O MÉTODO PILATES (SOLO E BOLA) COMO TRATAMENTO PARA

Propaganda
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
O MÉTODO PILATES (SOLO E BOLA) COMO
TRATAMENTO PARA LOMBALGIAS DECORRENTES DE
ESCOLIOSES E HÉRNIAS DE DISCO
Alline Alvarenga
SÃO PAULO - 2007
2
SUMÁRIO
1– INTRODUÇÃO
1.1– Objetivos
2 – REVISÃO DE LITERATURA
2.1 - Aspectos Anatômicos e Biomecânicos da Coluna Vertebral
2.1.2 - Aspectos Fisiológicos e Fisiopatológicos da Coluna Vertebral
2.1.3 - Lombalgia e Escoliose
2.1.4 - Controle Postural
2.1.5 - Lombalgia e hérnia de disco
2.1.6 - Diagnóstico e Sintomas
2.1.7 - Formação da Hérnia de Disco
2.1.8 - Tratamento
2.1.9 - Orientação Postural
2.1.10 - Alongamentos
2.2 – PILATES
2.2.1 - História
2.2.2 - Princípios Básicos do Pilates
2.2.3 - Descrição das Técnicas e Equipamentos
2.2.4 - Sobre os Benefícios
2.2.5 - Exercícios Indicados
3.0 – CONCLUSÃO
4.0 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
3
Título: O método Pilates (solo e bola) como tratamento para lombalgias
decorrentes de escolioses e de hérnia de disco
Introdução
De acordo com LEMURA & Von DUVILLARD (2006) as lombalgias
representam um problema de larga escala que se tornou um fator de incapacitação
funcional em nossa sociedade. Segundo CASAZZA, YOUNG & HERRING (1998), a
dor lombar é a principal causa de incapacitação em peso as com mais de 45 anos de
idade. A dor lombar é a principal causa de afastamento do trabalho, ultrapassando o
câncer, AVC e HIV (IMAMURA, 2001). ANDERSSON in IMMURA (2001), enuncia
ainda que a incidência em homens parece ser igual das mulheres, porém, as ultimas
queixam mais de dor lombar após 60 anos, talvez em decorrência da osteoporose.
Apesar disso as causas da lombalgia continuam desconhecidas em pelo menos 85%
dos casos (DEYO & WEINSTEIN, 2001).
DEYO in LEMURA & Von DUVILLARD (2006) estima que 70% dos indivíduos
com lombalgia mecânica serão acometidos com entorse/distensão lombar e apenas
4% com hérnia de disco. A hérnia de disco e a condição na qual o núcleo pulposo
(porção central gelatinosa) do disco intervertebral é empurrado através do anel fibroso
causando intensa dor nas costas e possivelmente dos membros inferiores devido à
irritação da raiz nervosa, constituindo-se numa das principais causas de dor lombar
(CECIL, 1992).
A hérnia de disco é causada pelo processo de protusão do disco intervertebral
por rompimento de suas fibras. O próprio disco pode pressionar as raízes ou
ramificações nervosas no canal vertebral repercutindo em dor aguda ou crônica
(SAMARA, 1985).
A probabilidade de um adulto sofrer de dor lombar é de aproximadamente 80%
A 85%; destes apenas 15% procuram tratamento médico. O possível “descaso” ou
despreocupação estende-se também para praticantes de atividades físicas regulares.
OLIVA & cols. (1998), em seu estudo sobre lesões e musculação, constatou que
metade dos praticantes já treinou sentindo dor e muitos deles não comunicaram o fato
ao treinador. Além disso, em alguns casos, o aluno não teve alteração de treino
mesmo após o conhecimento do treinador. Nesse estudo as lesões da coluna lombar e
músculos dorsais ocupavam o segundo lugar no ranking (13%), perdendo apenas para
acometimentos relacionados ao ombro (28%), por ser a articulação de maior grau de
4
liberdade. Os autores ressaltaram como principal conseqüência das lesões o
abandono ou afastamento da atividade e a adesão a programas de tratamento para se
recuperar. Torna-se evidente, portanto, a importância do conhecimento das lombalgias
e dos treinamentos específicos para tratar e/ou amenizar o problema, para que o
educador físico possa contribuir com a população mostrando-se competente acerca
dessa questão.
Segundo HALDEMAN (1990) “existe agora uma quantidade convincente de
pesquisa demonstrando que o exercício de fortalecimento, juntamente com o
aprimoramento da aptidão cardiovascular e a restauração funcional geral, pode reduzir
a incapacitação e, possivelmente a dor nos pacientes com lombalgia crônica”. Após
uma década DEYO (2001) e RAINVILLE (1997), verificaram que um programa de
exercícios estruturado e corretamente elaborado era capaz não apenas de promover
retorno à função como realmente reduzir a dor. Para a medicina isso representa uma
“mudança de paradigma” visto que, até então, pacientes com lombalgia deveriam
permanecer em repouso e tratamento passivo, evitando a dor (KUHN, 1970). Fica
claro que o exercício físico bem orientado deve fazer parte da rotina de tratamento de
pacientes com lombalgia e desvios posturais.
O profissional de educação física deva prescrever um programa de atividades
levando em conta a sobrecarga de determinado exercício na coluna vertebral e a
eficiência do mesmo na redução da dor e reestruturação da função. Segundo
HERRING (1991) a meta para um programa de reabilitação com atividade física deve
conter três fases com objetivos específicos para cada uma delas: fase aguda (após
fazer um diagnostico preciso o objetivo deve concentrar-se na redução da dor, com
repouso entre sessões e conteúdo teórico visando educação postural; fase de
recuperação (controlar amplitude articular, sobrecarga e tipo de exercício para evitar
uma nova lesão, restaurar os pilares do treinamento (força, flexibilidade e
condicionamento aeróbio, bem como propiocepção; e, por ultimo a fase de
manutenção visando retorno da função normal da estrutura lesionada e inclusão de
atividades específicas da vida diária do individuo (treinamento funcional).
GLADI (1990) ressalta ainda a importância de incluir no programa de educação
física escolar conteúdos práticos e teóricos ligados à avaliação e educação postural.
Essa preocupação é de fato relevante visto que a idade ideal para reconhecimento e
tratamento das alterações da coluna vertebral é de 12 anos. Além disso, a coluna
vertebral de púberes e pré-puberes é muito flexível adaptando-se facilmente á
5
posições inadequadas (LAMOTTE, 2003). Esses vícios posturais podem levar á
alterações funcionais da coluna.
É de suma importância o diagnostico e intervenção precoces nos casos de
alterações posturais ou queixas de lombalgia. Ainda em LAMOTTE, 2003 afirma-se
que o diagnostico tardio pode trazer conseqüências graves de cunho estrutural,
funcional, estético e psicológico.
Além destes existem inúmeros outros argumentos que mostram a importância
do tema para a área da saúde. No corpo de conhecimentos da educação física e de
real importância teórica e de inevitável aplicação pratica, visto que a cada dia cresce o
numero de pessoas que procuram na atividade física, personalizada ou não, a
correção, atenuação da dor e retorno da função provocada por alterações posturais.
A procura por atividades físicas com o intuito de amenizar a dor ou previní-la é
cada vez maios. Nesse âmbito as atividades conhecidas como Body Mind tem
ganhado espaço no mercado e, trazem consigo o apelo da mente e corpo em
harmonia. Atividades como alongamento, yoga, tai chi chun, ginástica postural e
pilates estão cada vez mais em destaque e com novos adeptos.
O método Pilates, criado pelo alemão Joseph Pilates, é uma forma de
condicionamento físico que pode contribuir muito nos casos de desvios posturais,
como a escoliose, e de hérnias de disco. Pilates é um método de treinamento físico
que interage o corpo e a mente, restaura o corpo elimina as dores musculares, amplia
a capacidade de executar movimentos, aumentando o controle, a força, o equilíbrio
muscular e a consciência corporal. Trabalha o corpo como um todo, corrige a postura
e realinha a musculatura, desenvolvendo a estabilidade corporal necessária para uma
vida mais saudável e longeva (CAMARÃO, 2004).
Todos os exercícios são realizados respeitando o alinhamento postural e
promovem o conhecimento e a consciência corporal. Caberá ao professor, como em
qualquer outra atividade, analisar a sobrecarga do exercício para a coluna,
respeitando a individualidade de cada aluno.
Objetivo
O objetivo do presente trabalho é rever as características proeminentes da
lombalgia e defender o papel da atividade física em seu tratamento enfatizando curvas
6
laterais da coluna em relação ao plano mediano (escoliose) acompanhadas ou não de
herniação. Pretende-se também mostrar ao profissional da área de educação física a
importância sobre o conhecimento das dorsalgias de forma mais minuciosa e
específica pra que ele possa atuar de forma eficaz e segura, prescrevendo
treinamentos individualizados através de prévio diagnostico ou avaliação de cada
aluno. Nesse espectro envolver o treinamento através do método Pilates na prevenção
e no tratamento dessas patologias, evidenciando o que é o método, quais são os
fundamentos e quais exercícios podem ser utilizados no caso de escoliose e hérnia de
disco lombar.
A revisão de literatura concentrar-se-á nas lombalgias causadas devido à:
escoliose estrutural ou funcional, hérnias de disco lombares, fraqueza dos músculos
posturais e tratamento através de exercícios físicos (orientações posturais), tais como,
o pilates.
Anatomia e Biomecânica da Coluna Vertebral
“Em primeiro lugar, a estrutura da coluna vertebral deve ser conhecida, pois
esse conhecimento é necessário em muitas doenças”.
HIPÓCRATES
A coluna vertebral consiste de 33 vértebras (24 são móveis), sendo: 7
cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e 4 coccígeas; no adulto, as vértebras
sacrais unem-se no osso sacro e as vértebras coccígeas formam o cóccix (SPENCE,
1991). Didaticamente a coluna é formada por 24 vértebras, o sacro e o cóccix
(SANTOS 1988). O interesse e a curiosidade sobre a coluna vertebral sempre fora
despertado devido à sua mobilidade funcional e as suas funções “aparentemente
antagônicas”. Ward, um contemporâneo de Darwin, considerava a coluna vertebral
[como] “uma extraordinária peça de um mecanismo; suficientemente forte para
suportar pesos altíssimos, porém flexível e elástica;... compacta, para ser leve, porém
capaz de suportar... choques, distensões e contorções de considerável violência: essa
coluna... executa funções aparentemente incompatíveis”.
Segundo KNOPLICH
(1986), (apud in FREUDENHEIN, 1993) a coluna vertebral desempenha duas funções
antagônicas e centrais para o comportamento motor humano sendo ela o eixo de
movimentação e, ao mesmo tempo, o eixo de sustentação do corpo (além de proteger
a medula). O autor afirma ainda que a complexidade da coluna vertebral pode ser
7
explicada por essa razão. Torna-se evidente a importância o conhecimento da coluna
e suas variantes pelos profissionais que lidam com o movimento para que estes
possam aperfeiçoar e proteger suas funções.
A coluna desempenha três funções básicas: proteção, apoio e locomoção.
Trata-se de uma bainha protetora para a medula espinhal e as raízes nervosas e
proporciona uma base para as costelas e o esqueleto apendicular, ao mesmo tempo
em que permite um alto grau de flexibilidade para a adaptação postural e o
movimento. (HERRING, 1991).
De acordo com FREUDENHEIN (1993), apud in BARROS (2002), a unidade
funcional da coluna é um sistema móvel acoplado que consiste em segmentos moveis
de duas vértebras interpostas pelo disco intervertebral.
Sabe-se que com a musculatura removida a coluna de um cadáver sustentará
apenas 1,8Kg a 2,3Kg antes de sofrer colapso (PANJABI et al, 1989). Portanto para
sustentar uma quantidade substancial de peso os músculos e ligamentos terão que
estabilizá-la. Múltiplos ligamentos proporcionam uma estabilidade passiva à coluna
vertebral. Habitualmente são identificados como estruturas separadas mas apesar
disso estão entrelaçados a ela e formam uma malha contínua destinada a
proporcionar apoio estático. Os principais ligamentos da coluna são o ligamento
amarelo (LA), o ligamento longitudinal anterior (LLA), o ligamento longitudinal posterior
(LLP) e o ligamento interespinal (LIE) que sofre um espessamento posterior e se
transforma no ligamento supra-espinal (LSE) e no ligamento intertransverso (LIT).
