Aula2 - Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS
Núcleo de Engenharia Térmica e Fluidos
(SEM0403) – Prof. Oscar
CONCEITOS BÁSICOS
Definição de Fluido
- Os estados físicos da matéria
- A hipótese do contínuo
-Propriedades físicas
• Conceituação qualitativa da matéria
-Sólidos
Líquidos
 fluidos
-Gases

-
• Fluido é uma substância que se deforma
continuamente sob a aplicação de uma tensão
cisalhante (tangencial)
- Sólidos ⇒ deforma até limite elástico do material
- Fluidos ⇒ deforma enquanto a força seja aplicada
• Teoria cinética
- Sólidos ⇒ oscilam em torno de
posições fixas
- Fluidos ⇒ trocam de posição
Sólido
Líquido
Gás
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Grandezas (ou quantidades)
Físicas, Dimensões e Unidades
•Grandezas são as quantidades físicas que requerem
descrições quantitativas, tais como: comprimento (L) ou
massa específica (ρ).
• A grandeza física, porém, não necessariamente representa
a dimensão fundamental!!!!!
•Há nove quantidades que são que são consideradas
dimensões fundamentais (básicas) (Tab. 1.1); as dimensões
de todas as outras quantidades (derivadas) podem ser
expressas em termos das dimensões fundamentais
•Unidades são nomes arbitrários (e magnitudes) consignados
às dimensões de uma grandeza e adotadas como padrões
F = ma ,
[F] = [m][a]
î F = ML / T
2
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Dimensões (cont.)
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Hipótese do Contínuo
moléc. do gás
nº de moléc.
volume
volumes cada vez
menores
Verificação da hipótese do contínuo
⇒
⇒
Considerando um gás qualquer submetido às CNTP, teremos:
1 mol de gás
1 mol de g
ás
22,4 litros
6,02 x 10
23
mol
Tomando um volume pequeno
éculas de gás
⇒
dV = 10
-9
3
mm , podemos
úmero de moléculas contidas nesta porção:
23 moléculas
22,4 l → 6,02 x 10
calcular o n
22,4 l = 22,4 dm
3
= 22,4 x 10
6
mm
3
−9
10
7
, ×1023 ×
=
269
,
×
10
nº de moléc = 602
224
, ×106
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Propriedades dos Fluidos
- Massa Específica ou Densidade Absoluta
ρ =
m
V
ρ → massa específica
m → massa do fluido
V → volume correspondente
- Unidades usuais:
Sistema SI
Sistema CGS
Sistema MKfS
FLUIDO
Água destilada a 4º C
Água do mar a 15º C
AR à pressão atm. e 0º C
AR à pressão atm. e 15,6º C
Mercúrio
Tetracloreto de carbono
Petróleo
kg/m3
g/cm3
kgf.m-4.s2
ρ (kg/m3)
1000
1022 a 1030
1,29
1,22
13590 a 13650
1590 a 1594
880
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Propr. (cont)
• Densidade relativa ou densidade ( δ )
ρ
δ=
ρo
ρ = massa específica do fluido;
ρo = massa específica adotada como referência.
• Peso específico (γ)
W
γ =
V
W = peso do fluido
V = volume correspondente
Sistema S.I.
Sistema CGS
Sistema MK S
N/m
dina/cm
Kgf/m
3
3
W
m
g
γ = =
=ρ g
V V
f
3
.
.
• Volume específico
V 1
V = =
W γ
s
Sistema S.I.
Sistema CGS
Sistema MK S
f
m /N
cm /dina
m /Kgf
3
3
3
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Exemplo
Sabendo-se que, nas C.N.P.T., o volume de 1 mol de
gás ideal ocupa 22,4 litros, calcular a massa
específica do metano (CH4) nestas condições. Adotar
o sistema SI.
