FACULDADE ALFREDO NASSER MÁRCIO JOSÉ DE MORAIS OS JOGOS COMO RECURSO DIDÁTICO PARA AMENIZAR A DISCALCULIA Aparecida de Goiânia 2011 MÁRCIO JOSÉ DE MORAIS OS JOGOS COMO RECURSO DIDÁTICO PARA AMENIZAR A DISCALCULIA Monografia apresentada ao Instituto Superior de Educação da Faculdade Alfredo Nasser, sob orientação da Professora Esp. Kelen Michela Silva Alves como parte dos requisitos para a conclusão do curso de Matemática. Aparecida de Goiânia 2011 MÁRCIO JOSÉ DE MORAIS OS JOGOS COMO RECURSO DIDÁTICO PARA AMENIZAR A DISCALCULIA Esta Monografia foi julgada adequada para obtenção do título de Licenciado em Matemática e aprovado em sua forma final pela banca examinadora abaixo constituída. Aparecida de Goiânia ___ de________ de 2011. BANCA EXAMINADORA _________________________________________________________________ Orientador - Prof.(a)Esp. Kelen Michela Silva Alves ___________________________________________________________________ Primeiro examinador – Prof.(a) Ms.Ana Paula Alves Baleeiro __________________________________________________________________ Segundo examinador – Prof.(a) Ms.Renata Gonçalves L. de Oliveira AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus que me proporcionou saúde e sabedoria durante essa longa jornada da minha vida. Aos meus pais e familiares, pelo apoio e confiança que sempre depositaram na minha formação. Aos familiares, da minha esposa que sempre esteve do meu lado me incentivando. Aos meus colegas de faculdade Emerson, Rosana, Bruno Alexandre, Daniane, Tatiana, Warley, Lucas, Cristiano, e todos os alunos do período anterior ao nosso, pelo apoio, amizade e companheirismo. Aos professores da Faculdade Alfredo Nasser que sempre estavam prontos a nos auxiliar. A minha esposa que sempre me deu apoio nos momentos mais difíceis deste curso, me incentivando a não desistir. RESUMO O presente trabalho tem como objetivo discutir o conceito e os tipos de discalculia, para compreensão dos elementos que dificultam o processo de desenvolvimento da aprendizagem matemática. Este trabalho também discute as etapas de aprendizagem e seus processos e algumas dificuldades de aprendizagem. A dislexia é um termo aplicado ao distúrbio neuropsicológico que afeta as habilidades da criança na leitura e escrita. A dislexia é um dos distúrbios mais comuns no aprendizado, já a discalculia é um mau desenvolvimento neurológico que provoca transtornos na aprendizagem de tudo o que se inclui a números, como trabalhar com operações matemáticas, fazer definições, dificuldade em entender os conceitos matemáticos. Acredita-se que a razão dessa má formação pode ser genética, neurobiológica ou epidemiológica. Os jogos podem oferecer a criança à oportunidade de lidar e aprender situações concretas fazendo semelhanças com a sua realidade, assim a criança passará imaginar os significados das situações problemas, tornando a compreensão de regras matemáticas mais simples. Palavras Chaves: Dislexia, Distúrbio, Discalculia, Matemática. ABSTRACT The present study has the objective discussing the concept and the types of dyscalculia and understanding the elements that make it difficult the process of development of apprenticeship mathematics. This paper also discusses the steps in and processes of learning and learning difficulties. Dyslexia is a term applied to neuropsychological disorder that affects children’s capabilities in reading and writing. Dyslexia is one of the most common learning disorders have dyscalculia is an evil that causes neurodevelopment disorders in learning everything that includes numbers, working with mathematical operations, making settings, difficulty in understanding mathematical concepts. It is believed that the cause of this malformation may be genetic, neurobiological and epidemiological. Games can offer the child the opportunity to learn and handle specific situations similar to doing his reality, so the child will imagine the meanings of problematic situations, making the understanding of mathematical rules simpler. Key Words: Dyslexia, Disorder, Dyscalculia, Mathematics. 6 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .................................................................................................. 7 1. FATORES QUE INFLUÊNCIÃO NO ENSINO. ............................................. 9 2. DISCALCULIA ............................................................................................ 16 2.1 Discalculia do Desenvolvimento (DD) ................................................... 18 3. SUGESTÕES DE JOGOS PARA INTERVENÇÃO A DISCALCULIA. ........ 21 3.1 Tangram ................................................................................................ 23 3.2 Jogo dos Cubos e das Garrafas ............................................................ 24 3.3 Matix...................................................................................................... 25 3.4 Jogo de Dominó .................................................................................... 26 3.5 Um Exato .............................................................................................. 26 3.6 Jogo da Memória................................................................................... 27 CONSIDERAÇOES FINAIS ............................................................................ 