Como todo ligamento, os ligamentos da coluna vertebral estão suscetíveis à
distensões e podem estar envolvidos em muitas lesões com entorse na região lombosacral, a qual daremos mais ênfase nesse trabalho de revisão.
Os músculos do dorso e suas inserções tendinosas desempenham importante
função na manutenção da estabilidade, equilíbrio e movimentação da coluna vertebral
e participam ativamente dos mecanismos de absorção de cargas, protegendo assim a
estrutura da coluna vertebral (PEREIRA, 2006). As principais estruturas anterolaterais
incluem o quadrado lombar, o íleo-psoas e os músculos abdominais; os posteriores
incluem a camada intersegmentar profunda (multifídos, rotadores e semi-espinais), a
camada intermediária (interespinal e intertrasversários) e a camada superficial do
eretor das espinhas (espinal, iliocostal e longuíssimo). A fáscia toracolombar (FTL) é
uma estrutura essencial para a estabilidade das costas e funciona como um
amplificador da força gerada pelos músculos eretores (GUYTON, 1984). Essa fáscia
8
conecta as extremidades superiores e inferiores. O tronco deve estar reforçado para
poder proporcionar apoio estrutural e atividade locomotora ao esqueleto apendicular.
O sistema torna-se, ao mesmo tempo, altamente integrado e independente. Fica claro,
assim, a vital importância de um tratamento preventivo de fortalecimento ótimo tanto
do dorso quanto das pernas e dos braços (esqueleto apendicular), visando proteção
e/ou retorno da função e prevenção das lesões. A musculatura abdominal e
paravertebral forma, portanto uma “cinta” responsável pela estabilização dorsal. Com a
musculatura fortalecida e preparada o individuo terá uma postura estática favorável
para a coluna e poderá, através da contração muscular, limitar o alongamento e a
compressão exagerados dos discos intervertebrais; os músculos agiram no sentido de
controlar e minorar a sobrecarga transferida para as vértebras e para o disco
absorvendo melhor as cargas externas. Segundo PEREIRA, (2006) a estabilidade
pode ser entendida de acordo com a terceira lei de Newton, onde cada ação gera uma
reação de mesma intensidade e sentido mas de direção oposta. Quando se trata da
coluna a reação é absorvida pela musculatura tornando-se necessária o fortalecimento
da mesma para aprimorar e proteger as funções da coluna sadia. O profissional
enfrenta, entretanto, uma ambigüidade pois o mesmo exercício que fortalece os
músculos posturais pode lesionar a estrutura a qual protege. Para isso é fundamental
o conhecimento acerca da coluna vertebral, suas patologias, diferenças anatômicas e
sobrecarga dos exercícios para que o profissional que lida com o movimento possa
individualizar seu programa de treinamento e/ou reabilitação.
Existem, como já fora mencionado, 24 discos intervertebrais; os discos
intervertebrais encontram-se ao longo de toda coluna exceto entre a primeira e a
segunda vértebra. Os dois componentes básicos da estrutura do disco são: o anel
fibroso (parte externa) e o núcleo pulposo (parte interna), formando uma articulação
cartilaginosa; falarei sobre os componentes do disco e de sua capacidade funcional de
absorção de choques. O disco intervertebral deve ser capaz de suportar as forças das
cargas mecânicas em seis direções: compressão axial, distração (separação), flexão,
extensão, deslizamento multidirecional e cisalhamento rotacional. É altamente
provável que a combinação de rotação e flexão venha a lesionar o disco. Mais uma
vez fica evidente a importância de quais são os exercícios e quais sobrecargas eles
geram, evitando rotação simultânea à flexão dependendo de fatores como: indivíduo,
aptidão, carga e período do treinamento. O disco vertebral tem capacidade de
deformação e recuperação rápidas quando é submetido a forças externas de curta
duração, como um salto vertical, por exemplo. Porém se o disco for submetido a uma
9
carga por um período prolongado ele pode assimilar aquela deformação, devido ás
suas propriedades viscoelásticas (presença de proteoglicanos). Isso ocorre, por
exemplo, quando o individuo passa muito sentado, e casos de obesidade, gravidez ou
levantamento excessivo ou incorreto de pesos (NORRIS, 2000) e (WATKINS, 1999).
As vértebras conferem aproximadamente 75% a 80% da altura da coluna
vertebral com cerca de 20% a 25% sendo devido à espessura do disco intervertebral.
(LEMURA, 2006). Cabe ressaltar que com o envelhecimento o disco fica desidratado e
menos elástico acarretando em diminuição da altura e, conseqüentemente diminuição
da capacidade de acumulo de energia e distribuição da carga. (FREUDENHEIN, 1993
in PEREIRA, 2006).
Enfatizando apenas a anatomia da parte inferior da coluna vertebral, numa
vértebra lombar o corpo é mais largo e espesso; o processo espinhoso é curto e
áspero se comparados com outras regiões. O processo articular superior é mais
voltado para dentro do que posteriormente enquanto o processo articular inferior é
mais voltado para fora do que anteriormente com a finalidade de manter as vértebras
unidas a fim de impedir sua rotação. A coluna lombar possui 5 discos com uma
espessura média de 9mm. Os discos lombares são mais espessos anteriormente e
mais finos posteriormente, de conformidade com a lordose da parte inferior da coluna
vertebral, que pode predispô-los a uma lesão posterior e a tendência em herniar de
ambos os lados do LLP; de acordo com IMAMURA (2001), os discos L4-5 e L5-S1,
herniam mais comumente, apesar de todos eles poderem apresentar sinais de
degeneração e desidratação. A mobilidade da coluna cervical e lombar aumenta o
desgaste das estruturas da coluna; isso explica o maior numero de indivíduos com
queixas nessa região (SANTOS 1988).
As vértebras conferem aproximadamente 75% a 80% da altura da coluna
vertebral com cerca de 20% a 25% sendo devido à espessura do disco intervertebral.
(LEMURA, 2006). Cabe ressaltar que com o envelhecimento o disco fica desidratado e
menos elástico acarretando em diminuição da altura e, conseqüentemente diminuição
da capacidade de acumulo de energia e distribuição da carga. (FREUDENHEIN, 1993
in PEREIRA, 2006).
A coluna vertebral está exposta a cargas que variam conforme o peso corporal,
a atividade muscular, a posição assumida e às cargas externas. Além disso, a
distribuição da carga ao longo da coluna vertebral não é homogênea (BARROS,
2002). Sabe-se que apesar de parte da carga ser transferida para a região pélvica, a
10
região lombar fica sujeita às maiores cargas se comparada à região cervical e torácica.
Mais uma vez torna-se claro a importância de conhecer as lombalgias e seus
acometimentos pelo profissional que lida com o movimento. Há evidencias reais de
que existe diferença de pressão no próprio disco dependendo da posição assumida
pelo corpo (FREUDENHEIN, 1996).
É importante manter uma postura que se aproxime da linha gravitacional para
não sobrecarregar a coluna (PEREIRA, 2006), pois a própria manutenção de posturas
inadequadas por um longo período de tempo pode significar aumento da sobrecarga
imposta a alguma estrutura corporal (TEIXEIRA & VANÍCOLA, 2001). Quando estas
sobrecargas são de grande magnitude e/ou freqüência o aparelho locomotor pode
sofrer danos (como desvios posturais funcionais, hérnias de disco e outros
acometimentos que levam à lombalgia crônica). PANJABI (1997), afirma que as dores
ocorrem principalmente na região lombar porque esta região da colina suporta cargas
geradas pelo peso corporal superposto, interagindo com forças adicionais geradas por
levantamento de pesos e outras atividades que envolvem forças poderosas dos
músculos lombares. È importante, decorrente disto, verificar quais são as posturas
corporais e os exercícios físicos que geram maior sobrecarga para a coluna lombar,
para que o educador físico possa atuar na prevenção das lombalgias.
Ao
sentar-se
a
pressão
no
disco
intervertebral
lombar
aumenta
significativamente quando, a pessoa inclina o tronco a frente e trabalha sem apoiar os
membros superiores. A menor sobrecarga no disco lombar é verificada na posição
sentada com o apoio das costas e uma inclinação de 120º e quando há, além disso,
um suporte específico pára a coluna lombar de 5 centímetros. (ANDERSSON, 1997).
Já na posição em pé , há u8m aumento da sobrecarga em relação à posição deitada
esta é maior ainda quando ocorre uma inclinação do tronco à frente ao carregar-se um
peso. Segundo PANJABI (1990) em situações onde a posição em pé deve ser mantida
inevitavelmente por alguns minutos, uma das pernas deva estar apoiada numa
superfície a alguns centímetros do chão. Nesta posição ocorre uma flexão do quadril
e, conseqüentemente, a redução da tensão do músculo psoas e da lordose lombar,
resultando numa menor compressão da coluna lombar. (TEIXEIRA & VANÍCOLA,
2001). Ainda no estudo de PANJABI (1990) quando se carrega um peso longe do eixo
principal do corpo, o braço de alavanca para a realização do movimento aumenta,
gerando em contrapartida maio sobrecarga nos discos lombares para que o
movimento seja realizado. Desta forma, ao carregarmos cargas externas, devemos
11
aproximá-las do eixo de rotação (corpo), diminuindo assim a sobrecarga imposta à
coluna lombar.
NACHEMSON (1981), em seu estudo a respeito das forças internas a que
estão expostas os discos intervertebrais lombares em diferentes posturas, também
conclui que posturas como: sentado com o tronco inclinado à frente ou sentado com
os braços estendidos à frente geram um torque (sobrecarga) superior a posturas como
em pé ou em pé com o tronco inclinado a frente. Ele mediu também o comportamento
do torque em diferentes exercícios físicos. Quando o indivíduo permanece sentado
com o tronco inclinado à frente a pressão na região lombar é maior do que sentado
com as vértebras alinhadas. Ao sentar com o quadril em anteversão o individuo
elimina a lordose lombar fisiológica gerando maior compressão intervertebral e
geralmente com a inclinação da cabeça para frente gera uma cifose exacerbada na
região cervical. A posição que gerou menor carga para a coluna com exceção da
deitada, foi a de pé com alinhamento das vértebras.
Sobrecarga no terceiro disco lombar durante várias posições e atividades
Atividade
Sobrecarga (N)
Permanecendo em pé
700
Andando
850
Flexionando o tronco lateralmente
950
Sentado ereto, sem suporte
1000
Tossindo
1100
Ex abdominal isométrico
1100
Saltando
1100
Rindo
1200
Hiperextensão ativa da coluna, pronada
1500
Ex. abdominal com as pernas estendidas
1750
Ex. abdominal com as pernas flexionadas
1800
12
Flexionar o tronco 20 graus com 10 kg
1850
em cada mão
Levantamento de 20 Kg, coluna reta,
2100
joelhos flexionados
Levantamento de 20 kg, coluna
3400
flexionada, joelhos estendidos
Quadro 1: sobrecargas do disco lombar (adaptado de Panjabi, 1990)
Em relação à mobilidade da coluna vertebral, percebe-se que ao movimentar a
cabeça, o pescoço e o tronco, pode-se notar que os graus de liberdade de movimento
são limitados e que diferem em cada segmento da coluna vertebral. Devido à
orientação das facetas as articulações cervicais permitem que movimentos de flexão,
extensão, flexão lateral e rotação sejam efetuados. Já a região torácica permite flexão
lateral e rotação, mas pouca flexão e extensão. De acordo com NORSON (2006), as
regiões cervical e lombar apresentam maior propensão à lesão devido à maior
mobilidade dessas regiões. As características anatômicas da região lombar permitem
movimentos de flexão, extensão e flexão lateral, mas quase nenhuma rotação.
Segundo TEIXEIRA (1993), movimentos com flexão e rotação da coluna vertebral, se
forem executados com muita freqüência, velocidade ou cargas elevadas, apresentam
alta probabilidade de lesionar o disco.
Por existirem essas diferenças na mobilidade das regiões da coluna vertebral,
durante os alongamentos as regiões mais móveis podem ser super solicitadas,
principalmente nas regiões onde se passa de um tipo de vértebra para outro
(BALDINE, 1991 apud in FREUDENHEIN, 1993). Portanto, a amplitude do movimento
deve ser limitada através da contração muscular nestes locais de maior risco.
Aspectos Fisiológicos e Fisiopatológicos da Coluna Vertebral
No plano sagital a coluna vertebral apresenta curvas fisiológicas nas regiões
cervical e lombar, de décima a vigésima, aproximadamente, denominadas lordose
(SANTOS, 1988) e cifose na região torácica, sendo que as mesmas têm convexidades
opostas. A presença dessas curvas oferece o equilíbrio adequado do tronco
(PEREIRA, 2006).
