Desinfecção e Esterilização Profª Soraya Ferreira Habr História • 1ª referência – Homero em A Odisséia (uso do dióxido de enxofre em 800a.C.); • Cidade da Veneza foi uma das pioneiras no controle sanitário; • O holandês Anton Van Leeuwnhoek (1676) – foi um marco na história da microbiologia e desinfecção (inventor do microscópio); • Louis Pasteur (1822-1895) – demonstrou serem os microorganismos responsáveis por doenças infecciosas. FUNDAMENTOS DO CONTROLE DOS MICROORGANISMOS Condição sanitária de uma população É determinada pela sua capacidade de controlar eficazmente as populações microbianas Os processos de controle podem ser muito específicos: •Fornecimento de medicação na eliminação de microorganismos infectantes Ou gerais: •Práticas sanitárias no lar, hospitais, escolas, cidades, etc. •Nessa linha incluem-se processos como •Purificação da água •Pasteurização do leite •Preservação dos alimentos Não somente torna-se o produto de consumo SEGURO sob o ponto de vista de saúde pública, como também muitos outros benefícios para o bem estar da comunidade. Além de problemas no âmbito da saúde, os microorganismos podem destruir materiais valiosos como tecidos, madeira, papel, objetos diversos GRAVES PERDAS ECONÔMICAS Resumo da importância do controle microbiano: 1. Prevenir a transmissão de doenças e infecções. 2. Prevenir a contaminação ou crescimento de microorganismos nocivos. 3. Prevenir a deterioração e dano de materiais diversos por microorganismos De forma geral os microorganismos podem ser: REMOVIDOS INIBIDOS MORTOS Por agentes FÍSICOS OU QUÍMICOS Existe uma grande variedade de técnicas e de agentes que podem ser utilizados Agem por mecanismos /modos de ação distintos e cada um tem o seu próprio limite de aplicação prática DEFINIÇÃO DE TERMOS IMPORTANTES • São usados para descrever processos físicos e os agentes químicos destinados ao controle de microorganismos BACTÉRIAS: São microorganismos procariontes unicelulares que geralmente possuem paredes celulares rígidas, multiplicam-se por divisão celular e exibem três formas principais: redondas ou cocos, bastonetes ou bacilos e espiral ou espiroquetas. BACTÉRIAS podem ser classificadas por suas respostas ao OXIGÊNIO: aeróbias, anaeróbias ou facultativamente anaeróbias; por seu modo de obter sua energia: quimiotróficas (via reação química) ou fototróficas (via reação luminosa); para quimiotróficas, por sua fonte de engergia química: litotróficas (a partir de compostos inorgânicos) ou organotróficas (a partir de compostos orgânicos); e por onde elas obtêm seu CARBONO: heterotróficas (a partir de DIÓXIDO DE CARBONO). Elas também podem ser classificadas por colorirem ou não (com base na estrutura de sua PAREDE CELULAR) com tintura VIOLETA CRISTAL: gram-negativas ou gram-positivas. Esporos: Elementos reprodutivos de organismos inferiores, como protozoários, bactérias, fungos e plantas criptógamas. Célula bacteriana Membrana plasmática Parede celular Citoplasma Cápsula Ribossomos Fímbrias Enzimas relacionadas com a respiração, ligadas à face interna da membrana plasmática Plasmídeos Nucleóide Flagelo Abscesso por S. aureus na região frontal Faringite e amigdalite por Streptococcus pyogenes Vírus Minúsculos agentes infecciosos cujos genomas são compostos de DNA ou RNA, nunca ambos. São caracterizados pela ausência de metabolismo independente e pela incapacidade de se replicar fora de células hospedeiras vivas. -parasita celular obrigatório -genoma utiliza um só tipo de ácido nucléico -não tem maquinaria enzimática complexa -pequenas dimensões -especificidade/resposta imunológica definida -plasticidade (carga genética) Fungos Reino de organismos eucarióticos e heterotróficos que vivem como sapróbios ou parasitas, incluindo cogumelos, leveduras, fuligens (smuts), bolores ou mofos, etc. Reproduzem-se sexuada ou assexuadamente e possuem ciclos de vida que variam de simples a complexo. Fungos filamentosos referem-se àqueles que crescem como colônias multicelulares (cogumelos e bolores). Candida albicans vaginal champignon Candida albicans ao microscópio Candida albicans em boca de criança Manuseio de produtos biológicos envolve: • limpeza • descontaminação • anti-sepsia • assepsia • desinfecção • esterilização LIMPEZA DEFINIÇÃO Remoção de material orgânico e sujeiras dos objetos. Processo que precede as ações de desinfecção e/ou esterilização. Poderá ser feita pelo método manual ou mecânico. OBJETIVOS Remover sujeiras. Remover ou reduzir a quantidade de microorganismos. Garantir a eficácia do processo de desinfecção e esterilização. Preservar o material. Limpeza • Procedimento utilizado para remover materiais estranhos como: pó, terra, grande número de microorganismos, matéria inorgânica (sais) e orgânica (sangue, vômito, soro, detritos alimentícios). • Para tal são utilizados água com detergentes associados (ou não) a produtos enzimáticos e auxiliares mecânicos de limpeza. • Limpeza manual: é o procedimento realizado manualmente, onde a sujidade é removida por meio da ação física com auxilio de detergente, água e artefatos como esponja e escova. Limpadores enzimáticos : são compostos basicamente por enzimas, surfactantes e solubilizantes. A combinação balanceada desses elementos faz com produto possa remover a matéria orgânica do material em curto período de tempo. Soluções enzimáticas apresentam excelente ação de limpeza, mas não possuem atividade bactericida e bacteriostática. Enzimas são substâncias produzidas por células vivas e que governam as reações químicas do processo. Uma vez produzidas pelas células, uma enzima pode ser isolada e irá manter