INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL PARÃMETROS AGRONÔMICOS E VALOR NUTRITICIONAL DA SILAGEM DE MILHO COM OU SEM O GENE Bt (Bacillus thuringiensis) COM OVINOS Camila Memari Trava Nova Odessa Fevereiro - 2013 i ii GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL PARÂMETROS AGRONÔMICOS E VALOR NUTRICIONAL DA SILAGEM DE MILHO COM OU SEM O GENE Bt (Bacillus thuringiensis) COM OVINOS Camila Memari Trava Orientador: Mauro Sartori Bueno Co-orientar: Geraldo Balieiro Neto Dissertação apresentada ao Programa de Pósgraduação do Instituto de Zootecnia, APTA/SAA, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Produção Animal Sustentável. Nova Odessa Fevereiro- 2013 iii Ficha catalográfica elaborada pelo Núcleo de Informação e Documentação do Instituto de Zootecnia T779v Trava, Camila Memari Valor nutritivo da silagem de milho com o sem o gene BT (Bacillus thuringiensis)./ Camila Memari Trava. Nova Odessa - SP, 2012. 89p.: il. Orientador: Mauro Sartori Bueno. Co-orientador: Geraldo Balieiro Neto Dissertação (mestrado) – Instituto de Zootecnia. APTA/SAA. 1. Nutrição. 2. Silagem de milho 3. Transgênicos 4. Digestibilidade. 5. Ovinos. I. Sartori, Mauro Bueno, orient.. II. Balieiro Neto, Geraldo, co-orient. III. Titulo. CDD 636.31 iv GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA AGRICULTURA E ABASTECIMENTO AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL CERTIFICADO DE APROVAÇÃO PARÂMETROS AGRONÔMICOS E VALOR NUTRICIONAL DA SILAGEM DE MILHO COM E SEM O GENE Bt (Bacillus thuringiensis) COM OVINOS CAMILA MEMARI TRAVA Mauro Sartori Bueno Geraldo Balieiro Neto Aprovado como parte das exigências para obtenção de título de MESTRE em Produção Animal Sustentável, pela Comissão Examinadora: Mauro Sartori Bueno Adibe Luiz Abdalla Universidade de São Paulo Fábio Prudêncio Campos Instituto de Zootecnia Data da realização: 06 de Fevereiro de 2013 Presidente da Comissão Examinadora Prof. Dr. Mauro Sartori Bueno vi DEDICATÓRIA Aos meus amados pais Ademir e Sandra que são exemplos de luta e determinação; por nunca medirem esforços de proporcionarem às suas filhas condições de estudos, e que dignamente me apresentaram a importância da família e ao caminho da persistência e honestidade. Às minhas irmãs amadas Bruna e Georgia por todo o incentivo e amor incondicional. Ao meu noivo Marcos Antonio que sempre esteve disposto a me ouvir e auxiliar nos momentos mais difíceis. DEDICO ivvii viii v AGRADECIMENTOS Deus Que em todos os momentos esteve sempre muito presente, proporcionando saúde, alegrias e força para jamais desistir. Família À todos de minha família que acreditaram em mim, e que sempre apoiaram o meu mestrado, em especial à meus pais, pois sem eles nada disso seria possível; às minhas irmãs por todo o apoio sempre; ao meu noivo que teve muita paciência e que sempre acreditou em minha capacidade. Instituto de Zootecnia Ao programa de pós graduação do Instituto de Zootecnia de Nova Odessa por proporcionar toda a estrutura necessária para que o experimento acontecesse. Orientador Dr. Mauro Sartori Bueno, por confiar em mim e por acreditar em minha capacidade, pela amizade e por todo o conhecimento compartilhado. Co-orientador Dr. Geraldo Balieiro Neto, que sempre esteve muito disposto a auxiliar no que fosse necessário, e que muito contribuiu com informações primordiais. Pesquisadores Dra.Rosana Apareida Possenti, que auxiliou-me sempre que foi preciso e foi fundamental para que parte desse experimento desse certo. Dr.Evaldo Ferrari Júnior, que desde o início me ajudou sempre que necessário. Funcionários À todos os funcionários do laboratório de bromatologia; à secretária Marta que foi sempre atenciosa, aos funcionários da biblioteca e em especial ao funcionário Nivaldo que muito me auxiliou e que contribui com seus conhecimentos técnicos. Amigos Aos meus amigos da pós graduação por proporcionarem-me momentos de alegria e companheirismo, em especial à Joana, Gianne, Renato, Alline, Karen e Érika Turim. Ao meu amigo Evandro que muito me apoiou e por todo o auxílio e conhecimentos compartilhados. FAPESP e CAPES À FAPESP pelo auxílio financeiro no desenvolvimento de parte do projeto e à CAPES pelo suporte financeiro a mim concedido. ix vi “Tente uma, duas, três vezes e se possível tente a quarta, a quinta e quantas vezes for necessário. Só não desista nas primeiras tentativas, a persistência é amiga da conquista. Se você quer chegar a aonde a maioria não chega, faça aquilo que a maioria não faz” Bill Gates “Se você pode sonhar, você pode fazer” Walt Disney x vii SUMÁRIO RESUMO ............................................................................................................. x .......................................................................................................... xi ABSTRACT LISTA DE TABELAS ........................................................................................ xii LISTA DE FIGURAS ............................................................................................ xiii 1-INTRODUÇÃO 14 ................................................................................................. 2-REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................... 18 2.1- Importância econômica do milho para o Brasil ........................................... 18 2.2- Transgênicos ................................................................................................. 19 2.3- Milho transgênico Bt (Bacillus thuringiensis) 2.4- Ciclo vegetativo e ponto de colheita 2.5- Silagem de milho .............................................. 21 ............................................................ 24 .......................................................................................... 2.6- Consumo de silagem de milho por ruminantes 2.7- Digestibilidade dos nutrientes ........................................... 28 ..................................................................... 28 2.7.1- Determinação da digestibilidade in vivo ......................................... 29 2.7.2- Determinação da degradabilidade ruminal in situ 2.8- Parâmetros ruminais ........................... 30 ...................................................................................... 33 2.8.1- Fermentação ruminal ........................................................................ 33 2.8.2- pH ruminal ........................................................................................ 3- OBJETIVO 3.1- Geral 26 34 ......................................................................................................... 36 ............................................................................................................. 3.2- Específico 3.3- Hipótese 36 .................................................................................................... 36 .................................................................................................... 37 4- MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................... 38 4.1- Avaliação agronômica, infestação por pragas e ensilagem 4.2- Animais e instalações ........................ 38 ................................................................................... 40 4.2.1- Digestibilidade aparente ................................................................... 41 4.2.2- Determinação do pH das silagens ..................................................... 45 4.2.3- Cálculos do coeficiente de digestibilidade aparente dos nutrientes 4.3- Digestibilidade in situ da MS . 45 ..................................................................... 46 ................................................................................... 50 4.4.1- Determinação do pH ruminal ......................................................... 50 4.4- Parâmetros ruminais 5- RESULTADOS ............................................................................................... xi viii 52 5.1- Danos causados por lagartas pragas do milho ........................................... 52 5.1.1- Danos causados pela Spodoptera frugiperda em híbridos de milho . 52 5.1.2- Danos causados pela Helicoverpa zea em híbridos de milho 5.2- Composição química da planta inteira de milho com e sem o gene Bt ........ 54 ..... 55 5.3- Características morfológicas da planta inteira de milho com e sem o gene Bt 5.4- Digestibilidade aparente in vivo 5.5- Degradabilidade in situ ................................................................ 58 ............................................................................... 60 5.5.1- Degradação ruminal da matéria seca .............................................. 5.5.2- Degradação ruminal da fibra em detergente neutro 5.6- pH ruminal 6- DISCUSSÃO 6.1- Parâmetros 56 60 ...................... 62 ................................................................................................. 63 ................................................................................................. ................................................................................................. 66 66 6.2- Digestibilidade in vivo ............................................................................... 67 6.3- Degradabilidade in situ ............................................................................... 71 7- CONCLUSÃO ................................................................................................. 78 8- BBLIOGRAFIA CONSULTADA ................................................................... 