Informe técnico da “Campanha Nacional de Hanseníase

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MINISTÉRIO DA SAÚDE
SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
COORDENAÇÃO GERAL DE HANSENÍASE E DOENÇAS EM ELIMINAÇÃO
Setor Comercial Sul, Edifício Principal, Quadra 04, Bloco A, 3º Andar
70.304-000 Brasília-DF
Tel. (61) 3213.8189
Informe técnico da “Campanha Nacional de
Hanseníase e Geohelmintíases”.
BRASÍLIA, FEVEREIRO DE 2013.
1
1. INTRODUÇÃO
Entre as principais estratégias definidas pelo Ministério da Saúde - MS para o
enfrentamento da Hanseníase e Geohelmintíases no período 2012-2015 está a “Campanha
Nacional de Hanseníase e Geohelmintiases” que será iniciada no período de 18 a 22 de
março de 2013.
O objetivo dessa Campanha é reduzir a carga parasitária de geohelmíntos em
escolares do ensino público fundamental e identificar casos suspeitos de hanseníase através
do “método do espelho”. Após a identificação, os suspeitos serão referenciados à rede básica
de saúde visando à confirmação diagnóstica e tratamento. A campanha tem como público
alvo 9.300.000 estudantes na faixa etária de 5 a 14 anos, em aproximadamente 38.000
escolas nos 720 municípios prioritários.
As atividades da Campanha incluem mobilização e orientações aos professores e
escolares, antes da oferta da dose do anti-helmíntico e do preenchimento de formulário do
método espelho. Essa instrução utilizará material didático especialmente confeccionado para
esse fim.
Nesta ação, todos profissionais de saúde do SUS, em especial os Agentes
Comunitários de Saúde, profissionais da Estratégia de Saúde da Família e Unidades de
Saúde Pública, concentrarão esforços para quimioprofilaxia das geohelmintíases e
identificação de casos suspeitos de hanseníase pela ficha de autoimagem.
Na história da saúde pública brasileira, no que diz respeito à hanseníase, desde 1933
tem sido promovidas campanhas. Assim, a Coordenação Geral de Hanseníase e Doenças em
Eliminação/Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde adotará novamente essa
importante estratégia para intensificar a identificação de casos da doença e reduzir o risco de
transmissão, particularmente nos municípios mais endêmicos. Hoje 70% dos casos de
hanseníase no país estão concentrados em 258 municípios.
Para as geohelmintíases, a campanha será realizada pela primeira vez em nível
nacional. Como ação de redução da carga de infecção pelos geohelmintos, o Ministério da
Saúde propõe a implantação do tratamento quimioprofilático em crianças de 5 a 14 anos com
utilização do Albendazol. Esse medicamento é eficaz, não tóxico, de baixo custo e já foi
utilizado em milhões de indivíduos de diversos países e relatado na literatura científica, seus
efeitos colaterais são raros e sem gravidade (manual OMS). A proposta do tratamento
quimioprofilático preventivo em escolares está em conformidade com as recomendações da
Organização Mundial de Saúde (manual OMS) que preconiza o tratamento periódico como
uma medida preventiva e efetiva para redução da carga parasitária e das suas complicações.
A estratégia no ambiente escolar, já utilizada internacionalmente, comprovadamente
reduz os custos do tratamento e potencializa os resultados da intervenção, porque
2
proporciona excelente oportunidade de atingir o maior número de crianças em razão da
agregação de crianças e adolescentes nesse ambiente.
Alguns municípios incluíram o tracoma no grupo das doenças que serão trabalhadas
na Campanha, ampliando assim as práticas integradas de saúde, em locais onde o agravo se
constitui problema de saúde pública.
Desta forma busca atender as metas finais de
eliminação do tracoma como causa de cegueira, gerando um impacto na redução da carga
dessa doença.
2. PERFIL EPIDEMOLÓGICO DE HANSENIASE, GEOHELMINTÍASES E
TRACOMA NO BRASIL.
Dentre o conjunto de endemias que demandam ações estratégicas para eliminação
como problema de saúde pública ou a redução drástica da carga de doença destacam-se a
hanseníase, geohelmintíases e tracoma, cada qual com suas peculiaridades epidemiológicas
e clínicas.
