DIVULGAÇÃO TÉCNICA Controle da requeima e pinta preta da batata por fungicidas: conceitos, evolução e uso integrado. CONTROLE DA REQUEIMA E PINTA PRETA DA BATATA POR FUNGICIDAS: CONCEITOS, EVOLUÇÃO E USO INTEGRADO J.G. Töfoli, P.C.T. Melo, R.J. Domingues, J.T. Ferrari Instituto Biológico, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Vegetal, Av. Cons. Rodrigues Alves, 1252, CEP 04014-002, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: [email protected] RESUMO A requeima (Phytophthora infestans) e a pinta preta (Alternaria spp.) estão entre as doenças mais importantes da cultura da batata. O uso racional de fungicidas em sistemas integrados de produção tem sido uma exigência constante de todos os setores da sociedade. O presente artigo apresenta a evolução dos fungicidas para o controle dessas doenças e sua inserção atual na cadeia produtiva da batata. PALAVRAS-CHAVE: Solanum tuberosum, Alternaria spp., Phytophthora infestans, grupos fungicidas. ABSTRACT The late blight (Phytophthora infestans) and early blight (Alternaria spp.) are among the most important diseases of potato. The rational use of fungicides in integrated production systems has been a constant demand from all sectors of society. This paper presents the development of fungicides to control these diseases and their insertion in the current potato production chain. KEY WORDS: Solanum tuberosum, Alternaria spp., Phytophthora infestans, fungicide groups. A REQUEIMA E A PINTA PRETA A requeima causada pelo oomiceto Phytophthora infestans e a pinta preta causada por fungos do gênero Alternaria, representam as doenças mais importantes e destrutivas da cultura da batata. Favorecida por períodos de alta umidade e temperaturas amenas, a requeima pode ocorrer em qualquer fase da cultura, afetando drasticamente folhas, hastes, pecíolos e tubérculos. A doença afeta, de forma significativa, a produtividade e a qualidade de tubérculos, podendo causar prejuízos consideráveis. As epidemias de requeima são favorecidas por períodos úmidos e temperaturas amenas, podendo, nessas condições, destruir completamente a cultura em curto espaço de tempo (Fig. 1). A pinta preta é caracterizada pela redução da área foliar, queda de vigor das plantas, quebra de hastes, redução da produção e da qualidade de tubérculos. O aumento de suscetibilidade à infecção está geralmente associado ao aumento da idade das plantas e ao início do período de florescimento e tuberização, sendo esta mais severa a partir dos 40 dias após o plantio (Fig. 2). Programas de produção integrada têm recomendado para o manejo dessas doenças a adoção de medidas conjuntas como: uso de sementes certificadas; plantio de cultivares com algum nível de resistência; evitar o plantio em áreas úmidas e sujeitas à neblina; manejo correto do solo e água; nutrição equilibrada da planta; rotação de culturas; eliminação de restos culturais; controle de plantas daninhas; monitoramento ambiental e a aplicação criteriosa de fungicidas. O uso conjunto dessas medidas visa à redução do impacto ambiental, à sustentabilidade da produção e melhores níveis de qualidade de vida no campo e nas cidades. A maioria dos cultivares, com maior expressão comercial no Brasil, mostra-se suscetível ou moderadamente suscetível à requeima e a pinta preta, o que torna necessária a utilização de fungicidas, em situações favoráveis às mesmas. Esses são aplicados inicialmente para prevenir e, posteriormente, para retardar a evolução dessas doenças no campo. O êxito no uso de fungicidas no controle da requeima e pinta preta está condicionado a fatores como: suscetibilidade do cultivar, pressão de doença, clima, escolha do fungicida adequado, momento oportuno para o tratamento, número e o intervalo entre aplicações e tecnologia de aplicação utilizada. EVOLUÇÃO Os fungicidas desempenham um papel decisivo no controle da requeima e da pinta preta na cultura da batata. Eficácia, modo e mecanismo de ação, risco de Biológico, São Paulo, v.75, n.1, p.41-52, jan./jun., 2013 41 42 J.G. Töfoli et al. resistência, efeitos colaterais, aspectos econômicos e sociais e legislações são fatores de suma importância em programas de produção integrada. As estratégias de controle com fungicidas têm o objetivo de prevenir ou reduzir a ocorrência dessas doenças no campo. Para isso, é necessario que se conheça detalhadamente o potencial de controle desses produtos, para que possam alcançar os melhores níveis de controle em programas de aplicação ou sistemas de previsão de doenças. O controle químico na cultura da batata concretizou-se com o surgimento da calda bordalesa, no final do século XIX. A possibilidade de combater a requeima e assegurar a produção permitiu que o uso de fungicidas fosse amplamente aceito em todo mundo. Ao longo dos últimos 125 anos, grandes avanços têm sido obtidos pela proteção química, com o objetivo de assegurar a produtividade, a qualidade e reduzir o impacto ambiental. Inovação e diversidade