13
A definição de uma boa postura não pode ser padronizada ou estabelecida
através de normas, pois ela varia devido à ação do meio ambiente, das experiências
anteriores de movimento, dos aspectos psico-afetivos, das condições anátomofisiológicas (sexo, raça, idade) e também pode ser determinada pelo componente
cultural. Daí conclui-se que, a observação dos aspectos posturais não pode levar em
consideração apenas músculos, ligamentos e articulações (TEIXEIRA, 1990 apud in
TEIXEIRA, L R, 1993).
Uma boa postura pode ser definida como uma atitude onde os segmentos
corporais ocupem a posição mais próxima possível da posição de equilíbrio mecânico,
oi ainda, que estes segmentos estejam equilibrados na posição de menos esforço e
maior sustentação (PEREIRA, 2006). Pode-se afirmar ainda que todas as posturas da
coluna vertebral sejam estáticas ou dinâmicas, estão em constante equilíbrio para o
determinado estado funcional a que se encontra submetida, sem nenhuma
sintomatologia referida ou sinal observado, decorrente naturalmente da perfeita
atividade muscular consciente e inconsciente (LIANZA, 1982). A boa postura “é um
estado de equilíbrio musculoesquelético que protege as estruturas de sustentação do
corpo em relação a lesões ou deformidade progressiva” (WILLIAM & SANDERES,
2003).
De acordo com TEIXEIRA (1993), as causas de alterações posturais são
inúmeras e, quase sempre estão aliadas à fatores como: atividades físicas básicas
insuficientes no desenvolvimento, deficiência protéica na alimentação, alterações
respiratórias,
vícios
posturais,
excesso
de
peso
corporal,
alongamento
ou
encurtamento muscular exagerados, anomalias ósseas congênitas ou adquiridas e
problemas de ordem psíquica (muitas vezes inconscientes). Essas alterações, por sua
vez, geram diversas conseqüências, tais como: problemas no equilíbrio, alterações
nos discos intervertebrais, alterações torácicas e, conseqüentemente na mecânica
respiratória, dores generalizadas nas costas, alterações estéticas e funcionais.
As alterações posturais são denominadas: cifoses, lordoses e escolioses. A
cifose é o aumento da curva posterior convexa (acentuação da curva fisiológica
existente). Tem como característica a projeção dos ombros para frente e para baixo,
projeção da cabeça à frente, inclinação pélvica anterior ou posterior, joelhos
hiperestendidos ou semiflexionados. Em termos musculares ocorre geralmente o
encurtamento dos músculos peitorais, hipotonia dos dorsais e abdominais; provoca
14
uma descida das costelas e, em conseqüência disso, tem-se uma insuficiente
amplitude torácica e bloqueio respiratório.
A lordose, por sua vez é o aumento da curvatura lordótica da região lombar
(também uma acentuação da curvatura fisiológica existente) e tem como
características a projeção da pelve e do abdome à frente (anteversão); na lordose
lombar essa anteversão está associada a um desequilíbrio dos músculos abdominais
e glúteos, que estão enfraquecidos, ao passo que a musculatura lombar encontra-se
encurtada. A lordose pode ser considerada um dos principais fatores de lombalgias.
Lombalgia e escoliose
O tremo escoliose vem do grego, Skoliosis e é usado em medicina para
denominar qualquer curvatura lateral da coluna vertebral, que significa “uma
curvatura”; vista por trás, coluna vertebral é reta, se existe uma curvatura lateral essa
é denominada escoliose (ORTIZ, 1992). Essa curvatura vertebral foi descrita a
primeira vez por Hipócrates, no De Articulationes o Corpus Hippocratum (HEBERT &
cols, 1998).
A coluna lombar, quando observada no plano frontal, é aparentemente reta, e
qualquer desvio ou inclinação deve ser denominado escoliose. A origem das
alterações estruturais da coluna vertebral parece estar ligada ao resultado de um
conjunto de forças de pressão exercidas de maneira assimétrica sobre os núcleos de
crescimento dos corpos vertebrais, resultando, portanto, em maior crescimento ósseo
no lado submetido a menor pressão, ou um crescimento ósseo no lado submetido a
maio pressão; por conseguinte os corpos vertebrais se deformam progressivamente
(HEBERT& cols, 1998).
Segundo TEIXEIRA (1993), a escoliose é o desvio lateral da coluna, vista no
plano frontal; pode apresentar uma ou mais curvaturas laterais e determina alterações
estéticas e funcionais proporcionais à acentuação dessas curvas. A escoliose pode ser
funcional (vício postural, ciática ou emocional) ou estrutural. As últimas são
caracterizadas como: idiopática (de causa desconhecida), congênita (falha na
formação dos ossos e na segmentação), neuromuscular (poliomielite, paralisia
cerebral, distrofia muscular e outros), traumas (fraturas, cirurgias e queimaduras),
fenômenos irritativos (tumores medulares, hérnia de disco) e posturais (falsa
escoliose). Tem como características principais o desnivelamento de ombros, das
15
escápulas, a acentuação da prega lombar e a inclinação lateral da pélvis. Provoca um
bloqueio inspiratório do lado côncavo do desvio e é causa de dores generalizadas nas
costas.
A escoliose funcional também é apresentada na literatura como escoliose
móvel pois esse tipo de curva pode ser atenuado ou até mesmo desaparecer. Muitos
autores denominam algumas curvas escolióticas como curvas compensatórias ou seja,
escoliose compensatória. Ela é causada sobretudo pela existência de uma perna mais
curta que a outra e báscula pélvica, devido à contratura dos músculos dos quadris, em
abdução ou adução; quando o paciente se senta, cancelando assim a assimetria das
pernas, a curva desaparece (BRADFORD& cols, 1994).
A escoliose estrutural – também denominada escoliose fixa- é sempre
acompanhada de rotação vertebral. Os corpos vertebrais rodam em direção à
convexidade, enquanto os processos espinhosos rodam em direção à concavidade da
curva. A deformidade é fixa e não desaparece com mudanças na postura. Para
contrabalançar a deformidade primária, são formadas curvaturas secundárias
próximas (curvas compensatórias), formando um “S” ou um “S invertido”. A curvatura
primária é fixa desde o início e, por um longo período, é menos passível de correção
que as curvas secundárias. No caso de haver três curvaturas, a primária ou principal é
localizada no meio. A maioria dos casos não possui causas definidas, constituindo
assim a escoliose idiopática (BRADFORD & cols, 1994).
Em LIANZA (1992), encontramos os mesmos dados: as escolioses com
etiologia conhecida podem ser as paralíticas, que derivam das escolioses
neuromiopáticas da seqüela de poliomielite, e as congênitas, devido à má formação
tipo hemivértebras, hemifusões ou barras ósseas. As escolioses de origem
desconhecida são as idiopáticas e representam a grande maioria. Em 70% dos casos
a escoliose estrutural é iniciada por uma escoliose idiopática.
A escoliose idiopática é a mais comum de todas as formas de desvio lateral da
coluna ocorrendo durante as fases de crescimento. Em geral, é dividida em três
categorias, infantil, juvenil e adolescente, de acordo com a idade na qual a
deformidade é notada pela primeira vez (BRADFORD & cols, 1994). È importante que
os pais e os professores observem as posturas e vícios posturais adotados pela
criança, bem como a ergonomia do local que interage. Essa prática é fundamental
para evitar o surgimento de curvas funcionais e, conseqüente acomodação das
mesmas, tornando o problema mais complicado. Uma criança tímida, por exemplo,
16
pode adotar uma postura não usual, anteversão dos ombros e cabeça para baixo, o
que pode resultar numa cifose; ou ainda àquela que senta com o tronco inclinado
lateralmente na escola pode adquirir uma escoliose.
.A adolescência caracteriza-se por uma fase em que ocorre alteração
significativa, repentina e desordenada do corpo, facilitando o aparecimento ou a
acentuação dos desvios posturais. Entretanto esse período parece ser o mais
favorável para intervenção e correção dos desvios, visto que o processo de
crescimento não se encontra totalmente concluído (BRACCIALLI, 2000).
Durante o diagnostico de tratamento a morfologia serve como guia rigoroso ao
terapeuta.
Um
músculo
normalmente
alongado
permite
a
seu
antagonista
complementar efetuar um movimento de uma amplitude articular normal. Em caso de
rigidez ele impede oi acarreta o desalinhamento dos segmentos ósseos sobre o qual
se insere. Assim, uma retração do subescapular causará, durante a abdução do
ombro, uma abdução exagerada da escápula. Uma retração dos isquiotibiais
provocará, durante a elevação em extensão de um segmento inferior, numa tração
excessiva do ísquio. Uma retração dos paravertebrais acentuará exageradamente a
lordose lombar a cada tentativa de correção da lordose cervical (SOUCHARD, !998).
Cabe aqui ressaltar a importante atuação do profissional de educação física, não só
desenvolvendo um programa de fortalecimento muscular, mas também, um programa
de flexibilidade com exercícios de alongamento para prevenir esse quadro.
Controle Postural
De acordo com WOOLACOTT (1995), a tarefa do controle postural envolve o
controle da posição corporal no espaço para o propósito de estabilidade e orientação,
o que requer uma integração da informação sensorial para acessar a posição e o
movimento do corpo no espaço e a habilidade para gerar forças que controlem esta
posição.
O estudo da postura está fortemente vinculado à abordagens biomecânica e
fisiológica, ficando assim restrita ao estudo da ação de forças físicas internas e
externas sobre a postura, mas a determinação da posição do corpo no espaço
depende de diversas variáveis. Além de forças físicas temos mecanismos internos de
controle.
17
A posição bípede é mantida por mecanismos reguladores do controle postural
e sofre contínua influência da força da gravidade. Segundo TEIXEIRA (2003), a ação
dos ligamentos e as sensações proprioceptivas de tensão e relaxamento dos
músculos atuam diretamente no mecanismo de regulação do tônus. Essa contração
tônica ou tensão muscular não gera movimentos (deslocamento), e sim fixa as
articulações para manter os segmentos corporais em suas posições e oferece
oposição a tentativas de modificações. Em suma, o equilíbrio postural é mantido pela
intermitente ação dos músculos posturais (abdômen, paravertebrais, multifídos e
assoalho pélvico), deixando clara a importância de seu fortalecimento e preparo.
Teoricamente, uma linha de gravidade deve passar por determinados pontos,
mas na realidade cada indivíduo desenvolve o seu equilíbrio, podendo assim a referida
linha passar ora à frente ora atrás de determinada articulação. A atuação dos
mecanismos do tônus impõe variações de equilíbrio de indivíduo para indivíduo que
oscilam ao redor de uma posição média, constituindo assim o que chamamos de
atitude. Sendo o equilíbrio na posição ereta um desequilíbrio permanente mas
constantemente compensado, essa atitude representa a solução pessoal para o
encontro do mesmo. Todo esse mecanismo tem especial importância porque é o que
mantém um adequado ajuste de tensões musculares que permitem ao indivíduo
manter e recuperar o equilíbrio.
BASMAJIAN (1989) realizou diversos estudos com eletromiografia para
entender o comportamento dos músculos em diversos movimentos e posturas
corporais. Numa análise de postura ereta vertical do ser humano verificou-se que
alguns grupos musculares mantêm certa dureza (stiffness) que é mantida através de
uma ativação muscular constante de algumas musculaturas. Quando parados em pé a
maioria dos sujeitos requer pouca atividade e às vezes somente uma atividade reflexa
intermitente dos músculos intrínsecos da coluna. Portanto, a fadiga de manter-se em
pé não é devida a constante ativação muscular. Na posição sentada, verificou-se que
na maioria dos sujeitos, os músculos lombares estão inativos durante o sentar
relaxado, mas mostram alguma atividade no sentar-se reto e na posição em pé.
Lembrando que ao sentar-se relaxado o indivíduo retifica a curvatura anatômica da
coluna lombar, sabendo que essa atitude, se mantida por muito tempo ou com muita
freqüência, provoca cisalhamento anterior das vértebras, além de encurtamento da
loja posterior da coxa (isquiotibiais) e fraqueza abdominal. Essas posturas podem
gerar curvar de acomodação (funcional) em toda coluna.
