RECEPÇÃO E MEDIAÇÃO NA TELENOVELA

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“Amazônia e o direito de comunicar”
17 a 22 de outubro de 2011 - Belém/PA
RECEPÇÃO E MEDIAÇÃO NA TELENOVELA BRASILEIRA: Primeiras
Perpectivas
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Layara Carreteiro2
Universidade da Amazônia, Belém, PA
Resumo
O artigo consiste num estudo de comunicação e cultura, no qual se busca compreender a
recepção na perspectiva das mediações culturais. Faz-se uma análise sobre o uso das
mensagens veiculadas pela telenovela na vida cotidiana das pessoas. Entendendo-se a
Comunicação como um processo onde o emissor e o receptor são mediados pela cultura,
procura-se ver, por um lado, a televisão como uma cultura hegemônica, dominadora e, por
outro, o telespectador como uma sujeito ativo e fruidor de sentido. Trata-se de uma pesquisa
bibliográfica que acredita que as telenovelas vão além de um produto de entretenimento; elas
influenciam diretamente na formação da opinião dos diversos públicos; instigam os sujeitos a
construir significados a partir da sua realidade; fixam-se como uma nova forma para se
retratar a identidade nacional. Com esta pesquisa, vislumbra-se poder contribuir com o
elenco de estudos que vêm sendo desenvolvidos pelos latino-americanos, no âmbito da
comunicação e cultura.
Palavras-Chaves: Comunicação, Mediações, Telenovela, Cotidiano
Abstract
This article consists of a culture and communication study, in which we search to understand
the
recption
on
the
perspective
of
cultural
mediations.We conduct an annalysis about the use of menssages broadcast by tv soap operas
in people's daily life. Understanding the communication as a process where the emmissor and
the receptor are mediated by the culture.On one hand we try to see the television as an
hemogenic dominanting culture, and on the other hand the viewer as an ative subject an
enjoyer of sense. It is a bibliographic research where tv soap operas go beyond an
entertainiment product;they influence directly on the formation of several publics; instigate
the subjects to construct meanings since their reality. They fix as a new form to picture a new
national identid themselves.We are willing to be able to contribute with a cast of studies that
are being developped by Latin-American people in the communication and culture
enviroment.
Key-Words: Communication, Mediations, TV soap operas, Quotidian
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Trabalho apresentado no Grupo de Trabalho da II Conferência Sul-Americana e VII Conferência Brasileira de
Mídia Cidadã.
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Mestranda pela Universidade da Amazônia. E-mail: [email protected]
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1 Introdução
No início da década de 1980, quando as pesquisas no campo da comunicação tiveram
início, acreditava-se, ainda num modelo onde o emissor era aquele que detinha o poder e o
receptor era analisado apenas como um sujeito dominado frente a essa relação hegemônica e
poderosa. A teoria crítica, preconizada pela Escola de Frankfurt configurou-se num marco
referencial desse pensamento. O modelo mostrava que os meios eram detentores do poder
absoluto da informação e que, o seu conteúdo era usado para manter as massas alienadas e
reforçar o discurso capitalista (MATTELART, 1999, p.78).
Percebe-se que o receptor não era visto na sua totalidade como um ser que tem cultura
própria e manifesta-se a partir daquilo que lhe é passado, fazendo seus próprios usos e
filtrando as informações.
A partir dessa problemática, em meados dos anos 1980 sentiu-se a necessidade de criar
uma teoria para explicar como acontece o processo onde o receptor é parte ativa no processo
comunicacional e o papel desse novo sujeito. É nesse período que se disseminam os estudos de
comunicação e cultura e de recepção na perspectiva das mediações culturais. A recepção passa
a ser o espaço da comunicação onde as mensagens adquirem sentido; passa-se a valorizar o
receptor como o sujeito ativo no processo comunicacional.
Nesse contexto, considera-se fundamentalmente importante pensar a telenovela como
uma importante formadora de sentido para o cotidiano desse sujeito que reage e cria seus
próprios usos a partir de determinada mensagem. Segundo Santos (2010, p.01) “além de um
produto cultural a telenovela está integrada à realidade social dos sujeitos por meio das
representações sociais”. Nessa direção, analisa-se a mensagem produzida pela telenovela,
tendo o telespectador, frente a esse emissor para compreender como se dá o processo de
recepção a partir dos trabalhos realizados sobre a influência das telenovelas na sociedade
brasileira na perspectiva das mediações culturais envolvidas nesse processo e como o cotidiano
atravessa essas práticas.
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2 Mediações e o papel do receptor
Os autores Martin Barbero e Nestor Garcia Canclini usaram como base os estudos do
italiano Antônio Gramsci sobre hegemonia inserindo-os no âmbito da comunicação.