30 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 31 7 INTRODUÇÃO A matemática está presente em nosso dia a dia e seu intuito é estimular o raciocínio lógico, perceptivos e sensoriais e ajudar a preparar o indivíduo em sua formação cognitiva e nos proporcionar inúmeras aplicabilidades. Mesmo assim pode se observar que muitas pessoas têm grandes dificuldades em desenvolver essas habilidades. Por que muitos alunos apresentam dificuldades na aprendizagem matemática? Como interferir pedagogicamente a fim de amenizar tais dificuldades? Motivado em buscar explicações sobre o déficit na disciplina de matemática iremos construir um trabalho que busca estudar umas das principais causas que às vezes é até desconhecida por muitos profissionais da educação: a discalculia. Este distúrbio neuropsicológico afeta as condições de desenvolvimento da capacidade cognitiva do aluno impedindo a sua compreensão e construção de conceitos matemáticos. Sendo assim é de fundamental importância proporcionar ao aluno com dificuldade em aprendizagem, um diagnóstico e um tratamento que poderá ajudá-lo a reduzir boa parte de seus obstáculos e medos. Cabe aos profissionais da educação estar preparados para identificar e reconhecer quando o aluno apresenta o nível inferior de aprendizagem em relação a sua idade e aconselhar os pais a procurarem um especialista. Este estudo pretende ressaltar a importância em se conhecer a discalculia, para que se obtenha um diagnóstico seguro, dando condições de amenizar os sintomas e proporcionar uma melhora na aprendizagem do aluno, reinserindo-o no meio social para que o mesmo participe do desenvolvimento do próprio país. O tema estudado é de extrema importância pela sua atualidade e pela escassez de estudos abrangendo o assunto, ressaltando a falta de conhecimento por certa parte de professores do ensino básico. Sendo assim este trabalho tem como objetivo geral discutir o conceito e os tipos de discalculia, para compreensão dos elementos que dificultam o processo de desenvolvimento da aprendizagem matemática. O presente trabalho tem os seguintes objetivos específicos: definir os tipos de discalculia; destacar a importância dos professores e profissionais especializados na identificação e suporte para alunos com esta disfunção; refletir sobre as 8 intervenções pedagógicas, através de estratégias adequadas como alternativas que facilitem a construção do conhecimento matemático. A presente pesquisa envolvera análise bibliográfica para chegarmos a uma resposta mais precisa. Sendo assim o trabalho será composto por três capítulos. O primeiro capítulo será feito um levantamento bibliográfico sobre os processos de aprendizagem, etapas da aprendizagem e dificuldades de aprendizagem. O segundo capítulo tratará em específico sobre a discalculia, discutindo suas definições e suas causas. O terceiro capítulo e último faremos uma abordagem em cima dos capítulos anteriores com sugestões de jogos que visam minimizar a discalculia. 9 1. FATORES QUE INFLUÊNCIÃO NO ENSINO. Sabe-se que a matemática é uma ferramenta muito útil em nosso dia a dia, a todo o momento em nossas vidas estamos utilizando seus recursos, podemos citar como exemplo a compras que realizamos mensalmente no supermercado, temos que obter uma razão de quanto podemos gastar e o que temos que comprar. Segundo Almeida (2008) a matemática surgiu na antiguidade a fim de solucionar problemas e necessidades da vida diária, transformou em um enorme sistema de variados e extensos conteúdos. Como as outras ciências analisam as leis sociais e serve de importante instrumento para o conhecimento do mundo e domínio da natureza. A matemática estabeleceu a partir de um conjunto de regras avulsas, decorrentes do conhecimento, e diretamente ligadas com a vida diária. Não se versava deste modo, de um princípio logicamente unificado. Apesar de que o indivíduo tenha pouco conhecimento da matemática ele e capaz de reconhecer traços que a caracterizam: rigor, lógica, precisão e abstração. Mas a força vital da matemática carece também ao fato de que, apesar de seu caráter de difícil compreensão, suas sentenças e resultados têm origem de algo concreto e encontram muitas atenções em outras ciências e em inúmeros modos de vista objetivos da vida diária: no comércio, na indústria e na área tecnológica. Por outro lado, ciência como Química, Física e Astronomia têm na matemática instrumento essencial para sua ampliação. De acordo com o PCN (1997). As diferentes áreas da ciência, como Psicologia, Filosofia, Medicina, ainda que seu uso apresente menos importância que nas ciências exatas, ela também pode estabelecer um auxílio importante, em função da sua grandiosa abstração. Almeida (2008) traz que a diversidade de etnias existentes em nosso país, que dá origem a desigualdades, meios de sobrevivência, valores, conhecimentos e crenças, apresenta-se para o ensino matemática como um desafio importante. Desta maneira, um currículo de matemática necessita buscar colaborar, por um lado, para a valorização do maior número de pessoas, tomando precaução com o processo de dependência no confronto com outras culturas; de outro lado, criar circunstâncias para que o aluno consiga um estilo de vida reservado a um determinado ambiente social e se torne ativo na transformação de seu espaço. 10 De acordo com o PCN (1997). A compreensão e a tomada de decisões diante de questões políticas e sociais também dependem da leitura e interpretação de informações complexas, muitas vezes contraditórias, que incluem dados estatísticos e índices divulgados pelos meios de comunicação. Ou seja, para exercer a cidadania, é necessário saber calcular, medir, raciocinar, argumentar, tratar informações estatisticamente, etc.