18
A estruturação da postura depende de um grande número de reações posturais
estático-cinéticas que interagem. Elas combinem movimentos automáticos como
ajustes de alterações, reações de equilíbrio e de endireitamento. Por outro lado, o
controle postural é dinâmico e envolve numerosos tipos de padrões de movimentos
coordenados e alterações do tônus muscular. Quando falamos de controle postural
devemos falar também de controle sensorial.
Os sistemas sensoriais são um conjunto de sistemas neurais cuja função é
detectar alterações que ocorrem no ambiente e no próprio corpo, gerando informações
que permitam sua identificação e medida (AIRES, 1988). Cada um dos sistemas
sensoriais constitui um canal diferenciado para detectar uma modalidade específica da
alteração. As informações sensoriais que controlam a manutenção das posições
corporais advêm dos receptores visuais, dos receptores musculares, tendinosos e
articulares e do aparelho vestibular. (TEIXEIRA & VANÍCOLA, 2001).
Segundo TEIXEIRA (1993) os receptores visuais fornecem informações sobre
o ambiente e também sofre o próprio corpo, pois também estabelecem qual é a
posição dos olhos e, conseqüentemente, qual é a posição da cabeça e do corpo no
espaço. O aparelho vestibular, por sua vez, indica a posição do corpo em relação a
força da gravidade e a aceleração linear da cabeça e sua inclinação. Já os receptores
musculares são as fibras intrafusais, que se localizam no próprio ventre muscular, mas
são sensitivas ao estiramento muscular e sua magnitude. Os receptores tendinosos,
ou órgãos tendinosos de Golgi detectam e sinalizam a tensão num tendão e os
receptores articulares parecem atuar mais efetivamente quando ocorrem posições
extremas de flexão e extensão. Essas informações sensoriais, também chamadas de
feedback, são determinantes para a aprendizagem motora, pois é através destas
informações que o executante reconhece e compara o movimento realizado com o
movimento esperado e assim garante as correções na próxima execução deste
movimento.
Para TEIXEIRA (1993), a postura também passa por um processo de
aprendizagem. Segundo esse autor, no estágio inicial de aquisição de uma postura
ainda não há um programa motor bem formado indicando os pontos de equilíbrio entre
os músculos agonistas e antagonistas dos diversos segmentos corporais envolvidos.
Esta condição impõe um controle consciente dos graus de liberdade que fazem parte
desta postura, exigindo que toda correção seja elaborada pelos mecanismos centrais
de processamento, ou seja, através de processos cognitivos conscientes. A partir da
19
prática, o controle postural passa a ser mais automatizado e os ajustes para esta
postura são controlados abaixo do nível consciente, através de mecanismos reflexivos.
Quando um executante tem que aprender uma nova postura, como por exemplo, a
posição invertida da ginástica artística, provavelmente ele terá que passar pelo estágio
mais consciente do controle postural, pois aquela postura é ainda nova para ele.
Com relação aos mecanismos de controle postural, o profissional de Educação
Física deve conhecer quais são esses mecanismos e de que forma atuam, para poder
utilizar melhor o feedback como estratégia de aprendizagem, tanto para o ensino de
posturas de difícil execução como na melhoria do padrão da postura ereta do aluno.
Na aula de pilates a postura é o aspecto primordial para o melhor andamento e
aproveitamento dos exercícios.
É interessante observar que muitos autores da área de reabilitação (KISNER,
1998; BASMAJIAN, 1987, LEMKHUL,1989), sugerem procedimentos para percepção
sinestésica e proprioceptiva para a correção postural. Isto nada mais é do que
estimular os pacientes a executarem diferentes posições corporais e a reconhecerem,
através de sensações proprioceptivas as posições mais equilibradas, alinhadas e
confortáveis para o corpo. Neste caso, os indivíduos aprendem uma nova postura
corporal. Através da realização de diversos movimentos da coluna vertebral, o aluno
melhora sua consciência corporal e descobre os movimentos que provocam
desconforto. Outra estratégia é a execução de diversas tarefas que exijam equilíbrio
corporal e a manipulação dos receptores sensoriais envolvidos na postura como os
visuais, os táteis e os auditivos. A idéia é que o aluno passe pelo maior número de
posturas possíveis com e sem auxílio de seus sistemas sensoriais para que ele
aprenda a controlar sua postura de diversas maneiras e através de diferentes canais
de sensação. Mais uma vez o trabalho com o método pilates torna-se importante, visto
que, lida com movimentos instáveis para a coluna vertebral exigindo do aluno maior
força e flexibilidade da musculatura postural. O pilates propõe, em suas diversas
variações de exercícios, que o aluno mantenha a postura anatômica independente da
posição do corpo.
Ainda na área de reabilitação, encontram-se estudos onde o biofeedback ou
bio-retroalimentação, é utilizado no tratamento de desvios posturais como as
escolioses. Segundo BASMAJIAN (1989) biofeedback é a técnica de utilizar-se um
equipamento, usualmente eletrônico, para revelar aos seres humanos, alguns de seus
eventos fisiológicos internos, normais e anormais, através de sinais visuais e auditivos
20
de forma a ensiná-los a manipular estes eventos involuntários ou insensíveis através
da manipulação dos sinais emitidos. Para esse mesmo autor, é conservador dizer que
a estabilidade postural e os movimentos voluntários normais dependem de uma
retroalimentação cinestésica exata (que pode incluir informação proveniente tanto de
receptores tácteis como de estiramento, uma vez que é possível controlar a posição
dos membros baseando-se estritamente em sensações tácteis).
Um estudo muito interessante foi realizado por DWORKIN (1985), que utilizou
um artefato de biofeedback que proporcionava informação contínua sobre a postura
em crianças escolióticas. O artefato era composto por um circuito integrado que
produzia um tom audível quando uma postura incorreta era assumida por mais de 20
segundos. Os resultados indicaram, que a média de mudança foi de um grau na
melhoria no ângulo da escoliose medido, determinando a interrupção da progressão
do desvio. BIRBAUMER (1994), encontrou resultados semelhantes com indivíduos
cifóticos no uso do biofeedback para a minimização da curva.
-procurar evidências sobre maior probabilidade de herniação em curvar escolióticas
lombares.
Lombalgia e hérnia de disco
Hérnia discal é a herniação do núcleo pulposo através do anel fibroso,
constiuindo-se como uma das principais causas de dor lombar crônica (CECIL,
1992).Ocorre quando o material do núcleo pulposo desloca-se através da ruptura do
anel fibroso devido à fissura radial do anel (IMAMURA, 2001). Em outra palavras
ocorre quando o núcleo do disco intervertebral migra de seu local (no centro do disco)
para a periferia, em direção ao canal medular ou nos espaços por onde saem as
raízes nervosas, levando à compressão dessa raízes. De acordo com o grau de
deslocamento do núcleo, as hérnias podem ser classificadas como prolapsadas,
extrusas e seqüestradas. Em caso de hérnia prolapsada, há ruptura do anel fibroso
mas há integridade do ligamento longitudinal posterior, de modo que só o núcleo
insinua-se no ligamento. Quando o ligamento rompe-se e o núcleo pulposo
degenerado migra para o canal vertebral ocorre hérnia extrusa. Quando o material do
núcleo pulposo migra para o interior do canal rostral ou caldamente ou no interior do
forâmen, ocorre hérnia seqüestrada (HENNEMANN & SHUMACHER, 1995)
21
A hérnia de disco surge como resultado de diversos pequenos traumas na
coluna que vão, com o passar do tempo, lesando as estruturas do disco intervertebral,
ou ainda pode acontecer como conseqüência de um trauma severo sobre a coluna.
Nesse ultimo caso pode resultar de forças excessivas, exercício inadequados e/ou
vigorosos, traumas ou acidentes tais como queda ou acidentes automobilísticos,
esforços repetitivos e tensão prolongada sobre o mecanismo hidráulico ou a presença
de um anel defeituoso. Podem ser encontrados também os seguintes fatores ou a
combinação deles: esforço anormal sobre mecanismo normal, esforço normal sobre
mecanismo anormal, esforço normal sobre um mecanismo normal quando este está
despreparado para receber o esforço (movimento inesperado). Comprometimentos da
região póstero-lateral do disco representam maior ocorrência de herniação do núcleo,
por ser uma região de maior fragilidade (IMAMURA, 2001).
A maioria das hérnias ocorrem na região lombar da coluna (geralmente entre
L4 e L5 e entre L5 e S1 comprimindo as raízes L5 e S1 respectivamente. A hérnia
discal lombar é 15 vezes mais freqüente do que a hérnia discal cervical e é uma das
principais causas de lombalgia. Hérnias cervicais são relatadas em 8% dos casos
enquanto as hérnias torácicas apenas 1% a 2 %.
A protusão discal está intimamente ligada ao quadro de herniação discal
(SAMARA, 1995) e consiste do abaulamento localizado ou difuso do disco resultante
de alteração do anel fibroso (IMAMURA, 2001). A protusão e a hérnia discal são
devidas à alteração degenerativa do anel, às exigências mecânicas externas as quais
se submete e ao turgor do núcleo pulposo.
A hérnia de disco ocorre com maior freqüência no adulto jovem que no idoso,
porque embora haja ruptura do anel fibroso devido à degeneração, o núcleo ainda
conserva o seu turgor.
Diagnóstico e Sintomas
As hérnias podem ser assintomáticas, neste caso a herniação ocorre para o
centro dos corpos vertebrais que delimitam o disco (Nódulo de Schmörl) e podem ser
sintomática; neste caso, como já fora citado, as raízes nervosas que se desprendem
da medula espinhal são comprimidas gerando sintomas neurológicos, como por
exemplo, perdas motoras e sensoriais.
22
O indivíduo que possui hérnia com comprometimento das raízes nervosas
apresenta dores e parestesia, tais como: lombalgia e lombocialtalgia severas; dor
irradiada para os membros inferiores (glúteos, pernas e pés); acentuação da dor ao
tossir, espirrar, fazer esforço, ficar muito tempo em pé ou sentado e a transição das
posições deitado-sentada- em pé; formigamento ou rigidez dos membros inferiores;
debilidade muscular e atrofia em estados mais avançados e espasmo muscular.
Exames físicos (coco o da elevação da perna) e anamnese podem ser suficientes para
diagnosticar o quadro. Em caso de dúvida ou quadros críticos e avançados recorre-se
aos exames diagnósticos.
TEIXEIRA, MJ, (2001) também associa as hérnias discais com dor nos
membros inferiores. Segundo esse autor “a protusão discal causa anormalidades
neurológicas e dor lombar irradiada para os membros inferiores”. Muitos doentes
apresentam episódios de lombalgia procedendo aos de radiculagia. A dor é aguda e
intensa e a instalação intermitente. A primeira raiz sacral (S1) é freqüentemente
comprometida e gera dor irradiada da região lombar para a região glútea, face
posterior da coxa, lateral da perna, lateral do tornozelo e planta do pé. Segue-se em
freqüência o acometimento da quinta raiz lombar (L5) que gera dor na região lombar
irradiada para a face lateral da coxa e ântero-lateral da perna e dorso do pé
(BONICA,J J, 1990 apud in TEIXEIRA, M J, 2001).
Para IMAMURA (2001), há variação do grau da intensidade de dor, escoliose
antálgica, déficit motor, alteração da sensibilidade, dificuldade para flexão do tronco,
positividade do teste de elevação da perna estendida e a hiporreflexia (reflexos
miotáticos diminuídos) ou arreflexia miotática (falta dos reflexos). O sinal de elevação
da perna estendida, mais conhecido como sinal de Laségue, é considerado positivo
quando gera dor radicular até 60 graus de elevação do membro acometido estando o
doente em decúbito dorsal (KAPANDJI, 1980). Há casos em que ocorre sinal de
Laségue contra-lateral, o que indica hérnia extrusa ou seqüestrada.
A hérnia discal lombar é tida como a mais freqüente causa de lombociatalgia
mecânica. O diagnóstico é clínico em mais de 90% dos casos e pode ser confirmado
coma
tomografia
computadorizada
(TC),
ressonância
magnética
(RM)
e
eletromiografia (EMG). Estudos comparativos demonstram haver maior sensibilidade
da RM em relação à TC (MODIC et AL apud in IMAMURA, 2001).
23
Formação da hérnia de disco
As alterações puramente mecânicas que constituem a hérnia de disco são
possíveis causas de dor (assim como a compressão da raiz nervosa).