80 xii ix RESUMO O objetivo foi realizar os parâmetros agronômicos das plantas inteiras de milho de duas variedades com e sem o gene Bt e avaliar se as silagens provindas dessas plantas apresentam características nutricionais e de ingestão de matéria seca por ruminantes similares as suas contrapartes convencionais. Foram realizadas análises qualitativas de danos causados por lagartas pragas do milho, análise da composição química e morfológica da planta inteira de milho, ensaio de digestibilidade in vivo e in situ. A cultura foi submetida a cinco avaliações de infestação da lagarta-do-cartucho e quatro avaliações de infestação pela lagarta-da-espiga. Nas variedades com o gene Bt os danos causados pela lagarta-do-cartucho e pela lagarta-da-espiga foram menores que suas respectivas contrapartes sem o gene. As variedades com o gene Bt apresentaram menor teor de PB, maior quantidade de material morto e maior % de material morto em relação às variedades sem o gene. Para o ensaio da digestibilidade in vivo foram utilizados 20 ovinos alojados em gaiolas de metabolismo e alimentados com silagem de milho dos cultivares AG e DKB com e sem o gene Bt (fatorial 2 x 2) em blocos ao acaso, compreendendo 8 dias de adaptação, 7 dias de medição de consumo e 6 dias de colheita de fezes. Os coeficientes de digestibilidade aparente (CDA) da matéria seca (MS), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), hemicelulose e carboidratos não fibrosos (CNF) não apresentaram efeito de interação. O CDA da proteína bruta (PB) apresentou efeito apenas para os organismos geneticamente modificados (OGM) e o CDA da celulose para variedades. O consumo total de matéria seca (CTMS) g/dia e em %peso vivo (PV) apresentaram efeito de interação. No ensaio da degradabilidade in situ foram utilizados quatro ovinos adultos mestiços inteiros, canulados no rúmen, alojados em baias individuais, durante 56 dias, compreendendo 4 períodos. O delineamento utilizado foi o quadrado latino em esquema fatorial (2x2) com quatro repetições por tratamento. Os animais foram alimentados com silagem de milho, conforme tratamentos descritos anteriormente. Para degradabilidade da MS, observouse interação da fração rapidamente solúvel (“a”), da taxa de degradação da fração b (“c”) e para degradabilidade efetiva (De 5%). A fração que pode ser degradada se houver tempo (“b”) e a degrabilidade potencial estimada (DP) apresentaram efeito apenas para variedade. Ao analisar os parâmetros relacionados a degradabilidade da FDN, as frações “a”, “b” e “c”, a p e a De 5%, observou-se interação entre os fatores variedade e OGM. Para avaliação do pH ruminal após 15 dias de adaptação aos alimentos de cada subperíodo do ensaio de degradabilidade in situ foi efetuada a colheita do líquido ruminal antes da alimentação (0), 3 e 6 horas pós-alimentação. Houve um menor consumo por parte dos ruminantes para as silagens de variedades com o gene Bt em relação às silagens de variedades sem o gene Bt, porém o aproveitamento da MS da dieta pelos animais não foi alterado. Palavras-chave: coeficiente de digestibilidade aparente, degradabilidade, ovinos, silagem de milho, transgênico. xiii x ABSTRACT This paper aimed to evalueate if the silages of genetically modified maize having the gene Bt present nutritional features and intake of dry matter by ruminant species similar to their conventional counterparts. Several qualitative analysis were carried out on damage caused by leafminers on maize, as well as analyis if the chemical and morphological on the entire plant tests on in vivo and in situ digestibility. The crop was subimeted to five evaluations of the infestation by Spodoptera frugiperda and four evaluations of infestation by the Helicoverpa zea. On the varieties with the gene Bt, the damage caused by the Spodoptera frugiperda and Helicoverpa zea was smaller than on its respective counterparts without the gene Bt. The varieties that have the gene Bt presented a smaller rate of PB, a bigger amount of dead material and a big percentage of dead material compared to the gene free varieties. For the test of the digestibility in vivo twenty sheeps were hosted in metabolism cages and fed with silage of maiz of the cultivars AG and DKB having and not having gene Bt (factorial 2 x 2) on random blocks involving 8 days of adaptation, 7 days of comsumption measurement, and 6 days of collecting feces. The apparent digestibility coefficients of the dry matter (DMD), neutral detergent fiber (NDF), acid detergent fiber (ADF), hemicellulose and nonfibrous carbohydrate did not present any interaction effect. The apparent digestibility coefficient of crude protein showed effect only for the genetically modified organisms and the coefficient of cellulose, only for the varieties. The total comsumption of dry matter in grams per day and percentage of live weight showed interaction effects. On the test of degradability in situ four entire mixed adult sheeps cannulated in rumen, kept in individual cubicles during 56 days, making up four periods. The chosen design was the latins quare in a factorial diagram (2x2). The animals were fed with silage of maize, conforming to treatments previously described. For the degradability of the dry matter, it was observed the rapidly soluble