(PCN.p.25) A educação matemática poderá proporcionar uma contribuição à medida que forem descobertas suas metodologias que priorizem a concepção de estratégias, a verificação, a justificativa, a alegação, o senso crítico, e favoreça capacidade criadora, o trabalho em grupo, a iniciativa individual e a autonomia incidida da ampliação da confiança para disposição de aceitar e encarar desafios. Conforme Garcia (1998), para resolver um cálculo, o mais simples que possa ser, vários mecanismos cognitivos são envolvidos, como o processamento verbal ou gráfico da informação, inteligência, reconhecimento e produção de números, representação símbolica, memória de curto e longo prazo, raciocínio sintático e atenção. É de suma importância destacar que a matemática deverá ser vista pelo aluno como uma ciência que pode favorecer o desenvolvimento do seu raciocínio lógico, sua capacidade expressão, de sua sensibilidade estética e de sua concentração, mas existem elementos fundamentais no processo de aprendizagem que influência diretamente na aprendizagem matemática. Segundo Bruner (2001) a aprendizagem como um processo social de comunicação apresenta os seguintes elementos fundamentais no processo aprendizagem: comunicador ou emissor, mensagem, receptor, meio ambiente: O comunicador ou emissor, é representado pelo professor, ele é responsável pelas transmissões de informações. Tem uma participação ativa no processo educativo devendo estar preparado e ter pleno conhecimento da mensagem que irá transmitir a seus alunos, ele deve estimular o aluno a realizar um trabalho voltado para uma iniciação à investigação científica aprendendo a valorizar o raciocínio lógico e argumentativo tornando - se um dos objetivos da educação matemática, ou seja, despertar no aluno o hábito de fazer uso de resolução de problemas. A Mensagem é o conteúdo transmitido pelo professor aos alunos, ela deve ser ajustada a idade mental do aluno, o conteúdo da matemática dever ser 11 organizado e trabalhado fazendo semelhança com o cotidiano conforme sua idade e seu conhecimento. O receptor da mensagem é o aluno que deve ser um recebedor crítico das informações que lhe são transmitidas pelo comunicador, esse deve estar preparado e ser capaz de solucionar problemas, valorizando sua criatividade. O meio ambiente é o meio escolar, familiar e social onde se efetiva o processo de ensino aprendizagem do aluno. O meio ambiente deve ser agradável e propício para um bom desenvolvimento do aluno. Caso algum desses processos venha ser falho irá influênciar diretamente no aprendizado da criança, por isso e sempre fundamental o professor ficar atento com condições que podem ser fatores adversos da aprendizagem. Conforme Almeida (2008) a aprendizagem é um processo contínuo e gradual, aprende-se pouco a pouco durante toda nossa vida, cada pessoa tem seu ritmo próprio de aprendizagem, sendo assim podemos também descrever que o processo de aprendizagem se torna individual. A cada nova aprendizagem depende diretamente de experiências anteriores, assim experiências anteriores vão sendo pré-requisitos para novos aprendizados. Esse processo de aprendizagem não é estático. A cada novo conhecimento a pessoa reorganiza suas idéias fazendo analogia com as idéias anteriores. Portanto trata-se de um processo integrativo e eficaz. Além dos fundamentos no processo de aprendizagem existem etapas da aprendizagem, que irá passar ao desenvolver da criança desde seu nascimento até sua maturação. Jean Piaget (1896-1980) um renomado psicólogo e filósofo suíço, conhecido por seu trabalho explorador no campo da inteligência infantil, passou grande parte de sua carreira profissional interagindo com crianças e estudando seu processo de raciocínio. Seus estudos tiveram uma ampla força sobre os campos da Psicologia e Pedagogia, realizou experiências que evidenciaram quatro estágios no desenvolvimento lógico: Estágio sensório motor – vai do nascimento da criança até cerca de 2 anos. Nesse estágio, a criança passa de atividades puramente reflexivas a desenvolvimento dos seus primeiros costumes, a criança aprende pegar objetos o aprimorando esses esquemas, é capaz de ver um objeto, pegá-lo e levá-lo a boca, a 12 criança nessa faze age por reflexo querendo fazer tudo aquilo que uma pessoa adulta faz. Estágio preparatório – Inicia-se a partir dos 2 anos até cerca de 7 anos. Essa fase tem início com o aparecimento da linguagem. Começa as indagações, aparece o pensamento intuitivo, nesse estágio a criança começa a ter seus primeiro contato com a matemática, ela e capaz de ordenar objetos pelo tamanho, comparar dois objetos indicados dizendo qual o maior. Estágio das operações concretas – Vai dos 7 aos 12 anos aproximadamente; nesta etapa a criança embora esteja totalmente ainda ligada a objetos reais e concretos, já é capaz de passar da ação operação ,para uma ação interiorizada, e também nessa etapa que começa a estabelecer algumas noções de conversação,podemos dizer que nesse estágio a criança pode ser capaz de compreender a propriedade transitiva desde que esse seja aplicado a objetos concretos que ela já tenha visto. Por exemplo uma laranja como objeto A um limão como objeto B e uma uva com objeto C ela será capaz de responder que A e maior que C e C menor que B. Estágio das operações formais – Vai dos 11 ou 12 anos até mais ou menos 15 anos. É nesse estágio que se inicia o raciocínio lógico: a criança é capaz de raciocinar utilizando abstrações, é também nessa fase que a criança é capaz de trabalhar com hipóteses tornando possível o raciocínio lógico dedutivo. Cada estágio serve de pré-requisito para o estágio seguinte; porém não se trata de um desenvolvimento linear e nem apenas quantitativo, pode haver aberturas na maneira de pensar. Segundo Bruner (2001), independentemente de qual for à teoria de aprendizagem considerada, existem pelo menos sete categorias fundamentais para que a aprendizagem se consolide, são elas: Saúde física e mental, motivação, prévio domínio, maturação, inteligência, concentração ou atenção, memória: Saúde física e mental - para o indivíduo aprender ele deve apresentar um bom estado físico, isto é, estarem gozando de boa saúde física e mental, órgãos dos sentidos funcionando perfeitamente bem. Sendo assim as perturbações que vierem a decorrer futuramente tanto na área física como na área psíquica são distúrbios que poderão constituir com problemas aprendizagem. Dores de cabeça, febre, 13 deficiência de visão, audição são alguns exemplos que podemos citar desses distúrbios. Motivação – O fato de querer aprender garante a criança um maior sucesso na