2.1 Hanseníase
No que diz respeito à hanseníase, o Ministério da Saúde tem nos últimos anos
buscado a definição de novas diretrizes e estratégias para sua eliminação. Em 2011 o Brasil
tinha 29.690 casos de hanseníase em tratamento, que representa um coeficiente de
prevalência de 1,54 casos para cada dez mil habitantes. Neste mesmo ano foram detectados
33.955 casos novos, 2.420 em menores de 15 anos de idade, o que corresponde ao um
coeficiente de detecção geral em 100 mil habitantes de 17,65 e coeficiente de detecção em
<15 anos de 5,22/100.000 habitantes, respectivamente, conforme apresentado na Figura 1.
Figura 1: Coeficiente de detecção geral e em menores de 15 anos de hanseníase. Brasil 2001
a 2011.
3
Ainda que nos últimos anos tenha ocorrido um aumento de unidades de saúde com
pacientes em tratamento de hanseníase, observa-se uma redução da magnitude da doença,
expressa pelo decréscimo no coeficiente de detecção de casos novos e da prevalência. Hoje
os casos de hanseníase concentram-se nas regiões Norte, Centro Oeste e Nordeste,
consideradas mais endêmicas, com áreas de importante manutenção da transmissão, como
apresentado na Figura 2.
Figura 2: Taxa de prevalência de hanseníase por 10 mil habitantes. Brasil 2011.
2.2 Geohelmintíases
As geohelmintíases constituem um grupo de doenças parasitárias intestinais que
acometem o homem e são causadas principalmente pelo Ascaris lumbricoides, Trichuris
trichiuria e pelos ancilostomídeos. Por ainda não existir no país um programa específico de
controle das geohelmintíases, os casos portadores dessas parasitoses são detectados de
forma passiva pelas unidades de saúde no Brasil. Estima-se que a prevalência do país varie
de 2 a 36%; com maior destaque em municípios com baixo Índice de Desenvolvimento
Humano – IDH, sendo que na população escolar pode alcançar 70%.
Nas regiões endêmicas para esquistossomose mansoni o Programa de Vigilância da
Esquistossomose detecta na rotina de busca ativa dos portadores de Schissoma mansoni, os
portadores de geohelmintos. No período de 1995 a 2010, foram detectados em média
248.775 casos positivos para A. lumbricoides, 137.826 para Ancylostoma spp. e 82.449 para
T. trichiuria (MS, 2011a). No mesmo período a positividade média para ascaridíase foi de
4
13,7%, (variação entre 2 a 37,8%), para os ancilostomídeos foi de 8,2% (variação entre 0,3 a
25,1%) e para tricuríase 5,1 (variação de 0,1 a 20,9%), (Figura 3).
Figura 3: Exames positivos por tipo de Helminto na População Examinada pelo Programa da
Esquistossomose na Área Endêmica, 1995 - 2010.
Fonte: Plano Integrado de ações estratégicas 2011-2015
No período de 1996 a 2009 foram registrados no Sistema de Informação de
Mortalidade – SIM/MS uma média de 563 óbitos pelos principais helmintos sendo a
ascaridíase responsável por uma média de 52,4 dos óbitos em média no período analisado. O
sistema ainda detectou 10 óbitos por ancilostomíase e 01 por tricuríase no mesmo período de
avaliação (MS, 2011c).
Em 2011 foi iniciado o Inquérito Nacional de Prevalência de Esquistossomose e
Geohelmintos em 542 municípios brasileiros, para realizar exames coproscópico em 222
escolares na faixa etária de 7 a 14 anos de idade. O objetivo deste inquérito é realizar o
levantamento da prevalência dessas parasitoses no País, com vista a subsidiar a formulação
de políticas direcionadas ao seu controle.
2.3. Tracoma
A ocorrência do tracoma está diretamente relacionada a baixas condições
socioeconômica, condições precárias de higiêne e acesso a água, que favorecem a
disseminação da bactéria Chlamydia trachomatis, agente etiológico do tracoma. Os últimos
estudos realizados no âmbito nacional revelaram que a doença está presente em
praticamente todo o país. Embora a prevalência média nacional tenha se mantido em torno de
5%, em algumas localidades a prevalência permanece acima dos 10% percentual
5
considerado alto pela OMS e indicativo de intervenção epidemiológica de controle e
diminuição da circulação da bactéria.
A principal ação de vigilância epidemiológica do tracoma é a busca ativa de casos
entre escolares menores de 10 anos e seu devido tratamento, inclusive dos contatos
domiciliares. Em 2011 foram examinados 256.599 pessoas, com positividade de 4,3%
(n=11.094), em todos os estados brasileiros, como se observa na Figura 4.
