[NOME] [MORADA] [ENDEREÇO ELETRÓNICO] Exmo Senhor Diretor-Geral da Direção-Geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos Avenida Brasília, 1449-030 Lisboa [LOCAL e DATA] Assunto: Resposta à consulta pública em edital nº 005/2016 Em resposta à consulta pública publicada no edital nº 005/2016 da Direção-Geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) para emissão de um Título de Utilização Privativa do Espaço Marítimo Nacional (TUPEM) para a realização de sondagem em zona imersa profunda na bacia do Alentejo, ao largo de Alzejur, venho por este meio chamar a atenção para: os impactos negativos, perigos e riscos da atividade de prospeção de hidrocarbonetos para os ecossistemas, afetando particularmente mamíferos marinhos, mas tartarugas marinhas, peixes, moluscos, entre outros, podem também ser vítimas destes impactos1; os impactos negativos, perigos e riscos da efetiva exploração de hidrocarbonetos, que incluem perigo de desastre ambiental, poluição e degradação das condições do ecossistema e ambiente onde as populações exercem as suas atividades económicas. Em contrapartida dos impactos, perigos e riscos da possível exploração não existem benefícios económicos para a região e para o país, uma vez que as contrapartidas financeiras para o Estado português são muito baixas (podendo atingir, no máximo, apenas 10%), sendo ainda nulas para as populações diretamente afetadas; a necessidade de defender um modelo de desenvolvimento sustentável para a região de promoção das atividades da economia azul que geram rendimentos importantes, sem riscos ambientais e com impactos muito reduzidos, como determinados exemplos de turismo, da pesca e da aquicultura; a necessidade de defender um modelo de desenvolvimento sustentável para Portugal com o aproveitamento das fontes de energia renováveis que existem na extensa zona marinha sob a sua jurisdição, como a energia solar, do vento, das ondas e das marés e criando condições para fazer do nosso país um pioneiro a nível mundial nesta área, permitindo não só o aproveitamento dos recursos energéticos e uma maior independência do país, mas também a exportação de conhecimento e tecnologia para outros países; estudos científicos mostram que o compromisso global de limitar o aquecimento global a 2°C implicará deixar no subsolo cerca de 1/3 das reservas mundiais de combustíveis fósseis, o que é incompatível com a abertura de novas prospeções e explorações2. Desta forma, e pelos argumentos acima descritos, venho por este meio pedir o indeferimento do pedido de TUPEM em causa. Com os melhores cumprimentos, [Assinatura] [DATA] 1 http://www.lpn.pt/Homepage/Noticias/Comunicados-de-Imprensa/Announcements.aspx?tabid=2403&code=pt&ItemID=3731 2 http://www.nature.com/nature/journal/v517/n7533/full/nature14016.html#affil-auth