Fonte [1] De um modo geral, entende-se por

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MACROECONOMIA
AULA 03: ECONOMIA MONETÁRIA E INFLAÇÃO
TÓPICO 03: INFLAÇÃO
3.1 CONCEITO
De um modo geral, entende-se por inflação como sendo um aumento
generalizado e continuado nos níveis de todos os preços da economia.
3.2 TIPOS DE INFLAÇÃO
Fonte [1]
A literatura econômica costuma definir dois tipos de inflação:
INFLAÇÃO DE DEMANDA
Ocorre quando o processo inflacionário é decorrente de um
desequilíbrio no mercado de bens e serviços, ou seja, quando ocorre um
excesso de demanda em relação à oferta.
INFLAÇÃO DE CUSTO
Ocorre quando o germe da inflação emerge da estrutura de produção
das empresas, face ao poder dos oligopólios, elevação dos preços dos
insumos de produção, importados ou não (choque de oferta).
Contudo, as causas geradoras dos movimentos persistentes dos níveis de
preço em uma economia são diversas e interativas, daí o surgimento de
outros tipos de inflação, além dos anteriormente definidos, por exemplo, a
que ocorre quando se estabelece um processo de
autoalimentação (via indexação) no aumento dos níveis de preços. Outros
conceitos, por exemplo, são os que estão associados à intensidade
estabelecida no ritmo de crescimento dos níveis de preços, como no caso, o
INFLAÇÃO INERCIAL,
de HIPERINFLAÇÃO - quando o crescimento inflacionário é muito elevado
ou dito galopante.
3.3 EFEITOS PROVOCADOS PELA INFLAÇÃO
São
inúmeros
os
efeitos
adversos
provocados
pela
inflação.
Apresentamos a seguir algumas distorções que provocam mais impactos na
sociedade:
1. Sobre a distribuição de renda, que penaliza a classe dos assalariados
em favor dos mais ricos. A inflação é um verdadeiro imposto sobre os pobres,
pois como estes recebem salários fixos, seu valor monetário é corroído ao
longo do mês reduzindo drasticamente seu poder de compra. Os que têm
conta bancária e podem aplicar recursos no mercado financeiro estão
protegidos pelo mecanismo de indexação ( -- correção monetária) .
2. Sobre a produção de bens e serviços, com impacto no crescimento do
PIB. Os empresários adiam ou diminuem investimentos produtivos, pois
numa conjuntura inflacionária e imprevisível eles preferem manter seus
recursos aplicados nos bancos.
3. Sobre a deterioração da arrecadação fiscal do governo, tendo em vista
a defasagem entre o fato gerador e o recolhimento do imposto.
4. Sobre as contas externas do país, pois o aumento do preço dos bens
produzidos internamente encarece o produto nacional relativamente ao
produzido no exterior. Assim, temos estímulo as importações e desestímulos
as exportações, diminuindo o saldo da balança comercial e afetando o
Balanço de Pagamentos do país.
3.4 TEORIAS DA INFLAÇÃO
TEORIA CLÁSSICA OU MONETARISTA
A Teoria Clássica da inflação, ou ainda, denominada deteoria
monetarista, que indicava que a elevação no nível geral de preços era
consequência de uma expansão na oferta de moeda no mercado, mas,
todavia, seus efeitos situavam-se tão somente no lado monetário da
economia, isto é, o não afetava o lado real da economia (é o chamado efeito
neutralidade da moeda). Essa teoria tem como fundamentos os seguintes
pontos:
TEORIA MONETARISTA
Monetarismo é uma teoria econômica que defende a estabilidade
de preços de uma economia, pelo controle da oferta de moeda
disponível, utilizando os instrumentos de política monetária em vigor. a
base é dada pela "Teoria Quantitativa da Moeda".