Figura 4: Distribuição geográfica do percentual de positividade do Tracoma. Brasil 2011.
3. ESTRUTURAÇÃO DA CAMPANHA
3.1.
Objetivos
- Reduzir a carga parasitária de geohelmintos em escolares inseridos no ensino
público fundamental;
- Identificar casos suspeitos de hanseníase através do “método do espelho” (utilização
de formulário de mapeamento de lesões) e referenciar à rede básica de saúde para
confirmação diagnóstica e tratamento.
- Identificar casos suspeitos de tracoma mediante busca ativa em escolares de ensino
público fundamental e tratamento dos positivos e seus domiciliares com o medicamento
azitromicina. Os estados que aderiram à campanha para este agravo foram TO, SP, RO e PE.
6
3.2.
META
- Investigar os sinais e sintomas da hanseníase em 70% dos escolares através do
formulário de autoimagem.
- Tratar 90% dos escolares (população alvo) com idade entre 5 a 14 anos de idade
para geohelmintíases.
- Realizar no mínimo 80% de tratamento dos casos positivos e de seus contatos de
acordo com normas padronizadas pelo MS.
4. ESTRATÉGIA
No período de 18 a 22 de março de 2013, os profissionais das unidades básicas de
saúde em parceria com profissionais da educação dos municípios elencados realizarão a
Campanha. Estes deverão fazer busca ativa de casos de hanseníase. Para tanto, será
necessário a utilização de um método screening definido por “método do espelho”. Esse
método consiste em um formulário a ser preenchido por pais e/ou responsáveis a respeito de
sinais e sintomas sugestivos de hanseníase, bem como, sobre o histórico familiar da doença.
Após a triagem dos formulários com presença de lesões sugestivas, o aluno será
encaminhado para confirmação na unidade de saúde, onde poderá ser confirmado o
diagnóstico de hanseníase, com início imediato do tratamento.
A estratégia para a redução da carga de geohelmíntos consiste em administrar, em
dose única, 1 comprimido de Albendazol 400mg. A oferta e a supervisão do tratamento de
geohelmíntos nos escolares será realizada por profissionais de saúde da área de abrangência
das unidades básicas.
Caso os pais e/ou responsáveis não estejam de acordo com a administração do
medicamento, deverá ser entregue na escola o Termo de Consentimento Negativo preenchido
e assinado. As demais crianças deverão ser tratadas normalmente.
5. ESCOLHA DOS MUNICÍPIOS
A seleção dos 720 municípios prioritários para a realização da campanha considerou o
recebimento do incentivo financeiro disponibilizado por meio da Portaria nº 2.556/2011,
contemplando as 26 Unidades Federadas e o Distrito Federal.
7
Quadro 1: Número de municípios selecionados para a realização da Campanha de busca
ativa de hanseníase e de tratamento quimioprofilático pra geohelmintíases em escolares.
Brasil. 2013.
Agravos
Hanseníase
Esquistossomose
Geohelmintíases
Geohelmintíases/Esquistossomose
Tracoma
5.1
Total de municípios
258
110
79
120
237
População Alvo
A Campanha de Hanseníase e Geohelmintíases tem como público 9.216.072
estudantes na faixa etária de 5 a 14 anos, da rede pública do Ensino Fundamental, residentes
em 720 municípios selecionados.
6. ATIVIDADES
Para a efetivação desta Campanha Nacional é necessário o envolvimento das três
esferas de governo em todo o processo de planejamento, execução e avaliação. Assim, um
conjunto de atividades, algumas específicas segundo o nível de governo e outras comuns aos
três níveis, precisam ser desenvolvidas para o sucesso desta ação.
6.1.
Coordenação
Geral
de
Hanseníase
e
Doenças
em
Eliminação
(CGHDE/DEVEP/SVS/MS)
A) Atividades Gerais
- Apresentar às coordenações estaduais de hanseníase a proposta da Campanha;
- Apresentar a proposta na Comissão Intergestores Tripartite;
- Definir em parceria as ações e estratégias segundo as diferentes realidades locais para a
realização da Campanha;
- Garantir o abastecimento das doses necessárias para o tratamento da hanseníase e
geohelmintíases para a campanha;
- Reproduzir materiais e folheterias para a Campanha Nacional: cartazes, fllyers, jogos tipo
caça palavras, “praguinha”, revista em quadrinhos e folhetos sobre hanseníase, folhetos e
cartilha sobre geohelmintíases; formulários para hanseníase e Geohelmintíases, Termo de
Consentimento, spots para radio.