suas propriedades catalíticas, se determinadas condições forem mantidas na sua fabricação. As enzimas são classificadas em três maiores grupos funcionais dependendo do tipo de substrato que irão afetar: proteases, lípases e amilases que atuam em substratos protéicos, gorduras e carboidratos, os quais tendem a solubilizar-se e desprender dos artigos. Atualmente recomenda-se a limpeza de artigos de configuração complexa para garantir a limpeza. Está limpo? “Todo artigo odonto-médico-hospitalar contaminado deve ser limpo precedendo ou não a desinfecção ou esterilização” Detergente enzimático + Artefatos EPI O que precisa? Pia exclusiva com cuba funda (preferencialmente). Bancada para apoio, deve ser lavável. Cuba plástica para colocar a solução de limpeza(água e sabão ou solução enzimática). Escovas e/ou esponjas para a limpeza dos artigos. Falso tecido descartável ou tecido(deve ser lavado após o uso, e ser exclusivo) para enxugar os artigos. A limpeza e secagem do artigo é obrigatória antes da desinfecção ou esterilização. Após o procedimento os utensílios devem ser limpos (cuba, escovas, etc), pode fazer a desinfecção com Hipoclorito de sódio 0,5 – 1%. Definir qual procedimento o artigo vai se submetido: desinfecção ou esterilização. (Resol SS374/95 manual MS /94) • As soluções anti-sépticas têm sido empiricamente utilizadas durante séculos. A legislação prevê as soluções anti-sépticas adequadas para uso domiciliar e em áreas de saúde. • Características mínimas de um anti-séptico: - Atividade germicida sobre a flora cutânea, sem causar irritações a pele ou mucosa; - Não provocar reações alérgicas ou queimaduras; - Possuir baixo teor de toxicidade. Descontaminação • É o conjunto de operações de limpeza, de desinfecção ou/e esterilização de superfícies contaminadas por agentes potencialmente patogênicos, para torná-los seguros a manipulação. • Limpar, desinfetar e esterilizar são procedimentos usados nos procedimentos de descontaminação. Anti-sepsia • Anti-sepsia: procedimento através do qual microorganismos presentes em tecidos vivos são inibidos/destruídos após a aplicação de agentes antimicrobianos. • Antisséptico: É uma substância que se opõe à sepsis, ou seja, previne o crescimento ou ação de microorganismos, pela destruição dos mesmos ou pela inibição de seu crescimento ou atividade. Usualmente está associado com substâncias aplicadas ao corpo do indivíduo. Assepsia • Conjunto de meios usados para impedir a penetração de indivíduos em uma determinada área. Agente Antimicrobiano(germicida) É aquele que interfere com o crescimento ou atividade dos micróbios. Implica em inibição do crescimento e, dependendo do tipo de germe sobre o qual age, pode receber distintas designações como antibacterianos ou antifúngicos. Aqueles que são usados no tratamento de infecções são chamados de agentes terapêuticos. Bactericida É um agente que mata as bactérias. De modo similar, os termos fungicida, viricida e esporicida se referem a agentes que matam os fungos, vírus e esporos, respectivamente. Bacteriostase É uma condição na qual se previne o crescimento bacteriano (adjetivo = bacteriostático). O agente bacteriano está com o crescimento inibido, mas não está morto. Se for retirado, o crescimento pode recomeçar. De forma semelhante, fungistático descreve o agente que inibe o desenvolvimento de fungos. Os agentes que têm, em comum, a capacidade de inibir o crescimento de microorganismos, são designados, coletivamente, como agentes microbiostáticos. Saneador É um agente que reduz a população microbiana até níveis consideráveis, de acordo com as exig6encias da saúde pública. Em geral é um agente químico que mata 99,9 % das bactérias vegetativas. Os saneadores são comumente aplicados a objetos inanimados e são, geralmente, empregados no tratamento diário de quipamentos e utensílios diversos (alimentação, bebidas) além de copos, talheres e pratos em restaurantes. O processo de desinfecção poderia levar ao saneamento. Entretanto, esse termo em si implica em uma condição sanitária, o que não ocorre necessariamente com a desinfecção. Controle por agentes químicos •Grandes variações ambientais e diversidade dos microorganismos •Não é possível empregar um único agente para eliminar ou reduzir a flora microbiana Torna-se importante: •Conhecer os tipos de substâncias químicas •Suas especificidades •Finalidades •Mecanismo de ação frente a microorganismos •Eventuais efeitos sobre os humanos e superfícies inanimadas Características de um germicida químico ideal: O ideal é impossível, escolha as melhores opções! • possuir amplo espectro de ação antimicrobiana em baixas concentrações, • toxicidade para microrganismos em temperatura ambiente ou corporal • inocuidade para tecidos humanos • inerte em relação à matéria orgânica • solubilidade e ação residual boas •solúvel em água ou outros solventes na medida necessária ao seu uso efetivo •estabilidade (tempo de prateleira) na luz, calor, fatores ambientais, no armazenamento e fácil de preparar. •Ter ação rápida mesmo na presença de substâncias orgânicas como fluidos corporais. •Não ter odor desagradável. •capacidade detergente e fácil penetração • disponibilidade a baixo custo (barato), fácil de obter e usar Quais os principais fatores que devem ser levados em conta na escolha de um agente químico antimicrobiano? 1) Natureza do material a ser tratado. A substância escolhida deve ser compatível com o material no qual será aplicada. 2) Tipos de microorganismos e concentração dos mesmos. O agente escolhido deve ser conhecidamente efetivo contra o organismo a ser destruído. 