fraction (“a”), the deterioration rate of the fraction b (“c”) and for effective degradability (5%). The fraction that can be degraded if time permits (“b”) and the potential degradability estimated (P) showed effect onkly for the variety. When analysing the paramenters related to degradability of the neutral detergent fiber, the fraction “a”, “b” and “c”, p and 5%, an interaction between variety factors and genetically modified organisms was observed. For the evaluation of rumen pH after fifteen days of food adaptation on each subperiod of the test of degradability in situ, the picking of ruminal liquid was made before feed (0), three and six hours after feeding. There was a lower consumption by ruminants for silage varieties with the Bt gene in relation to silage varieties without the Bt gene, but the use of the diet DM for animals has not changed. Keywords: apparent digestibility coefficient, degradability, sheeps, maize silage, genetic modification xiv xi LISTA DE TABELAS Tabela 1- pH e composição bromatológica das silagens contendo o gene Cry1Ab e de suas contrapartes convencionais sem o gene Cry1Ab............................................ 43 Tabela 2 –Delineamento em quadrado latino (2 X 2)................................................. 46 Tabela 3- Avaliação qualitativa de danos causados pela Spodoptera frugiperda em variedades de milho contendo o gene Bt e em suas contrapartes sem o gene Bt....... 53 Tabela 4 - Avaliação qualitativa de danos causados pela Helicoverpa zea em variedades de milho contendo o gene Bt e em suas contrapartes sem o gene Bt....... 54 Tabela 5 – Composição química dos híbridos de milhos contendo o gene Cry1Ab e de suas contrapartes convencionais sem o gene Cry1Ab............................................ 55 Tabela 6- Caracterísitcas morfológicas, estruturais e produtivas das variedades de milho DKB e AG contendo ou não o gene Bt............................................................ 56 Tabela 7 – Médias de consumo da MS, NDT da MS e médias observadas para os coeficientes de digestibilidade aparente (CDA) da MS, PB, FDN, FDA, EE, celulose, hemicelulose e MO de silagens de variedades de milhos com e sem o gene Bt, consumidos por ovinos................................................................................. 59 Tabela 8 – Parâmetros de degradação ruminal da MS................................................ 61 Tabela 9 –Parâmetros de degradação da FDN............................................................ 63 Tabela 10 – Valores médios de pH do líquido ruminal em diferentes tempos de amostragem em ovinos............................................................................................... 64 xv xii LISTA DE FIGURAS Figura 1- Esquema da cinética utilizada pelo modelo de Orskov e McDonald para descrição da degradação ruminal do alimento............................................................. 33 Figura 2- Gaiolas de metabolismo para ovinos providas de comedouro, bebedouro e separador de fezes e urina............................................................................................ 40 Figura 3- Tambores de capacidade de 200l em que foram armazenadas as silagens de milho transgênico e suas contrapartes convencionais............................................. 41 Figura 4 - Ovinos em gaiolas de metabolismo na fase de adaptação, consumo voluntário e coleta de fezes e urina.............................................................................. 42 Figura 5- Sobras de silagem no comedouro ............................................................... 43 Figura 6 - Parte inferior da gaiola de metabolismo...................................................... 44 Figura 7- Introdução dos sacos de náilon para incubação no rúmen............................ 47 xiii xvi 1. INTRODUÇÃO Em determinadas regiões do Brasil ocorre uma distribuição estacional de chuva, fazendo com que no período seco do ano, haja diminuição da disponibilidade de plantas forrageiras e diminuição do valor nutritivo das forragens, elevando o custo de alimentação com animais. No período chuvoso, ocorre a abundância de forragem, e nesse contexto, a ensilagem é uma prática muito utilizada por produtores para garantir aos animais alimento de boa qualidade o ano todo e principalmente durante o período de estiagem, sem comprometer a produção. É amplamente reconhecida a utilização do milho para a produção de silagem, e isso se deve as características favoráveis para o processo de ensilagem, como adequado teor de MS e carboidratos solúveis, importantes para um bom processo fermentativo. O milho é ainda um dos mais importantes alimentos do setor agrícola por ser elemento básico da ração animal e possuir qualidades nutricionais, sendo a resposta do animal à silagem dependente do padrão de fermentação, pois este exerce influência marcante na composição química, ingestão e digestibilidade da forragem (KRIZSAN; RANDBY, 