- Promover a mobilização social com parceiros de sociedades científicas e organizações
sociais;
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- Repassar às Secretarias Estaduais de Saúde todo o material educativo, formulários e
medicamentos;
- Definir indicadores de avaliação de processo, de resultados e de impacto da campanha.
- Realizar monitoramento e avaliação da campanha.
6.2 Secretarias Estaduais de Saúde
A) Atividades Gerais
1. Comunicar ao gestor estadual de Saúde a Campanha Nacional;
2. Elaborar Plano de Ação Estadual de Campanha;
3. Articular com os municípios selecionados o apoio do governo estadual na execução da
campanha;
4. Apresentar o Plano de ação da Campanha ao Secretario Estadual de Educação e as
equipes de trabalho das Áreas técnicas da SES;
5. Articular com setores que fazem interface com as atividades da campanha: Atenção
Básica, Assistência Farmacêutica, Programa Saúde na Escola, Vigilância em Saúde,
Vigilância Ambiental, Assessoria de Comunicação, Programa Saúde da Criança, Centros de
Referência em Hanseníase;
6. Articular com as entidades envolvidas (SEED, sociedade civil organizadas, Pastoral da
Criança, ONG, MORHAN, etc.);
7. Apresentar o Plano Estadual no Conselho Estadual de Saúde e na CIB na primeira reunião
do ano de 2013;
8. Reunir com representantes de instituições parceiras para apresentação e validação da
versão preliminar do Plano Estadual;
9. Comunicar aos gestores municipais de saúde e de educação dos municípios prioritários a
respeito da realização da campanha Divulgação oficial da campanha;
10. Divulgar na mídia estadual a campanha;
11. Articular com a Secretaria de Educação a realização de vídeo conferência com as
Regionais de Educação, quando existir;
12. Responsabilizar-se pela distribuição de materiais educativos e formulários da campanha
aos municípios selecionados na Portaria 2556/SVS no Estado;
13. Organizar reunião com Regionais de Saúde e de Educação para exposição do Plano, da
logística de distribuição de material de divulgação e da previsão do recebimento do
material/MS;
14. Discutir as atribuições e responsabilidades das Regionais de Saúde dos Estados que as
possuem na campanha;
9
15. Organizar o provimento de materiais e insumos necessários a realização da Campanha
nos municípios selecionados;
16. Preparar monitores municipais;
17. Realizar treinamento para os municípios sobre o sistema de informação da Campanha –
FORMSUS;
18. Dar visibilidade dos materiais de informação através dos sites das sociedades civis
envolvidas, portal da hanseníase, sites das SES;
19.
Distribuir
aos
municípios
todo
o
material
de
campanha:
Termos
de
Consentimentodestinados as escolas para autorização dos pais e ou responsáveis;
20. Realizar supervisão da execução da campanha nos municípios;
21. Fazer o monitoramento e análise dos dados municipais;
22. Realizar análise epidemiológica da situação encontrada e adotar medidas de controle
pertinentes e normativas.
B) NIVEL ESTADUAL REGIONAL
23 Realizar reunião com municípios envolvidos convidando representantes das Secretarias
Municipais de Saúde e Secretarias Municipais de Educação:
24. Mapear as escolas municipais e estaduais de ensino fundamental e identificar no território
de cada escola a referência de saúde (ESF) que farão atendimento dos casos suspeitos de
hanseníase;
25. Estruturar a logística de distribuição de medicamentos aos municípios, materiais,
Folheterias;
26. Organizar reunião com as Secretarias Municipais de Saúde para apresentação do Plano
de Campanha;
27. Promover treinamento sobre o sistema de Informação da campanha – FORMSUS;
28. Monitorar a entrada dos dados no sistema no período pós Campanha e acompanhar a
transferência dos dados a nível central da SES.