conquista de seus conhecimentos. O empenho em aprender, no entanto é mola propulsora da aprendizagem, tendo em vista que a matemática é uma disciplina considera por muitos como desagradável, e a cada dia se cria novas tecnologias capaz de atrair mais o aluno, cabe o professor adotar novos recursos em sala de aula capazes de deixar o aluno motivado. Prévio domínio – Domínio de certos conhecimentos, habilidades anteriores que são pré-requisitos para aprendizagem. Podemos citar como exemplo, caso o aluno não tenha domínio sobre equações do 2ª grau ele terá dificuldades na resolução das funções quadráticas. Maturação – Chama se maturação “o processo de caracterizações estruturais e funcionais do organismo, levando a padrões específicos do comportamento’’ (Falcão, Psicologia da aprendizagem, p.46 FALCÃO apud Bruner(2002)). Ter maturidade para contextualizar o conteúdo com o cotidiano é uma maneira que pode contribuir diretamente com o aprendizado. Inteligência – A criança deve ter competência adequada para assimilar e compreender as informações que recebe criar e planejar novos acontecimentos com base em seus pré-requisitos. Concentração ou atenção – A capacidade de fixar-se em determinado conteúdo é um fator que interfere diretamente na aprendizagem. Um exemplo que podemos citar é o fato de algo chamar mais atenção que conteúdo que o professor está trabalhando vai implicar diretamente no aprendizado da criança, pois ela não teve a atenção necessária. Memória – É a capacidade de adquirir e armazenar informações para quando necessário utilizar conhecimentos adquiridos. É significante lembrar que a memória não trabalha solitariamente, ela e um dos fatores da inteligência e evolui com a ampliação das funções cerebrais. É de fundamental importância ter uma boa memória para recordar de conteúdos necessários para aprendizagem de novos. 14 Estes processos são fundamentais para ensino aprendizado da criança, pois, forma um conjunto estruturado que pode implicar na aprendizagem, sendo quesitos necessários para que se ocorra a aprendizagem. Pode-se dizer que alguma das dificuldades de aprendizagem matemática pode ocorrer até mesmo pela metodologia inadequada utilizada pelo professor em sala de aula, ou seja, um simples conteúdo aplicado de forma indevida, também pelo fato do estudante ter medo de fracassar, por insucessos anteriores e por falta de pré-requisitos necessários que não foram adquiridos anteriormente. Como já mencionamos é de fundamental importância ter uma boa saúde física para que ocorra aprendizado, caso o estudante tenha problemas de saúde pode implicar diretamente em dificuldade na aprendizagem, vamos citar aqui alguns exemplos que compromete seriamente a aprendizagem da matemática: distúrbios de audição, distúrbios de visão. Distúrbio de audição a criança não consegue ouvir corretamente o enunciados e explicações, que foi emitido oralmente, não conseguido guardar informações necessárias para resolução de problemas matemáticos. Distúrbio da visão por não ter uma boa visão à criança pode trocar números e simbologias, por exemplo, 3 por 8, 6 por 9 ou 5 por 2 com isso ela terá uma imensa dificuldade para realizar as operações básicas da matemática. Ressalta-se ainda que alguns problemas de aprendizagem matemática possam estar diretamente ligados com a dificuldade de leitura da criança que é a dislexia. Dislexia é um termo aplicado ao distúrbio neuropsicológico que afeta as habilidades da criança na leitura e escrita. A dislexia é um dos distúrbios mais comuns no aprendizado. Em nossos estudos realizados e levantamentos feitos em diversas fontes bibliográficas encontramos dois subgrupos de disléxicos que apresenta dificuldades em matemática: aqueles que abrangem os conceitos, mas são inábeis a representá-los no papel, isto é, eles têm conhecimento do processo ou operação que ira utilizar, mas não conseguem fazê-lo com perfeição. Essas pessoas são vistas muitas vezes como inertes ou descuidadas e aqueles que têm escassa ou nenhuma opinião porque os símbolos e números são utilizados. Essas pessoas não compreendem os conceitos implícitos na matemática. 15 Alguns disléxicos têm problemas com a matemática, do mesmo modo que acontece com a escrita e leitura, a incapacidade de leitura e compreensão dos números recebe o nome de discalculia. Ainda pouco conhecida a discalculia é o termo aplicado ao distúrbio neuropsicológico que afeta as habilidades cognitivas das crianças na compreensão de números contagens e soluções de problemas matemáticos. De acordo com Garcia (1998) a discalculia é uma dificuldade de aprendizagem evolutiva, que não e causada por lesão e nenhuma lesão mental, audição ou má escolarização. As pessoas que apresentam este problema realmente não entendem o problema que está sendo pedido pelo professor. No próximo capítulo retornaremos discutindo, mas sobre discalculia nele faremos uma abordagem mais profunda discutindo seus tipos, graus, sintomas e suas principais causas. 16 2. DISCALCULIA Embora a discalculia seja um contexto que tenha dificultado a vida de muitos alunos e professores no cotidiano escolar, é um assunto conhecido por poucos pais e professores. Neste capítulo vamos aprofundar um pouco mais neste assunto discutindo sobre sintomas, dificuldades, graus, suas principais causas e como identificar. A discalculia é um mau desenvolvimento neurológico que provoca transtornos na aprendizagem de tudo o que se inclui a números, como trabalhar com operações matemáticas, fazer definições, dificuldade em entender os conceitos matemáticos. Acredita-se que a causa dessa má formação pode ser genética, neurobiológica ou epidemiológica. Segundo PAIN (1992) a discalculia é uma dificuldade para a realização de operações matemáticas usualmente ligadas a uma disfunção neurológica, lesão cerebral, deficiência de estruturação espaço temporal. A discalculia é um distúrbio neurológico que afeta a habilidade com números. É um problema de aprendizado independente, mas pode estar também associado à dislexia. Tal distúrbio faz com que a pessoa se confunda em operações matemáticas, fórmulas, sequência numérica, ao realizar contagem sinais numéricos e até na utilização da matemática no dia-a-dia. (GARCIA, 1998, p. 37). Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DMS IV 2002), a Discalculia é definida como uma capacidade para a realização de operações aritméticas acentuadas abaixo da esperada para a idade cronológica, a inteligência medida e a escolaridade do indivíduo. Este transtorno interfere significativamente no rendimento escolar ou em atividades da vida diária que exigem habilidades matemáticas. Drouet afirma que: Discalculia é o termo usado para indicar dificuldades em Matemática. O aluno pode automatizar os aspectos operatórios (as quatro operações, contas, tabuada), mas encontra dificuldade em aplicá-los em problemas. Às vezes não consegue entender o enunciado do problema, porque tem dificuldade na leitura do mesmo (DROUET, 2001, p.131) É de fundamental importância que a discalculia possa ser diagnosticada cada vez mais cedo nas crianças. Segundo Vorcaro (2007), um diagnóstico completo so poderá ser feito após os 10-12 anos de idade, mas por causa disso não precisamos deixar de expor as formas particulares das dificuldades matemáticas sofrida pelas crianças. 17 No início escolar, já é possível observar alguns sinais do transtorno, quando a criança apresenta problemas para responder às relações matemáticas propostas como diferente e igual, grande e pequeno. Mas ainda é muito cedo para se ter um diagnóstico preciso. Mas somente a partir dos 7 ou 8 anos, com a ingresso dos símbolos específicos da aritmética e das operações fundamentais, onde a criança começa entender, registrar e realizar operações matemáticas, os sintomas se tornam mais aparentes. Vorcaro (2007) comenta que o transtorno, em geral, torna-se visível durante o segundo ou terceiro ano. Quando o transtorno da matemática está ligado com alto QI, a criança pode até ser capaz de aprender quase no mesmo nível que seus colegas da mesma série, podendo o transtorno da matemática não ser observado até a quinto ano ou depois desta. Segundo Garcia (1998), a discalculia é classificada em seis subtipos, podendo advir em combinações diversas e com outros transtornos de aprendizagem: • Discalculia Verbal - dificuldade para nomear as quantidades matemáticas, os termos, os números, os símbolos e as relações. Estabelecer correspondência um a um: não relaciona o número de alunos de uma sala à quantidade de carteiras. • Discalculia Practognóstica - dificuldade para enumerar, comparar e manipular objetos reais ou em imagens matemáticas, ele terá dificuldade em dizer qual imagem representa um triângulo e qual representa um retângulo. • Discalculia Léxica - dificuldades na leitura de símbolos matemáticos, ela terá dificuldades em separar os símbolos, até mesmo das 4 operações básicas, adição, subtração, multiplicação e divisão. • Discalculia Gráfica - dificuldade na escrita de símbolos matemáticos neste caso como o anterior a criança tem dificuldade para trabalhar com símbolos, mas ao contrário da discalculia léxica a criança que tem discalculia gráfica poderá reconhecer perfeitamente os símbolos, mas na hora de transcrever os mesmos fará de maneira errada. 18 • Discalculia Ideognóstica – dificuldades em fazer operações mentais e na captação de conceitos matemáticos, a criança sente dificuldade em lembrar as sequências dos passos para realizar as operações matemáticas. Pode ocorrer de a criança dar início uma multiplicação a partir da centena e não da unidade como seria o correto. Exemplo: 21 X 14 21 +84 861 • Discalculia Operacional - dificuldades na execução de operações e cálculos numéricos, a criança sentirá dificuldade para aprender a tabuada, fazer cálculos de operações básicas envolvendo multiplicação, divisão, adição e subtração Sendo assim é muito importante que o professor observe atentamente seus alunos, para que esse transtorno seja percebido desde o início para que haja um tratamento adequado com um especialista da área, e até mesmo o professor adotar técnicas pedagógicas para se trabalhar com o aluno. 2.1 Discalculia do Desenvolvimento (DD) Alguns autores definem a DD como uma dificuldade na performance matemática em consequência de um prejuízo específico nas funções cerebrais envolvidas no processamento matemático. O termo não pode ser confundido com dificuldades comum em operações matemáticas. Pois, essa dificuldade afeta significativamente a aquisição normal nas habilidades matemáticas. Os efeitos da discalculia do desenvolvimento mudam de acordo com o grau das dificuldades apresentadas pela pessoa. As crianças apresentam prejuízos diversificados que podem mudar de acordo com características individuais, e idade do indivíduo. Um dado importante descrito por Shalev et al .(2001) é que a DD pode ser um transtorno persistente. Em seu estudo crianças com DD foram reavaliadas após três anos do diagnóstico inicial e mais da metade da 19 amostra continuava a apresentar dificuldades em matemática.