3) Condições ambientais. Temperatura, pH, tempo de ação, concentração e presença de material orgânico podem influir na taxa e na eficiência da destruição microbiana (requer lavagem e escovação prévias). Como pode um agente químico impedir o crescimento de uma bactéria ou matá-la? • alterando a permeabilidade da membrana (ex. compostos fenólicos, álcool, etc) • desnaturando suas proteínas (óxido de etileno, glutaraldeído, formaldído, etc) • inibindo atividades enzimáticas (cloro, óxido de etileno, H2O2, etc) • inibindo a síntese de ácidos nucléicos ( glutaraldeído, óxido de etileno, etc ) • oxidando (cloro, compostos clorados, etc) ORDEM CRESCENTE DE RESISTÊNCIA AOS GERMICIDAS QUÍMICOS PRÍONS Mais resistentes ESPOROS BACTERIANOS Alto nível (aldeídos e ácido peracético) MICOBACTÉRIA VÍRUS NÃO LIPÍDICO /PEQUENO Nível intermediário (álcool, hipoclorito de sódio a 1%, cloro orgânico, fenol sintético, monopersulfato de potássio e associações) FUNGOS BACTÉRIAS VEGETATIVAS VÍRUS LIPÍDICO /MÉDIO Menos resistentes Baixo nível (sais de amônio quaternário e hipoclorito de sódio 0,2%) Quais são as principais causas de manchas e corrosão no instrumental? Algumas manchas podem ser eliminadas, quando não oriundas de ataque químico resultante de um processo de corrosão. No entanto a incidência deste problema, a fim de que seja possível tomar uma solução adequada. CAUSAS MAIS FREQÜENTES: •Contato prolongado com soluções químicas, resíduos orgânicos e outras secreções. E ainda longo espaço de tempo entre a utilização do instrumental e o início do processo de limpeza; •Utilização de detergentes agressivos ao aço inoxidável; •Permanência prolongada em soluções desencrostantes ou esterilizantes; •Agregação de produtos de limpeza ou desinfecção; •Lavagem manual ou ultra-sônica insuficiente; •Presença de metais e minerais contidas na água; •Instrumentos secos “ao natural”; •Má qualidade da água tanto no processo de limpeza quanto no processo de esterilização (vapor da Autoclave); •Ausência de filtro, ou, filtro inadequado na entrada da linha de alimentação do vapor da Autoclave; •Temperatura elevada e tempo prolongado de esterilização; •Esterilização através de fervura prolongada. •Esterilização de materiais cromados com materiais inoxidáveis numa mesma operação. “MORTE” → perda irreversível da capacidade de reprodução A determinação do índice de morte (ou número de sobreviventes) requer técnicas laboratoriais específicas Inoculação em meio sólido ou líquido Procedimentos capazes de desinfetar ou esterilizar todos os materiais e superfícies NÃO EXISTE Demonstração da eficácia de um agente antimicrobiano •Teste para a detecção de sobreviventes (aqueles que são aptos a se reproduzir) Tratamentos drásticos Incinerador (altas temperaturas) Suspensão bacteriana no de células viáveis HCl concentrado tempo Tratamentos menos drásticos Não mata todos os germes no mesmo instante no de células viáveis Taxa constante e exponencial de queda tempo no esporos sobreviventes por unidade de volume Log da concentração de sobreviventes Exemplo: Curva de Morte de esporos de Bacillus subtilis expostos a 5 % fenol Tempo (h) Tais curvas são específicas para cada tipo de microorganismo e de acordo com as condições específicas E. coli a várias concentrações de fenol Log de sobreviventes por mL 6,04 g/L 4,25 g/L 3,76 g/L 3,48 g/L Tempo (min) FATORES QUE AFETAM A EFICÁCIA DOS GERMICIDAS O microorganismo, seu número e sua suscetibilidade; •O agente microbiano e sua respectiva concentração; •O tempo de contato entre o microorganismo e o antimicrobiano; •A presença ou não de uma limpeza mecânica prévia; •A prévia remoção ou não de detritos e impurezas da superfície ou tecidos através do uso de sabões ou detergentes; •A presença ou não de resistência bacteriana ao agente antimicrobiano. CONDIÇÕES QUE INFLUENCIAM A AÇÃO ANTIMICROBIANA Muitos fatores podem ser considerados na aplicação de qualquer agente físico ou químico destinado a inibir ou destruir populações microbianas. TEMPERATURA: o aumento na temperatura, quando usado em combinação com outro agente, por ex. uma substância química, acelera a destruição de microorganismos. Log de sobreviventes por mL E. Coli em fenol a 4,62 g/L 30oC 32oC 35oC 42oC 1000 2000 Tempo (min) TIPO DE MICROORGANISMO Eles diferem muito quanto a susceptibilidade aos agentes químicos e físicos. Nas espécies que esporulam: a forma vegetativa é muito mais sensível que a forma esporulada Esporos bacterianos → ULTRA RESISTENTES a condições físicas ou químicas adversas. Ex: Resistência de esporos bacterianos, fungos e vírus, comparando-se a E. coli (como a unidade) Agente microbicida E. coli Esporos bacterianos Esporos fúngicos Vírus Fenol 1 100.000.000 1-2 30 Formaldeído 1 250 Calors seco 1 1.000 2 – 10 1 Calor úmido 1 3.000.000 2 – 10 1-5 UV 1 2-5 5 - 100 5 - 10 2 Estado fisiológico das células Influencia na susceptibilidade a um agente antimicrobiano Se o agente interfere no metabolismo do organismo: Células jovens (mais ativas metabolicamente) → são mais facilmente destruídas Células velhas (menos ativas metabolicamente) → são menos destruídas Condições ambientais Ex: a eficiência do calor é muito maior em meios ácidos do que nos alcalinos •A consistência do material (aquosa ou viscosa) influencia na penetração do agente. •A presença de matéria orgânica estranha pode reduzir a eficácia de um agente antimicrobiano por, por ex., inativá-lo. •A concentração do agente utilizado: por ex., certos compostos são bactericidas em altas concentrações mas apenas bacteriostáticos em baixa concentração. MODO DE AÇÃO DOS AGENTES ANTIMICROBIANOS