As maneiras possíveis de deformação e deslocamento de uma lâmina de
cartilagem, submetida à compressão são as seguintes:
Lâmina normal
Lâmina deformada
(compressão)
Lâmina deformada
(compressão e força
lateral=deslizamento)
As deformações e deslocamentos por compressão e força lateral são baseadas na
compatibilidade de deslocamentos da Resistência dos Materiais.
Tipos de deformações possíveis nos discos
Disco normal
Choques perpendiculares à coluna vertebral podem provocar hérnia de
deslizamento em qualquer trecho.
24
Hérnia de deslizamento
A figura acima mostra uma hérnia de deslocamento transversal (slipped disc),
provocada por esforço transversal "H" atuando simultaneamente com alta compressão "Fc"
(acidentes com efeitos bruscos). Nos trechos onde a coluna vertebral apresenta ponto de
inflexão, a força de compressão na vértebra é centrada. Assim ocorrerá um achatamento
uniforme no disco intervertebral e, por esse motivo, será mais difícil a formação de uma
hérnia nos discos situados nos pontos de inflexão C7-T1 e T12-L1. Já nos trechos onde a
coluna é curva, a tendência natural de formação de hérnia é sempre do lado da
concavidade como ocorre na coluna lombar e cervical (TEIXEIRA, 1993).
Hérnia devido à compressão excêntrica - trecho côncavo (compressão + flexão)
Essa figura representa uma hérnia na parte côncava da coluna, provocada pelo
efeito físico da flexão (Mf =Fc x d) causada pela força de compressão “Fc” (região lombar e
região cervical nas costas e região torácica na parte interna do tórax).
25
Vê-se, portanto, que a hérnia de disco é um problema puramente mecânico. Não
há "deterioração", não há "desgaste" e muito menos "erosão" da cartilagem do disco
intervertebral.
Tratamento
O tratamento constitui-se de um período inicial com administração de
analgésicos e antiinflamatórios seguido de fisioterapia. Após esse regime mais de 95%
das pessoas se recuperam e voltam a suas atividades normais. Uma pequena
porcentagem de pessoas necessita da continuidade desse tratamento além de um
tratamento adicional que pode incluir injeções (com antiinflamatórios esteróides) ou
cirurgia.
Além da fisioterapia e do tratamento farmacológico o exercício físico também é
uma forma de tratamento para o quadro e, principal meio de prevenção do mesmo.
Pacientes que apresentam sintomas graves devem permanecer em repouso no leito e
realizar apenas caminhadas curtas em intervalos regulares. A caminhada provoca uma
extensão lombar e estimula o mecanismo de produção de liquido sinovial para a
lubrificação da cartilagem, promovendo a diminuição do edema no disco e nos tecidos
conectivos.
Para pacientes que não conseguem realizar flexão repetida devemos evitar
esse movimento e enfatizar movimentos de extensão, tais como alongamentos em
decúbito ventral limitando o grau de extensão da coluna. Pode-se colocar um apoio no
tórax do aluno e ir aumentando progressivamente até ele conseguir apoiar os
cotovelos no chão. Exercícios assimétricos ou em decúbito lateral também são bem
vindos (respeitando sempre o lado do desvio), uma vez que pode ocorrer diferença de
força e flexibilidade dos membros.
Movimentos de flexão do quadril e joelhos (em decúbito dorsal, em pé,
unilaterais e bilaterais), são interessantes pois alargam os forames diminuindo a dor.
Exercícios de tração tem sido muito estudos e mostram resultados positivos devido à
grande tolerância (mesmo em pacientes em estágio agudo) com a vantagem de
aumentar os espaços intervertebrais e possivelmente reduzir a protusão do núcleo
pulposo e, conseqüentemente a pressão no disco, ou colocando tensão no ligamento
longitudinal posterior (O´SULLIVAN & SCHIMITZ, 1993).
26
Cabe ao professor ou terapeuta orientar o indivíduo sobre a percepção
postural, estabilização postural, fortalecimento e alongamento do tronco e dos
músculos posturais evitando assim a fadiga desses músculos e conseqüente
comprometimento postural. O treinamento a través do método pilates parece ser eficaz
pois tem por objetivo justamente a otimização dos fatores citados acima.
Avaliar as atividades da vida diária (AVDS) do indivíduo e verificar se elas
interferem na patologia e prover orientações posturais também é papel dos
profissionais da área. Deve-se evitar posições ou exercícios que provocam dor (esses
devem ser evitados ou substituídos por outros, progredindo gradativamente e
respeitando o limite de dor e a evolução do aluno); o indivíduo deve evitar qualquer
postura por tempo prolongado alternando posições durante o dia e incluindo exercícios
de alongamento e compensação durante o dia. Por exemplo, um indivíduo que
trabalha muito tempo digitando na posição sentada deve, primeiramente, ajustar
corretamente a cadeira e a altura do teclado e computador. Para cada 40 minutos
digitando ele deve ficar um pouco na posição em pé e realizar exercícios básicos de
alongamento no início e no final do dia.
Orientação postural
A postura é um fator importante no dia a dia, para que possamos evitar as
dores musculares e articulares. A má postura por si só causa dor, ainda mais se
estamos realizando uma tarefa em situação de má postura, dormindo em colchão
inadequado, e pior ainda, em posição incorreta. Situações no dia-a-dia podem evitar
diversos fatores que podem gerar lesões ou desvios que, juntamente com a dor,
propiciarão desconfortos e problemas futuros. A má postura pode ser evitada com
simples atitudes que serão listadas abaixo:
As figuras a seguir são adaptadas do site HTTP.// WWW.edfesportes.com.br
1. Ande o mais ereto possível, (imagine-se caminhando equilibrando um livro na
cabeça) endireite seu corpo, olhe acima do horizonte ao andar.
27
2. Evite dobrar o corpo quando, estando em pé, realizar um serviço sobre uma
mesa, balcão, bancada, levante o que está fazendo.
3. Quando estiver sentado, não cruzar as pernas, manter as costas retas, usar
todo o assento e encosto.
4. Dormir sempre de lado, com as pernas encolhidas, travesseiro na altura do
ombro, não muito macio que mantenha a distância do colchão, usar colchões
com densidade adequada a seu peso e altura. (D 23, 28, 33, etc.) Para casais,
existem colchões com densidades diferentes em cada lado.(D 28 com D 25, D
33 com D 28 etc.) Cama com estrado firme, e que não deforme com o seu
peso.
28
5. Evitar levantar pesos do chão, acima de 20 % do seu peso corporal, abaixe-se
como um halterofilista.
6. Não colocar pesos acima dos ombros e cabeça em prateleiras altas, use um
banco.
7. Não carregue bolsas pesadas inutilmente, durante o dia todo. Não carregue
bolsas de um mesmo lado, divida o peso, carregando com os dois braços.
8. Evitar torções do pescoço ou do tronco, evite assistir TV e ler na cama.
9. Evitar uso prolongado de sapatos altos, eles além de provocar dores nas
costas por interferir no centro de equilíbrio do corpo (fig. 9) e conseqüente
29
esforço muscular para equilibrar, (fig.9.a) também sobrecarregam a parte
anterior no pé, provocando (especialmente se forem do tipo "bico fino") ou
piorando o joanetes, provocando dores por sobrecarga nas cabeças dos
metatarsianos (ossos da parte anterior do pé) e também tendinites.
10. Evitar atender ao telefone ao mesmo tempo em que realiza outras tarefas,
provocando torções excessivas e desnecessárias no tronco.
11. Atente-se para as posturas em pé. Procure colocar um apoio num dos pés para
aliviar a tensão da coluna. Alterne o apoio dos pés procurando melhorar seu
equilíbrio corporal.
30
Alongamentos
Deitada com os pés apoiados no chão e a coluna lombar encostada no apoio.
Entrelaçar os dedos e levar os braços esticados em direção oposta ao corpo.
Mantenha o alongamento por 10 segundos e relaxe.
Em pé mantendo os pés ligeiramente afastados e joelhos soltos, solte o corpo
para frente sem tensões. Sinta o alongamento dos músculos posteriores da perna e
coluna. Mantenha o alongamento por 15 segundos e volte à posição inicial,
endireitando o corpo de baixo para cima, sendo a cabeça a última parte a se
endireitar.
Em pé, quadril encaixado, joelhos soltos, leve os braços estendidos para cima.
Mantenha o alongamento por 10 segundos e relaxe.
31
A partir da posição inicial do exercício anterior, incline o corpo para um lado.
Mantenha o alongamento por 10 segundos e relaxe. Faça o mesmo para o outro lado.
Deitada com as pernas flexionadas e com os pés apoiados no chão. Certifiquese que a coluna lombar esteja totalmente encostada no apoio. Com o auxílio de uma
toalha em volta de um pé, estique uma das pernas de forma que a coxa fique em
ângulo reto com o quadril. Os músculos do pescoço e ombros devem permanecer
relaxados. Sinta o alongamento dos músculos posteriores da coxa e da barriga da
perna. Mantenha o alongamento por 15 segundos e relaxe. Repita o exercício com a
outra perna.
Incline o corpo e apóie os braços sobre uma mesa, mantendo o quadril fletido,
joelhos soltos e a região lombar reta. Estenda os joelhos suavemente. Certifique-se
que sua coluna esteja reta, pois este exercício mal feito poderá afetar a sua coluna.
Mantenha o alongamento por 20 segundos e relaxe, levantando o corpo lentamente,
de forma que a cabeça seja a última a se endireitar.
32
Pilates
Pilates é um método de treinamento físico que interage o corpo e a mente,
restaura o corpo elimina as dores musculares, amplia a capacidade de executar
movimentos, aumentando o controle, a força, o equilíbrio muscular e a consciência
corporal. Trabalha o corpo como um todo, corrige a postura e realinha a musculatura,
desenvolvendo a estabilidade corporal necessária para uma vida mais saudável e
longeva (CAMARÃO, 2004).
Com a aplicação do método pilates a pessoa estará se exercitando,
melhorando seu condicionamento físico sua postura e adotando um estilo de vida
saudável, proporcionando bem-estar físico e mental (DILLMAN,2004).
Segundo Joseph Pilates (apud CAMARÃO, 2004), os benefícios do método
pilates só dependem da execução dos exercícios com fidelidade a seus princípios,
denominada Contrologia, onde a respiração, concentração, fluidez, precisão e controle
do movimento, somados ao centro de força, o abdômen, devem estar relacionados.
A prática dos exercícios pode influenciar positivamente na qualidade de vida do
indivíduo. Porém, como em qualquer outra atividade, deve-se levar em consideração a
presença de dores ou patologias para que o professor possa selecionar os exercícios
corretos.
História
Joseph Humbertus Pilates (1880-1967) nasceu próximo a Dusseldorf,
Alemanha. Sua infância foi marcada pela fragilidade de seu estado de saúde, quando
apresentou asma, raquitismo e febre reumática. Devido a isto, ainda jovem decidiu se
especializar em anatomia, fisiologia, cultura física, mergulho, esqui e ginástica,
passando também a dedicar-se a tarefa de se tornar fisicamente forte e saudável
(GRAIG et al., 2003; LATEY, 2001; LANGE et al., 2000; GALLAGHER e
KRYZANOWSKA, 2000).
Em 1912, aos 32 anos, J. H. Pilates se mudou para Inglaterra, onde trabalhou
como lutador de boxe, artista de circo e treinador de autodefesa de detetives ingleses.
Quando culminou a I Guerra Mundial, J. H. Pilates foi mandado juntamente com outros
alemães para um campo de batalha em Lancaster, por ter sido considerado como um
33
"inimigo estrangeiro". Lá, ele refinou suas idéias sobre saúde e condicionamento físico
e encorajou seus colegas a participarem de seu programa baseado numa série de
exercícios realizados no solo. O reconhecimento inicial de sua técnica ocorreu pela
constatação de que nenhum dos internos naquele campo havia sido acometido pela
epidemia de gripe que matou milhares de pessoas em outros campos na Inglaterra em
1918 (GRAIG et al., 2003; LATEY, 2001; LANGE et al., 2000).