Dessa forma entende-se hegemonia como “a capacidade de unificar através da
ideologia e de conservar unido um bloco social que não é hegemônico, mas sim marcado por
profundas contradições de classe”.( GRUPPI, 1978, p.91).
A partir dessa nova perspectiva rompeu-se com a idéia de dominação imbricada no
conceito de hegemonia e passou a ser considerada como relações de consenso. Segundo
Canclini
Nas sociedades complexas, a hegemonia se estabelece mediante uma relação
dialética entre a homogeneidade e diferenciação social. Enquanto a
dominação homogeneíza, submetendo as pretensões de pluralidade ao
denominador comum da obediência, a hegemonia consiste em trabalhar com
as diferenças e às vezes fomentá-las, sob a coesão de um poder unificador
(...) quando a diversidade de interesses se desenvolve em estilos de vida
enfrentados sem pacto e reciprocidade, gera conflitos desintegradores da
unidade social, mas essas mesmas diferenças, desde que reconhecidas pelo
poder hegemônico e coordenados por ele, podem coexistir e inclusive
colaborar para que a hegemonia se já legitimada através do consenso.
(CANCLINI, 1988, p.22)
É nesse período que se disseminam os estudos de comunicação e cultura e de recepção
na perspectiva das mediações culturais. A recepção passa a ser o espaço da comunicação onde
as mensagens adquirem sentido; passa-se a valorizar o receptor como o sujeito ativo no
processo comunicacional.
A pesquisadora (SAMPAIO, C.A. 1999) explica que a comunicação passa a ser
entendida como um fenômeno indissociado da cultura, na perspectiva das mediações culturais.
A autora (op.cit.) ressalta, ainda que,
Nessa nova linha de pensamento, as culturas populares não podem ser
estudadas de forma isolada e, sim, mediatizadas por elementos que produzem e
reproduzem significados sociais e culturais como um espaço que possibilita
compreender as interações entre a produção e recepção do sentido.(SAMPAIO,
1999, p.58)
O conceito de mediações, segundo Martin-Barbero(2001), sugere que o emissor perca o
seu poder absoluto de ação, ao mesmo tempo que elimina a passividade do receptor. Para
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Guillermo Orozco (1997) em seus estudos sobre mediações culturais têm
se voltado à televisão. A pergunta é: Como se realiza a interação entre a TV e a audiência?
Para o autor, (1997, p. 114) “mediação é o conjunto de influências que estruturam o processo
de aprendizagem e seus resultados provenientes tanto da mente do sujeito como de seu
contexto sócio-cultural”. Orozco aponta para as seguintes mediações: a individual ou
cognoscitiva, a situacional, a institucional, a contextual, a estrutural e a videotecnológica. A
mediação cognoscitiva ou individual é o conjunto de idéias, repertórios, esquemas e “guiones
mentales” que influenciam em nossos processos de percepção, processamento e apropriação
das mensagens propostas através dos meios.
Há outro conjunto de mediações, ainda, constituído por elementos mais contextuais da
recepção como o lugar de origem e de residência, o nível educativo da audiência, o tipo de
trabalho, suas experiências de mobilidade social, suas percepções sobre os meios em geral,
suas visões e ambições. As mediações estruturais são aquelas que configuram a identidade do
sujeito receptor, como a classe social, a etnia, a idade, o sexo e o estrato sócio-econômico.
Orozco ressalta que essas mediações são também denominadas de mediações de referências.
Nas mediações estruturais ou de referências, portanto, as identidades diversas do receptor
constituem mediações no processo de receber as mensagens e influenciam de forma diferente
na interação entre as culturas estabelecida pela parceria.
A proposta de Orozco é assumir a audiência como sujeito e que essa audiência se
constitui de muitas maneiras e se diferenciando; que a audiência é um processo resultante da
interação receptor/tv/mediações, os quais entram em jogo no contínuo ato de ver a Tv. Esses
momentos se fundem com as práticas cotidianas, responsáveis pela negociação de significados
e sentidos pela apropriação dos conteúdos massivos. Nesse caso, a Tv é considerada uma
mediadora, como instituição social que produz significados e que ganha legitimidade frente à
sua audiência. É, exatamente, nesse contexto de Orozco(1997), em seus estudos televisivos,
que buscamos enxergar a parceria como um processo de comunicação entre duas culturas,
portanto, a parceria como uma mediação cultural.
As mediações institucionais servem também como cenários onde ocorre a recepção (a
família) e se dão as apropriações ou re-apropriações das mensagens; como fontes de referência
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(escola) e como comunidades de interpretação ( conjunto de sujeitos sociais unidos por um
âmbito de significação) na medida em que é: “desde ellas que se interpretan muchos de los
mensajes percebidas, se significan y se produce la
comunicación”(OROZCO, 1997, p.114).