na pesquisa e desenvolvimento de novos fungicidas têm proposto produtos cada vez mais seletivos, efetivos em doses baixas e com modos distintos de ação. Esses se caracterizam por possuir ação rápida; alto potencial protetor; resistência à ocorrência de precipitações; maior ação residual e menor risco de selecionar raças resistentes. No Brasil, o controle da requeima tem sido realizado basicamente com fungicidas à base de metalaxil-M, dimetomorfe, cimoxanil, famoxadona e fluazinam, ao passo que, a pinta preta, com tebuconazol, difenoconazol, iprodiona e algumas estrobilurinas como azoxistrobina, trifloxistrobina, e piraclostrobina. Os fungicidas de contato pertencentes às classes dos ditiocarbamatos (mancozebe, metiram) e cloronitrilas (clorotalonil), têm sido empregados no controle preventivo das duas doenças, seja em aplicações isoladas ou formulado em mistura com produtos específicos. Nos últimos anos, novos produtos foram introduzidos no mercado brasileiro para o controle da requeima e pinta preta. Novas misturas, mecanismos de ação e características técnicas diferenciadas abrem novas perspectivas para o controle dessas doenças. Entre as opções mais recentes para o controle da requeima destacam-se os fungicidas à base de mandipropamida, fluopicolida, bentiavalicarbe e ciazofamida. Para a pinta preta, a tendência atual é o desenvolvimento de misturas entre diferentes grupos fungicidas, como: estrobilurinas e triazóis (azoxistrobina + difenoconazol, trifloxistrobina + tebuconazol, piraclostrobina + metconazol), estrobilurina e carboximida (piraclostrobina + boscalida) e anilinopiridilamina e dicarboximida (pirimetanil + iprodiona). Entre as novas opções em desenvolvimento para o controle da requeima e pinta preta da batata, destacam-se os fungicidas ametoctradina e picoxistrobina, respectivamente. Pesquisas em busca de novos conceitos e alternativas para o controle de doenças têm proposto substâncias capazes de ativar o sistema de defesa latente da plantas induzindo-a a resistir ao ataque de patógenos. Enquanto os fungicidas atuam suprimindo o patógeno, os indutores de resistência ativam o sistema de defesa da planta impedindo ou reduzindo o processo infeccioso. O Acibenzolar-s-metílico, registrado para o controle da requeima na cultura da batata, caracteriza-se por ativar as defesa da planta de forma inespecífica, agindo também no controle da pinta preta e da canela preta. O fosfito de potássio, por sua vez, além de atuar diretamente sobre alguns oomicetos, pode induzir a produção de fitoalexinas em algumas culturas. No Brasil, os fosfitos são registrados como fertilizantes, ou seja, são considerados uma fonte suplementar de fósforo e do elemento combinado. Fig. 1 - Visão de campo experimental para avaliar a eficiência de fungicidas. Fig. 2 - Sintomas de requeima em batata. Biológico, São Paulo, v.75, n.1, p.41-52, jan./jun., 2013 Controle da requeima e pinta preta da batata por fungicidas: conceitos, evolução e uso integrado. A possibilidade de integração de fungicidas e indutores de resistência em misturas ou programas de aplicação no controle da requeima e pinta preta da batata abre perspectivas a um controle conceitualmente mais completo e eficaz. MODO DE AÇÃO A evolução da proteção química permitiu o desenvolvimento de produtos com os mais diferenciados modos de ação e propriedades. O conhecimento do comportamento de um determinado fungicida em relação à planta e ao processo infeccioso é que direciona o seu uso em programas integrados e permite a potencialização de seus efeitos (Fig. 3). Fig. 3 - Sintomas de pinta preta em batata. Em relação à planta, os fungicidas podem ser classificados em: -fungicidas de contato - caracterizam-se por formar uma película protetora na superfície da planta, que impede a penetração dos esporângios ou zoósporos. São geralmente produtos com múltiplos sítios de ação e amplo espectro, sendo considerados inespecíficos. Esses exigem aplicações periódicas e cobertura de toda parte aérea da planta, uma vez que somente garantem a proteção do local em que foram depositados ou redistribuídos. São produtos que, por permanecerem na superfície foliar, estão mais sujeitos à ação negativa de chuvas e água de irrigação. -fungicidas mesostêmicos - apresentam alta afinidade com a camada cerosa superficial das folhas, podendo se redistribuir na fase de vapor ou ser absorvido pelo tecido, sem, no entanto, apresentar nenhum tipo de movimento na planta. Essas características permitem que esses produtos apresentem maior efeito residual, redistribuição e elevada tenacidade. -fungicidas translaminares - caracterizam-se por penetrar e se redistribuir a curtas distâncias no tecido tratado. -fungicidas sistêmicos - apresentam, em geral, características semelhantes aos fungicidas translaminares. No entanto, distinguem-se pelo fato de serem translocados pelo sistema vascular e se distribuírem na planta, no sentido acropetal (de baixo para cima). Apresentam