2007), assim os nutrientes recebidos serão destinados aos vários processos fisiológicos do animal, como mantença, crescimento, reprodução e produção. Também é conhecido por sua versatilidade de uso, aspecto social e desdobramentos de produção animal, com isso gera-se um aumento no consumo de 14 milho, havendo, portanto a necessidade de se incrementar a produtividade da cultura por área plantada. Visando atingir consideráveis aumentos na produtividade do milho, aliados a significativa redução de custos de produção e menores impactos ambientais, muitas tecnologias vem sendo desenvolvidas, sendo uma delas os Organismos Geneticamente Modificados (OGM). Os OGM conhecidos também como transgênicos recebem genes oriundos de outro organismo e passam a expressar uma nova característica (VENES, 2001), são desenvolvidos para resistir aos herbicidas e/ou matar insetos. Os órgãos regulamentares, bem como a sociedade, perceberam as consequências do uso intensivo de pesticidas químicos, e também a resistência de insetos aos princípios ativos, e com isso houve uma maior atenção para a necessidade de uma agricultura mais sustentável. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) no ano de 2007, regulamentou híbridos de milho geneticamente modificados (GM), que tiveram inserido em seu código genético genes da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt), que produz a proteína Cry1Ab, tóxica a algumas pragas do milho como a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea) e broca do colmo (Diatraea saccharalis) (AVISAR et al., 2009), tornando-os resistentes a tais pragas e assim reduzindo o controle químico e os custos com a aplicação de defensivos. O fato da lagarta do cartucho ser uma das mais destrutivas pragas do milho no Brasil, e de acordo Williams e Davis (1990) reduzirem a produção em até 38,7% fez com que houvesse rápida expansão da tecnologia dos híbridos GM pelo país, tanto que segundo dados da Cooperativa de Produtos Técnicos de 2011, dois terços da área destinada a cultura em 2011/12, será ocupada pelas culturas GM. Com o aumento da plantação de híbridos de milho GM ocorre vantagens sustentáveis como o aumento do rendimento de grãos e de forragem por hectare devido a menor incidência de pragas e menor número de aplicações de defensivos e de acordo com Balieiro et al. (2011) a utilização de cultivares modernos, mais produtivos, adaptados às condições locais e resistentes a pragas pode representar ganhos efetivos em produtividade, desde que não ocorram fatores limitantes a manifestação do potencial produtivo dessas culturas. Assim, nos últimos anos, o melhoramento de milho tem levado à seleção de genótipos mais produtivos e com ciclo melhor ajustado ao período mais favorável para o crescimento e desenvolvimento. 15 O cultivo de milho transgênico apresenta vantagens de ordem econômica e ambiental, pois reduz operações mecânicas, aplicação de defensivos agrícolas e prevenção de perdas provocadas por pragas. Além disso, as plantas manifestam mecanismos de defesa naturais de proteção ao ataque de pragas, com a transgenia do milho, por sofrerem um menor ataque, não ocorre um aumento da espessura da parede celular e lignificação dos tecidos, dessa forma plantas transgênicas com menores danos nas folhas, espiga e até mesmo no colmo, apresentaria uma maior digestibilidade. As mudanças metabólicas envolvidas nas respostas induzidas pela predação podem reduzir a qualidade e quantidade da forragem produzida, enquanto a planta geneticamente modificada, ao resistir ao ataque de pragas, pode evitar as alterações químicas oriundas da defesa natural e suas consequências na produção e qualidade da forragem. Este trabalho tem como objetivo avaliar parâmetros agronômicos das plantas inteiras de milho de duas variedades com e sem o gene Bt e se as silagens provenientes das mesmas variedades apresentam características nutricionais e de ingestão de matéria seca similares as suas contrapartes convencionais por ruminantes. 16 17 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. Importância econômica do milho para o Brasil Economicamente o milho é uma das culturas brasileiras mais expressivas, constituindo-se como um dos principais insumos para o segmento produtivo, sendo utilizado amplamente não só na alimentação humana como na alimentação animal, dessa forma apresenta relevante importância social e econômica, em que além de gerar inúmeros empregos no setor primário, também é matéria-prima indispensável para impulsionar diversos segmentos da agroindústria (FANCELLI; DOURADO NETO, 2000). Ao analisar o grande potencial da produção de milho no Brasil e sua importância como insumo para diversos outros setores, verifica-se que é fundamental o investimento em novas tecnologias capazes de aumentar a produtividade e reduzir os custos. Uma das alternativas propostas é a intensificação da produção de milho geneticamente modificado (GM), uma vez que isso, em