Muito importante o seu conhecimento! •Lesão de parede celular (penicilina) •Alteração na permeabilidade celular (fenol) •Alterações das moléculas de proteínas e de ácidos nucleicos (altas temperaturas, UV, drogas) •Inibição de ação enzimática (água oxigenada, mercúrio, prata) •Antimetabólitos (sulfas) •Inibição de síntese de ácidos nucleicos (anticancerígenos) Propriedades dos agentes químicos antimicrobianos Sabões e detergentes Baixa tensão superficial Lavagem das mãos, equipamentos de uso diário Surfactante( substância tensoativa) Dissolvem lipídeos, rompem membranas, desnaturam proteínas Desinfetar utensílio (catiônicos) e antissépticos (aniônicos) Ácidos, alcalis e metais pesados Reduzem ou aumentam o pH , desnaturando proteínas Preservação de alimentos Halogênios Oxidam componentes da célula na ausência de matéria orgânica Cloro para a água e iôdo para a pele Álcoois Desnatura proteínas quando misturado com água Álcool isopropílico para a pele e etilenoglicol como aerossol Fenóis rompem membranas, desnaturam proteínas, sem influência de matéria orgânica Superfície e culturas contaminadas; sobre a pele somente se diluído Agentes oxidantes Rompem ligações S-S entre proteínas Trauma (água oxigenada) e instrumentos (permanganato K) Alquilantes Rompem proteínas, DNA e RNA Formaldeído, glutaraldeído e óxido de etileno Corantes Interferem com a replicação ou bloqueiam síntese de parede Feridas (acridina) e micoses de pele (cristal violeta) CONCEITOS GERAIS Um desinfetante é uma substância usada para destruir bactérias ou outros microrganismos infectantes. Os desinfetantes possuem atividade bactericida ou germicida e costumam ser aplicados em superfícies inanimadas. Uma substância anti–séptica não mata o microrganismo, mas inibe sua velocidade de crescimento. Os anti-sépticos são valiosos no tratamento de infecções locais causadas por microrganismos refratários a quimioterapia sistêmica. As substâncias anti-sépticas são aplicadas ao tecidos para suprimir ou impedir a infecção bacteriana. A concentração de anti-séptico em geral é baixa para evitar a lesão e irritação tecidual indesejáveis. O aumento da concentração de um agente anti-séptico pode irritar e talvez, até matar o tecido normal do hospedeiro. Bem como as células bacterianas, interferindo assim com o crescimento normal do tecido de granulação na cicatrização de feridas. A diferença entre um anti-séptico e um desinfetante pode ser uma questão de tempo de reação, número de microrganismos, concentração da droga e temperatura. Desinfecção • Desinfecção: Processo físico ou químico de eliminação de muitos ou todos os microorganismos patogênicos de itens (artigos ou áreas) inanimados, não assegurando a eliminação de bactérias na forma de esporos (células reprodutoras). • Desinfetante: É um agente, normalmente químico, que mata em intervalo de tempo entre 10 a 30 minutos, as formas vegetativas de bactéria, fungos e vírus, mas não, necessariamente as formas esporuladas de micróbios patogênicos. O termo é comumente utilizado para substâncias aplicadas em objetos inanimados. Desinfecção é um processo de destruição dos agentes infecciosos. Como selecionar um bom desinfetante? O ideal é impossível, escolha as melhores opções •Ter ação rápida mesmo na presença de substâncias orgânicas como fluidos corpóreos; •Ser eficiente contra todos os agentes sem destruir tecidos e sem agir como veneno se ingerido; •Fácil de preparar, estável na luz ou calor e outros fatores ambientais; •Ser barato, fácil de obter e de usar; •Não ter odor desagradável; •É claro que nenhum desinfetante preencherá todas todas estas exigências, e deve-se optar pelo que chegar mais perto. ORDEM DECRESCENTE DE RESISTÊNCIA A GERMICIDAS QUÍMICOS PRIONS Mais resistentes ESPOROS BACTERIANOS Alto nível (aldeídos e ácido peracético) MICOBACTERIA Nível intermediário (álcool, hipoclorito de sódio a 1%, VÍRUS NÃO LIPÍDICOS OU PEQUENOS cloro orgânico, fenol VÍRUS sintético, monopersulfato de potássio e associações) FUNGOS BACTERIAS VEGETATIVAS VÍRUS LIPÍDICOS OU VÍRUS DE TAMANHO MÉDIO Menos resistentes Baixo nível (quaternário de amônio e hipoclorito de sódio 0,2%) Desinfecção Alto nível Médio nível Baixo nível Desinfecção - Níveis • Desinfecção de Baixo Nível – atividade antimicrobiana sobre a maioria das bactérias, alguns vírus e fungos; • Desinfecção de Nível Intermediário - destrói as bactérias vegetativas, a maioria dos vírus e fungos. • Desinfecção de Alto Nível - destrói todos os microrganismos presentes, exceto esporos bacterianos. • Desinfecção associada à Esterilização - destrói todos os microrganismos presentes, inclusive esporos bacterianos. Classificação das áreas Ministério da Saúde: portaria 930/92 Áreas não críticas: todas as áreas hospitlares não ocupaas por pacientes. Ex: escritórios, depósitos, etc.) Áreas semi-críticas: todas as áreas ocupadas por pacientes com doenças infecciosas de baixa transmissibilidade e doenças não infecciosas. Ex. Ambulatórios e enfermarias. Áreas críticas: todas as áreas onde existe risco aumentado de transmissão de infecção, onde se realizam procedimentos de risco ou onde se encontram pacientes imunossuprimidos. Ex: sala de cirurgia, parto, UTI, sala de hemodiálise, berçario, lab. de análises clínicas, banco se sangue, cozinha, lactário e lavanderia. Em relação aos artigos (Classificação de Spaulding-1960) Artigos não críticas: destinados ao contato com a pele íntegra do paciente. Ex: escovas, lixas, estetoscópio, roupas, muletas, utensílios de refeição. Artigos semi-críticas: artigos destinados ao contato com a pele não íntegra ou mucosas do