avaliar a efetividade e segurança do tratamento com embolização das Artérias uterinas, em relação aos tratamentos tidos como padrão (histerectomia, miomectomia), em pacientes com indicação de tratamento cirúrgico para Leiomioma uterino. Perguntas O tratamento com embolização de Artéria Uterina leva a maior chance de resolução dos Leiomiomas Uterinos em relação ao tratamento cirúrgico com Miomectomia ou Histerectomia? Há melhor qualidade de vida associada ao tratamento com embolização? Qual seu impacto econômico? Conclusões do Parecer O tratamento para leiomioma com embolização, em relação ao tratamento com histerectomia ou miomectomia, leva a diminuição do tempo de procedimento (NE 1b), diminuição do tempo de hospitalização (NE 1b) e diminuição do tempo para retorno às atividades usuais da paciente (NE 1b) – embora, em relação à miomectomia, estas diferenças tenham magnitude menor do que em relação à histerectomia. Em relação à miomectomia e à histerectomia, o tratamento com embolização gera maior necessidade de re-tratamentos (com nova embolização ou com cirurgia), pelo maior risco de persistência / recorrência de sangramentos após este procedimento (NE 1b). Mesmo com as diferenças observadas, entre estes 2| Recomendações do Parecer Em mulheres com indicação de tratamento invasivo para leiomioma e que desejam gravidez posterior, não recomendamos o tratamento com embolização em detrimento do tratamento com miomectomia (NE 1b). Nos demais casos, a embolização é uma alternativa terapêutica; entretanto, como há maior necessidade de re-tratamentos após esta abordagem , e como o impacto em qualidade de vida e a segurança são similares para as estratégias disponíveis (miomectomia, histerectomia, embolização) (NE 1b), o custo relacionado a estes procedimentos tem importante peso na determinação da padronização do tratamento a ser empregado para leiomiomas uterinos. Nucleoplastia Conceitos: Lombalgia crônica por doença degenerativa discal – Estima-se que até 80% dos indivíduos tenham apresentado dor lombar durante a vida. Entre as causas mais comuns de dor lombar, encontra-se a dor oriunda do disco vertebral (discogênica). O sintoma doloroso é devido à combinação de pressão mecânica e inflamações locais, associadas, ou não, à irritação das estruturas nervosas. A hérnia que não causa compressão importante é denominada de hérnia contida. A hérnia extrusa é quando da ruptura do anel fibroso e extravasamento do conteúdo interno do disco leva a compressão mais importante dos tecidos adjacentes ou à compressão radicular, que dá origem à dor irradiada para os membros inferiores. Para os pacientes que não respondem ao tratamento conservador, medicamentoso e fisioterápico, várias terapias intradiscais foram desenvolvidas nos últimos 40 anos, visando reduzir a pressão no interior do disco intravertebral (descompressão). As chamadas minimamente invasivas, são realizadas por vias vídeo-endoscópicas ou por técnicas percutâneas. Entre as técnicas percutâneas, muitas vezes realizadas ambulatorialmente, encontram-se a discectomia a laser, anuloplastia eletrotermica intradiscal (IDET) e a nucleoplastia. Síntese da evidência disponível: diferentes procedimentos para tratamento de leiomioma uterino, a qualidade de vida da paciente, após até 24 meses do tratamento, é melhorada de forma similar por ambos (NE 1b). Para mulheres com indicação de tratamento invasivo para leiomiomas e que desejam engravidar posteriormente, o tratamento com miomectomia preserva esta possibilidade com maior freqüência que o tratamento com embolização (NE 1b). Não há estudos de custo realizados que possam ser extrapolados para o cenário brasileiro. Em pacientes com lombalgia discogênica, a nucleoplastia percutânea, produziu os seguintes efeitos: • A nucleoplastia percutânea que usa a termocoagulação intradiscal por radiofreqüência à 70 graus centígrados, por 90 segundos, não é efetiva para redução da dor lombar discogênica crônica. • O aumento no tempo de duração da termocoagulação por radiofreqüência não melhorou a eficácia de nucleoplastia. As duas intervenções reduziram a intensidade da dor pelo prazo de um mês. Não sendo indicado como modalidade terapêutica de longo prazo. Ementa: A nucleoplastia é um procedimento ainda considerado experimental, apesar d existência de inúmeros trabalhos científicos a respeito, tendo em vista não fazer parte das Diretrizes CFM/AMB nem ter sido submetida ao rito estabelecido na Resolução CFM nº 1609/00. |3