A demanda de moeda só deveria existir para atender as transações
(compra e venda);
Perfeita flexibilidade de preços e salários, para os ajustes;
Livre concorrência em todos os mercados;
Sempre existirá uma taxa de juros que equilibrará o mercado de fundos
(poupança e investimento);
A economia tende funcionar no equilíbrio e com pleno emprego.
TEORIA HETERODOXA
A teoria heterodoxa contrapõe-se ao pensamento monetarista clássico e
baseia-se nas contribuições e pensamentos que surgiram após a Depressão
de 1929, fundamentalmente:
Na curva de Philips (mostra a relação inversa entre a variação da inflação
e o nível de desemprego, sendo este último representativo do grau de
crescimento econômico);
Na rigidez de preços e salários para baixo e na ocorrência dos choques de
oferta (face à existência e dominação de estrutura de mercado
monopolizada ou oligopolizada e do poder dos sindicatos de classes);
Recomenda intervenções do Governo na economia de forma contundente
no combate à inflação, como o congelamento de preços e salários.
3.5 AS EXPERIÊNCIAS INFLACIONÁRIAS
No contexto mundial as experiências inflacionárias vivenciadas em
determinadas economia têm revelado situações marcantes em época e países
diversos. Entre os casos mais emblemáticos destacam-se:
• Os países envolvidos diretamente na primeira guerra mundial, como a
Áustria, a Hungria, a Polônia e a Alemanha. No período 1921/25 essas
nações experimentaram ritmos inflacionários gigantescos, a inflação na
Alemanha, por exemplo, chegou a mais de 300.000% num ano;
• Mais recentemente, o Brasil (1986/1994) e países africanos (Tanzânia e
Somália, entre outros).
3.6 A EXPERIÊNCIA BRASILEIRA
A população brasileira tem convivido por muito tempo com a realidade
Fonte [2]
do Fantasma da Inflação, notadamente a partir de meados do século
passado. Alterando períodos de elevada aceleração inflacionária (1947/65 e
1973/94) com poucos períodos de inflação moderada (1966/72 e, a partir de
1995, com o Plano Real).
A literatura sobre a inflação no Brasil é abundante e diversificado. A par
das controvérsias de natureza ideológicas e de cunho eminentemente teórico,
os estudo são bastante pródigos quando o assunto é focado na verificação da
causas do processo inflacionário no Brasil. O agravamento do processo
inflacionário durante a segunda metade do século passado transformou o
Brasil num interessante campo de pesquisa e de batalha no combate ao
Dragão da Inflação.
Os estudos mais recentes, embora controvertidos, trazem como causa
geral o chamado déficit público. Paradoxalmente, as estratégias e as armas
de combate recomendadas têm sido as mais variadas. Além das discussões
entre os ditos monetaristas e estruturalistas, o neologismo moderno
converteu os confrontadores em ortodoxos e heterodoxos.
Ajustes e programas de estabilização foram frequentemente lançados
sobre a economia brasileira, principalmente entre 1986 e 1993 ( -- foram
tentados cinco planos – Cruzado, Bresser, Verão, Collor I e Collor II) ,
impondo taxas de sacrifícios insuportáveis, notadamente à parcela da
população mais vulnerável e de baixa renda. Todavia, a partir da adoção do
Plano Real [3] concebido em abril de 1994, o processo inflacionário foi
drasticamente desacelerado, mediante o equilíbrio do orçamento público, a
desindexação da economia com a troca e moeda ( -- Cruzeiro real para URV e
em seguida o Real.) e a sustentabilidade mantida pelas denominadas
“âncoras”, ou seja, sistema de câmbio fixo (até 1998) com valorização do Real
e depois câmbio flutuante, taxa básica de juros controlada (Selic), aumento
da taxa do compulsório sobre os depósitos bancários e adoção do regime de
metas de inflação (a partir de 1999), amparados pela produção de superávits
primários. Até então o legado histórico resultante dos fracassos anteriores no
combate ao processo inflacionário no Brasil, resultou apenas nos cortes de
zeros nos momentos de substituição das diversas unidades monetárias já
adotadas no país até agora, tais como, réis, cruzeiro, cruzado, cruzado novo,
cruzeiro novo, cruzeiro real e real.