rápida absorção e períodos maiores de proteção, fato condicionado por fatores como umidade relativa, temperatura, taxa de crescimento das plantas, pressão da doença etc. Diferente dos fungicidas, os sistêmicos apresentam proteção sobre os órgãos formados após a aplicação. Os fungicidas mesostêmicos, translaminares e sistêmicos são considerados produtos seletivos, porque, em geral, inibem processos metabólicos específicos inerentes a grupos restritos de fungos. A aderência à superfície foliar ou mobilidade desses produtos nos tecidos da planta permite que esses possuam significativa ação protetora e diferenciados níveis de ação curativa, antiesporulante e resistência às chuvas. Quanto ao processo infeccioso, os fungicidas podem apresentar: • Ação protetora. Essa é expressa quando o produto é aplicado antes do patógeno infectar os tecidos da planta, sendo comum a todos fungicidas. • Ação curativa. Refere-se à capacidade do fungicida em limitar o desenvolvimento do patógeno, quando aplicado no período latente, ou seja, no intervalo entre a penetração e o aparecimento dos primeiros sintomas. • Ação antiesporulante. Trata-se da característica do fungicida em limitar a reprodução ou inviabilizar as estruturas reprodutivas do patógeno. • Ação residual. Refere-se ao período de proteção proporcionado pelo produto após a sua aplicação e pode variar por causa da estabilidade da molécula, tenacidade, crescimento da planta e ocorrência de intempéries. As ações: curativa, antiesporulante e residual são verificadas, sobretudo, para fungicidas translaminares e sistêmicos, podendo em alguns casos ser observadas para produtos mesostêmicos. COMPORTAMENTO DOS FUNGICIDAS EM RELAÇÃO AO AMBIENTE A ocorrência de chuvas é considerada um dos principais fatores capazes de comprometer a eficácia de fungicidas. A quantidade de produto que adere ou é absorvido pela planta e a quantidade que permanece ativa na planta após a ação de chuvas é o Biológico, São Paulo, v.75, n.1, p.41-52, jan./jun., 2013 43 44 J.G. Töfoli et al. que define o controle de uma determinada doença. Entre os fatores que podem influenciar a interação de fungicidas e a ocorrência de chuvas destacamse: a quantidade, a intensidade e a frequência das precipitações; o tempo de secagem dos depósitos: a formulação do produto; a dose aplicada e o uso de adjuvante, bem como as diferenças estruturais existentes entre as superfícies foliares de diferentes culturas e cultivares. Nos Quadros 1 e 2 são caracterizadas a ação preventiva, curativa, antiesporulante, o período de proteção e a resistência à chuva de fungicidas indicados para o controle da requeima e pinta preta da batata. GRUPOS QUÍMICOS Fungicidas com eficácia simultânea para requeima e pinta preta Quadro 1 - Características de fungicidas indicados para o controle da requeima. Ação Período de Resistência à proteção chuva Protetora Curativa Antiesporulante piraclostrobina + metiram **** ** *** *** ** dimetomorfe + mancozebe **** *** *** *** ** dimetomorfe + clorotalonil **** *** *** **** *** dimetomorfe + ametoctradina **** *** *** **** *** cimoxanil + mancozebe **** *** *** *** *** cimoxanil + zoxamida **** *** *** **** *** metalaxil-m + mancozebe **** **** **** **** **** metalaxil-m + clorotalonil **** **** **** **** **** benalaxil + clorotalonil **** **** **** **** **** bentiavalicarbe + fluazinam **** *** *** **** *** mandipropamida **** *** *** **** *** mandipropamida + clorotalonil **** *** *** **** *** famoxadona + cimoxanil **** *** *** **** *** fenamidona + propamocarbe **** *** *** **** *** fluopicolida + propamocarbe **** *** **** **** *** ciazofamida **** **** *** fluazinam **** *** *** clorotalonil *** ** ** mancozebe *** ** * Legenda: **** efeito ótimo, *** efeito bom, ** efeito razoável, *Fraco. Fontes: Tofoli et al. (2012); Tofoli et al. (2011) Fungicida Quadro 2 - Características de fungicidas indicados para o controle da pinta preta. Ação Período de Resistência à proteção chuva Protetora Curativa Antiesporulante azoxistrobina **** *** ** ** *** piraclostrobina+metiram **** *** ** ** *** azoxistrobina+difenoconazol **** **** **** **** **** piraclostrobina+metconazol **** **** **** **** **** trifloxistrobina+tebuconazol **** **** **** **** **** tebuconazol **** **** **** *** **** metconazol **** **** **** *** **** difenoconazol **** **** **** *** **** boscalida **** *** *** ** *** boscalida+piraclostrobina **** *** *** *** *** ciprodinil **** *** *** ** *** pirimetanil **** *** *** ** *** famoxadona+mancozebe *** ** ** *** *** fluazinam *** * ** ** *** iprodiona *** * ** ** *** clorotalonil ** * ** mancozebe ** * * Legenda: **** efeito ótimo, *** efeito bom, ** efeito razoável *fraco. Fontes: Tofoli et al. (2012); Tofoli et al. (2011). Fungicida Biológico, São Paulo, v.75, n.1, p.41-52, jan./jun., 2013 Controle da requeima e pinta preta da batata por fungicidas: conceitos, evolução e uso integrado. Cúpricos Representados pela calda bordalesa, oxicloreto de