paciente. Ex: espéculo vaginal, otoscópio, alicate (pode ser crítico), termômetro, circuito de anestesia e terapia respiratória, tubos endotraqueais. Artigos críticas: artigos destinados à penetração através da pele e mucosas adjacentes nos tecidos subepiteliais e no sistema vascular, bem como todos os que estejam diretamente conectados com esse sistema. Ex: equipo de soro, bisturi, agulhas, pinças de biopsia,implantes-próteses, etc. • A seleção e uso de germicidas químicos devem ser baseados cientificamente. É desnecessário submeter todos os artigos utilizados na prestação de assistência aos nossos pacientes a um processo de esterilização. Os serviços de saúde devem estabelecer rotinas e procedimentos padrão que definam qual tipo de processamento deve ser realizado, tomando-se como base a indicação de uso do artigo (crítico, semicrítico e não crítico). Os itens devem ser processados de acordo com sua classificação e o risco de infecção que representam para o paciente. • Os itens devem ser completamente limpos antes da desinfecção ou esterilização. A limpeza adequada é o primeiro e mais crítico passo na quebra de cadeia de transmissão de doenças. A presença de sangue, resíduos orgânicos, proteínas e sais dificultam a ação direta do agente microbicida sobre a superfície do artigo e comprometem a eficácia dos processos de desinfecção e esterilização. Um processo de limpeza adequado engloba a lavagem, o enxágüe e a secagem. Classificação de Spaulding Descrição Artigo crítico Artigos que são introduzidos diretamente no corpo humano e que normalmente entram em contato com a corrente sanguínea e áreas estéreis do corpo. Artigo semicrítico Artigos que entram em contato com membrana mucosa e pele não íntegra. Artigo não crítico Processo Definição esterilização Processo que tem por objetivo a destruição de todas as formas de vida de microrganismos, inclusive os esporos. Pode ser realizado por processos físicos ou químicos. Desinfecção Alto nível Destruição de todas as formas de microrganismos, com exceção de um grande número de microrganismos esporulados. Desinfecção Médio nível Destruição de Mycobacterium tuberculosis, bactérias vegetativas e a maioria dos fungos. Não destrói esporos. Desinfecção Baixo nível Destruição da maioria das bactérias vegetativas, alguns vírus e fungos. Não destrói a Mycobacterium tuberculosis e nem esporos. Artigos que normalmente entram em contato apenas com pele íntegra. Fatores Interferentes • Há fatores que alteram a eficácia dos procedimentos de desinfecção e esterilização. Natureza dos microorganismos: - Ordem decrescente de resistência ao agente antimicrobiano: esporos bacterianos, células bacterianas, fungos, leveduras e vírus. - Esta ordem é variável de acordo com o agente químico escolhido e condições de aplicação. Princípios Ativos usados como Desinfetantes e Esterilizantes - Químicos Álcoois Os álcoois mais empregados em desinfecção são o etanol e o isopropanol à concentração de 70%; - São indicados para desinfecção de baixo nível e nível intermediário; - Apresentam atividade rápida sobre as bactérias na forma vegetativa (gram-positivas e gram-negativas). Atuam também sobre Mycobacterium tuberculosis, alguns fungos e vírus lipofílicos. Álcoois Uso hospitalar – álcool etílico e isopropílico. • Bactericida, viruscida, fungicida, tubercoloscida • Não destrói esporos • Nível de desinfecção – médio e baixo Álcoois Vantagens apresentadas referem-se ao fato de serem ótimos solventes em relação a outros agentes germicidas, de terem ação rápida, de apresentarem baixo custo e praticamente serem atóxicos. As desvantagens são: baixa atividade fungicida e viruscida, baixa penetrabilidade, desidratantes, não possuírem ação residual e não devem ser utilizados para limpezas de ferimentos abertos. Desvantagens – danifica a camada superficial de lentes; deforma e endurece material de borracha; descolore borracha e plásticos; danifica componentes do tonômero, podendo lesar a córnea Formaldeído Desinfetante de alto nível, apresenta atividade sobre bactérias Gram-positivas e negativas na forma vegetativa, incluindo as micobactérias, fungos, vírus e esporos bacterianos. - É um gás encontrado disponível na forma líquida em soluções de 37 a 40%, contendo metanol para retardar a polimerização; e na forma sólida, polimerizado em paraformaldeído. Formaldeído • Pouco ativo a temperaturas inferiores a 20ºC, aumentando a atividade em temperaturas superiores a 40ºC. Ativo na presença de Material Orgânico; • Usado para descontaminação de cabines de segurança, salas diversas, biotérios, hospitais, desinfecção de artigos críticos e semi-críticos; • Uso limitado: vapores irritantes, causa endurecimento e branqueamento da pele, dermatite de contato e reações de sensibilização. Formaldeído • Nível de desinfecção – alto, esterilização • Bactericida, viruscida, fungicida, tuberculoscida, • Destrói esporos • Principais usos- preparo de peças anatômicas, dialisadores e preparo de vacinas. • Desvantagens – tempo de manuseio limitado (8h), carcinogênico, produz gás com forte odor. Glutaraldeído (sol aquosa 2%) Desinfetante de alto nível (bactericida, esporocida, fungicida, virucida); - Utilizado na desinfecção/ esterilização de materiais termossensíveis; - Ativo na presença de material orgânico e inativo em materiais naturais, sintéticos e detergentes; Glutaraldeído • Utilizado para desinfecção de artigos críticos e semi-críticos termossensíveis (material cirúrgico, artigos metálicos, equipamentos de anestesia e aspiração); • Formulações contendo 2% de Glutaraldeído; • É um composto tóxico, irritante para a