No final da I guerra, J. H. Pilates foi transferido para ilha de Man onde aplicou
seus conhecimentos para ajudar na reabilitação de pessoas feridas em conseqüência
da guerra. Pilates então começou a experimentar exercícios com molas contidas nas
próprias camas e descobriu que estas poderiam servir para condicionar os pacientes
debilitados que permaneciam muito tempo deitados e sem se movimentar. Dessa
forma, as molas serviam para recuperar força, flexibilidade e resistência, além de
restabelecer o tônus muscular mais rapidamente (LATEY, 2001; GALLAGHER e
KRYZANOWSKA, 2000). Mais tarde, o refinamento da técnica conduziu a criação de
equipamentos de mecanoterapia específicos do método Pilates, como o Cadilac e o
Universal Reformer, que são utilizados até hoje nos estúdios de Pilates (LATEY,
2001).
Ao retornar para Hamburg, na Alemanha, Pilates refinou seus equipamentos e
métodos, e trabalhou principalmente com a força policial da cidade. Em 1926,
desiludido com o exército alemão, decidiu ir para os Estados Unidos, encontrando
assim sua futura esposa, Clara, uma enfermeira que muito o ajudou nas
sistematizações do próprio método. Juntos, fundaram um estúdio de Pilates, que se
encontra até hoje em funcionamento (LATEY, 2001; LANGE et al., 2000; GALLAGHER
e KRYZANOWSKA, 2000).
Pouco se conhecia sobre o Pilates, que permaneceu durante muito tempo
como método exclusivo do próprio J. H. Pilates, responsável por publicar apenas dois
breves livros. Segundo Latey (2000), Pilates era reconhecido pelo receio da
disseminação de suas técnicas e dessa forma manteve o monopólio de seu
conhecimento. Somente após sua morte e também de sua esposa que notas
abrangentes sobre a técnica foram publicadas. O reconhecimento internacional da
técnica de Pilates somente veio nos anos 80 do século passado, com a abertura de
espaço para a reabilitação de atletas e dançarinos no Centro de Medicina dos
Esportes do Saint Francis Memorial Hospital, São Francisco, Estados Unidos
(GALLAGHER e KRYZANOWSKA, 2000).
34
Princípios básicos do Pilates
Baseando-se em princípios da cultura oriental, sobretudo relacionados às
noções de concentração, equilíbrio, percepção, controle corporal e flexibilidade, e da
cultura ocidental, destacando a ênfase relativa à força e ao tônus muscular, o Pilates
configura-se pela tentativa do controle o mais consciente possível dos músculos
envolvidos nos movimentos. A isto se convencionou chamar de "contrologia"
(MUSCOLINO e CIPRIANI, 2004).
Assim, o método Pilates se baseia em fundamentos anatômicos, fisiológicos e
cinesiológicos, e é compreendido em seis princípios, que serão discutidos com base
nas referências Muscolino e Cipriani (2004), Segal et al (2004), Craig, (2003), Latey
(2001) e Lange et al (2000).
Concentração: Durante todo o exercício a atenção é voltada para cada parte do
corpo, para que o movimento seja desenvolvido com maior eficiência possível.
Nenhuma parte do corpo não é importante e nenhum movimento é ignorado. A
atenção dispensada na realização do exercício é destacada ao aprendizado motor,
que é o grande objetivo da técnica.
Controle: Define-se como controle do movimento o discernimento da atividade
motora de agonistas primários numa ação específica. A coordenação é a integração
da atividade motora de todo o corpo visando um padrão suave e harmônico de
movimento. É importante a preocupação com o controle de todos os movimentos a fim
de aprimorar a coordenação motora, evitando contrações musculares inadequadas ou
indesejáveis.
Precisão: de fundamental importância na qualidade do movimento, sobretudo,
ao realinhamento postural do corpo. Consiste no refinamento do controle e equilíbrio
dos diferentes músculos envolvidos em um movimento.
Centramento: a este princípio Pilates chamou de Powerhouse ou centro de
força, o ponto focal para o controle corporal. Constitui-se pelas quatros camadas
abdominais: o reto do abdome, oblíquo interno e externo, transverso do abdome;
eretores profundos da espinha, extensores, flexores do quadril juntamente com os
músculos que compõe o períneo. Este centro de força forma uma estrutura de suporte,
responsável pela sustentação da coluna e órgãos internos. O fortalecimento desta
35
musculatura proporciona a estabilização do tronco e um alinhamento biomecânico com
menor gasto energético aos movimentos.
Respiração:
Segundo
Craig
(2003),
Joseph
Pilates
afirmava
que
freqüentemente respiramos errado e usando apenas uma fração da capacidade do
pulmão. Por isto, Pilates em seu trabalho enfatizava a respiração como o fator
primordial no início do movimento, fornecendo a organização do tronco pelo
recrutamento dos músculos estabilizadores profundos da coluna na sustentação
pélvica e favorecendo o relaxamento dos músculos inspiratórios e cervicais. O ciclo
respiratório proposto pelo método ocorre na seguinte ordem cronológica: 1) Inspiração
torácica; 2) Expiração do tórax superior; 3) Expiração do tórax inferior e 4) Expiração
abdominal. Este ciclo deve ser sincronizado ocorrendo ao mesmo tempo da ação
muscular, favorecendo o incremento da ventilação pulmonar, a melhora da oxigenação
tecidual, conseqüentemente a captação de produtos metabólicos associados à fadiga.
(DALTRO e FERNANDES, 2004; CRAIG, 2003; GALLAGHER e KRYZANOWSKA,
2000).
Movimento Fluido: Refere-se ao tipo de movimento, que deve ser de forma
controlada e contínua, deve exibir qualidade de fluidez e leveza, que absorvam os
impactos do corpo com o solo e que usam da inércia, contribuindo para a manutenção
da saúde do corpo. Ao contrário movimentos truncados, pesados, que criam choques
no solo, levam ao desperdício de energia, além de tornar os tecidos propensos ao
desgaste prematuro.
Mesmo tendo sido desenvolvido para interesses relativos à saúde, o método
Pilates em princípio foi disseminado quase que exclusivamente entre atletas e
dançarinos com a finalidade de melhorar o desempenho físico associado as suas
práticas. Nos dias atuais, tem se tornado mais popular na reabilitação, orientação e
correção postural e no condicionamento físico (SEGAL, 2004), e mais recentemente
tem conquistado o interesse do meio acadêmico.
Uma série de estudos tem mostrado o crescente interesse de pesquisadores na
busca de evidências do método Pilates aplicado em diversos âmbitos. Desde a
determinação do custo energético de sessões de Pilates (OLSON et al., 2004), registro
da atividade eletromiográfica de músculos envolvidos em seus exercícios específicos
(ESCO et al., 2004), comparação entre os seus efeitos sobre a força, flexibilidade e
composição corporal aos de um programa de treinamento contra resistência
36
convencional (OTTO et al., 2004), mapeamento de respostas cardiovasculares em
alguns de seus exercícios (SCHROEDER et al., 2002), ação sobre o equilíbrio de
idosos (HALL et al., 1999), efeitos sobre a dor lombar (GRAVES et al., 2005), até
mesmo seus efeitos sobre a velocidade de atletas (SEWRIGHT et al., 2004),
capacidade e habilidade de salto em ginastas de elite (HUTCHINSON et al., 1998) e
postura de bailarinas (MCMILLAN et al., 1998) são alguns dos exemplos dos diversos
estudos que têm sido empreendidos.
Ainda assim, há uma enorme lacuna que somente será preenchida com o
investimento em novos estudos. Considerando a expansão do método no ambiente
fisioterapêutico, do condicionamento físico e do treinamento de atletas, necessário se
faz a determinação de meios de melhor controle e do estabelecimento de cargas,
caracterização da ação e do envolvimento muscular nos seus diversos exercícios,
efeitos de um programa básico, intermediário e avançado sobre parâmetros da aptidão
física, atuação sobre desvios posturais, dentre diversos outros.
Descrição de técnicas e equipamentos do método Pilates
A técnica de Pilates se divide em exercícios realizados no solo (com e sem
material: bola, overball, rolo, Magic circle, etc) e em aparelhos. Todos eles favorecem
o trabalho dos músculos estabilizadores enquanto que elimina a tensão excessiva dos
músculos e compensações de movimentos envolvendo uma larga variedade de
movimentos (MCMILLAN et al., 1998).
Os exercícios realizados em solo se caracterizam por ser de caráter
educativo, ou seja, enfatizam o aprendizado da respiração e do centro de força (o uso
da bola suíça ou da overball pode auxiliar ou dificultar o movimento, como será
mostrado no último capítulo; o fato é que o uso da bola irá aumentar a instabilidade da
coluna vertebral exigindo mais dos músculos estabilizadores). Já os exercícios
realizados nos aparelhos envolvem uma larga possibilidade de movimentos, todos eles
realizados de uma forma rítmica, controlada, associada à respiração e correção
postural.
A intensidade dos exercícios desenvolvidos nos equipamentos é fornecida
através das molas. Estas são classificadas através de cores diferentes que se
classificam em preta, vermelha, verde, azul e amarela, em ordem decrescente de
37
intensidade. Além de oferecerem resistência nos treinamentos, muitas vezes são
usadas como assistência durante o movimento (MCMILLAN et al., 1998).
Os aparelhos são descritos a seguir, conforme Daltro e Fernandes (2004):
REFORMER: o primeiro equipamento construído por Pilates. Caracteriza-se por ser
em forma de cama e é composto por um carrinho deslizante e cinco molas (duas
vermelhas nas extremidades, uma azul, verde e amarela no meio), barra alta e baixa
que podem ser utilizadas em dois níveis de alavanca, perto (mais intenso) ou mais
afastado (menos intenso), dos pés da cama; cordas que são utilizadas com alças nos
pés ou de mãos; acessórios (caixa longa, meia lua, plataforma).
CADEIRA: é um aparelho em forma de cadeira com duas molas de mesma
intensidade, pedal antiderrapante e três pares de parafusos em escalas (alavancas)
que favorecem o controle de carga.
CADILLAC: possui duas barras de ferro fixas a um colchão, barra de trapézio, dois
pares de alça de tornozelo e coxa ajustável, duas barras móveis -uma vertical e outra
horizontal, e é utilizado para os exercícios aéreos.
BARREL: é um aparelho de degraus dispostos como em um espaldar com uma meia
lua fixa à frente.
WALL UNIT: aparelho de ferro fixo na parede e um colchão. Contem um par de molas,
alças de pés e de mãos, barra móvel, cinto de segurança e dez pares de ganchos que
quanto mais altos maior a intensidade impressa no exercício.
COMBO CHAIR: equipamento semelhante ao wunda chair, mas que possui pedais
separados para proporcionar trabalho assimétrico simultâneo. Contem dois apoios
laterais de ferro, dois pares de molas, ganchos para molas, dois pedais para
movimento alternado e independente que quando fixo por um bastão se transformam
em um único pedal.
38
Sobre os Benefícios
De acordo com HENN (2206), os principais benéficos do pilates são:
- Seu corpo torna-se mais firme e mais flexível, com uma forma melhor.
- Você irá movimentar-se mais facilmente e fazer muitas tarefas rapidamente,
adquirindo várias habilidades físicas e se protegendo contra lesões físicas.
- a força e a resistência física e mental aumentam, tornando essa prática ideal para
aqueles que levam uma vida cansativa e para aqueles que estão se recuperando de
acidentes.
- A mente comanda o corpo, aumentando a autoconfiança e coragem, sendo indicado
à pessoas com depressão ou outros problemas emocionais.
- Alivia a maior parte das dores nas costas.
- A flexibilidade muscular e a mobilidade articular melhoram.
- O corpo ganha força e forma sem se tornar volumoso (sendo o Pilates um trabalho
de resistência muscular localizada - r.m.l).
- Aprimora a coordenação motora, a postura e o alinhamento corporal.
- Garante uma boa noite de sono pois proporciona bem estar físico e mental.
- Aumenta o prazer sexual pois aprimora a força de contração dos esfíncteres.
- Reduz a fadiga, o desconforto e a dor.
- Aumenta a força e diminui o volume abdominal.
39
Exercícios indicados
Esse capitulo não tem a pretensão de engessar conceitos, exercícios ou
programas, mas sim fazer um revisão da literatura pertinente acerca de opções de
exercício para portadores de lombalgias decorrentes de escolioses acompanhadas ou
não de hérnia de disco. Apresentarei alguns exercícios e a importância dos mesmos
para o restabelecimento da postura, retorno à função e diminuição da dor (através
aumento da hidratação do disco e maior flexibilidade e força da musculatura envolvida
– músculos dorsais, abdominais, assoalho pélvico, membros inferiores e músculos da
cintura escapular, além de aumento da mobilidade articular) contribuindo assim com a
melhora da qualidade de vida do individuo.