cobre, hidróxido de cobre e óxido cuproso, foram os primeiros produtos a serem utilizados para o controle da requeima e pinta preta no campo. São produtos de contato, com boa ação protetora e considerável aderência na superfície foliar. Os íons de cobre agem nos patógenos inativando em particular enzimas que possuem grupos: sulfidrila, hidroxila ou carboxila, causando, assim, desordem generalizada no metabolismo celular. Os produtos à base de cobre podem ser fitotóxicos à cultura da batata, causando atrasos no desenvolvimento das plantas, quando aplicados antes do florescimento. Destacam-se por sua considerável capacidade de aderir à superfície foliar, sendo mais resistentes à ação de precipitações. A calda bordalesa é aceita em alguns sistemas alternativos de cultivo. Ditiocarbamatos Desenvolvidos a partir da década de 1940, são fungicidas de contato que inibem diretamente o desenvolvimento micelial e a germinação de esporângios e zoósporos. Os ditiocarbamatos mancozebe, propinebe e metiram atuam em diversos mecanismos relacionados à produção de energia na célula fúngica e inativação de aminoácidos importantes em importantes processos bioquímicos que envolvem enzimas do grupo “tiol”. Esses fungicidas são mais vulneráveis a serem lavados da superfície foliar pela ocorrência de chuvas. Cloronitrilas Eficiente no controle da requeima e pinta preta, o clorotalonil destaca-se notadamente por sua maior aderência à superfície foliar e considerável capacidade de se redistribuir na planta. Atua em grupos sulfidrilos, impedindo a formação de enzimas (glutationa) e proteínas que atuam na glicolise. Atualmente, clorotalonil tem sido formulado com fungicidas específicos, tais como: metalaxil-M, mandipropamida e dimetomorfe. Dinitroanilina O fluazinam apresenta excelente ação protetora, bom efeito residual e resistência à chuva. Atua inibindo a germinação de esporângios e conídios, a formação de apressórios, a penetração, o crescimento de hifas e a esporulação. O produto inibe a respiração desacoplando a fosforilação oxidativa. O baixo risco de resistência desse fungicida permitiu que o mesmo fosse lançado recentemente no mercado brasileiro em mistura com bentiavalicarbe. Os produtos à base de cobre, os ditiocarbamatos e clorotalonil são fungicidas que possuem múltiplos sítios de ação, amplo espectro e papel importante em programas antiresistência. Os ditiocarbamatos e clorotalonil são produtos muito utilizados em mis- turas formuladas com produtos específicos, como dimetomorfe, cimoxanil e metalaxil-M, entre outros. Estrobilurinas, Oxazolidinediona e Imidazolinonas Esses fungicidas são inibidores potentes da respiração mitocondrial no nível do citocromo III, citocromo bc1 no sítio QoI (inibidor externo da quinona). São produtos que apresentam excelente ação protetora e considerável ação curativa e antiesporulante quando aplicados até 12 horas após o início da infecção. Possuem mobilidade diferenciada na planta, podendo ser mesostêmicos ou translaminares. As estrobilurinas azoxistrobina, trifloxistrobina, picoxistrobina e piraclostrobina possuem reconhecida ação sobre P. infestans e A. solani. No Brasil, apenas piraclostrobina em mistura com metiram possui registro para as duas doenças, ao passo que as demais são registradas apenas para pinta preta. Desenvolvidas a partir de compostos naturais, esses fungicidas agem inibindo, em especial, a germinação de esporos e o desenvolvimento de tubos germinativos e apressórios. Estudos têm provado que algumas estrobilurinas, além de atuarem diretamente sobre o patógeno, apresentam efeitos benéficos à planta, tais como: redução da produção de etileno, aumento da atividade da enzima nitrato-redutase, atraso na senescência, aumentos do teor de clorofila e proteínas, bem como reflexos positivos na produtividade e qualidade. Famoxadona pode ser encontrada em mistura com mancozebe ou cimoxanil. Essa oxazolidinediona possui elevada ação biológica, resistência à chuva, e considerável ação residual. Fenamidona, pertencente à classe das imidazolinonas, apresenta propriedades similares às estrobilurinas e famoxadona. Atualmente, pode ser encontrada no mercado isolada ou formulada com propamocarbe. Toluamidas Zoxamida atua impedindo a divisão celular por sua ação direta sobre a tubulina e desestabilização dos microtúbulos. Inibe o alongamento do tubo germinativo, o crescimento micelial, e dificulta a formação de esporângios e zoósporos. Não interfere na mobilidade dos zoósporos, no encistamento ou na germinação. Zoxamida possui considerável ação residual e tenacidade elevada. Pode ser encontrada em mistura com mancozebe e cimoxanil. Também inibe fungos do gênero Alternaria. Fungicidas antio-omicetos Acilalaninas Representados especialmente por metalaxil-M (mefenoxam) e benalaxil, esses fungicidas são considerados um marco na evolução de produtos para o controle da requeima. São altamente específicos, Biológico, São Paulo, v.75, n.1, p.41-52, jan./jun., 2013 