pele, mucosas e olhos, que exige proteções individuais durante a manipulação (máscaras e luvas). Glutaraldeído • Nível de desinfecção – alto, esterilização • Bactericida, viruscida, fungicida, tuberculoscida, • Destrói esporos • Vantagens – não é corrosivo para metais, não danifica lentes, plásticos ou borrachas • Desvantagens – irritante para mucosas, causando processos inflamatórios de conjuntiva, vias aéreas; epistaxe, dermatite de contato, asma rinite no funcionário que manuseia. Derivados fenólicos • orto-fenilfenol, orto-fenil-para clorofenol • Bactericida, viruscida, fungicida, tuberculoscida • Desinfecção de médio e baixos níveis • Desvantagens – não deve ser usado em unidades neonatais, nem em artigos de crianças. Derivados fenólicos Soluções fenólicas 2 a 5% promovem desinfecção de objetos inanimados. Desinfecção de médio e baixos níveis •Mecanismo: desnaturação de proteínas celulares e dano nas membranas •Temperaturas baixas e presença de sabão diminuem a atividade antimicrobiana. •Vários derivados comercialmente disponíveis são mais efetivos que o fenol, como orto-fenilfenol, orto-fenil-para clorofenol Compostos Liberadores de Cloro Ativo Os mais utilizados como alvejamento e desinfecção são: hipocloritos de sódio (NaOCl) e de cálcio, dióxido de cloro e ácido dicloisocianúrico (NaDCC); - Desinfetantes de baixo a alto nível dependendo da concentração; - Ativos sobre Gram-positivas e negativas, esporos bacterianos, fungos e vírus lipofílicos e hidrofílicos; - Ativos com matérias orgânicas; - Concentrações de 5 a 12%. Hipoclorito de sódio (liquído) • Nível de desinfecção – alto, médio e baixo – varia conforme a concentração e tempo de exposição. • Bactericida, viruscida, fungicida, tuberculoscida, • Destrói alguns esporos • Desvantagens – altamente corrosivos • Estocagem da solução: pH 8,0; 23C, recipientes plásticos, opacos e fechados (estab 1 mês) Compostos Quaternários de Amônio (QACS) São detergentes com propriedades germicidas, derivados orgânicos da amônia; - Compostos utilizados: cloretos de alquildimetilbenzilamônio e cloretos de dialquildimetilamônio; - desinfetantes de baixo nível, ativos em bactérias Grampositvas e menor atividade nas negativas, ativos em alguns fungos e vírus não-lipídicos; Compostos Quaternários de Amônio (QACS) - Inativados por materiais orgânicos; - Concentrações de 0,2%, nas superfícies nãocríticas (pisos, paredes); - Apresentam baixa toxicidade, porém podem causar irritação e sensibilidade para a pele. Vantagens: Não são em geral irritantes para a pele e tecidos, baixa toxicidade, são inodoros, podem ser usados em soluções com água e álcool. Desvantagens: São neutralizados por surfactantes aniônicos (sabões), não agem na presença de matéria orgânica e podem causar irritação quando em contato prolongado com a pele, mucosas e trato respiratório. Ex: compostos de amônio quaternário como cloreto de cetilpiridíneo, cloreto de benzalcônio. Germekil : potente e consagrado desinfetante, de acao rapida, elimina "Pseudomas, Salmonellas, Stafilococcus, bacilo da tuberculose, virus (inclusive da Aids) e fungos em apenas 10 minutos. Associa Formaldeido e Quaternarios a agentes sequestrantes e antioxidantes, em veiculo alcoolico, garantindo a integridade dos artigos, sendo o desinfetante mais rapido do mercado, indicado para desinfeccao de artigos medicohospitalares e odontologicos, Álcool Iodado Bactericida de nível médio, aplicado como antiséptico. Também tem aplicações virucida e fungicida; - Em curativos são indicados de 0,5 a 1% de iodo; - Toxicidade baixa, pode provocar ressecamento e irritação na pele. Peróxido de Hidrogênio (H2O2) Esterilizante químico e desinfetante de alto nível de artigos termossensíveis; - Eficiente sobre bactérias Gram-positivas e negativas, bacilos da tuberculose, vírus e fungos. A atividade esporocida depende da resistência do esporo considerado; - Concentrações de 3 a 4%, aplicadas na desinfecção de ambientes e na remoção de matéria orgânica; STERRAD (PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO): Peróxido de Hidrogênio (H2O2) - Concentrações podem variar de 3 a 25%; - Sintomas adversos: Irritação nos olhos, nariz e garganta, inflamação das córneas, eritemas, erupções dérmicas e manchas na pele. Ácido Peracético – PAA – (CH3COOOH) Desinfetante de nível intermediário e alto nível; - Ativo mesmo na presença de matéria orgânica; - É esporocida, bactericida, virucida e fungicida; - Utilizado na desinfecção de equipamentos de hemodiálise, endoscópios, instrumentos de diagnósticos, dentre outros termossensíveis; - Pode causar irritação nos olhos e à árvore respiratória; - Concentrações baixas no valor de pH 2 – potente biocida. Ácido Peracético a 0,2% VANTAGENS • rápido: 10 minutos • monitoração da [ ] • enxágüe fácil • baixa toxicidade • remove sujidade residual DESVANTAGENS • processo manual • incompatível com aço bronze, latão e ferro galvanizado • custo ? • odor avinagrado Complexo Iodo – Polivinil Pirrolidona (PVP-I2) Utilizado com anti-séptico e desinfectante; - Em soluções aquosas recomendado para assepsia tópica; - Adicionada de detergente não-iônico – solução degermante; - Indicado na delimitação do campo cirúrgico, sem causar lesões, irritações ou alergias. Gluconato de Clorexidina 4% Clorexidina 4% contendo 4% de álcool é indicada para prevnir contaminação cruzada com proteus e pseudomonas; - Degermante e anti-séptico; - Utilizado para banhos de recém nascidos ou alérgicos. PRODUTO EPI TOXICIDADE Álcool a 70% luva de borracha cano longo Não apresenta Hipoclorito Avental impermeável, luva de borracha cano longo, botas, óculos. Misturado