O peso molecular do metano é:
CH4: 12,0 x 1 + 1,0 x 4 = 16
• Donde a massa m = 16 g/mol = 0.016 kg/mol
Nas CNTP, o volume ocupado por uma molécula-grama
(mol) da substância é constante e igual a
22,4 litros = 0.0224 m3/mol
• Donde V = 0.0224 m3/mol
Da definição: ρ = m
V
0,016 kg/mol
3
ρ=
=
0
,
714
kg/m
0,0224 m 3 /mol
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Força de Superfície e Força de
Campo
∆N
∆A
g
Porção de fluido
∆F
∆T
w
•Tensão de Cisalhamento
∆T dT
τ = lim
=
∆A→ 0 ∆Α
dA
•Tensão normal ou pressão
∆N dN
σ = lim
=
∆A→ 0 ∆Α
dA
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Pressão Absoluta e Pressão
Manométrica
O manômetro mede este
valor (a partir da patm)
Pressão atmosférica
O barômetro mede
este valor
Zero
absoluto
Manômetros e
vacuômetros medem
pressões manométricas
(patm = 0)
O vacuômetro mede
este valor (a partir da
patm)
Se você desejar conhecer a pressão absoluta em
dado local, deverá somar a pressão manométrica,
medida, por exemplo, através de um manômetro,
com a pressão atmosférica, medida através de um
barômetro.
Na Engenharia nos interessa a pressão manométrica
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Viscosidade
A tensão cisalhante τ yx aplicada ao elemento de fluido é dada por:
δFx
dFx
=
→ 0 δA
dAy
y
τ yx = Lim
δAy
δα dα
=
δ → 0 δt
dt
Problema: como expressar a taxa de deformação em termos
facilmente mensuráveis?
Taxa de deformação = Lim
t
δl = δuδt ou δl = δyδα
(para ângulos pequenos)
Igualando as expressões acima e aplicando o limite em
ambos os lados, tem-se:
dα du
=
dt dy
Assim, o elemento de fluido da fig. Acima, quando sujeito à tensão
cisalhante,τ yx , experimenta uma taxa de deformação dada por du/dy.
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Fluidos Newtonianos
Fluidos nos quais a tensão cisalhante é diretamente
proporcional à taxa de deformação são chamados fluidos
Newtonianos. Assim:
τ yx ∝
du
dy
A cte. de proporcionalidade é a viscosidade dinâmica, µ.
Lei de Newton da viscosidade:
τ yx
du
=µ
dy
(escoamento
unidimensional)
• A glicerina exibe uma resistência muito maior à deformação por
cisalhamento do que a água; diz-se, então, que a glicerina é muito
mais viscosa do que a água
• A viscosidade pode ser imaginada como sendo a “aderência”
interna de um fluido; é uma das propriedades que influência a
potência necessária para mover um aerofólio através da atmosfera, é
responsável pelas perdas de energia associadas ao transporte de
fluidos em dutos, canais e tubulações, e tem um papel fundamental
na geração de turbulência.
Pgm3 (00:45)
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Outra interpretação para a lei de
Newton da Viscosidade
Na vizinhança da superfície móvel (y = 0) o fluido adquire uma
certa quantidade de quantidade de movimento-x (q.d.m.-x). Este
fluido, por sua vez, transmite algo desse impulso à camada
adjacente de líquido, fazendo com que este permaneça em
movimento na dir. x. Assim, impulso é transmitido através do fluido
na dir. y. Conseqüentemente, o fenômeno também pode ser
interpretado como o fluxo viscoso de q.d.m.-x na direção y.
• A q.d.m. vai “ladeira abaixo”, de uma região de alta velocidade
para uma região de baixa velocidade, assim como uma carro de
rolimã vai de uma região de alta elevação para uma região de baixa
elevação ou o calor flui de uma região quente para uma fria
• O gradiente de velocidade pode ser considerado como a força
motriz para o transporte de q.d.m.