45 46 J.G. Töfoli et al. atuando diretamente sobre a síntese de RNA ribossômico. Possuem elevada fungitoxicidade, rápida sistemicidade acropetal, significativa ação protetora, curativa, antiesporulante e elevada persistência nos tecidos. São produtos que apresentam alto risco de selecionarem raças resistentes. Acetamidas O cimoxanil caracteriza-se por apresentar ação translaminar em folhas tratadas, conferindo significativa ação protetora, curativa e antiesporulante. Possui ação limitada sobre a liberação e germinação de zoósporos, porém inibe de forma significativa o crescimento micelial. Apresenta baixa ação residual graças a sua rápida degradação, o que torna necessário o seu uso em mistura com outros fungicidas como mancozebe, famoxadona e zoxamida para um maior efeito residual. Amidas do ácido cinâmico, valinamidas e mandelamidas Representados respectivamente pelos fungicidas dimetomorfe, bentiavalicarbe e mandipropamida, são fungicidas altamente eficazes no controle da requeima nas culturas de tomate e batata. Possuem diferentes níveis de mobilidade na planta e apresentam alto potencial protetor, curativo e antiesporulante. São fungicidas que inibem fortemente o crescimento micelial, a germinação de esporângios e zoósporos e são capazes de deformar tubos germinativos. Por outro lado, não atuam na liberação de zoósporos dos esporângios e sobre o encistamento. Esses agem especificamente paralisando a biossíntese de fosfolipídios e a deposição da parede celular, causando o rompimento e a morte celular. Carbamatos Propamocarbe possui ação protetora, curativa e antiesporulante, sendo específico a oomicetos. Atua alterando a permeabilidade da membrana celular e permite o efluxo de constituintes celulares importantes como fosfatos, carboidratos e proteínas. As propriedades sistêmicas de propamocarbe e o médio a baixo risco de selecionar raças resistentes têm permitido que esse seja utilizado em misturas com fungicidas específicos como fluopicolida e fenamidona. Cianoimidazol Ciazofamida possui ação específica sobre oomicetos, inibindo todos os estágios do ciclo de vida de P. infestans. Atua também inibindo a respiração no complexo III, citocromo bc1, porém no sítio Qi (QiI – inibidor interno da quinona). Apresenta elevada ação protetora e considerável resistência às chuvas, graças a sua capacidade de se aderir à superfície foliar. Benzamidas Fluopicolida interfere na divisão celular modificando a distribuição espacial de proteínas espectrinas, relacionadas com a estabilidade e sustentação das membranas celulares. Tal método interfere no processo de divisão celular. Estudos biológicos realizados com P. infestans mostraram que fluopicolida afeta a liberação e a motilidade de zoósporos, a germinação de cistos, o crescimento micelial e a esporulação. A ocorrência de resistência a essa benzamida é desconhecida e cabe destacar que essa é eficaz sobre raças resistentes a acilalaninas, estrobilurinas e amidas de ácido carboxílico. Pirimidilamina Ametoctradina caracteriza-se por apresentar alta eficácia no controle preventivo da requeima e míldios em várias culturas. Inibe especificamente a respiração no complexo III citocromo bc1, porém em um sítio ainda desconhecido. Caracteriza-se por atuar sobre a formação, liberação, motilidade de zoósporos e germinação de cistos. Essa pirimidilamina apresenta alta afinidade com as ceras superficiais das plantas, permitindo uma considerável resistência às precipitações e maior efeito residual. No Brasil, esse fungicida está sendo desenvolvido em mistura com dimetomorfe e metiram. Fungicidas específicos para pinta preta Carboximidas O fungicida boscalida também inibe a respiração no nível celular, porém atua no Complexo II, através da inibição da enzima Succinato desidrogenase. Atua sobre a germinação de conídios, elongação do tubo germinativo, formação de apressório, crescimento micelial e na esporulação. Boscalida apresenta movimento translaminar na planta, isto é, penetram e se redistribuem rapidamente na área tratada. Esse fungicida também apresenta efeitos secundários positivos às plantas. No Brasil, pode ser encontrado em mistura com piraclostrobina. Triazóis Os triazóis, típicos inibidores da biossíntese de ergosterol, são produtos altamente eficazes no controle da pinta preta. São fungicidas que possuem ação sistêmica, alta atividade protetora, curativa, antiesporulante e eficiência em doses relativamente baixas. Entre os princípios ativos potenciais desse grupo destacam-se: tebuconazol, difenoconazol, metconazol, flutriafol e miclobutanil. Alguns fungicidas triazóis podem ser fitotóxicos à batata, quando aplicados antes do início da tuberização. Anilinopirimidinas Os fungicidas pirimetanil e ciprodinil, pertencentes ao grupo das anilinopirimidinas, representam opções Biológico, São Paulo, v.75, n.1, p.41-52, jan./jun., 2013 Controle da requeima e pinta preta da batata por fungicidas: conceitos, evolução e uso integrado. de controle