a substância ácida, libera gás de cloro. Em contato com formaldeído, produz substância cancerígena. Glutaraldéido Máscara de filtro químico, avental impermeável, óculos, luva de borracha cano longo, botas. Irritante para mucosa (olhos, nariz, garganta), podendo causar asma, dermatites, epistaxe e rinite. Os níveis no ambiente, não deve ultrapassar 0,2ppm Ácido perácetico + peroxido de hidrogênio Máscara de filtro químico, avental impermeável, óculos, luva de borracha cano longo, botas. Odor e irritação não significante. Peróxido de hidrogênio A Occupational Safety and Health Administration (OSHA) limita o tempo de exposição ao produto em 8 horas na concentração de 1ppm Ácido perácetico Máscara de filtro químico, avental impermeável, óculos, luva de borracha cano longo, botas Pode ocasionar queimaduras em contato direto com a pele, cegueira se entrar em contato com olhos, irritante para mucosa do nariz, garganta e pulmão Formaldeído Máscara de filtro químico, avental impermeável, óculos, luva de borracha cano longo, botas Cancerígeno. A OSHA, limita o tempo de exposição ao produto em 8 horas na concentração de 0,75 pp DESINFECÇÃO SUPERFÍCIE PRODUTO MÉTODO FREQÜÊNCIA Cadeira 1- Hipoclorito 1% 2- Álcool 3- Fenol Fricção Após o uso Refletor 1- Hipoclorito 1% 2- Fenol Fricção Após o uso Bancadas 1- Hipoclorito 1% 2-Fenol Fricção 2X ao dia após período de trabalho Cuspideira 1- Hipoclorito 1% 2- Fenol Fricção Após uso Após limpeza Equipo 1- Hipoclorito 1% 2- Fenol Fricção Após limpeza Pontas 1Glutaraldeído 2% 2- Hipoclorito 3- Fenol Fricção Após uso Piso 1- Hipoclorito 10% 2-Fenol Fricção Após período de trabalho(após limpeza) Raio X 1- Hipoclorito 2- Fenol Fricção Após uso Após limpeza Esterilização • Processo de destruição (ou remoção) de todas as formas de vida microbiana (vírus, bactérias, esporos, fungos, protozoários e helmintos), tanto na forma vegetativa quanto esporulada, por um processo que utiliza agentes químicos ou físicos. • Conservar: manter as características durante a vida útil de armazenamento, assegurando a esterilidade adquirida. Quais são os métodos de esterilização mais utilizados? POR AGENTES FÍSICOS CALOR SECO ESTUFA OU FORNO DE PASTEUR CALOR ÚMIDO VAPOR SOBRE PRESSÃO (AUTOCLAVE) POR AGENTES QUÍMICOS PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO (STERRAD) ÁCIDO PERACÉTICO (STÉRIS) ÁCIDO PERACÉTICO + PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO (ABITÓX) QUÍMICOS: GASES: FORMALDEÍDO OU PARAFORMALDEÍDO. ÓXIDO DE ETILENO - ETO (C2H4 O). RADIAÇÃO RAIO GAMA - CO60 COBALTO/ULTRAVIOLETA ELECTRONBEAM LÍQUIDOS: GLUTARALDEÍDOS à 2%. BROMETO DE LAURIL Um objeto estéril, no sentido microbiológico, está completamente livre de germes vivos. Estéril, esterilizar e esterilização são termos que se referem à ausência total ou à destruição de todos os microorganismos e não devem ser usados com sentido relativo. Um meio ou objeto está ou não está estéril, não existe meio ou quase estéril. Métodos de Esterilização • Permitem assegurar níveis de esterilidade compatíveis às características exigidas em produtos farmacêuticos, médico-hospitalares e alimentícios; • O método escolhido depende da natureza e da carga microbiana inicialmente presente no item considerado; • São divididos em métodos físicos e químicos. Métodos de esterilização ou desinfecção por agentes físicos: 1. Altas temperaturas: Calor úmido � Vapor d’água sob pressão: esterilização em autoclave � Água em ebulição: � Pasteurização: método de desinfecção Calor seco • estufa de esterilização • incineração • aquecimento ao rubro. •flambagem: Métodos de esterilização ou desinfecção por agentes físicos: 2. Baixas temperaturas: • refrigeração e congelamento 3. Radiações � Radiações ionizantes Radiações não ionizantes 4. Filtração: promove esterilização – membranas filtrantes � Filtros de partículas de ar de alta eficiência (HEPA) ESTERILIZAÇÃO PELO CALOR ÚMIDO • Água Fervente • Tindalização - Esse processo consiste em submeter um líquido ou um material semi-sólido à temperatura de 100ºC (vapor fluente, em autoclave com válvula de escape aberta) durante 30 a 60 minutos, por 3 dias consecutivos, conservando-o nos intervalos do tratamento térmico à temperatura ambiente. • Calor Úmido sob pressão (autoclavação) - O emprego do calor úmido sob pressão é o processo mais usado em esterilização e deve ser o método de escolha, desde que possível. ESTERILIZAÇÃO PELO CALOR ÚMIDO • O calor úmido na forma de vapor saturado sob pressão é o agente esporocida mais uilizado e o mais confiável; • Pode ser usada para artigos críticos e semicríticos e para itens não sensíveis a calor e umidade; • Uso de uma autoclave: vapor a uma pressão e temperatura adequados, por um tempo específico – destruir microorganismos; Autoclaves • São equipamentos que utilizam vapor saturado para realizarem o processo de esterilização; • É o meio mais econômico para materiais termossensíveis; • Indicado para artigos críticos e semi-críticos termossensíveis; • Podem ser utilizados para esterilização de líquidos (interromper o processo no tempo de secagem); Vapor Saturado sob Pressão Nas autoclaves, os microorganismos são destruídos pela ação combinada do calor, da pressão e da umidade, que promovem a termocoagulação e a desnaturação das proteínas da estrutura genética celular. Autoclaves •Há uma relação entre temperatura empregada e o tempo necessário para a esterilização. • Quanto maior a temperatura, menor o tempo necessário. Em geral utiliza-se T 121ºC por mais ou menos 15 a 30 minutos. • Autoclaves convencionais: - Exposição de 20 a 30 minutos à