B) Atividades Específicas
OBJETIVO 1 - Geohelmintiases
1.1. Organizar a logística de distribuição medicamentos (Assistência Farmacêutica) do nível
estadual para os municípios;
1.2. Garantir a logística para seguir o protocolo de Administração do Albendazol;
1.3. Organizar a previsão de distribuição de medicamentos para os municípios;
1.4. Organizar o processo de administração do albendazol pelos municípios;
10
1.5. Estimar quantitativo de medicamentos para outras dermatoses pela Coordenação de
Farmácia;
OBJETIVO 2 - Hanseníase
2.1. Orientar os municípios para receber dos pais ou responsáveis a ficha de autoimagem
preenchida;
2.2. Articular com os municípios a garantia do atendimento dermatoneurológico dos casos
Suspeitos;
OBJETIVO 3 - Tracoma
3.1. Prover junto ao MS medicamentos para tratamento do tracoma;
3.2. Garantir tratamento dos casos de tracoma;
3.3. Avaliar a situação epidemiológica pós campanha;
6.3. Secretarias Municipais de Saúde
A) Atividades Gerais
1. Reunir com setores de interface: Atenção Básica, Assistência Farmacêutica, Coordenação
da Estratégia Saúde da Família, Secretaria Municipal de Educação, Vigilância Ambiental e
outros que se fizerem necessários no município;
2. Fazer reunião com Diretores das Escolas envolvidas e gerentes das unidades de saúde;
3. Treinar professores das escolas: objetivos da campanha, aspectos operacionais,
preenchimento, entrega e devolução da ficha de auto imagem e Termo de Consentimento
Negativo;
4. Atender as demandas locais das escolas que queiram promover reunião com pais ou
responsáveis, para apresentar a proposta e discutir o preenchimento do Formulário da
autoimagem;
5. Treinar as equipes das Unidades de Saúde:

Objetivos da campanha

Aspectos operacionais

Organização agenda para atendimento dos casos selecionados durante a campanha

Definir data da medicalização das geohelmintíases e exame das crianças nas UBS ou
escolas (triagem)

Agendar casos com alteração de sensibilidade para fechamento do diagnóstico de
hanseníase na US (prioridade alta)
11

Encaminhar casos com outras dermatoses para unidades especializadas, conforme
disponibilidade
6. Organizar a logística de distribuição de materiais de educação em saúde aos escolares
(cartazes,flyers, jogos tipo caça palavras, “praguinha”, revista em quadrinhos e folhetos
sobre hanseníase, folhetos e cartilha sobre geohelmintíase; formulários para hanseníase e
Geohelmintíases, Termo de Consentimento, spots para radio);
7. Fazer a previsão de insumos necessários para medicalização (água, copo descartável,
álcool gel) e kit para pesquisa de sensibilidade nas escolas;
8. Supervisionar a execução da campanha;
9. Monitorar o preenchimento do Formulário Escolar pela UBS;
10. Digitar o Formulário de Consolidação Municipal no FormSUS;
11. Fazer o monitoramento, análise dos dados e avaliação da campanha;
12. Buscar apoio da mídia local (rádios, rádios comunitária, televisão) para divulgação da
Campanha.
B) Atividades Específicas
OBJETIVO 1 - Geohelmintiases
1.1. Requerer das Escolas a relação de alunos cujos pais/responsáveis não autorizaram a
administração do Albendazol.
1.2. Organizar a distribuição de medicamentos (albendazol) segundo o fluxo de distribuição
do município para as unidades de saúde;
1.3. Organizar a administração do tratamento para geohelmintíases nas escolas por
profissionais de saúde.
OBJETIVO 2 - Hanseníase
2.1. Professores das escolas distribuem aos alunos o formulário do método do 2
2.2. Professores das escolas recolhem o formulário do método do espelho.
2.3. Direção das escolas encaminha os formulários preenchidos a Secretaria Municipal de
Saúde.
2.4. Fazer o referenciamento das crianças com lesão(ões) sugestivas de hanseníase para
as unidade de saúde e unidades especializadas.
2.5. Garantir o atendimento oportuno dos casos suspeitos de hanseníase nas unidades
básicas de saúde e unidades especializadas, para realização do diagnóstico, num prazo
máximo de 90 dias após a devolução do formulário;
OBJETIVO 3 - Tracoma
3.1. Realizar exame ocular externo para detecção de casos de tracoma
12
3.2.Tratar os casos descolares na faixa etária de 5 a 14 anos com diagnóstico de
tracoma, de acordo com as especificidades de cada município.