3.7 IMPORTANTES LIÇÕES APREENDIDAS
As experiências vivenciadas no Brasil, e em outros países no resto do
mundo, no combate à inflação, tem favorecido à criação de um cabedal de
aprendizado à luz das evidências empíricas, com destaques para as seguintes
constatações:
• A inflação tem causas interligadas e complexas;
• A inflação acarreta distorções nos preços relativos e, consequentemente,
na alocação e distribuição dos recursos escassos e da renda;
• Que existe uma relação inversa entre inflação e desemprego (Curva de
Phillips);
• Que um processo inflacionário galopante permite que os governantes
mascarem os déficits das contas públicas mediante o chamado imposto
inflacionário (ao financiarem parte de suas despesas com emissão de
moeda);
• Os programas de combate à inflação focados em congelamento de
preços são efêmeros;
¨• As políticas de combate à inflação exigem taxas de sacrifícios
geralmente elevadas, notadamente às camadas mais vulneráveis da
população.
ATIVIDADE DE PORTFÓLIO
Resolva as seguintes questões e envie as resposta através do seu
portfólio no SOLAR.
1. Quais as características e funções da moeda. Como a inflação pode afetar
a capacidade da moeda cumprir essas funções?
2. Os cartões de crédito e os de débito têm sido cada vez mais utilizados
nas transações de aquisição de bens e serviços, então podem ser
considerados como moeda? (justifique)
3. Como o Banco Central pode interferir na capacidade que tem os bancos
de criar de moeda?
4. Em que consiste o multiplicador da moeda? Se o Banco Central eleva a
taxa de recolhimento (reserva) do sistema bancário de 40% para 80%
quais os valores dos respectivos multiplicadores?
5. Qual a variação na oferta de moeda se ocorre um aumento no volume
dos depósitos a vista de R$ 200 milhões e se a razão de reserva (R) é de
1/4?
6. Quais os instrumentos que o Banco Central pode utilizar para destruir
ou criar moeda? (explique a aplicação de cada instrumento).
7. Conceitue inflação e especifique os tipos de inflação?
8. Se o Banco Central planeja expandir a oferta de moeda em 10% e o
Governo estabelece como meta, para o mesmo período, um crescimento
do PIB de 4,5%, diante desse cenário o que deve se esperar que ocorra com
o nível geral de preços?
9. Com base na Teoria Monetarista da Inflação, em que consiste o
princípio da neutralidade monetária?
10. Nas duas últimas décadas do século passado foram adotados vários
programas de combate à inflação na busca pela estabilização dos preços
(Plano Cruzado, Plano Verão, Plano Collor e Plano Real), na sua opinião
porque apenas o Plano Real teve sucesso (fundamente)?
EXERCITANDO
Exercícios para resolver (Visite a aula online para realizar download
deste arquivo.).
GABARITO
1- b
7- c
2- d
8- c
3- d
9- b
4- b
10- a
5- c
11- e
6- a
12- c
REFERÊNCIAS
BANCO CENTRAL DO BRASIL - www.bcb.gov.br
MANKIW, N. Gregory – Introdução à economia, São Paulo:
Cengage Learning, 2008 (Tradução da 3ª. edição norte-americana),
Capítulos 29 e 30 (pg. 627-671).
FONTES DAS IMAGENS
1. http://4.bp.blogspot.com/_-VsOeSTkrk/SEVPaDwQwRI/AAAAAAAAATo/BPH7jw-_nyQ/s320/Drag%C3%
A3o+da+Infla%C3%A7%C3%A3o.jpg
2. http://deise.info/images/Qualaorigemdocifro_125C6/cifrao.jpg
3. http://www.fazenda.gov.br/portugues/real/planreal.asp
Responsável: Prof. Raul dos Santos
Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual
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