pedagogia de projetos uma possibilidade de trabalho - sinpro-sp

Propaganda
PEDAGOGIA DE PROJETOS:UMA POSSIBILIDADE DE
TRABALHO CONTEXTUALIZADO COM O SEMIÁRIDO
JUAZEIRENSE
Carliane de Oliveira Silva
RESUMO
Esta
é
uma experiência de formação continuada de
professores no município de Juazeiro-BA e teve sua gênese nos
encontros realizados durante o período de 2009 a 2013.Foi um
trabalho pautado no conceito de autoria de pensamento, Pedagogia de
Projetos e contextualização com o semiárido brasileiro.
Palavras-chave:contextualização,semiárido,pedagogia
projetos.
de
Interlocuções Iniciais:A Problemática
Muitos esforços têm sido empreendidos pelo Ministério da
Educação no Brasil para melhoria dos índices que declaram como
baixa, a qualidade da educação básica nas escolas públicas. Dentre
esses esforços algumas políticas de formação continuada de
professores foram implementadas e/ou modificadas. Apesar disto,
ainda é notório que a aquisição do conhecimento desenvolvido pelos
ensinantes e aprendentes que frequentam as escolas públicas deste
país ainda tem chegado às séries finais da educação básica com
imensas lacunas de falta de conhecimento científico e uma grande
dificuldade para fazerem uso de competências e habilidades para se
apropriarem desses saberes e utilizarem-nos nas mais diversas
situações em que forem requisitados.
A despeito disso, Nóvoa (2011, p. 36) nos diz:
A educação vive um tempo de grandes incertezas e de
muitas perplexidades. Sentimos a necessidade da mudança,
mas nem sempre conseguimos definir-lhe o rumo. Há um
excesso de discursos, redundantes e repetitivos, que se
traduz numa pobreza de práticas.
Os esforços da Secretaria Municipal de Educação e Esportes de
Juazeiro/BA para romper com a falta de qualidade do ensino e aprendizagem
dos educandos tornou-se instrumento de reflexão da Diretoria de Valorização do
Professor e Formação Continuada e
de ação da equipe buscando nos
encontros mensais com os professores inquietá-los sobre a necessidade de uma
prática educativa contextualizada com o semiárido brasileiro,mas
especificamente o semiárido juazeirense,pois compreendemos que conhecer o
seu local(comunidade,município) e valorizar as potencialidades do seu lugar e
sua cultura é um caminho que leva os sujeitos a pensar criticamente sua
realidade.
Desse modo, desde de 2009 passamos a realizar encontros de
formação continuada mensal com os educadores da Educação Básica para
discutir temas pertinentes ao seu fazer pedagógico,mas entre eles,destacamos a
Pedagogia de Projetos e a contextualização com o semiárido,uma vez que
concordávamos que a formação continuada precisava considerar os professores
como agentes transformadores do seu próprio processo de aprender, pois o
sujeito aprendente consegue articular o sujeito inquietante e assim abrir espaços
de reflexão para pensar sobre o sujeito ensinante. Esse movimento de mudança
subjetiva do professor esbarra numa mudança de postura pedagógica.
Perceber a necessidade de extrapolarmos o modelo de formação
como escreve Candau (2003, p. 52) “clássica com a ênfase posta na “reciclagem”
dos professores, entendida como refazer o ciclo, voltar e atualizar a formação
recebida” para um caminho de formação continuada que contemple a experiência
docente, os conhecimentos científicos e a reflexão crítica numa perspectiva de
desenvolver a autoria de pensamento e a contextualização do ensino foi de
fundamental importância para que o (a) professor (a) torna-se autor (a) de seus
pensamentos,por isso foi imprescindível fazer uso de formações continuadas
pautadas em metodologias que os conduzissem a questionar a si mesmos, pois
como nos sinaliza Alicia Fernádez(2001,p.60)
Não é possível repensarmos questões sem começar
a questionar a nós
mesmos,
sem começar por conhecermos nossos territórios
inexplorados,
sem começarmos
a povoálos com novos “senhores”, sem sermos os
arquitetos de nossas próprias construções. Só assim
poderemos estabelecer
novos
questionamentos para o outro, ou
melhor,
novas formas de interrogar.