3.3. Monitorar por um período de 3 anos os casos submetidos a tratamento de tracoma.
3.4 Avaliar anualmente perfil epidemiológico de tracoma nos municípios endêmicos.
7. Tratamento das geohelmintíases em crianças no ambiente escolar
O tratamento dos portadores é uma forma efetiva de controle das geohelmintíases,
uma vez que esses vermes não se multiplicam no hospedeiro humano. A administração de
medicamentos de amplo espectro reduz tanto a prevalência da doença, quanto a intensidade
de infecção no indivíduo ou na localidade tratada.
Com o objetivo de reduzir drasticamente a carga parasitária de crianças em idade
escolar (05 a 14 anos), o Ministério da Saúde recomenda o tratamento coletivo em
localidades cuja prevalência seja acima de 20%, em áreas onde o acesso aos serviços de
saúde e as condições de saneamento básico ainda são deficientes. Nas localidades de baixo
risco, com prevalência de 20 a 50 devem ser tratadas todas as crianças em idade escolar
uma vez por ano e nas localidades de alto risco, com prevalência maior que 50% devem ser
tratadas todas as crianças em idade escolar duas vezes ao ano;
Composição
Comprimidos mastigáveis de 400mg de albendazol, fabricado por GlaxoSmithKline.
Cada comprimido de 400mg contém:
albendazol.................................................................................................................. 400mg
excipientes q.s.p. ............................................................................................ 1 comprimido
Excipientes: lactose, amido de milho, polividona, laurilsulfato de sódio, amido glicolato de
sódio, celulose microcristalina,sacarina sódica, estearato de magnésio, hidroxipropilmetil
celulose, propilenoglicol, corante amarelo, essências de baunilha, laranja e maracujá.
Indicação
Albendazol é um carbamato benzimidazólico com atividade antihelmíntica e
antiprotozoária contra os seguintes parasitas intestinais e dos tecidos: Ascaris lumbricoides;
Enterobius vermiculares; Necator americanus; Ancylostoma
duodenale;
Trichuris
trichiura; Strongyloides stercoralis; Taenia sp. e Hymenolepis nana somente em casos de
parasitismo associado à estes agentes;
ofistorquíase
(Opisthorchis
viverrini)
e
larva
migrans cutânea; giardíase (G. lamblia, G duodenalis, G. intestinalis) em crianças
13
Validade
Maio de 2017.
Conservação
Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30 °C) e proteger da luz e umidade.
Contra indicações
Como os demais derivados benzimidazólicos, o albendazol mostrou-se teratogênico e
embriotóxico em animais de laboratório (camundogos e coelhos). Por esta razão, albendazol
não deve ser usado durante a gravidez ou em mulheres com possibilidade de engravidar.
Hipersensibilidade(alergia) ao albendazol ou a qualquer componente do produto.
Efeitos adversos
Se você apresentar estes ou outros sintomas com o uso deste medicamento, informe
seu médico:
Incomuns: dor epigástrica ou abdominal, dor de cabeça, vertigem, enjôo, vômito ou diarréia.
Raros: alergia, elevações nos níveis de algumas enzimas do fígado.
Muito raros: vermelhidão da pele, uma doença conhecida como síndrome de StevensJohnson, caracterizada por vermelhidão intensa, descamação da pele e lesões, podendo
incluir sintomas sistêmicos graves.
Desconhecido: neutropenia.
Posologia
14
Interações medicamentosas
Foram relatados aumentos dos níveis plasmáticos do metabólito ativo do albendazol com o
uso de cimetidina, praziquantel e dexametasona
Programação de medicamentos
O cálculo para a programação de albendazol se baseia no número de crianças
matriculadas nos ano de 2011 em 36.366 escolas públicas do Ensino Fundamental, num total
de 9.244.236 escolares.
Quadro 1: Programação de medicamento distribuídos aos Estados.
