MEC distribui livro que aceita erros de português

Propaganda
LINGUA POPULAR
MEC distribui livro que aceita erros de português
http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2011/05/14/mec-distribui-livro-que-aceitaerros-de-portugues-924464625.asp
Plantão | Publicada em 14/05/2011 às 09h28m
O Globo
BRASÍLIA - O Programa Nacional do Livro Didático, do Ministério da Educação (MEC), distribuiu
a cerca de 485 mil estudantes jovens e adultos do ensino fundamental e médio uma publicação que
faz uma defesa do uso da língua popular, ainda que com incorreções. Para os autores do livro, deve
ser alterado o conceito de se falar certo ou errado para o que é adequado ou inadequado. Exemplo:
"Posso falar 'os livro'?' Claro que pode, mas dependendo da situação, a pessoa pode ser vítima de
preconceito linguístico" - diz um dos trechos da obra "Por uma vida melhor", da coleção "Viver,
aprender".
Outras frases citadas e consideradas válidas são "nós pega o peixe" e "os menino pega o peixe". Uma
das autoras do livro, Heloisa Ramos afirmou, em entrevista ao "Jornal Nacional", da Rede Globo,
que não se aprende a língua portuguesa decorando regras ou procurando palavras corretas em
dicionários.
- O ensino que a gente defende é um ensino bastante plural, com diferentes gêneros textuais, com
diferentes práticas de comunicação para que a desenvoltura linguística aconteça - disse Heloisa
Ramos.
Em nota encaminhada ao "Jornal Nacional", o Ministério da Educação informou que a norma culta
da língua será sempre a exigida nas provas e avaliações, mas que o livro estimula a formação de
cidadãos que usem a língua com flexibilidade. O propósito também, segundo o MEC, é discutir o
mito de que há apenas uma forma de se falar corretamente. Ainda segundo o ministério, a escrita
deve ser o espelho da fala.
REGRAS DA LÍNGUA PORTUGUESA
MEC lava as mãos no caso dos livros com erros
http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2011/05/15/mec-lava-as-maos-no-caso-doslivros-com-erros-924468819.asp
Publicada em 16/05/2011 às 09h43m
Cássio Bruno
RIO - O Ministério da Educação informou que não se envolverá na polêmica sobre o livro com erros
gramaticais distribuído pelo Programa Nacional do Livro Didático , do próprio MEC, a 485 mil
estudantes jovens e adultos. O livro "Por uma vida melhor", da professora Heloísa Ramos, defende
uma suposta supremacia da linguagem oral sobre a linguagem escrita, admitindo a troca dos
conceitos "certo e errado" por "adequado ou inadequado". A partir daí, frases com erros de português
como "nós pega o peixe" poderiam ser consideradas corretas em certos contextos.
LIVRO COM ERROS:Imortal da ABL também critica a cartilha
- Não somos o Ministério da Verdade. O ministro não faz análise dos livros didáticos, não interfere
no conteúdo. Já pensou se tivéssemos que dizer o que é certo ou errado? Aí, sim, o ministro seria um
tirano - afirmou ontem um auxiliar do ministro Fernando Haddad, pedindo para não ser identificado.
" O ministro não faz análise dos livros didáticos, não interfere no conteúdo "
Escritores e educadores criticaram ontem a decisão de distribuir o livro, tomada pelos responsáveis
pelo Programa Nacional do Livro Didático. Para Mírian Paura, professora do Programa de Pósgraduação em Educação da Uerj, as obras distribuídas pelo MEC deveriam conter a norma culta:
- Não tem que se fazer livros com erros. O professor pode falar na sala de aula que temos outra
linguagem, a popular, não erudita, como se fosse um dialeto. Os livros servem para os alunos
aprenderem o conhecimento erudito.
Na obra "Por uma vida melhor", da coleção "Viver, aprender", a autora afirma num trecho: "Posso
falar 'os livro?' Claro que pode, mas dependendo da situação, a pessoa pode ser vítima de
preconceito linguístico." Em outro, cita como válidas as frases: "nós pega o peixe" e "os menino
pega o peixe".
Autor de dezenas de livros infantis e sobre Machado de Assis, o escritor Luiz Antônio Aguiar
também é contra a novidade:
- Está valendo tudo. Mais uma vez, no lugar de ensinar, vão rebaixar tudo à ignorância. Estão
jogando a toalha. Isso demonstra falta de competência para ensinar.
Segundo ele, o que estabelece as regras é a gramática.
- Imagina um jogo de futebol sem as linhas do campo. Como vão jogar futebol sem saber se a bola
vai sair ou não? O que determina as regras é a gramática. Faltam critérios. É um decréscimo da
capacidade de comunicação - observou Aguiar, também professor do curso "Formação de leitores e
jovens leitores", da Secretaria municipal de Educação.
Livro didático do MEC tem erro de
português
•
•
•
12 de maio de 2011 |
23h12 |
Tweet este Post
Categoria: Educação
“Nós pega o peixe” ou “os menino pega o peixe”. Os erros gramaticais são apenas
alguns encontrados no livro de língua portuguesa Por uma Vida Melhor, da Coleção
Viver, Aprender – adotado pelo Ministério da Educação (MEC) e distribuído pelo
Programa Nacional do Livro Didático para a Educação de Jovens e Adultos (PNLDEJA) a 484.195 alunos de 4.236 escolas.
Na avaliação dos autores do livro, o uso da língua popular, ainda que contendo erros, é
válido. Os escritores também ressaltam que, caso deixem a norma culta, os alunos
podem sofrer “preconceito linguístico”.
Publicado pela Editora Global, o livro apresenta frases erradas e explicações para cada
uma delas, como forma de ensinar a maneira correta de falar e escrever. “Você pode
estar se perguntando: ‘Mas eu posso falar ‘os livro’?’ Claro que pode.
Mas fique atento, porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de
preconceito linguístico”, diz um dos trechos. “Muita gente diz o que se deve e o que não
se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como
padrão de correção de todas as formas linguísticas.”
Correto e adequado
Em nota divulgada pelo Ministério da Educação, a autora Heloisa Ramos justifica o
conteúdo da obra. “O importante é chamar a atenção para o fato de que a ideia de
correto e incorreto no uso da língua deve ser substituída pela ideia de uso da língua
adequado e inadequado, dependendo da situação comunicativa.”
“Como se aprende isso? Observando, analisando, refletindo e praticando a língua em
diferentes situações de comunicação”, acrescenta a autora em seu texto.
Heloisa também afirma que o livro tem como fundamento os “documentos do MEC
para o ensino fundamental regular e Educação de Jovens e Adultos(EJA)”. Segundo ela,
a obra leva em consideração as matrizes que estruturam o Exame Nacional de
Certificação de Jovens e Adultos (Encceja).
Procurada pela reportagem, a Editora Global informou, por intermédio de sua
assessoria, que é a responsável pela comercialização e pela produção do livro, mas não
pelo seu conteúdo.
Download