Enfrentar a problemática de tornar os educadores sujeitos autores de
pensamento e capazes de realizar uma prática pedagógica contextualizada foi
um desafio que pautou-se na identificação do que para nós equipe de
Formação Continuada era um problema,pois esbarrávamos sempre na busca
pelo professor de "receitas" milagrosas para um ensino aprendizagem de
qualidade.Por isso, nos questionávamos:como fazer para que os educadores
da Rede Municipal de Ensino implementem ações didáticas pedagógicas
contextualizadas com o semiárido que garanta o direito de aprender dos
educandos?
Objetivos:
• Provocar os educadores para compreender a sua autoria de pensamento a partir
das práticas vivenciadas no cotidiano escolar, tendo como meio básico, a
reflexão, estudo e a pesquisa.
• Desenvolver através de ações formativas as competências necessárias ao
educador para que desenvolva a Pedagogia de projetos com vistas a garantir
um ensino aprendizagem contextualizado com o semiárido brasileiro.
O Caminho Metodológico
A importante tarefa do (a) formador (a) é reconhecer que o professor
produz um saber prático, advindo das respostas que surgem em meio a
imprevisibilidade e ambiguidade da prática, elementos estes que o caracterizam
profissionalmente como educador. Partindo deste ponto, a diretoria de
Valorização e Formação Continuada do professor compreende que:a escola é um
importante espaço de formação, visto que nele ocorrem as situações de trabalho
com foco na potencialidade do ambiente coletivo,que o processo de auto
formação, mesmo que direcionada oferece condições de questionar, argumentar,
intervir e colaborar na difusão de inúmeras possibilidades apresentadas nos
momentos formativos em busca da evolução dos educandos, que é papel do(a)
formador(a) problematizar as experiências do professor a fim de que o mesmo
perceba que muitas respostas que procura obter estão no seu próprio espaço e
modo de atuação precisando apenas de alguns ajustes e por último e talvez mais
relevante, que a formação continuada não traz receitas, e sim, experiências
vivenciadas em outro tempo ou espaço, que adaptadas pelo educador, podem
produzir possibilidades de construção de conhecimento tanto por parte do
ensinante quanto do aprendente. Partindo dessas premissas, foi organizado um
fluxograma que, vivenciado nos encontros formativos, poderá contribuir com o
profissional docente no desenvolvimento do seu fazer pedagógico e, com os
alunos
na
aquisição
de
suas
“aprendizagens”.
veja
abaixo:
O alicerce dos encontros de formação continuada será a contextualização
com o semiárido brasileiro, esta concepção servirá para provocar um ensino
interdisciplinar das diversas áreas do conhecimento a partir do
diagnóstico/itinerário pedagógico os educadores produzem os projetos
pedagógicos exercitando assim sua capacidade de autores da sua própria prática
pedagógica.
A Pedagogia de Projetos surge no intuito de assegurar o desenvolvimento
de um fazer educativo interdisciplinar, visto que, a integração entre as disciplinas
e/ou áreas permite a totalidade do conhecimento, porém não é só a integração
que caracteriza a interdisciplinaridade e sim, a postura de quem realiza a ação.
O posicionamento interdisciplinar viabiliza a criação de uma rede de
saberes. No intuito de possibilitar aos professores da Educação Básica uma
postura interdisciplinar, trabalhamos nos encontros eixos temáticos que aparecem
no documento:EDUCAÇÃO CONTEXTUALIZADA PARA A CONVIVÊNCIA COM
O SEMIÁRIDO: Fundamentos para a construção de Diretrizes Político
Pedagógicas do município de Juazeiro - BA.São eles:natureza, cultura, trabalho e
sociedade.
Os encontros de formação continuada acontecem mensalmente com uma
carga horária de 4h e no decorrer do mês os educadores nos espaços escolares
recebem visitas da equipe de formação para que in loco possam avaliar e refletir
sobre a ação desenvolvida e também planejar os projetos didáticos que são
vivenciados na escola.Os mesmos são discutidos coletivamente a partir do
diagnóstico/itinerário pedagógico realizado por cada educador trata-se do mapa
da comunidade que a escola está inserida identificando suas dificuldades e
potencialidades.
Além das visitas in loco que os formadores realizam, os professores a cada
encontro levam atividades não- presenciais pautadas em pesquisas e estudo de
textos que buscam fortalecer a auto- formação dos educadores.