(CAPOVILLA, 2008,p.170). A discalculia do desenvolvimento pode ser definida como uma dificuldade específica no processamento quantitativo enquanto que a dificuldade frente à aritmética pode ser causada por déficit cognitivo da memória. As crianças com DD sempre tendem a ter prejuízos em longo prazo, enquanto crianças com dificuldades em matemática podem recuperar o atraso com um reforço escolar. Segundo Bombonatto (2004) podemos observar algumas falhas frequêntes na discalculia no contexto escolar: • Inversão na escrita dos numerais; inversão na posição dos algarismos: 69 96 • Falha na ordenação de colunas para montar o algoritmo: 18 8+ 98 • Repetir um ou mais números em uma sequência numérica: 1, 2, 3, 4,4, 5, 6,7,8,8,9. • Operar em ordem inversa: 84 73+ 19 • Pular passo de uma operação: 45 x 15 225 • Falhas no procedimento do “levar” e “pedir”, não tendo noção do valor posicional do algarismo e a compreensão do agrupamento na base decimal: 414 32 - 268 x 14 254 128 32 + 160 • Dar início a multiplicação operando o primeiro número da esquerda do multiplicador: 353 x 24 706 1412 + 2118 20 De acordo com NAD (2010) o professor deve levar em considerações algumas questões importantes como: evitar mostrar impaciência com a dificuldade expressada pela criança ou interrompê-la várias vezes ou mesmo tentar adivinhar o que ela quer dizer completando sua fala; evitar ignorar a criança em sua dificuldade; evitar ressaltar as dificuldades do aluno, diferenciando-o dos demais; evitar corrigir o aluno freqüentemente diante da turma, para não o expor suas dificuldades evitando assim que o mesmo crie uma barreira. O NAD (2010) traz que a utilização de situações concretas, nos problemas, facilita o entendimento do problema; que os jogos podem ajudar na seriação, classificação, aptidões psicomotoras, habilidades espaciais e contagem; que o uso do computador é bastante útil, por se tratar de um objeto de interesse da criança, podendo também encontrar recursos que promovem no aprendizado. A utilização de caderno quadriculado auxilia o aluno fazer multiplicação de maneira correta, trabalhar com dezenas, centenas. Conforme colocação de NAD (2010) a realização de questões diretas e se ainda tiver muita dificuldade, o professor ou colega de trabalho pode fazer seus questionamentos oralmente para que o problema seja resolvido. E ainda estimular a inteligência lógica matemática através de jogos com a utilização de matérias de fácil aquisição (garrafas pets, madeira, fitas, jogos, quebra-cabeça. Permitir ao aluno manusear os objetos, classificando-os em conjuntos, ao abotoar sua roupa e perceber simetria, ao amarrar seu sapato e descobrir os percursos do cadarço, mas também a que “arruma” sua mesa ou sua mochila está construindo relações, ainda que não seja a mesma lógica que “faz sentido” ao adulto. 21 3. SUGESTÕES DE JOGOS PARA INTERVENÇÃO A DISCALCULIA. Este capítulo tem como objetivo sugerir atividades que possam contribuir com o desenvolvimento do raciocínio lógico e perceptivo da criança com discalculia nele faremos algumas sugestões de jogos matemáticos que poderão contribuir no aprendizado da criança. O dicionário de Língua Portuguesa Michaelis (2002) define jogo como entretenimento ou exercício de crianças, em que elas fazem sua prova de sua habilidade. Sendo assim podemos dizer que os jogos é uma maneira de atrair a criança para ensino da matemática fazendo com que ela consiga fazer analogia com o conteúdo trabalhado pelo professor. Entre alguns recursos didáticos que podem ser utilizados pelo professor, os Parâmetros Curriculares Nacionais destaca o jogo como uma ótima alternativa para auxiliar no ensino matemática. De acordo com o PCNs (1997) Por meio dos jogos as crianças não apenas vivenciam situações que se repetem, mas aprendem a lidar com símbolos e a pensar por analogia (jogos simbólicos): os significados das coisas passam a ser imaginados por elas. Ao criarem essas analogias, tornam-se produtoras de linguagens, criadoras de convenções, capacitando-se para se submeterem a regras e dar explicações. (PCNs p.35) Os jogos podem oferecer a criança à oportunidade de lidar e aprender situações concretas fazendo semelhanças com a sua realidade, assim a criança passará imaginar os significados das situações problemas, tornando a compreensão de regras matemáticas mais simples. O PCNs (1997) de Matemática afirma que: Um aspecto relevante nos jogos é o desafio genuíno que eles provocam no aluno, que gera interesse e prazer. Por isso, é importante que os jogos façam parte da cultura escolar, cabendo ao professor analisar e avaliar a potencialidade educativa dos diferentes jogos e o aspecto curricular que se deseja desenvolver (PCNs p.36) Ainda conforme o PCNs (1997) os jogos tem um papel importante no processo ensino aprendizagem, mas, no entanto eles precisam estar ligados a situações que levam a criança ao pensamento crítico e reflexão. De acordo PCNs (1998) as atividades de jogos permitem… 22 …ao professor analisar e avaliar os seguintes aspectos: Compreensão: facilidade para entender o processo do jogo assim como o autocontrole e o respeito a si próprio; Facilidade: possibilidade de construir uma estratégia vencedora; Possibilidade de descrição: capacidade de comunicar o procedimento seguido e da maneira de atuar; Estratégia utilizada: capacidade de comparar com as previsões ou hipóteses. Os jogos quando realizados com objetivos e bem explorados pode alcançar um espaço privilegiado na aprendizagem ampliando a possibilidade de compreensão através de experiências propostas pelo professor. MORATORI (2003) define da seguinte forma o ato de jogar: O ato de jogar é uma atividade natural no ser humano. Inicialmente a atividade lúdica surge como uma série de exercícios motores simples. Sua finalidade é o próprio prazer do funcionamento, Estes exercícios consistem em repetição de gestos e movimentos simples como agitar os braços, sacudir objetos, emitir sons, caminhar, pular, correr, etc. Embora estes jogos comecem na fase maternal e durem predominantemente até os 2 anos, eles se mantém durante toda a infância e até na fase adulta. Por exemplo, andar de bicicleta, moto ou carro. Sendo assim podemos mencionar que o ato de jogar dar-se o início no estágio sensório motor descrito por Piaget que são apenas atividades reflexivas, ou seja, a criança está aprendendo seus primeiros costumes que ocorre entre 0 e 2 anos de idade mas decorre em todos outros estágios. Segundo Kishimoto (2002, p.145) “Nas brincadeiras, as crianças tem inúmeras oportunidades de explorar e, quando necessário com pequena supervisão do adulto solucionam problemas.” Observemos que é de essencial importância sempre ter nos jogos um supervisor que terá um papel de reduzir o grau de liberdade, fazendo com que o jogo tenha objetivo, e dando orientação necessária a criança na resolução de problemas. Segundo ANTUNES (1998) Uma criança poderá entender de forma melhor os números as operações contidas na matemática e os fundamentos da geometria se puder torná-los palpáveis. Considerando que os jogos é uma alternativa fundamental para se trabalhar com a matemática, pois possibilita o entendimento de forma mais clara pela criança, podendo ela ter a oportunidade de tocar em materiais concretos. 