Comunicação humana e preconceito social: caso de pessoas idosas Ana Carla Santos Nogueira de Sousa Fonoaudióloga. Mestranda no Programa de Estudos Gerontologia/Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Pós-Graduados em Flamínia Manzano Moreira Lodovici Linguista, Professora Assistente-Doutor, filiada ao Departamento de Linguística/Faculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e Arte /PUC-SP. Docente, pesquisadora e orientadora no Programa de Estudos Pós-Graduados em Gerontologia/PUC-SP. RESUMO: Objetivo: Investigar, à luz da Gerontologia Social, a afetação, via comunicação, pelo preconceito social etário, com análise de respostas a questionário em projeto-piloto ligado ao de mestrado em Gerontologia/PUC-SP. Método: Em pesquisa transversal com 145 sujeitos, 60-86 anos, ambos os sexos, envolvendo a versão portuguesa do instrumento “Ageism Survey”, os itens aqui analisados qualitativamente representam enunciados representativos com recorte específico à modalidade etária de preconceito: (1a)“Fui ignorado(a) ou não levado(a) a sério devido à minha idade; Um garçom ignorou-me devido à minha idade; (1b) Sugeriram que eu não ouço bem devido à minha idade; Sugeriram que eu não compreendo bem devido à minha idade”. Resultados: Notou-se correlação significativa: de um lado, o fato de os idosos observarem preconceitos diversos em comunicação a eles dirigida: 93 (64%) viram-se alvos do referido acima, além de outros; 37 (40%) dizem-se ignorados em suas demandas; 31 (33%) referiram a atribuição de não-escuta à sua idade; e 23 (25%) tiveram sua incompreensão também devida à idade. De outro lado, revelou-se menor grau de afetação subjetiva quanto maior avanço de idade: dos 81-86 anos, é quando menos se relataram ocorrências de preconceito: isso parece indiciar que, conscientes da insistente não-solidariedade das demais gerações, octogenários deixam de se afetar subjetivamente por tais discursos. Conclusões: Evidencia-se, no âmbito da comunicação, a contumaz presença do preconceito etário; diante da insistente nãoidentificação das gerações mais novas com as mais velhas, é imprescindível que se invista na comunicação intergeracional, com ações esclarecedoras, de sensibilização, iniciando-se estas preferencialmente na educação infantil. Contato: [email protected]