da pinta preta com modo distinto de ação. Esses atuam inibindo a síntese de metionina. Ambos possuem considerável movimento translaminar, podendo atuar como protetores e curativos. São fungicidas importantes para o manejo da resistência através do uso rotacionado com outros grupos químicos. Guanidinas Iminoctadina, pertencente à classe das guanidinas, atua especialmente em diversos passos da biossíntese de lipídios da membrana celular. Possui ação de contato afetando em especial a germinação de conídios e o crescimento micelial. Dicarboximidas Os fungicidas iprodiona e procimidona, do grupo das dicarboximidas, apresentam reconhecida eficácia no controle de A. solani nas culturas de batata e tomate. São fungicidas com ação de profundidade e podem apresentar ação curativa e antiesporulante. Agem inibindo a germinação de conídios e o desenvolvimento micelial. Na célula fúngica, atuam bloqueando a atividade da enzima NADH citocromo redutase que culmina com a peroxidação de fosfolipídeos constituintes das membranas plasmáticas e mitocondriais. Apresentam, também, alto risco de selecionar patógenos resistentes. Indutores de resistência Pesquisas em busca de novos conceitos e alternativas para o controle de doenças têm proposto substâncias capazes de ativar o sistema de defesa latente da planta, induzindo-a a resistir ao ataque de patógenos. Ao passo que os fungicidas atuam suprimindo o patógeno, os indutores de resistência ativam o sistema de defesa da planta, impedindo ou reduzindo o processo infeccioso. O acibenzolar-s-metílico (ASM), com registro para o controle da requeima da batata, induz a planta a sintetizar proteínas relacionadas à patogênese, como β 1,3 – glucanase e quitinase. Essas atuam de forma inespecífica, sendo capazes de degradar as paredes celulares de diferentes fitopatógenos. Estudos têm provado que o produto também pode induzir o sistema de defesa da planta de forma inespecífica (contra diferentes patógenos), através de reações de hipersensibilidade e através da síntese de outros compostos relacionados a mecanismos inespecíficos de defesa, tais como peroxidases, fenilalanina-amônialiase e lignina. A adição de ASM em mistura com fungicidas ou a aplicação alternada em programas permite a junção de diferentes estratégias de controle, uma focada no patógeno e outra na planta. O uso combinado de ASM com fungicidas pode incrementar o controle e a produção, reduzir o número de aplicações de fungicidas, bem como, pode estender ou prolongar a vida útil desses produtos. Na cultura da batata, além da requeima o ASM pode reduzir também a severidade da pinta preta e da canela preta (Pectobacterium carotovorum). Os fosfitos são compostos derivados do ácido fosforoso que podem se combinar com elementos como potássio, cálcio, magnésio, manganês, alumínio e zinco. Tais compostos caracterizam-se por estimular o crescimento das plantas, por possuírem considerável ação fungicida e por não serem fitotóxicos quando utilizados em concentrações adequadas. Os fosfitos destacam-se em especial pelo seu potencial e por sua eficiência no controle de míldios e diversas doenças causadas pelo gênero Phytophthora, com eficácia similar ao Fosetil-Al. Apresentam ação sistêmica acropetal e basipetal e atuam na supressão de doenças foliares e radiculares. Quanto ao modo de ação dos fosfitos, alguns autores consideram a sua ação direta sobre o patógeno. Outros acreditam que ela é indireta, por meio da ativação dos mecanismos de defesa da planta (produção de fitoalexinas) ou ainda conjunta. No Brasil, os fosfitos são registrados como fertilizantes, ou seja, são considerados uma fonte suplementar de fósforo e dos diferentes elementos combinados. Os indutores de resistência devem ser utilizados de forma preventiva, para que sejam efetivos no controle de doenças. Esses devem ser adicionados ao programa de aplicação estabelecido pelo produtor. A possibilidade de integração de fungicidas e indutores de resistência em misturas ou programas de aplicação no controle de doenças da batata abre perspectivas de um controle conceitualmente mais completo e mais eficaz. Resistência O risco de ocorrência de resistência a fungicidas está diretamente relacionado às caracteristicas do patógeno e ao mecanismo de ação do fungicida (Quadros 3 e 4). Patógenos que são policíclicos possuem alta dispersão, elevada capacidade de esporulação e alta recombinação gênica. Linhagens resistentes competitivas são populações que possuem alto risco de ocorrência de resistência. Na cultura da batata, Phytophthora infestans é considerado um patógeno com alto risco de desenvolver resistência a mefenoxam e benalaxil (acilalaninas), e com médio risco a produtos como dimetomorfe, cimoxanil, fenamidona, ciazofamida e propamocarbe. De maneira geral, o gênero Alternaria apresenta baixo risco de selecionar raças resistentes. No entanto, cabe destacar que existem relatos da ocorrência de raças resistentes de Alternaria solani e