Todos os exercícios apresentados nesse capítulo têm base no método pilates
sendo que restringiremos a apresentação nos exercícios de solo e com a bola (bola
suíça e overball). Vale lembrar que para aplicá-los o professor deverá estudar a fundo
o método, os fundamentos e os exercícios em si. Lembrando que o objetivo desse
capítulo não é ensinar variações de exercícios, mas sim disseminar a técnica do
pilates como forma de prevenção e reabilitação nos casos de escoliose e hérnia de
disco lombar.
Quando se trata de reabilitação de quaisquer lombalgias, algumas medidas
devem ser tomadas: mudança do modo de carregar pesos, correção do modo de
deitar e sentar, correção da postura, alongamentos ao acordar e atividade física
regular.
A lombalgia deve ser tratada direcionando ao alívio das causas e podem incluir
perda de peso, exercícios para melhorar o tônus e a resistência musculares e melhora
da postura. A atividade física é benéfica e as pessoas que praticam diminuem o grau
de dor mais rápido e têm menores chances de recidivas futuras. (GREVE;
AMATUZZI,1999). O objetivo principal do tratamento das lombalgias crônicas é a
correção postural, através de alongamentos e fortalecimento dos músculos
abdominais (KISNER & COLBY, 1998).
O importante para a recuperação das lesões é a estabilização da coluna
através do posicionamento da pelve, colocando-a na posição neutra (ou seja,
mantendo as curvas anatômicas evitando a retificação ou desnivelamento da pelve
durante a execução dos exercícios. O método Pilates preconiza a manutenção da
pelve neutra durante toda a aula.
40
Já as correções de desvios laterais da coluna (escolioses) bem como os
exercícios de extensão da coluna devem ser discutidos em conjunto, avaliando qual é
o grau de escoliose e o tipo (estrutural ou funcional); Num estágio de recuperação
somente após realizados exercícios de extensão serão realizados os de flexão. Nessa
fase, os exercícios de flexão são realizados com pequena amplitude e só serão
retomados num estágio mais avançado, aí sim com amplitudes maiores. Os exercícios
de flexão, na fase pós-repouso, devem ser utilizados com cautela em caso de prolapso
agudo do disco intervertebral (KISNER & COLBY, 1998).
Quando o paciente já foi liberado pelo médico, inicialmente os exercícios, em
casos de lombalgias, têm por objetivo o fortalecimento da musculatura abdominal e de
sustentação, além de exercícios de alongamento. Exercícios de extensão promovem
alongamento da coluna vertebral aumentando o espaço intervertebral e lubrificando a
vértebra. O alongamento dos membros inferiores também é de suma importância, uma
vez que seu encurtamento compromete a postura. Em suma, um programa de
atividade física para indivíduos que sofrem de lombalgia deve incluir: Fortalecimento
abdominal evitando menor sobrecarga lombar; alongamento e fortalecimento da
musculatura paravertebral; fortalecimento da musculatura glútea; alongamento e
fortalecimento da musculatura da coxa e perna (quadríceps, psoas); alongamentos
dos flexores do quadril; alongamento dos isquiotibiais e alongamento do tríceps sural.
Cabe ao professor ou terapeuta orientar o indivíduo sobre a percepção postural,
estabilização postural, fortalecimento e alongamento do tronco e dos músculos
posturais evitando assim a fadiga desses músculos e conseqüente comprometimento
postural. O treinamento a través do método pilates parece ser eficaz pois tem por
objetivo justamente a otimização dos fatores citados acima.
Os exercícios do método Pilates são, na sua maioria, executados na posição
deitada, havendo diminuição dos impactos nas articulações de sustentação do corpo
na posição ortostática e, principalmente, na coluna vertebral, permitindo recuperação
das estruturas musculares e ligamentares particularmente da região sacrolombar
(PILATES, 2000; GALLAGHER, 1999). O sistema básico inclui um programa de
exercícios, como já fora mencionado, que fortaleçam a musculatura abdominal e
paravetebral, bem como os de flexibilidade da coluna, além de exercícios para o corpo
todo. Já no sistema intermediário-adiantado são introduzidos, gradualmente exercícios
de extensão do tronco, além de exercícios para o corpo todo, procurando melhorar a
relação de equilíbrio agonista-antagonista (PILATES, 2000; BLUM, 2002).
41
A incapacidade de estabilização da coluna vertebral causada pelo desequilíbrio
entre a função dos músculos extensores e flexores do tronco é um forte indício para o
desenvolvimento de distúrbios da coluna lombar (LEE et. AL, 1999). Atualmente,
existem evidências que sugerem a inclusão de exercícios voltados para o
fortalecimento dos músculos envolvidos na flexão e extensão do tronco nos programas
de prevenção e reabilitação da dor na região da coluna lombar (RISSANEN et. AL,
1995 e FLORY et. AL, 1993).
CAVALCANTI et. AL, 2004 realizou um estudo onde o método Pilates (nível
intermediário-avançado) mostrou-se uma eficiente ferramenta para o fortalecimento da
musculatura extensora do tronco, atenuando o desequilíbrio entre a função dos
músculos envolvidos na extensão e flexão do tronco.
A função dos extensores do tronco apresentou aumento em todos parâmetros
analisados (pico de torque - 25%, p = 0,0004; trabalho total - 29%, p = 0,0002;
potência - 30%, p = 0,0002; quantidade total de trabalho - 21%, p = 0,002) em relação
ao período pré-treinamento.
O funcionamento da coluna lombar de seres humanos é único. Em outros
primatas, observa-se postura curvada para frente sem lordose. A lordose é freqüente
em quadrúpedes; entretanto, nesses animais a espinha não funciona sobre força axial,
como em seres humanos, que mantêm a postura ereta. O músculo responsável pela
manutenção da postura lordódica nos seres humanos é o multífido. A função desse
músculo está relacionada à extensão do tronco. Tem sido demonstrado que a função
do multífido está prejudicada em pacientes com lombalgia (ALARANTA et. AL in
CAVALCANTI, 2004). Por outro lado, a função dos flexores do tronco parece não ser
alterada em pacientes com lombalgia, reforçando a maior importância da realização de
exercícios para a musculatura extensora (ROBINSON et. al, 1992). O sedentarismo
está diretamente relacionado ao enfraquecimento da musculatura envolvida na
42
extensão do tronco e, conseqüentemente, é considerado fator de risco para a etiologia
da lombalgia (DAVIES et.al in CAVALCANTI, 2004).
Em um recente estudo (MOONEY et al., 1997) foi observado que pacientes
com lombalgia apresentavam 40% de decréscimo na força de extensores do tronco
em relação a indivíduos assintomáticos (grupo controle). Após o treinamento de força
com ênfase nos extensores do tronco por oito semanas, os pacientes apresentaram
ganho de 100% na força desses músculos em relação ao início do treinamento. Já no
grupo controle o ganho foi de apenas 10% em relação ao valor inicial. Ainda nesse
estudo foram realizadas imagens de ressonância magnética na secção transversa do
multífido, que demonstraram que em pacientes com lombalgia foi detectada hipertrofia
desse músculo após o treinamento. Uma limitação do presente estudo foi a falta do
grupo controle, porém, de acordo com estudo conduzido por MOONEY et al(1997),
ficou comprovado que em indivíduos sedentários (grupo controle) o ganho de força foi
insignificante em relação ao marcante aumento observado no grupo treinado. Nossos
resultados demonstraram que em todos parâmetros avaliados (pico de torque, 25%;
trabalho total, 30%; potência, 30%; e quantidade de trabalho total, 21%), foi
constatado aumento significativo no valor pós-treinamento em relação ao valor prétreinamento.
Outro estudo, também utilizando treinamento de força para músculos
extensores do tronco, acompanhou 400 indivíduos que reportavam lombalgia por um
ano (LEGGET et AL in CAVALCANTI, 2004). Após oito semanas de treinamento (duas
vezes por semana), 80% dos participantes reportaram atenuação dos sintomas da
lombalgia. Após um ano de estudo, houve apenas 11% de reutilização de serviços
médicos devido à lombalgia.
Em um estudo de caso, BLUM (2002), reportou que o método Pilates foi
eficiente no tratamento de uma paciente com escoliose. Os resultados demonstraram
que o método Pilates foi eficiente em promover aumento em todos os parâmetros
avaliados (pico de torque, trabalho total, potência e quantidade de trabalho total)
durante a extensão do tronco em relação ao valor pré-treinamento. Além disso,
também verificamos que esse aumento foi responsável pela queda na relação
flexores:extensores em todos os parâmetros avaliados (pico de torque, trabalho total,
potência e quantidade de trabalho total), aproximando-a do valor ideal considerado
100 (equilíbrio entre flexores e extensores).
43
Com relação aos flexores foi detectada melhora discreta no trabalho total e na
quantidade de trabalho total. No estudo de Greve et al in CAVALCANTI (2004), ao
comparar indivíduos sedentários e treinados, foi constatado que a função dos flexores
do tronco (torque, trabalho e potência) era semelhante, indicando que a musculatura
flexora do tronco é menos suscetível à falta de treinamento. Através dos nossos
resultados podemos constatar que a musculatura envolvida na flexão também foi
menos responsiva ao estímulo do método Pilates. Apesar de existir uma crença de
que o reforço da musculatura flexora do tronco (músculos abdominais) é uma
prioridade nos programas de exercício e reabilitação da coluna lombar, evidências
recentes não confirmam essa hipótese (VAN POPPEL et al in CAVALCANTI, 2004).
Acreditava-se que o aumento da pressão intra-abdominal reduziria a compressão
sobre a espinha e os discos intervertebrais, atenuando dessa forma a lombalgia.
Entretanto, em uma recente revisão da literatura não foi possível comprovar essa
relação entre aumento da pressão intra-abdominal e atenuação da lombalgia. Além
disso, a pressão intra-abdominal não é aumentada durante a contração dos músculos
abdominais (HEMBORG et. AL, 1985). Também foi observado que o treinamento de
força com ênfase sobre essa musculatura não foi eficiente em promover aumento da
pressão intra-abdominal.
Com base nas informações anteriores serão selecionados alguns exercícios do
método Pilates para indivíduos que possuam lombalgias, hérnias discais lombares e
escolioses. Não será sugerido o uso dos aparelhos apenas exercícios no solo e com o
auxílio da bola suíça.
Solo:
-inpiração;
-expiração;
-Soltura de quadril; (dissociação de pelve)
-torção com as pernas; (dissociação e mobilidade/ lubrificação do disco)
-gato; (mobilidade/ lublrificaçaõ do disco)
-crocodilo/gafanhoto; (extensão/ limitar ângulo/ rolono peito como opção
trabalhar extensão dos braços)
-1/2 rolamento; (flexão/ fortelecimento abs)
44
-serrote; (alongamento isquiuotibiais e paravertebrais/ fortalecimento transverso
e oblíquo)
-ponte; (fortalecimento de glúteos e isquiotibiais/ anteversão de quadril- corrigir
pelve retificada)
-abs supra com apoio de rolo ou overball; (material é um facilitador diminui
sobrecarga lombar)
-alongamento total com apoio rolo lombar; (alongamento da cadeia anteriorfundamental para indivíduor com projeção de ombros/ corrigir pelve retifivada muito
comum em casos de lombalgia e hérnias de disco lombares)
-alongamento ísquio tibiais com auxilio; (Mostrar o errado- não sentar sobre os
isquis)
Bola:
-alongamento lateral com torção (sentado sobre a bola); (atenuar curvas
escoilióticas funcionais- trabalho unilateral do lado oposto à curva)
-em pé alongamento de cadeia anterior e posterior (mãos sobre a bola);
-Abs lateral; (escoliose)
-W (em decúbito ventral);
-Rolamento completo;
-ponte com os pés sobre a bola;
-alongamento de glúteos;
-extensão glenoumeral;
-alongamento total (d.v).
45
Conclusão
46
Referências Bibliográficas
ANDERSON, G. J. B. Epidemiology of spinal disorders. In: FRYMOYER, J.W.
Theadultspine: principles and practice. New York, Raven Press, 1991. P.107-146.
ANDERSSON, G. B.; ÖRTENGREN, R.; NACHEMSON, A. Intradiscal pressure, intraabdominal pressure and myoeletric back muscle activity related to posture and loading.
Clin. Orthop., 129:156, 1977.
BARROS, C. C. B. Controle postural e a influencia das atividades aquáticas. São
Paulo, 2002.