temperaturas de 121ºC e 134ºC; • Autoclaves de alto vácuo: - Exposição de 4 minutos à temperatura de 134ºC. Os materiais devem ser esterilizados em pacotes individuais, envolvidos por papel Kraft ou sacos especiais para autoclave (papel grau cirúrgico ou tecido de algodão cru, duplo, com trama têxtil adequada) ESTERILIZAÇÃO PELO CALOR SECO • Flambagem em chama direta - Esse método é restrito à esterilização de alças de platina utilizadas em bacteriologia ou na coleta de materiais e na flambagem de boca de tubos e de pipetas, nas técnicas assépticas. • Forno de Pasteur - A esterilização em forno de Pasteur necessita de temperaturas maiores e de exposições mais longas que as empregadas em autoclaves. A ação letal resulta do ar que o circunda. É fundamental que a totalidade do material permita penetração do calor. Devido a essas restrições, o forno de Pasteur tem um número restrito de aplicações. ESTERILIZAÇÃO PELO CALOR SECO • Incineração: é um método destrutivo para os materiais, é eficiente na destruição de matéria orgânica e lixo hospitalar. • Raios infravermelhos: utiliza-se de lâmpadas que emitem radiação infravermelha, essa radiação aquece a superfície exposta a uma temperatura de cerca de 180O C. Esterilização por Calor Seco • Calor seco utilizado através da Estufa, com termostato para manutenção efetiva da temperatura, área mínima para circulação interna do ar produzido e um termômetro de bulbo para controle da temperatura preconizada; • Artigos devem ser acondicionados de forma adequada, em invólucros de papel laminado de alumínio ou caixas de aço inox ou alumínio; Estufa - Forno de Pasteur • Esterilização de óleos, pós e caixas de instrumental; • Os tempos de exposição e temperatura vão variar de acordo com o material: - Pós: 100gr a 160ºC por 120 minutos; - Óleos: 160ºC por 120 minutos; - Metais: 160ºC por 120 minutos ou 170ºC por 60 minutos em estufa previamente calibrada Cuidados para a eficiência do processo • Higienizar convenientemente os artigos a serem esterilizados; • aquecer previamente a estufa; • utilizar embalagens adequadas; • não colocar na estufa artigos muito pesados e volumes muito grandes para não interferir na circulação do ar; • evitar sobrepor artigos; • marcar o início do tempo de exposição quando o termômetro marcar a temperatura escolhida; • evitar que o termômetro toque em algum dos artigos dentro da câmara; • não abrir a estufa durante a esterilização. Falhas no processo • ao distribuir os artigos no interior da câmara, não deixar que toquem as paredes do interior do equipamento, deixar também um espaço entre os materiais, para favorecer a circulação do ar; • o invólucro deve ser adequado para este tipo de esterilização e para o material a ser esterilizado. As embalagens mais utilizadas são as caixas metálicas, papel alumínio e frascos de vidro refratário; • os artigos a serem esterilizados devem possuir boa condutividade térmica (termorresistentes). • o equipamento deve ser calibrado e validado. A esterilização é eficiente quando neste ponto a temperatura é atingida, é necessário portanto que os testes com os indicadores biológicos sejam realizados neste local. Radiações •Radiações ionizantes: promovem esterilização através de raios gama e raios X * Radiações não ionizantes: promovem desinfecção através de raios ultra-violeta ou diminuição do número de bactérias em fornos de microondas Quais são os métodos de esterilização mais utilizados? POR AGENTES FÍSICOS CALOR SECO ESTUFA OU FORNO DE PASTEUR CALOR ÚMIDO VAPOR SOBRE PRESSÃO (AUTOCLAVE) RADIAÇÃO RAIO GAMA - CO60 COBALTO/ULTRAVIOLETA ELECTRONBEAM POR AGENTES QUÍMICOS PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO (STERRAD) ÁCIDO PERACÉTICO (STÉRIS) ÁCIDO PERACÉTICO + PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO (ABITÓX) QUÍMICOS: GASES: FORMALDEÍDO OU PARAFORMALDEÍDO. ÓXIDO DE ETILENO - ETO (C2H4 O). LÍQUIDOS: GLUTARALDEÍDOS à 2%. BROMETO DE LAURIL SEGURANÇA BIOLÓGICA DAS CENTRÍFUGAS • Devido ao alto índice de acidentes neste aparelho, principalmente a quebra de tubos com espécimes clínicos e conseqüente formação de aerossol que pode expor vários funcionários à agentes infeciosos, as centrífugas merecem uma atenção especial em relação à segurança biológica. • As centrífugas devem ser instaladas em um compartimento isolado, bem ventilado, que deve ser evacuado durante o processo. Caso ocorra um acidente, quebra de tubos, o equipamento deve ser descontaminado com glutaraldeído ou mesmo hipoclorito de sódio. O que fazer em caso de ACIDENTES NA CENTRÍFUGA: • 1- Deixe o aerossol baixar durante 30 minutos. • 2- Coloque seus EPIs , luvas, máscara e óculos de proteção. • 3- Descontamine o suporte da centrífuga com glutaraldeído ou • hipoclorito (água sanitária), álcool iodado ou lizoforme por no mínimo 15minutos. • 4- Retire os demais tubos da centrífuga e descontamine a parte interna do equipamento com uma gaze embebida em uma das soluções germicidas descritas acima. • 5- Descarte os fragmentos do tubo na caixa amarela para perfurocortantes. • 6- Comunique o incidente ao responsável pelo setor para que seja providenciada uma nova amostra. Fatores que afetam a eficácia da esterilização A atividade dos agentes esterilizantes depende de inúmeros fatores, alguns inerentes às qualidades intrínsecas do organismos e outros dependentes das qualidades físicoquímicas do agente ou fatores externos do ambiente. - Número e localização de microrganismos Resistência inata dos microrganismos Concentração e potência do agente germicida Fatores físicos e químicos Matéria orgânica Duração da exposição Obrigada!!!