Alternaria alternata a estrobilurinas. O risco de ocorrer resistência a acibenzolar-s-metílico é desconhecido, enquanto que para fosfitos é considerado baixo. Biológico, São Paulo, v.75, n.1, p.41-52, jan./jun., 2013 47 48 J.G. Töfoli et al. Quadro 3 - Ingrediente ativo, mobilidade, mecanismo de ação e risco de resistência de fungicidas indicados para o controle da requeima da batata. Ingrediente ativo mancozebe metiram oxicloreto de cobre hidróxido de cobre óxido cuproso clorotalonil propinebe fluazinam zoxamida Mobilidade na planta contato contato contato contato contato contato contato contato contato Mecanismo de ação múltiplo sítio de ação múltiplo sítio de ação múltiplo sítio de ação múltiplo sítio de ação múltiplo sítio de ação múltiplo sítio de ação múltiplo sítio de ação fosforilação oxidativa divisão celular (mitose) biossíntese de ffosfolipídios e deposição da parede dimetomorfe translaminar celular cimoxanil mesostêmico desconhecido famoxadona mesostêmico inibição da respiração complexo III (QoI) piraclostrobina mesostêmico inibição da respiração complexo III (QoI) fenamidona mesostêmico inibição da respiração complexo III (QoI) ciazofamida mesostêmico inibição da respiração(QiI) biossíntese de fosfolipídios e deposição da parede bentiavalicarbe translaminar celular biossíntese de fosfolipídios e deposição da parede mandipropa­mida translaminar celular fluopicolida translaminar divisão celular (mitose) metalaxil-M sistêmico RNA polimerase I benalaxil sistêmico RNA polimerase I Fontes: FRAC (www.frac.info). AGROFIT 4/3/2013. Risco de resistência baixo baixo baixo baixo baixo baixo baixo baixo baixo a médio baixo a médio baixo a médio alto alto alto médio a alto médio médio médio alto alto Quadro 4 - Ingrediente ativo, mobilidade, mecanismo de ação e risco de resistência de fungicidas registrados no Brasil para o controle da pinta preta da batata. Ingrediente ativo Mobilidade na planta Mecanismo de ação mancozebe contato múltiplo sítio de ação metiram contato múltiplo sítio de ação oxicloreto de cobre contato múltiplo sítio de ação hidróxido de cobre contato múltiplo sítio de ação óxido cuproso contato múltiplo sítio de ação clorotalonil contato múltiplo sítio de ação iminoctadina contato múltiplo sítio de ação fluazinam contato fosforilação oxidativa famoxadona mesostêmico inibição da respiração complexo III (QoI) azoxistrobina mesostêmico inibição da respiração complexo III (QoI) trifloxistrobina mesostêmico inibição da respiração complexo III (QoI) piraclostrobina mesostêmico inibição da respiração complexo III (QoI) cresoxim me­tílico mesostêmico inibição da respiração complexo III (QoI) iprodiona translaminar síntese de lipídeos procimidona translaminar síntese de lipídeos ciprodinil translaminar biossíntese da metionina pirimetanil translaminar biossíntese da metionina boscalida translaminar Inibição da respiração - Complexo II difenoconazol sistêmico inibição da síntese de ergosterol tebuconazol sistêmico inibição da síntese de ergosterol Fontes: FRAC (www.frac.info). AGROFIT 4/3/2013. Os fungicidas que possuem mecanismos específicos de ação são mais vulneráveis à ocorrência de resistência. Para evitar o problema recomenda-se que esses fungicidas sejam utilizados de forma alternada Risco de resistência baixo baixo baixo baixo baixo baixo baixo baixo alto alto alto alto alto médio a alto médio a alto médio médio médio médio médio ou formulados com produtos inespecíficos; que se evite o uso repetitivo de produtos com o mesmo mecanismo de ação; e que não se façam aplicações curativas em situações de alta pressão de doença. Biológico, São Paulo, v.75, n.1, p.41-52, jan./jun., 2013 Controle da requeima e pinta preta da batata por fungicidas: conceitos, evolução e uso integrado. UTILIZAÇÃO ESTRATÉGICA DE FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DA REQUEIMA E PINTA PRETA NA CULTURA DA BATATA Para que o uso de fungicidas seja efetivo no controle da requeima, o importante é que esses sejam aplicados de forma preventiva, isto é, antes da ocorrência da doença no campo. Apesar da mobilidade significativa de alguns fungicidas antioomicetos, esses apresentam ação curativa limitada quando aplicados 24 a 48 horas após o início da infecção. Durante a colonização, o patógeno destrói rapidamente a integridade do tecido vegetal, impedindo, assim, o fluxo, a distribuição e, consequentemente, a ação dos fungicidas em áreas infectadas ou próximas a estas. Para o controle da requeima utiliza-se, de modo geral, a aplicação inicial e sequenciada de produtos de contato, a partir da emergência, com posterior aplicação de produtos com atividade sistêmica nas fases de crescimento vegetativo e formação de tubérculos. Esses últimos, geralmente, são indicados quando surgem condições favoráveis para a doença. Com exceção dos produtos à base de cobre, que devem ser aplicados após o florescimento, os demais fungicidas de contato podem ser utilizados no decorrer de todo ciclo da