Municípios
Escolas
Matrículas em
escola Pública
Nº de comprimidos de
Albendazol
1
528
314.180
10.000
19
684
242.069
75.000
1
165
103.915
100.000
29
824
260.950
250.000
ALAGOAS
51
1.389
324.427
300.000
UF
DISTRITO
FEDERAL
GOIÁS
MATO GROSSO
DO SUL
MATO GROSSO
BAHIA
103
5.523
876.223
810.000
CEARÁ
45
2.083
553.505
500.000
MARANHÃO
87
5.979
758.832
710.000
PARAÍBA
15
660
141.791
140.000
PERNAMBUCO
94
4.134
780.323
720.000
PIAUÍ
RIO GRANDE DO
NORTE
SERGIPE
9
626
123.655
120.000
10
315
99.565
96.000
41
953
196.641
190.000
ACRE
5
507
74.709
70.000
AMAZONAS
6
1.194
347.513
330.000
AMAPÁ
1
58
19.348
18.000
PARA
61
5.900
969.490
920.000
RONDONIA
14
549
177.154
170.000
RORAÍMA
2
147
52.907
50.000
TOCANTINS
22
415
106.680
100.000
ESPIRITO SANTO
14
795
260.950
250.000
RIO DE JANEIRO
5
877
362.420
340.000
SÃO PAULO
4
1.652
1.250.695
1.200.000
MINAS GERAIS
67
1.635
463.987
430.000
PARANÁ
RIO GRANDE DO
SUL
1
327
185.851
175.000
4
301
144.633
135.000
SANTA CATARINA
9
163
43.823
41.000
TOTAL GERAL
720
38.386
9.244.236
8.540.000
15
A primeira parcela do albendazol já foi distribuída para todos os estados. Outra
cota de albendazol encontra-se em processo de licitação de compra pelo Ministério de Saúde.
Figura 5: Fluxo de distribuição de Albendazol para Tratamento de Geohelmintíases em
Escolares. Brasil. 2013.
Almoxarifado do MS
•CGHDE
•DAF
•NIES
Assistências farmacêuticas estaduais - AFE
•AF
•VE
Assistências farmacêuticas municipal - AF
•AF
•VE
•AB
UBS de referência
Escola
Escola
UBS de referência
Escola
Escola
UBS de referência
Escola
8. Monitoramento e Avaliação
O monitoramento da campanha será realizado por técnicos das Secretarias Municipais
de Saúde, Secretarias Estaduais de Saúde e por monitores contratados temporariamente pelo
Ministério da Saúde. Esses darão suporte técnico e gerencial aos coordenadores estaduais e
municipais do Programa da hanseníase, no que diz respeito a aplicação e redefinição, quando
necessário, das estratégias de operacionalização da campanha. Terão também a
responsabilidade de acompanhar o processo de realização das campanhas na base municipal
de nove estados brasileiros, para adequação das estratégias, sempre que se fizer necessário,
de acordo com o quadro a seguir:
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Quadro 2: Distribuição de monitores segundo Unidade Federadas e tipo de doença. Brasil.
2012.
REGIÃO
Norte
Nordeste
Centro Oeste
Sudeste
ESTADO
PA
TO
RO
BA
MA
PI
SE
MT
MG
N° CONSULTORES
2
1
1
2
2
2
1
2
1
DOENÇAS
Hanseníase
Hanseníase
Hanseníase
Hanseníase e Geohelmintíases
Hanseníase e Geohelmintíases
Hanseníase e Geohelmintíases
Hanseníase e Geohelmintíases
Hanseníase e Geohelmintíases
Hanseníase e Geohelmintíases
Os municípios dos demais estados da federação receberão apoio técnico indireto, via
e-mail ou telefone, para discussão de estratégias da campanha ou discussão na busca de
soluções de problemas técnicos e operacionais.
A avaliação da campanha se dará a partir da construção de indicadores de avaliação
de processo (monitoramento), de resultados e de impacto, construídos a partir dos dados
primários e secundários, coletados e processados no período pós campanha.
Para cumprir os objetivos da campanha serão priorizados os dados primários,
coletados durante a semana da campanha por meio dos Formulários “escola” e “municípios”.
Os dados coletados serão inseridos no Form-SUS, criado especificamente para esse fim.
Os dados primários de busca ativa de casos com sinais e sintomas sugestivos de
hanseníase serão obtidos com a aplicação e preenchimento pelos pais ou responsáveis das
crianças do Formulário de Auto Imagem. A Secretaria Municipal de Saúde disponibilizará esse
formulário a cada escola de ensino fundamental. A escola encaminhará o formulário aos pais
ou responsáveis pelos alunos que o devolverão em data previamente acordada pela
SMS/SME.
Os dados epidemiológicos e operacionais de 2012, referentes aos municípios incluídos
na campanha serão obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) das
Secretarias Municipais de Saúde. O Sinan é o Sistema de Informação oficial de dados para
avaliação e o acompanhamento dos indicadores de hanseníase. A ênfase será dada à
efetividade do diagnóstico pela rede básica de saúde e tratamento oportuno para avaliação da
tendência da endemia no local e para geohelmintíases, ao tratamento de todos os escolares
do ensino fundamental de municípios selecionados.