Temos também como estratégia metodológica um momento ao final de
cada ano intitulado:Práticas exitosas no qual os professores inscrevem os
projetos desenvolvidos com os alunos para um momento festivo e de premiação
onde acontece o relato da experiência(oral,ou banner) da prática vivenciada.
Conforme Alarcão (2003), na formação as estratégias constituem uma
forma de fazer com que os professores reflitam sobre a sua prática, de torná-los
mais competentes na análise das questões cotidianas para sobre elas agirem.
Diante dessa afirmativa e compreendendo a importância de ações estruturadas ,
a formação continuada vem se concretizando quando presenciamos tantas
experiências transgressoras e eficazes no que tange o direito de aprender dos
educandos.
Vale ressaltar que em consonância a esta proposta metodológica, os
docentes podem valorizar outras linguagens, como músicas, imagens, filmes,
entre outras. Segundo Freire (1996, pg. 42):
A grande tarefa do sujeito que pensa certo não é
transferir, depositar,
oferecer, doar ao
outro, tomando como paciente do seu pensar. A
tarefa
coerente
do educador que pensa
certo é [...] desafiar o educando com
quem se comunica e a quem comunica produzir sua
compreensão do que
vem sendo
comunicado".
Portanto, acreditamos que o caminho metodológico que trilhamos
tem produzido uma mudança pessoal do educador com vistas ao aprimoramento
de suas ações didáticas e pedagógicas, por meio da pesquisa e da reflexão em
detrimento da construção e desconstrução dos saberes dos alunos e de seus
próprios saberes o mesmo tem demonstrado sua autoria de pensamento.
Fundamentos Teóricos
Para principiar este trabalho faz-se pertinente explicitar aqui o conceito de
autoria de pensamento definido por Fernández (2001,p.): "A autoria de
pensamento é a condição para a autonomia da pessoa, e por
sua
vez,
a
autonomia favorece a autoria de pensar. À medida que alguém
se
torna
autor poderá conseguir o mínimo de autonomia".
A ideia de Alicia Fernández sobre a relação entre autoria de pensamento autonomia merece ser destacada, pois nos levam a inferir a importância de
oferecer aos educadores momentos de formação continuada pautados no diálogo
e na reflexão da prática,Fernández nos faz um convite a refletir sobre esse
aspecto quando relata:
Para autorizar-nos a Ensinar, devemos fazer-nos autores ..
acreditar em nós. Olhar o valor que tem o que fazemos,
apropriarnos da singularidade que possuímos ... Fazernos autores de
nossos pensamentos.Hoje em dia,
fala-se muito sobre a necessidade de Capacitação Docente.
Todavia, muito pouco se
fala e se reflete sobre como os
Docentes e as instituições se
capacitam e como são
seus espaços de formação... ”( 2001, p.
30).
A formação continuada oferecida na Rede Municipal de Ensino de
Juazeiro/BA considera os professores como agentes transformadores do seu
próprio processo de aprender, pois acreditamos que quando o sujeito aprendente
articula o sujeito inquietante consegue abrir espaços de reflexão para pensar
sobre o sujeito ensinante. Esse movimento de mudança subjetiva do professor
esbarra numa mudança de postura pedagógica, pois como defende Fernández
(2001, p. 52):
As mudanças devem ocorrer em duas direções. Frente a si
mesmos:
para recuperar o
próprio prazer de
aprender
e, partindo disso, modificar a
modalidade de ensino.
Frente aos seus alunos: para investi-los do caráter de
sujeitos
pensantes,capazes de aprender.
Desse modo, é possível dizer que o trabalho metodológico desenvolvido
com os educadores da Rede Municipal de Educação de Juazeiro/BA nos
encontros de formação continuada estão pautados na concepção de educação
Contextualizada com o Semiárido Brasileiro,pois sabemos que tem se
perpetuado, inclusive, nos livros didáticos, a reprodução da cultura colonialista.