cultura em misturas ou intercalados a produtos sistêmicos. No entanto, estratégias diferenciadas de aplicação podem ser realizadas tendo-se em conta o modo de ação dos fungicidas, a pressão da doença no campo e o estádio fenológico da cultura. Em áreas muito favoráveis à requeima, a antecipação da aplicação de fungicidas sistêmicos para início do ciclo visa a imunizar precocemente as plantas jovens. Esse conceito fundamenta-se no fato de que o alto vigor das plantas jovens facilita a rápida absorção e distribuição do fungicida por toda parte aérea ampliando o seu efeito protetor. Os fungicidas translaminares são mais indicados na fase de pleno crescimento vegetativo. Nesse período, o rápido aumento da área foliar, exige que os produtos confiram alta proteção àplanta e ao mesmo tempo eliminem possíveis focos iniciais da doença. Após a floração e paralização do crescimento vegetativo, pode ser recomendado o uso de fungicidas mesostêmicos. Nesse período, a proteção proporcionada por esses produtos é suficiente para a manutenção da folhagem, fundamental para a produção de fotoassimilados utilizados no crescimento e finalização dos tubérculos. Os fungicidas de contato, por sua vez, são indicados no decorrer de todo o ciclo da cultura; da emergência à senescência, podendo ser utilizados em condições de baixa pressão de doença; em mistura com fungicidas específicos ou, ainda, intercalados a esses (Fig. 4). Dependendo da suscetibilidade do cultivar, condições climáticas e presença da doença na região, as aplicações de fungicidas para o controle da requeima devem ser iniciadas a partir dos 15 a 20 dias após a emergência e podem ser realizadas a intervalos semanais. Em situações de alta pressão de doença a redução dos intervalos entre as aplicações pode ser necessária. Para o controle da pinta preta (A. solani e A. alternata), a aplicação de fungicidas de contato deve seguir as mesmas recomendações observadas para requeima. Os fungicidas mesostêmicos e translaminares devem ser aplicados preferencialmente durante a fase de pleno crescimento vegetativo e tuberização, ao passo que os sistêmicos (triazóis) devem ser utilizados após os 35 a 40 dias após a emergência (DAE). Alguns triazóis podem ser fitotóxicos a plantas jovens de batata (Fig. 5). As plantas de batata tornam-se mais suscetíveis à pinta preta durante a fase de tuberização, portanto é nessa fase que as aplicações devem ser realizadas com critério. De modo geral, alguns autores recomendam que as aplicações devem ser iniciadas assim que apareçam os primeiros sintomas no campo. Porém, em condições muito favoráveis, recomenda-se que essas aplicações sejam preventivas. A maior severidade observada em campos afetados por A. grandis tem tornada necessária a aplicação preventiva de fungicidas específicos a partir dos 20 a 25 DAE. A pesquisa tem disponibilizado aos produtores sistemas de previsão da requeima e pinta preta. Baseados no monitoramento das condições climáticas, os mesmos visam a disciplinar a aplicação de fungicidas. Entre os existentes para requeima destacam-se o Blitecast, Prophy, Simcast, Negfry e Wallin, enquanto que para pinta preta o Fast. A tecnologia de aplicação de fungicidas é fundamental para que haja sucesso no controle da requeima e pinta preta. Amá qualidade na aplicação dos produtos pode comprometer e limitar seriamente a eficácia dos fungicidas de contato. Fatores como: tipo de bicos, volume de aplicação, pressão, altura de barra e velocidade do trator devem ser sempre considerados, com o objetivo de proporcionar a melhor cobertura possível da cultura. O uso de fungicidas deve ser realizado dentro de programas de controle integrado e deve seguir todas as recomendações do fabricante quanto à dose, volume, intervalos, número de aplicações, uso de equipamento de proteção individual (EPI), intervalo de segurança, armazenamento de produtos e descarte de embalagens. BIBLIOGRAFIA AGRIOS, G.N. Plant pathology. 5.ed. Amsterdam: Elsevier Academic, 2005. 919p. Biológico, São Paulo, v.75, n.1, p.41-52, jan./jun., 2013 49 Fig. 4 - Sugestão do uso de fungicidas no controle da requeima relacionando o modo de ação e estágios fenológicos da cultura da batata. 50 J.G. Töfoli et al. Biológico, São Paulo, v.75, n.1, p.41-52, jan./jun., 2013 51 Fig. 5 - Sugestão do uso de fungicidas no controle da pinta preta relacionando o modo de ação e estágios fenológicos da cultura da batata. Controle da requeima e pinta preta da batata por fungicidas: conceitos, evolução e uso integrado. Biológico, São Paulo, v.75, n.1, p.41-52, jan./jun., 2013 52 J.G. Töfoli et al. DIAS, J.A.C.; IAMAUTI, M.T. Doenças da batateira (Solanum tuberosum). In: KIMATI, H.; AMORIN, L.; REZENDE, J.A.M.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A. (Ed.). Manual de fitopatologia: doenças das plantas cultivadas. 4.ed. São Paulo: Ceres, 2005. v.2, p.119-142. FUNGICIDE RESISTANCE ACTION COMMITEE. 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