diversos países, tem proporcionado benefícios como o aumento na produtividade e a redução nos custos. Um levantamento quantitativo do impacto econômico e ambiental de várias culturas GM em diversos países foi realizado por Brookes e Barfoot (2005) nos anos de 1996 a 2005. Em relação ao milho, verificaram que as espécies GM que eram resistentes tanto a herbicidas quanto a insetos aumentaram em U$ 3,1 bilhões o rendimento das fazendas desde 1996 e no mesmo período foi observado uma redução de 18 43,5 mil toneladas de defensivos agrícolas, sendo 36,5 mil toneladas referentes ao milho Bt. Outro aspecto observado ao adotar culturas GM, foi a redução de poluentes e no consumo de combustível, uma vez que gasta menos em equipamentos e tratores para controlar os diversos tipos de pragas. 2.2. Transgênicos Transgênicos ou organismos geneticamente modificados (OGMs) referem-se a plantas, microrganismos ou animais que receberam genes de outros organismos no seu genoma para expressar características desejadas do organismo doador. Com o desenvolvimento da tecnologia do DNA recombinante isso se tornou possível e possibilitou o isolamento e clonagem de vírus, bactérias, plantas e animais auxiliando no melhoramento de plantas, animais e microrganismos. A tecnologia do DNA recombinante para a obtenção de OGMs pode ser utilizada em várias áreas da atividade humana, inclusive a agricultura. Dentre as aplicações mais usadas destacam-se a resistência a insetos como é o caso do milho e a tolerância a herbicidas para a soja. Os primeiros experimentos com cultivos geneticamente modificados (GM) foram feitos em 1986, nos Estados Unidos e na França. A primeira espécie vegetal produzida pela engenharia genética foi o “tomate FlavrSavr”, desenvolvido pela empresa americana Calgene e comercializada a partir de 1994 (BORÉM; SANTOS, 2001). A utilização de cultivos GM para fins comerciais e em grande escala iniciou-se com a introdução da soja RR em 1996, nos Estados Unidos. No Brasil, desde a aprovação dessa cultura em 2003/2004 teve grande aceitação por produtores brasileiros e desde 2006, posicionou o País como o terceiro maior produtor de cultivos GM. Em 2008, o aumento das culturas GM na área global já mostravam-se aceleradas, sendo que 70% com soja, 30% com canola, 46% com algodão e 24% com milho (JAMES, 2008). Para maior controle do uso dos transgênicos, agências governamentais foram criadas para controlar o uso desta tecnologia e regulamentar a segurança dos alimentos transgênicos e seus derivados. Nos Estados Unidos as agências United States Department of Agriculture (USDA), Environmental Protection Agency (EPA), and Food and Drug Administration (FDA) são as responsáveis. No Brasil, a Comissão 19 Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBIo) é o órgão técnico colegiado responsável pela avaliação de biossegurança de todas as atividades envolvendo OGMs. A avaliação de segurança destes alimentos à saúde humana e animal é feita examinando-se: impacto na cadeia alimentar, composição química, características moleculares e nutricionais, alergenicidade, toxicidade e insetos não alvo, comparandoas com a contraparte convencional. Noventa por cento das plantas transgênicas cultivadas no mundo e 100% no Brasil expressam proteínas que conferem resistência a insetos ou herbicidas (JAMES, 2008). As proteínas expressas nos transgênicos resistentes a insetos apresentam toxicidade específica contra certos lepidópteros-praga, mas não existem evidências de que estas proteínas tenham efeitos nocivos à saúde de seres humanos e animais, um exemplo de proteína tóxica do milho transgênico é a Cry1Ab (HAMMOND et al., 2006; MANETTI et al., 2006; NAKAJIMA et al., 2007). Estudos sobre alimentação de bovinos, suínos e aves com rações contendo soja e milho resistentes a insetos e herbicidas, mostraram ausência de efeitos adversos nos animais alimentados com produtos destes transgênicos (DONKIN et al., 2003; IPHARRAQUERRE et al., 2003; CASTILLO et al., 2004; CROMWELL et al., 2005; CALSAMIGLIA et al., 2007). No caso de ruminantes, de acordo com Wieldemann & Coleman (1997) é impossível que uma proteína Cry1Ab inteira e funcional seja encontrada no rúmen após 8 horas de incubação e segundo Singhal et al. (2006) não foi possível detectar a proteína codificada pelos genes cry1Ac e cry2Ab no sangue ou leite dos animais alimentados. Em estudos desenvolvidos ao longo dos anos foi observado que a proteína Cry1Ab não apresenta característica de alergenicidade, e é degradada no aparelho gastro-intestinal de mamíferos. Animais alimentados com milho MON810 indicaram a equivalência do valor nutricional e eficiência de produção destes animais quando comparados com variedade não transgênica (TAYLOR et al., 2005). A maioria dos estudos realizados com animais de produção de grande porte alimentados com rações transgênicas visa mensurar a capacidade que o animal tem de seguir produzindo o alimento para o qual ele se destina de forma segura, sem comprometê-lo. Os efeitos medidos são geralmente sobre a ingestão de matéria seca e de grãos ou rações; produção e qualidade do leite (porcentagem de gordura, proteínas, lactose e N-uréia); condições corporais; e presença das proteínas recombinantes no leite. 