Ou seja, as narrativas, assim como as imagens construídas sobre essa região,
materializam a visão do dominador, portanto do colonizador, seja o europeu ou as
elites locais, que falam como expectadores de uma realidade que pouco
conhecem. Falam de fora e escrevem para (enviam) e não fazem a partir do lugar
e da concepção dos sujeitos que aí vivem. Por isso, a importância de
compreender e viabilizar uma prática pedagógica que preze a contextualidade dos
sujeitos,pois como diz Martins:
A “educação contextualizada”, portanto, beneficiando-se
ainda das contribuições de Freire e das experiências da
Educação Popular, parte do princípio de que, para romper
com a “situação colonial de descontextualização”, é preciso
fazer a educação se vincular à vida, tratar dos temas, da
cultura, dos saberes, dos sentires dos diversos sujeitos
implicados nos processos de educação. É preciso, por
conseguinte, que os sujeitos reais, onde quer que estejam,
com suas diferenças culturais, sociais, de credo, com suas
verdades diversas, possam participar do processo educativo
legitimamente, e que a educação tenha este universo
específico como seu manancial de produção de conteúdos,
de novos saberes e de produção de sentido para o próprio
ato pedagógico (MARTINS, 2011, p.67-68).
Concebendo por essa ótica, contextualizar educação escolar no
Semiárido é problematizar essas visões veiculadas há séculos e apontar as
diferentes possibilidades de produção da vida. É resgatar a História dos povos do
Semiárido, as suas heranças incrustadas nos saberes que orientam a construção
dos jeitos de viver nesse lugar, considerando as suas especificidades e
elucidando a diversidade de possibilidades. É desvendar os aspectos da história
que vêm sendo contados, a partir dessa matriz construída sob o estigma da
colonização e veiculada pelos vencedores, (MARTINS (op.cit. p.47-48) e que se
reproduz nos processos pedagógicos como verdades, a partir da ótica da elite
dominante e conforme os seus interesses.
Este processo de contextualizar os conteúdos escolares requer estudos
aprofundados, pesquisas, experimentos. Muitas formas metodológicas contribuem
para que o trabalho tenha uma orientação, um direcionamento lógico. Elegemos,
como princípio metodológico norteador, a Pedagogia de Projetos, por entender
que a mesma dá uma dinâmica especial ao processo pedagógico, por ser uma
metodologia enraizada no princípio da participação, da autonomia e da próatividade dos/as educandos/as, por favorecer a articulação da escola com a
comunidade. Professores e professoras, alunos/as podem realizar diversos
projetos coletivos que vão mobilizar os conhecimentos e temas a serem
trabalhados e discutidos, os quais, muitas vezes, não se encontram dispostos em
nenhum material de apoio didático pedagógico.
A Pedagogia de Projetos é assumida pela necessidade de desenvolver
uma metodologia de trabalho pedagógico que valorize o educando e o educador
no processo ensino/aprendizagem, tornando-os responsáveis pela elaboração e
desenvolvimento de cada projeto de trabalho. É um processo educativo
desencadeado por uma questão que favorece a análise, a interpretação e a
crítica, como confronto de pontos de vista. A aprendizagem acontece a partir da
interação entre o aprendiz e o objeto de conhecimento, dentro de um contexto
com sentido e significado. Leva educandos/as e educadores/as a agir com
flexibilidade, a acolher a diversidade e a compreender sua realidade pessoal e
cultural, perceber que há diferentes formas e caminhos para o aprendizado.
Acontece a descoberta de outros espaços de aprendizagem que não estão
restritos à escola. Os saberes locais passam a ganhar mais valor e
reconhecimento.
É importante destacar que, aproveitar a experiência social dos/as
educandos/as para discutir aspectos da realidade, é possibilitar o confronto entre
as próprias visões de mundo com outras visões de mundo, efetuar trocas de
experiências entre o grupo, fazer análise de suas concepções sob outros pontos
de vista, provocando, assim, o questionamento de suas próprias ideias e atitudes.
É uma maneira de desafiá-los a atuarem como sujeitos ativos de sua
aprendizagem.
A Pedagogia de Projetos visa à ressignificação desse
espaço escolar, transformando-o em um espaço vivo de
interações, aberto ao real e às suas múltiplas dimensões. O
trabalho com projetos traz uma nova perspectiva para
entendermos o processo de ensino/aprendizagem. Aprender
deixa de ser um simples ato de memorização e ensinar não
significa mais repassar conteúdos prontos. (LEITE, 1996).
Os projetos têm como base a PESQUISA, a qual é realizada pelos
professores/as e pelos alunos/as, em parceria com a comunidade,ou seja é o
momento do itinerário pedagógico mobilizando o/a pesquisador/a a interagir com
o contexto pesquisado, provocando movimentos de aprendizagens recíprocas.