Finalmente, as mediações videotecnológicas que estão relacionadas aos meios
eletrônicos, ou elementos que produzem a sua própria mediação, utilizam recursos para impôla sobre a audiência. A proposta metodológica de Orozco é onde as mediações se entrecruzam
para dar sentido ao que foi apropriado ou re-apropriado. Por comunidade de apropriação
entende os diferentes âmbitos de significação através dos quais a mensagem adquirem sentido.
3 O cotidiano e a representação nas telenovelas
O cotidiano assume um papel relevante nessa esfera quando se busca compreender as
práticas culturais dos segmentos populares, pois é nele que o sujeito compara e viabiliza ou
não as propostas hegemônicas, ou contra-hegemônicas, sustentando em seus hábitos ou
costumes e os de seus grupos aos quais pertencem. Agnes Heller (1989) diz que a vida
cotidiana é a vida do homem inteiro, ou seja, o homem participa na vida cotidiana em todos os
seus aspectos de sua vida, de sua individualidade e de sua personalidade. Nela colocam-se em
funcionamento todos os seus sentidos, todas as suas capacidades intelectuais, suas habilidades
manipulativas, seus sentimentos, suas paixões, idéias e ideologias.
O homem da cotidianidade é atuante e fruidor, ativo e receptivo, porém não
tem tempo e nem possibilidade de se absorver inteiramente em nenhum desses
aspectos; por isso não pode aguçá-lo em toda a sua intensidade(HELLER,1989,
p.17-18).
Mauro Wilton (1989) desenvolveu estudos de recepção que privilegiam o cotidiano
como o espaço onde as coisas acontecem de fato. O autor diz que a noção da cotidianidade,
tanto quanto a de práticas de pessoas e grupos sociais é uma primeira aproximação importante
para se destacar o que vem se colocando como prioridade no estudo de interação comunicaçãocultura. Esses grupos que se formam no cotidiano constituem, ao mesmo tempo, o motivo
dessa mesma vida dos indivíduos. Neles se obtém informações básicas para a subsistência,
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para a constituição e renovação das experiências históricas e pessoais e, nos processos mais
avançados para o suporte vivencial das grandes lutas sociais. A nova percepção de que o
receptor é também um produtor de sentido resultou na escolha do cotidiano como lugar para a
compreensão das
mediações culturais e do uso como espaço onde se manifesta a cultura hoje.
Os pesquisadores latino-americanos, tanto Canclini quanto Barbero, partem do
princípio de que a cultura é uma força viva, constituída da ação autônoma do homem que
compartilha códigos, condições materiais da vida e formas de apropriações semelhantes. Na
opinião desses estudiosos da comunicação, a cultura não se trata de uma coisa estática que
deva ser incorporada e reproduzida fielmente pelos indivíduos ou grupos, daquilo que fazem
de suas vidas, das novas interações com outros grupos ou códigos culturais.
Vale ressaltar que os dramas reproduzidos nas telenovelas geralmente são compostos
por histórias da vida real que tiveram considerada relevância e a partir disso, passaram a ser
problematizados na televisão. Dessa forma, como afirma, Martin- Barbero (2001) tem grande
capacidade de projetar a realidade, ou seja, a partir do momento em que as pessoas passam a se
identificar e a enxergar um ao outro a partir dos personagens, a telenovela vai além do
entretenimento, passando a ser uma poderosa ferramenta de identificação cultural e muito mais
que isso uma importante formadora de opinião, capaz de criar agendas, sustentar ou derrubar
tabus e propor novos olhares para um universo social dinâmico e plural.
Na novela “A favorita”, por exemplo, havia um núcleo onde a personagem sofria com o
problema da violência doméstica. Dessa maneira, percebe-se que o folhetim retirou um
problema social vivido por muitas mulheres brasileiras para retratar como melodrama.
Por isso, de acordo com Jacks(1993, p.32) “De uma maneira ou outra, mostrando e
discutindo realidades urbanas ou rurais, a telenovela brasileira tem se apropriado de temáticas
que tocam de alguma forma na cultura e identidade nacional”. É o que também acredita
Figueiro (2003), quando diz que a telenovela assume “o papel do contador de história dos
velhos tempos”, servindo como um produto de consumo, mas, também, como uma narrativa
ficcional capaz de “penetrar no cotidiano do espectador, de forma a que ele possa rever-se na
própria realidade”.
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Logicamente que, o avanço da tecnologia agregada a valores culturais de cada
telespectador, a estética de áudio e vídeo passou a ser um grande aliado dessa identificação, os
sujeitos sociais passam a se projetar nos dramas, que são mais reais com a ajuda desses meios
técnicos mais especializados que tem por objetivo aproximar as histórias verídicas das
fictícias.