BASMAJIAN, J. V. Biofeedback: principles and practice for clinicians. Terceira ediçaõ.
Williams&Wilkins 1989, Baltimore.396 pags.
BLUM, C. L. Chiropractic and Pilates Therapy for the Treatment of Adult Scoliosis.
Journal of Manipulative and Physiological Therapeutics. 25(4), 2002.
CAMARÃO, T. Pilates no Brasil: corpo e movimento. Rio de Janeiro: Elselvier, 2004.
CASAZZA, B.A; YOUNG, J.L; HERRING, S.A. The role of exercises in the prevention
and management of acute low back pain. Occupy Med 1998; 13(1):47-60.
CAVALCANTI, B.; AOKI, M. S.; KOLYNIC, G. E. I. Avaliação Isocinética da
musculatura envolvida na flexão e extensão do tronco: efeito do método Pilates. Rev.
Bras. Med. Esporte. Vol. 10, nº6. Niterói, 2004.
CECIL. “Tratado de Medicina Interna”. Segunda edição. São Paulo, 1992.
CRAIG T, AXLER & STUART M. Low back loads over a variety of abdominal
exercises: searching for the safest abdominal challenge. Official Journal of the
American College of Sports Medicine. Canada, 1996.
CRAIG, C. Pilates com a bola. São Paulo: Phorte, 2003.
DALTRO, F.; FERNANDES, F. Curso de Sistema de Abordagem Corporal
Fundamentado na Técnica de Pilates. Curso de Capacitação Profissional. Corpore Centro de Desenvolvimento Físico. Salvador, n. 4, 2004.
DEYO, R. A.; Weistein JN. Low back pain. N Engl J Med 2001; 344(5): 363-370.
DILLMAN, E. O pequeno livro de Pilates: guia prático que dispensa professores e
equipamentos. Rio de Janeiro: Record, 2004.
47
DWORKIN, B.; MILLER, N.; DWORKIN, S.; BIRBAUMER, N.; BRINES, M. L.; JONAS,
S.; SCHWENTKER, E. P.; GRAHAM, J. J. Bahavioral method for the treatment of
idiopatic scoliosis. Proc. Natl. Acad. Sci. USA, v. 82 pp.2493-2497, 1985.
ESCO, M.; OLSON, M.S.; MARTIN, R.S. et al. Abdominal EMG of Selected Pilates'
Mat Exercises. Medicine and Science in Sports and Exercise. 36(5) Suppl.: 357, 2004.
FREUDENHEIN, A. M. Aspectos cinesiológicos da postura. In: TEIXEIRA, L. R.,
Coord. Educação Física Escolar Adaptada: postura, asma, obesidade e diabetes na
infância e na adolescência. Escola de Educação Física da Universidade de São Paulo
– Departamento de Pedagogia do Movimento do Corpo Humano São Paulo, 1993.
Cap. 2, p. 27 – 36.
GALDI, E. H. G. Estudo de assimetrias e desvios posturais em escolares do primeiro
grau de uma escola particular: perspectivas para a educação postural. Revista
Brasileira de Ciência do Esporte. Vol. 11 (3), 26, 1990.
GALLAGHER, S. P.; KRYZANOWSKA, R. O método de Pilates de Condicionamento
Físico. São Paulo: The Pilates Studio® do Brasil, 2000.
GRAVES, B.S.; QUINN, J.V.; O'KROY, J.A. et al. Influence of Pilates-based mat
exercise on chronic lower back pain. Medicine and Science in Sports and Exercise.
37(5) Suppl.:27, 2005.
GREVA, J. M. D. A.; AMATUZZI, M. M. Medicina de Reabilitação aplicada à ortopedia
e traumatologia. São Paulo: Roca, 1999.
GUYTON, A. C. “TRATADO DE Fisiologia Médica”. Sexta Edição, Rio de Janeiro,
1984.
HALL, D.W.; NICHOLS, J.; AGUILAR, L. et al. Effects of Pilates-based-training on
static and dynamic balance in an elderly population. Medicine and Science in Sports
and Exercise. 31(5) Suppl.: 388, 1999.
HENN, I. R. Apostila de Pilates. Equipe Ivana Henn, 2007.
HENNEMANN, S. A.; SHUMACHER, W. Hérnia de disco lombar: revisão de conceitos
atuais. In: Barros Filho, T. E. P.; Basile Jr, R. Ed. Coluna vertebral. Diagnóstico e
tratamento. São Paulo, Sarvier, 1995.
48
HERRING, S. A. Sports medicine early care. In: MAYER TG, MOONEY V, GATCHEL
RJ, eds. Contemporary Conservative Care for Painful Spinal Disorders. Philadelphia,
Pa: Lea & Febiger; 1991: 235-244.
HUTCHINSON, M.R.; TREMAIN, L.; CHRISTIANSEN, J. et al. Improving leaping ability
in elite rhythmic gymnasts. Medicine and Science in Sports and Exercise. 30(10):
1543-1547, 1998.
IMAMURA, S. T. et. L. Lombalgia. Revista de Medicina; 80(Ed. Esp. Pt2): 375-90,
2001.
KAPADJI, I. A. Fisiologia Articular. São Paulo, Manole, 1980.
KISNER, C; COLBY, L. A. Exercícios Terapêuticos: Fundamentos e técnicas. Terceira
edição. São Paulo: Editora Manole, 1998.
LAMOTTE, A. C. S. Contribuições da musculação na postura em portadores de
escoliose estrutural. UCB – Brasília, 2003.
LANGE, C.; UNNITHAN, V.; LARKAM, E.; LATTA, M.P. Maximizing the benefits or
Pilates-inspired exercise for learning functional motor skills. Journal of Bodywork
Movement Therapies. 4(2): 99-108, 2000.
LATEY, P. The Pilates Method: History and Philosophy. Journal of Bodywork
Movement Therapies. 5(4): 275-82, 2001.
LEE, J. H; HOSHINO, Y.; NAKAMURA, K.; KARIYA, Y.; SAITA, K.; ITO, K. Trunk
muscles weakness as a risk factor for low back pain: a 5-year prospective study. Spine
1999; 24:54-7.
LEMURA L. M. & Von DUVILLARD SP. Clinical Exercise Physiology: Application and
Physiological Principles, First Edition. Lippincoot, Williams & Wilkins, 2004.
LIANZA, S. Medicina da Reabilitação. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1982.
MCMILLAN, A.; PROTEAU, L.; LÉBE, R. M. The Effect of Pilates based Training on
Dancer's Dynamic Posture. Journal of Dance Medicine and Science. 2(3):101-7, 1998.
MODIC, M. T.; Lumbar herniated disk disease and canal stenosis: prospective
evaluation by surface coil MR, CT, and myelografic. AJR. Am. J. Roentgenol., 1986.
49
MOONEY, V.; GULICK, J.; PERLMAN, M.; LEVY, D.; POZOS, R.; LEGGET, S.;
RESNICK, D. Relationships between myoelectric activity, strength and MRI of lumbar
extensor muscles in back pain and normal subjects. J Spinal Disord 1997;10:348-56.
MUSCOLINO, J.; CIPRIANI, S. Pilates and "Powerhouse" I. Journal of Bodywork
Movement Therapies. 8:15-24, 2004a.
MUSCOLINO, J.; CIPRIANI, S. Pilates and "Powerhouse" II. Jounal of Bodywork
Movement Therapies. 8:122-30, 2004b.
NACHEMSON, A. L. Disc pressure measurements. Spine, 6:93,1981.
NORRIS, C. M. Back stability. Champaign 1II: Human Kinetics, 2000.
OLIVA, O. J; BANKOFF, A.D. P; ZAMAI, C. A. Possíveis lesões musculares e ou
articulares causadas por sobrecarga n pratica da musculação. Revista Brasileira de
Atividade Física e Saúde; vol. 3(3) 15-23, 1998.
OLSON, M.; WILLIFORD, H.N.; MARTIN, R.S. et al. The Energy Cost of a Basic,
Intermediate, and Advanced Pilates' Mat Workout. Medicine and Science in Sports and
Exercise. 36(5) Suppl.:357, 2004.
O´SULLIVAN, S. B. & SCMITZ, T. J. “Fisioterapia – Avaliação e Tratamento”. Segunda
Edição. São Paulo: Editora Manole,1993.
OTTO, R.; YOKE, M.; MCLAUGHLIN, K. et al. The Effect of Twelve Weeks of Pilates
vs Resistance Training on Trained Females Medicine and Science in Sports and
Exercise. 36(5) Suppl.:356-7, 2004.
PANJABI M. M.; ABUMI, K.; DURANCEAU, J.; OXLAND, T. Spinal stability and
intersegmental muscle forces: a biomechanical model. Spine, 1989; 14: 194 – 200.
PANJABI, M. M.; WHITE, A. A. Clinical Biomechanics of the spine. Segunda edição.
Lippincott Company, Philadelphia, 1990.
PEREIRA, M. O. A. Relação entre natação e alterações posturais. EFEE-USP. São
Paulo, 2006.
PILATES, J. H. The complete writings of Joseph H. Pilates: Return to life through
contrology and your health. In: Sean P, Gallagher PT, Romana Kryzanowska, editors.
Philadelphia: Bain Bridge Books, 2000.
PINTO. F. C. G. et al. Lumbar Disc herniation associated with scoliosis in a 15-year-old
girl. Arq. Neuropsiquiatria, 2002.
50
POLLOCK, M.L.; FRANKLIN, B.A.; BALADY, G.J. et al. Resistance exercise in
individuals with and without cardiovascular disease. Circulation. 101:828-833, 2000.
RAINVILLE, J; SOBEL, J; HATRTIGAN, C; MONLUX, G; BEAN, J. Decreasing
disability in chronic back pain through aggressive spine rehabilitation. J Rehabil Res
Dev 1997; 34(4): 383-393.
RISSANEN, A.; KALIMO, H.; ALARANTA, H. Effect of intensive training on the
isokinetic strength and structure of lumbar muscles in patients with chronic low back
pain. Spine 1995;20:333-40.
ROBINSON, M. E.; CASSISI, J. E.; O'CONNOR, P. D.; MACMILLAN, M. Lumbar iEMG
during isotonic exercise: chronic low back pain patients versus controls. J Spinal Disord
1992; 5:8-15.
SANTOS, C. M. T. Diagnostico precoce da escoliose: estudo comparativo. Tese de
dissertação de mestrado. São Paulo, 1988.
SCHROEDER, J.M.; CRUSSEMEYER, J.A.; NEWTON, S.J. Flexibilty and heart rate
response to an acute Pilates reformer session. Medicine and Science in Sports and
Exercise. 34(5) Suppl.: 258, 2002.
SEGAL, N.A.; HEIN, J. e BASFORD, J.R. The Effects of Pilates Training on flexibility
and Body Composition: An Observational Study. Archives of Physical Medicine and
Rehabilitation. 85:1977-81, 2004.
SPENCE, P. A. Anatomia Humana Básica. Manole, 1991.
SEWRIGHT, K.; MARTENS, D.W.; AXTELL, R.S. et al. Effects of Six Weeks of Pilates
Mat Training on Tennis Serve Velocity, Muscular Endurance, and Their Relationship in
Collegiate Tennis Players. Medicine and Science in Sports and Exercise. 36(5)
Suppl.:167, 2004.
TEIXEIRA, L. R., Coord. Educação Física Escolar Adaptada: postura, asma,
obesidade e diabetes na infância e na adolescência. Escola de Educação Física da
Universidade de São Paulo – Departamento de Pedagogia do Movimento do Corpo
Humano São Paulo, 1993.
TEIXEIRA, L. R. & VANÍCOLA, M. C. A postura corporal nos programas de educação
física. Revista da escola superior de educação física de Pernambuco. V.1, n1, (7 – 14),
2001.
51
TEIXEIRA, L. R. & VANÍCOLA, M. C. Aspectos Posturais na Obesidade. Texto de
apoio ao curso de especialização, 2001.
TEIXEIRA, M. J. et al. Dor nos membros inferiores. Rev. Med. (São Paulo), 80 (Ed.
Esp. PT. 2): 391 – 414, 2001.
VOLPON, J. B. Temas de ortopedia e traumatologia para a graduação médica.
Ribeirão Preto, 2006.
WATKINS, J. Structure and function of the Musculoskeletal System. Champaing, 1II:
Human Kinetica, 1999.
Sites:
http://www.edfesportes.com
http://www.magnaspine.com
Download