20 Na literatura, em estudos com animais alimentados com silagem e grãos de transgênicos em comparação aos alimentados com plantas convencionais, não tem mostrado diferenças estatisticamente significativas na ingestão de alimento, bem como no produto final (IPHARRAQUERRE et al., 2003; TAYLOR et al., 2005). A comercialização de alimentos e ingredientes alimentares destinados ao consumo humano ou animal que contenham ou sejam produzidos a partir de OGM deve-se submeter ao Decreto n°4.680, de 24 de abril de 2003, que exige a rotulagem de produtos com mais de 1% de OGM, informando sobre a natureza da transgenia do produto de forma clara. 2.3. Milho Transgênico Bt (Bacillus thuringiensis) A área plantada com milho aumenta a cada ano, e ocorre segundo Souza, (2005) o aumento da incidência de pragas gerando a necessidade de controlá-las, sejam elas constantes ou apenas esporádicas. Técnicas de engenharia genética vêm sendo empregadas, a fim de gerar plantas geneticamente modificadas resistentes a insetos, tolerantes a herbicidas, tendo ainda sua qualidade nutritiva aprimorada, um exemplo claro de planta com maior tolerância a insetos é o milho transgênico. O melhoramento de várias culturas domesticadas vem sendo desenvolvido pela engenharia genética, como o milho, algodão, canola e batata, onde os genes oriundos da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt) responsáveis pela produção de proteínas têm sido incorporados (ANDOW; HUTCHISON, 1998). O Bacillus thuringiensis é uma bactéria anaeróbica facultativa, Gram positiva e esporulante que habita o solo, resíduos de grãos, poeira, água matéria vegetal e insetos, foi utilizado durante muitos anos por agricultores como inseticida microbiano, atualmente, devido sua expressão nas plantas transgênicas vem sendo utilizado como uma nova ferramenta para o controle de pragas. O Bacillus thuringiensis (Bt) é caracterizado por produzir inclusões protéicas cristalinas, sendo esses cristais compostos por proteínas Cry (MONNERAT; BRAVO, 2000), este cristal protéico é responsável por 20-30% da proteína total da célula (BOUCIAS; PENDLAND, 1998). Hofte & Whitley (1989) definiram quatro classes de genes: cry1, cry2, cry3 e cry4; assim as proteínas codificadas pelo gene cry1 eram tóxicas para lepdópteros; cry2 para lepdópteros e dípteros; cry3 para coleópteros e cry4 para dípteros (GILL et al., 1992), e até 1998 a nomenclatura abrangia 5 genes 21 principais, que se diferiam de um modo geral quanto sua toxidade. Hoje, já se sabe que existem genes cry que vão do 1 ao 50, sendo os genes cry1, cry2 e cry9 específicos em relação aos lepidópteros, ativos contra dípteros e cry3, cry7 e cry8 contra coleópteros, cry5, cry12, cry13 e cry14 são ativos contra nematóides e, cry2, cry4A, cry10, cry11, cry17, cry19, cry24, cry25, cry27, cry29, cry30, cry32, cry39 e cry40 são ativos contra dípteros (VALICENTE, 2009). Dentre os genes Bt, destacam-se cry1Ab, cry1F e cry1Ac, que produzem proteínas capazes de controlar a população de várias lagartas (FERNANDES, 2003). As codificadas pelos genes cry1Ab e cry1Ac são efetivas contra os lepdópteros, pragas do milho (ILSI-HESI, 1998), tais como lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea) e broca do colmo (Diatraea saccharalis). O gene cry1Ab é o mais distribuído entre as diferentes subespécies de Bt (YAMMAMOTO; POWELL, 1993) e está expressa em todas as partes da planta notando-se a baixa expressão em grãos e pólen comparativamente as folhas. Para sua atividade a proteína deve ser ingerida pelos insetos, cujo pH alcalino estomacal é capaz de solubilizá-la. Sob a ação de proteases se transforma na forma ativada (núcleo tripsina resistente) que se liga a receptores específicos de alta afinidade presentes em insetos e ausentes em mamíferos. As larvas infectadas pelas proteínas produzidas pelos genes do Bacillus thuringiensis inseridos na planta, perdem a sua agilidade e o tegumento adquire tonalidade marrom-escura, além de perda de apetite, paralisia do intestino e por consequência a morte (ARONSON et al., 1986). Após a morte, a larva apresenta cor negra, característica das infecções provocadas por este microrganismo (HABIB; ANDRADE, 1998). A utilização do milho GM está permitindo um maior aproveitamento da safra para a produção de alimento humano e animal. Uma pesquisa recente em 107 unidades produtivas mostrou que os níveis de fumonisinas (toxinas) encontradas nos grãos de milho Bt foram menores do que nas variedades convencionais, por isso, a produção de milho Bt aumenta a porcentagem de grãos de milho que podem ser utilizados para consumo humano e rações (HAMMOND et al., 2006). Bakan