Mas para compreender o sucesso das telenovelas junto ao público é importante que se
destaque os conceitos de representação fundamental para se entender como os mecanismos das
narrativas fictícias funcionam.
Segundo Moscovici (apud SODRÉ, 1972, p.76) a representação é “um processo de
mediação entre conceito e percepção”. Em linhas gerais, uma forma de reconstruir um objeto
já existente, conseqüentemente dando uma nova roupagem ao real, levando em consideração
as influências culturais e ideológicas próprias do receptor. A telenovela é um grande exemplo
de representação, já que independente do nível de proximidade e realidade da narrativa com o
telespectador, a função principal do folhetim é representar.
Como já foi dito anteriormente, as telenovelas muitas vezes se vêem reproduzindo
dramas da vida real, como escândalos políticos, problemas vividos no âmbito privado e
público, preconceitos, tabus e etc. Podemos reconhecer determinadas situações nas gírias, no
comportamento das personagens, nos cenários, nas tramas, na atmosfera política e cultural e na
estética de produção em geral. Esse folhetins “retiram” o cerne do problema da vida real,
dando-lhe uma nova forma e transformando em narrativa áudio-visual. Como afirma
Campadelli (1987) essas tramas passeiam entre ficção e não-ficção, no entanto mantendo
sempre uma estrutura que lembre e represente a realidade.
Em linhas gerais, as telenovelas nacionais têm a missão de identificar o povo brasileiro,
seus problemas e toda uma complexa cultura que é influenciada por diversos fatores como
classe social, experiências de vida, crenças e todos os dilemas de uma civilização que vive em
território extenso e que historicamente, recebeu influência de várias partes do mundo.
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4 Metodologia
A pesquisa foi desenvolvida a partir da revisão de literatura sobre os estudos de
recepção e mediações culturais já realizados, como livros, teses, dissertações e artigos que
abordam o tema.
A principal finalidade da pesquisa bibliográfica é levar o pesquisador(a)
a entrar em contanto direto com obras, artigos ou documentos que tratem do
tema em estudo. O mais importante para quem faz opção por uma pesquisa
bibliográfica é ter certeza que de que as fontes a serem pesquisadas já são
reconhecidamente do domínio científico. (OLIVEIRA, 2007, p. 69)
A metodologia da pesquisa bibliográfica foi escolhida, pois esse trabalho procura dar conta
apenas de alguns aspectos teóricos sobre a recepção, mediações e a telenovela.
5 Conclusão
A partir dos estudos dos pesquisadores latino-americanos é possível afirmar que hoje o
papel do receptor é fundamental para se entender o processo comunicativo. Esses autores
rompem com as clássicas teorias da comunicação onde o emissor tinha completo domínio da
mensagem.
Este trabalho é a primeira parte de uma dissertação de mestrado que vem sendo
desenvolvida sobre o processo comunicacional entre as mulheres vítimas de violência
doméstica frente as novelas que retratam sobre o assunto na perspectiva das mediações
culturais, por isso só levanta questões teóricas sobre o assunto.
Dessa forma, é fundamental se estudar o uso que os sujeitos fazem dessas mensagens e
“perceber na realidade do sujeito receptor seu modo de viver” (SANTOS 2010, p. 06).
Acredita-se que a partir do momento em que a telenovela tira os problemas do
cotidiano e passa a registrá-los na ficção, ela passa a ser uma importante ferramenta de
democracia e construção e modificação da realidade social.
Através dessas representações do real a novela tira do âmbito do privado
aquilo que é de interesse público (...). Ao tornar público situações do
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cotidiano privado, a telenovela remete à sociedade uma função de debater e
discutir tais situações. (SANTOS, 2010, p.16).
Situa-se aí um dos mais importantes papéis da telenovela, já que é no espaço da
recepção que as mensagens podem ser usadas para atingir os diversos atores sociais, inclusive
o sistema político culminando na criação de leis e melhoria da realidade.
Por outro lado, é necessário considerar que a teoria da recepção proposta por
Barbero(2001) leva em conta a tentativa de dominação por conta dos meios. Segundo Santos
(...) Foi preciso tomar cuidado com o sentimento puramente progressista
acerca dos meios, posto que Barbero(2001) não propões
este sentimento, ao contrário, BARBERO não nega o viés de dominação e
hegemonia que os meios parecem querer impor. (SANTOS, 2010, p.06).
Dessa forma, propõe-se que é importante perceber como a telenovela no Brasil passou
a ser vista como uma representante das diversas camadas sociais do país e como ela reforça a
construção de uma identidade nacional.
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Sujeito,
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