23 De acordo com nossas investigações realizadas a discalculia é um distúrbio neurológico que afeta as habilidades matemáticas e compreensão do seu contexto. Sendo assim como jogo tem o papel de facilitar a compreensão matemática ele poderá ser um recurso muito importante na intervenção a discalculia. O NAD (2010) propõe o jogo como um auxílio a discalculia. Utilizar jogos para fixar a conceituação simbólica das relações numéricas e geométricas e que, portanto, abrem para o cérebro as percepções do “grande” e do “pequeno”, do “fino” e do “grosso”, do “largo” e do “estreito”,o “alto” e do “baixo”. Apresentaremos a seguir algumas sugestões de jogos que poderá auxiliar o professor de matemática no trabalho do aluno com discalculia. 3.1 Tangram O tangram é composto por sete peças sendo (cinco triângulos, um quadrado e um paralelogramo) as peças geométricas são capazes de formar milhares de figuras diferentes. PARALELOGRAMO TRIÂNGULO QUADRADO FIGURA 1-TANGRAM 24 De acordo com HAMZE (2008): O Tangram é útil para: desenvolver o raciocínio lógico e geométrico (habilidades de visualização, percepção espacial e análise das figuras); e praticar as relações espaciais e as estratégias de resolução de problemas. É um antigo jogo chinês formando um quebra-cabeça que pode ser utilizado como recurso didático bastante eficaz. A configuração geométrica de suas peças permite centenas de composições, tornando-o um criativo material pedagógico. As formas geométricas que compõem o Tangram dão ao professor muitas probabilidades de estudos na área de Matemática. O tangram tem como objetivo trabalhar com figuras geométricas, aplicar conceitos geométricos, familiarizar a criança com as formas fundamentais da Geometria. O professor poderá trabalhar com a construção do tangram ensinando a criança passo a passo como é feita a criação do mesmo, nomeando suas figuras e explorando conceitos geométricos, facilitando sua compreensão sobre diversas figuras planas. O professor terá que pedir aos seus alunos que tragam papel A4 colorido e tesoura que são recursos indispensáveis na construção do tangram. . FIGURA 2:FIGURAS FORMADAS PELO TANGRAM FONTE: http://bloguinhovania.blogspot.com/2010/05/figuras-tangram.html 3.2 Jogo dos Cubos e das Garrafas Este jogo busca averiguar as noções de tamanho grande, pequeno e a capacidade de inteligência espacial e a atenção da criança. Nesta atividade poderá ser explorada com crianças do 4º e 5º ano do ensino fundamental O professor irá entregar algumas garrafas de plásticos de tamanhos bem diferentes e alguns cubos de madeira coloridos e pediremos para que elas enfileirem 25 os objetos sem observar regras. E depois solicitará que separasse as garrafas maiores das menores, comparando os tamanhos e verbalizando os conceitos de “grande” e “pequeno”. 3.3 Matix O jogo é composto de um tabuleiro quadriculado de 6 x 6 e trinta e seis peças, sendo: um curinga; uma com "+15"; três com " 0(zero); quatro com "+5"; e as 26 restantes com indicações de "-1, +1,-2, +2, -3,+3,-4,+4,-5,-7,+7,-10,+10", sendo duas de cada. Esta atividade pode ser trabalhada com alunos do 7º e 8º ano do ensino fundamental que são crianças de uma faixa etária entre 12 e 13 anos de idade. Este jogo tem como objetivo desenvolver o raciocínio lógico do aluno, trabalhar com números inteiros, positivos e negativos. O jogo será desenvolvido com a participação de dois jogadores que têm como objetivo conseguir o maior número de pontos. O primeiro a jogar escolhe se vai retirar a ficha na horizontal ou na vertical e, na primeira jogada, retira o curinga e um número que seja na mesma linha (ou coluna, conforme a opção inicial). A seguir, cada jogador, na sua vez, retira uma ficha da coluna ou na linha de acordo com a opção inicial da qual foi retirada a última ficha. -10 -3 +1 +3 -4 -5 0 +5 +2 +6 +8 +4 -5 -2 -10 +10 +4 -1 +5 0 +7 -1 +5 +8 -2 +1 0 +15 +7 +5 +10 +2 -4 -3 +3 FIGURA 3 - MATIX 26 A partida termina quando não restarem fichas na coluna ou na linha e o vencedor será aquele jogador que, ao adicionar os pontos das fichas retiradas, conseguir maior soma. Os participantes tendem a escolher, de início, as peças com valor maior, deixando as de menor valor para fim. Com o tempo perceberam que existem estratégias para se obter maior número de pontos, inclusive criando "armadilhas”. 3.4 Jogo de Dominó Esta atividade tem como objetivo ampliar a inteligência do sistema de numeração e estimular a associabilidade, a noção de sequência e a contagem. Esta atividade pode ser proposta para crianças do 3º e 4º ano do ensino fundamental, crianças que tem entre 8 e 9 anos. FIGURA 4: JOGO DE DOMINÓ Nesta atividade colocaremos a disposição da criança um jogo de dominó. A criança deve ordenar as peças de acordo com a numeração de bolinhas contidas nas extremidades, utilizando as regras do dominó. No momento em que é apresentada uma peça ela deve colocar a peça apropriada. 3.5 Um Exato Este jogo tem como objetivo reconhecer e nomear números naturais, efetuar operações de adição e subtração mentalmente. Esta atividade poderá ser explorada com crianças do 2º e 3º ano do ensino fundamental que são crianças que tem cerca de 7 a 8 anos de idade. Para aplicação deste jogo a sala de aula será organizada em dupla. Será necessário a utilização dos seguintes recursos: um quadro da centena enumerado três dados e quinze marcadores diferentes. 