•
• Lei de Newton da Viscosidade em termos de forças:
natureza essencialmente mecânica
• Lei de Newton da Viscosidade em termos de transporte de
q.d.m.: analogias com transporte de energia e massa
=
µ
visc. dinâmica
SI
Pa.s
µ/ρ
visc. cinemática
CGS
poise = g/cm.s
Stoke = cm2/s
ν
m2/s
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Fluidos Não-Newtonianos
y
y = a + bx, onde :
Fluido
Newtoniano:
α
Tan α = b
y = τ yx , a = 0, b = µ e x =
du
dy
x
Reologia “A ciência da deformação e escoamento”
Mecânica dos fluidos
Newtoniana
Deformação e escoamento
de todo tipo de materiais
gosmentos e grudentos
Forma geral da lei de
Newton da Viscosidade:
τ yx = η
Elasticidade
Hookeana

du 
du
, onde : n = f τ yx , 
dy 
dy

Comportamento pseudoplástico :η ↓ se (du dy ) ↑
Comportamento dilatante:η ↑ se (du dy ) ↑
Comportamento Newtoniano:η = cte. = µ (P e T ctes.)
polpa de papel
Pasta de dente
Suspensões
de areia
pgm3(02:35)
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Módulo de elasticidade
volumétrica
dP
EV = −
dV
V
T
dP
=
dρ
ρ
T
A água pode ser considerada incompressível.
Porém:
•Pressão de 1 atm (1kgf/cm2) provoca decréscimo
de 5x10-3% no volume
∆p = 1kgf/cm2 = 104 kgf/m2
∆V/V = - 5x10-5
Assim
E = − dVdP
V
V
=−
10
4
kg m 2
f
/
− 5 × 10 −5
= 2 × 108 kg
f
/
m2
O módulo de elasticidade volumétrica também pode ser
usado para se calcular a velocidade do som:
∆p
c=
∆ρ
=
T
EV
ρ
pgm6 (00:30)
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Tensão superficial
É a tensão que se
desenvolve na interface
entre um líquido e um gás.
•A tensão superficial é uma propriedade que resulta de forças
atrativas entre moléculas.
•As forças entre moléculas no interior do líquido se anulam, porém
numa interface as moléculas exercem uma força que tem uma
resultante na camada interfacial
L
dA
x
Experimentalmente, observa-se que uma força está agindo na haste
móvel na direção oposta à seta; a tensão superficial,
, é o valor
dessa força por unidade de comprimento, L, assim:
σ
Trabalho = σ Ldx = σ dA
Portanto, a tensão superficial pode ser entendida como uma força
por unidade de comprimento ou como energia por unidade de área:
σ=
Força  N  ≡ trabalho  J 
l  m 
dA  m 2 
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Pressão de vapor
Molécula abandonando o
líquido e passando ao estado
de vapor
Molécula abandonando o
líquido e passando ao estado
de vapor
Molécula em movimento no
interior da porção líquida
Molécula em movimento no
interior da porção líquida
O líquido entra em ebulição quando a pressão local for
igual à sua pressão de vapor naquela temperatura.
Duas maneiras para provocar ebulição:
→ Aumentar a temperatura
→ Diminuir a pressão - Cavitação
• Exemplos de ocorrências da cavitação na Engenharia
Civil
- Válvulas
- Calhas de vertedores
- Bombas hidráulicas
- Turbinas Hidráulicas
pgm2 (17:30)
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Equação de estado dos gases
P = ρ RT
→ pressão absoluta
ρ → massa específica
R → constante característica de cada gás
T → temperatura em Kelvin
P
EXEMPLO
Consideremos um gás perfeito, a 27º C, aprisionado num cilindro por um
êmbolo de peso desprezível, que se move ao longo do cilindro, sem atrito.
Coloquemos sobre o êmbolo um peso W. Em seguida, aquecemos o gás a
127º C. Observamos, em conseqüência, um aumento de 50% na pressão
absoluta do gás. Sendo Vi o volume inicial do gás, qual será seu volume
final?
→Equação geral dos gases ideais:
PV P V
=
T
T
i
f
i
i
f
f
→Como: T = 27 + 273 =300K
i
T = 127 + 273 =400K
p = 1,50p
f
f
i
→Então:
pVT
p V 400 8
V =
=
= V
300 × 150
, p 9
Tp
i
i
f
i
i
f
i
i
f
i
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