Após o preenchimento e devolução do Formulário da autoimagem pelos pais ou
responsáveis dos alunos, ocorrerá análise dos formulários (pelos profissionais de saúde),
triagem dos alunos que serão encaminhados a Unidade Básica de Saúde para avaliação
dermatoneurológica e confirmação/descarte diagnóstico.
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O “formulário escola” será preenchido durante o desenvolvimento das atividades da
campanha, e encaminhado à secretaria de saúde do município (SMS).
A SMS fará o
consolidado do agregado das escolas, utilizando o “formulário municipal”, bem como, a
digitação on line (sistema web) criado exclusivamente no FormSus, e posteriormente analise
com os resultados parciais e finais da campanha
A CGHDE será responsável pela elaboração dos formulários escola e município e pela
consolidação dos dados da campanha. Após processamento dos dados primários coletados
nos municípios serão construídos indicadores para avaliação do processo e dos resultados
alcançados.
A partir dos dados secundários oriundos do SINAN após campanha serão construídos
os indicadores compromissados na Portaria 2.556/2011, que permitem avaliar a ampliação das
ações de vigilância:
- Proporção de contatos intradomiciliares examinados entre os contatos registrados dos
casos novos de hanseníase;
- Proporção de cura de hanseníase entre os casos novos diagnosticados nos anos das
coortes.
Os dados coletados durante a execução da campanha serão digitados no Form
SUS, que permitirá a construção de indicadores de processo, resultados e de impacto da
campanha:
Processo e Resultados
-
Proporção de crianças tratadas para geohelmintíases em relação ao total de crianças
matriculadas;
-
Proporção de Formulários de autoimagem devolvidos corretamente em relação ao
total de formulários encaminhados;
-
Proporção de casos suspeitos examinados pela Unidades de Saúde relação ao total
de casos encaminhados ao UBS.
-
Proporção de casos suspeitos identificados em relação ao total de crianças
matriculadas; proporção de casos de hanseníase confirmados em relação ao total de
casos suspeitos identificados;
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9. REFERÊNCIAS
BÓIA M.N, CARVALHO-Costa F.A, SODRÉ F.C, EYER-Silva WA, LAMAS CC & Cols. Mass Treatment
For Intestinal Helminthiasis Control in an amazonian endemic área in Brazil. Pubmed. Rev Inst
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FONSECA E. O. L.; TEIXEIRA M. G.; BARRETO M. L; CARMO E. H e cols. Prevalência e fatores
associados às geo-helmintíases em crianças residentes em municípios com baixo IDH no Norte
e Nordeste brasileiros. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 26(1):143-152
2010.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de vigilância em
Doenças Transmissíveis. Plano integrado de ações estratégicas d eliminação da hanseníase,
filariose, esquistossomose e oncocercose como problema de saúde pública, tracoma como
causa de cegueira e controle das geohelmintíases: Plano de ação 2011-2015. Brasília: Ministério
da Saúde, 2012. 100p. Il.
BRASIL. Ministério da Saúde. Programa das Atividades de Imunização In: Curso Básico de
Vigilância Epidemiológica; Brasília: Secretaria Nacional de ações básicas de Saúde/Secretaria de
Recursos Humanos/Escola Nacional de Saúde Pública. Módulo 2. Unidade1. P11-16.INSTITUTO
BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO HOSPITALAR. Como organizar a vacinação no município. Rio de
Janeiro; núcleo de saúde da escola nacional de serviços urbanos do IBAM. 1ª edi. Rio de Janeiro.
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MERHY, EE. O Capitalismo e a Saúde Pública. Papirus, Campinas. 1985.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde. Doenças Infecciosas e parasitárias:
guia de bolso. 8ª ed. 448p. Brasília: Editora do Ministério da Saúde. 2010.
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técnicas. Brasília. 1998.
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Preventive
Chemotherapy for the Control of Helminth Infection in Western Pacific Countries: Six Years
Later. PLoS Negl Trop Dis. 2008;2(8):e278. Epub 2008 Aug 27.Pubmed. /2008 .
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STURROCK, H. J. W; GETHING P. W;
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WHO. World Health Organization. Helminth control in school-age children. A guide for managers
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10. ANEXOS
Anexo 1 – Relação dos Municípios que receberam Incentivo Financeiro
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Anexo 2: Folheterias
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