27 O primeiro jogador lança os 03 dados somando ou subtraindo seus resultados conforme achar mais adequado. Se um jogador obtém 15 pontos ao lançar seus dados, ele irá subtrair mentalmente o resultado de 100 e colocar um dos seus marcadores no 85, não podendo tirar mais seu marcador daquele local. O segundo jogador executará o mesmo procedimento, mas caso ele obtenha o mesmo resultado do seu concorrente terá que passar a vez. Os procedimentos serão repetidos até que um dos jogadores consiga chegar exatamente no número 1. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 FIGURA 5 – UM EXATO 3.6 Jogo da Memória. Os objetivos deste jogo é fazer com que a criança relacione os símbolos números e quantidade. Esta atividade poderá ser proposta para crianças do 2º e 3º ano do ensino fundamental. 28 Iremos recortar figuras contendo símbolos, números e figuras matemáticas as mesmas serão coladas em papel cartão ou cartolina, formandos cartas. A sala será divida em 2, 3, 4 ou 6 grupos, dependendo do número de crianças, distribua um jogo de 20 cartas sendo 10 de uma cor e 10 de outra para cada grupo existente, entregue as cartas na mesa, com os números e desenhos virados para baixo, de forma que fique os desenhos de um lado e os números de outro. Um aluno do primeiro grupo irá iniciar virando uma carta com número e uma figura, caso combinem o número com a quantidade correspondente nas duas cartas, o grupo ganha pontos e as cartas são retiradas do jogo, se o número não corresponder à quantia de figuras da carta virada, o jogador volta às cartas na mesma posição anterior, passando a vez para o segundo grupo e não ganha ponto, os integrantes do grupo não poderá ajudar quem está jogando, todos devem prestar atenção para tentar virar o número com a quantidade de figuras correspondente. Nas sugestões de jogos propostas nesta pesquisa vale ressaltar que é de fundamental importância sempre o professor antes de começar o jogo ele preparar seus objetivos e sempre orientar as crianças para que se trabalhe com determinado jogo em questão. O jogo será escolhido de acordo com o conteúdo que está sendo trabalhado em sala, assim o aluno irá meditar sobre maneiras e estratégias que irá facilitar seu aprendizado, o professor deverá sempre antes de explorar um jogo ter conhecimento claro sobre o mesmo verificando regras e estratégias e se realmente envolve os conceitos que eles precisam aprender. Podemos observar que o jogo poderá ser uma boa alternativa para se trabalhar com os vários subtipos de discalculia, por exemplo, o tangram, dominó e o jogo das garrafas coloridas e dos cubos, podem ser trabalhados com crianças que apresentam discalculia verbal ou practognóstica, pois são crianças que possuem dificuldade para nomear as quantidades matemáticas, os números, os termos, os símbolos, as relações, dificuldade para enumerar, comparar e manipular objetos reais ou imagens matemáticas. Para as crianças que tem dificuldades em realizar operações matemáticas que é caso da discalculia verbal, poderia ser aplicado o jogo matix ou o da memória. 29 As sugestões de jogos propostos anteriormente poderão auxiliar o professor não somente com o aluno que tem discalculia, mas com todos os outros alunos, lembramos que os jogos sempre devem ser trabalhados com objetivos. 30 CONSIDERAÇOES FINAIS Nesta pesquisa dirigiu uma investigação sobre processos de aprendizagem, este quando não trabalhado adequadamente pode resultar diretamente nas dificuldades de aprendizagem, também trabalhamos com a discalculia que hoje é um dos sérios problemas do insucesso escolar. Por que muitos alunos apresentam dificuldades na aprendizagem matemática? Como interferir pedagogicamente a fim de amenizar tais dificuldades? Este trabalho nos possibilitou verificar que o professor de matemática terá um grande obstáculo pela frente se não tiver o mínimo de conhecimento sobre a discalculia, pois o mesmo não terá em mente uma estratégia específica para trabalhar com o mesmo. Verificou-se então, que é de fundamental importância o professor adotar jogos como recursos para intervir e estimular o raciocínio lógico e perceptivo do aluno, pois os jogos matemáticos é a maneira mais simples da criança contextualizar o que está sendo trabalhado pelo professor. Percebemos também que a discalculia embora seja um tema muito importante a ser discutida no âmbito escolar, ainda é pouco trabalhado. Verificamos que as referências sobre o presente tema são praticamente escassas, sendo que a maioria das informações que podem ser analisadas é extraída por meios não convencionais, que seria as pesquisas pela internet. Na tentativa de fazer uma entrevista com um especialista da área não obtivemos sucesso. Examinamos que foi possível sanar a problemática exposta neste trabalho, considerando que alcançamos respostas capazes de esclarecer e nos preparar para trabalhar com o aluno discalculico. Entendemos que é muito importante o professor de matemática ter um prévio conhecimento sobre as dificuldades de aprendizagem em especial a discalculia que se refere a sua disciplina e estar atento à falta de atenção dos seus alunos, sempre que observar algo em especial, comunicar aos familiares e orientar os mesmos a procurar um profissional da área a fim de diagnosticar o verdadeiro problema que a criança apresenta. 31 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Marina S. Rodrigues. Dislexia e Matemática Disponível em< www.somatematica.com.br/artigos/a09>.Acesso em 07 fevereiro 2011. ANTUNES, Celso. Jogos para estimulação das Múltiplas Inteligências. 13ªed.Petrópolis: Vozes, 1998. BOMBONATTO, Quézia. Discalculia. 2004. Disponível em <www.abpp.com.br/artigos.htm.>. Acesso em: 02 maio 2011. BRASIL. 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