Neste sentido, todo conhecimento é construído em estreita relação com o
contexto em que é utilizado, sendo, por isso mesmo, impossível separar os
aspectos cognitivos, emocionais e sociais presentes nesse processo. Ao
participar de um projeto, o estudante está envolvido em uma experiência
educativa em que o processo de construção de conhecimento está integrado às
práticas vividas.
Resultados obtidos
Acredita-se que ao longo desse período de mobilização dos educadores
em torno da busca de sua autoria de pensamento e da efetivação de uma prática
pedagógica contextualizada e mais significativa conseguimos obter melhores
resultados e avanços nas avaliações externas e hoje ao final de cada ano letivo
temos uma grande procura dos educadores interessados em compartilhar suas
experiências exitosas nos projetos desenvolvidos em sala de aula,pois em 2013
tivemos 150 inscritos e 30 experiências com a Pedagogia de Projetos
selecionados para socialização com os colegas.
Hoje também identificamos claramente nas visitas in loco que os nossos
educadores e educandos conhecem mais o seu lugar e o mais importante
valorizam e enxergam as bonitezas de um espaço geográfico seco mas com
possibilidades de vida sustentável.
Conclusão
O desafio
de fortalecer e possibilitar o desenvolvimento ou (re)
conhecimento da autoria de pensamento dos educadores e educadoras a partir
da formação continuada da Rede Municipal de Ensino de Juazeiro bem como a
opção por instituir uma prática pedagógica significativa e contextualizada através
da Pedagogia de Projetos continua nos impulsionando a construir uma educação
a favor da vida dos educandos e educandas.
Reafirmamos neste sentido, que a Educação ofertada as crianças, jovens e
adultos neste município preza pela construção de um conhecimento gerado nas
relações nas relações e afetos,pois aqui neste espaço semiárido a cultura, os
saberes,as subjetividades compõem aquilo que é ensinado e aprendido na
escola,pois nosso desejo é que as pessoas que aqui vivem possam identificar que
os conhecimentos escolares tratam das suas vidas, do lugar onde vivem, das
dificuldades e potencialidades causando assim o bom viver.
O processo educacional proposto aos educadores e educandos vem
provocando algumas inquietações no pensar,pois já como afirmava os filósofos da
Grécia antiga faz-se necessário compreender que:
Nenhum conhecimento deve ser dado dogmaticamente,mas
educação deve desenvolver a capacidade de pensar...O
conteúdo deve ser retirado da vida cotidiana...deve
questionar o modo de vida cotidiana...deve questionar o
modo de vida de cada um, da cidade(ARANHA,1989,p.48).
Diante de toda esta reflexão e parafraseando Paulo Freire diríamos que
além da curiosidade que nos move e que nos põe pacientemente impacientes
diante do mundo,é vital a consciência da autoria de pensamento dos educadores
e educadoras se quisermos realmente vivenciar uma educação escolar que
transgride a colonização dos conhecimentos e busca contextualizar os saberes
com a natureza, a sociedade e a cultura dos sujeitos aprendentes.
Referências Bibliográficas
ARANHA,Maria
Lúcia
de
Arruda.História
da
Educação.São
Paulo:Moderna,1989.
CANDAU, Vera Maria. Magistério: construção cotidiana. Petrópolis:
Vozes,
2003.
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2010.
FERNÁNDEZ, Alicia. O Saber em Jogo: A Psicopedagogia propiciando
Autorias de Pensamento. Porto Alegre: Artmed, 2001.
FREIRE, Paulo: Pedagogia da autonomia: saberes necessários à
prática
educativa. 7. Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998.
LEITE, Lúcia Helena Álvarez. Buscando dar sentido e significado à
aprendizagem escolar - A pedagogia de projetos em questão.
SMED
(Secretaria Municipal de Educação) Dez/94
MARTINS,Josemar da Silva.Anotações em torno do conceito de Educação para
a Convivência com o Semi- Árido.In:Educação para a Convivência com o
Semi-Àrido: Reflexões Teórico- Práticas.Juazeiro/BA:Secretaria Executiva da
Rede de Educação do Semi- Árido,Selo Editorial-RESAB,2006.
MORAES, M. C. O paradigma educacional emergente. Campinas/SP: Papirus,
2003.
NÓVOA, António. O Regresso dos Professores. Pinhais: Editora Melo, 2011.
Download