et al. (2002) observaram que a biomassa de fungos em grãos de milho Bt foi de 4 a 18 vezes menores que os isogênicos próximos não Bt e Batista Junior et al. (2002) observaram que a proteína 22 Cry1Ab de Bacillus thuringiensis reduziu o crescimento de três fungos: Fusarium solani f. sp. phaseoli, Fusarium solani f. sp.glycines e Colletorichum sp. A influência da toxina Bt sobre os fungos na ensilagem pode se iniciar na lavoura. Na superfície das folhas da planta, as injúrias provocadas pelos insetos servem de porta de entrada para colonização de leveduras e fungos filamentosos que são conduzidos para o interior do silo, como as plantas transgênicas sofrem menos danos causados por pragas, menor é a superfície de contato entre a planta e os microrganismos, e consequentemente acarretará em silagem de milho transgênico com menor incidência de alguns tipos de fungos, já que a ação antifúngica da toxina Cry1Ab parece ser específica para determinados fungos e a entrada de ar no silo é um fator necessário para que esses efeitos se evidenciem. A CNTBio, no ano de 2007, regulamentou a comercialização de híbridos de milho GM, tal tecnologia desenvolvida nos híbridos contendo o gene da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt), que expressa a proteína Cry1Ab, os tornou resistentes ao ataque de lagartas pragas, reduzindo, portanto o controle químico e custos com a aplicação de defensivos e passagem de máquinas na lavoura. A lagarta-do-cartucho representa uma das mais importantes pragas que afetam genótipos tropicais de milho em todas as regiões de cultivo e pode reduzir a produção em até 38,7% segundo Williams e Davis (1990). O efeito da introdução do gene Bt sobre a redução da infestação por pragas é mais expressivo no controle da lagarta-docartucho quando comparado ao controle da lagarta-da-espiga sendo este resultado coerente a menor concentração da toxina Bt no grão quando comparada com a concentração da toxina Bt na folha (BALIEIRO et al., 2011). Estudos de toxicidade para aves, peixes e mamíferos com grãos de milho da linhagem MON810 com até 10% do peso de farelo de grãos integrais de milho na dieta não mostraram efeitos adversos ou tóxicos. Outros estudos demonstraram que a proteína Cry1Ab não apresenta característica de alergenicidade. Animais alimentados com milho MON810 indicaram a equivalência do valor nutricional e eficiência de produção destes animais quando comparados com variedade não transgênica (TAYLOR et al., 2003, 2004, 2005). A diminuição de agrotóxicos nas culturas de milho com o gene Bt equivaleu no ano de 2006 no mundo, à remoção de 14,8 bilhões de kg de dióxido de carbono da 23 atmosfera, ou aproximadamente 6,6 milhões de carros por um ano. Essa tecnologia, no período de 1996 a 2006, ocasionou redução na aplicação de inseticidas em 286 milhões de kg, ou 7,8% a menos, que equivalem a cerca de 40% do volume anual de pesticidas aplicados nas terras aráveis da União Européia. (ROMEIS et al., 2006; TABASHNIK et al., 2008). Nesse contexto, o milho, por ser fonte de carboidratos, proteínas e óleo, bastante utilizada na alimentação não só de humanos como de animais, ocupa uma ampla distribuição geográfica, sendo que no Brasil, segundo dados da Conab de 2011, a área cultivada com esse cereal em 2011 foi de aproximadamente 14.476,7 mil hectares, sendo que aproximadamente dois terços dessa área, de acordo com dados da Copetec de 2011 já corresponde a plantação de milho transgênico, que teve um avanço surpreendente desde a liberação de suas sementes pela CTNBio. 2.4. Ciclo vegetativo e ponto de colheita Fonseca et al. (2011) relata que de um modo geral, a escolha correta da semente de híbrido de milho que for ser utilizado na lavoura, será o responsável pelo sucesso ou insucesso da mesma, sendo fundamental que se avalie no momento da escolha do cultivar, o ciclo vegetativo da planta, tipo de endosperma do grão, proporção das frações da planta, valor nutritivo, potencial de produção e adaptação as condições locais. Barrière e Émile (1995) relatam que o híbrido de milho ao ser selecionado deve contar com um ciclo vegetativo mais apropriado para a região. Um híbrido de ciclo curto (precoce) apresentará menor produção de MS, mas apresentará vantagem quanto à relação grão/haste do material ensilado. Por outro lado, se o híbrido for de ciclo longo (tardio), pode-se obter maior rendimento de MS, no entanto com menor proporção de grãos na MS Total. Segundo Silva et al. (1997), a digestibilidade da matéria seca da planta sofre, normalmente, pequenas alterações com a maturação fisiológica. Isso pode ser explicado pelas diferenças nos componentes da planta em diferentes estádios de maturação, sendo que nos estádios iniciais existe maior participação do colmo na qualidade da planta. Posteriormente, em estádios mais avançados, a maior proporção da fração colmo é substituída pela fração grãos, a qual é caracterizada por maior densidade energética e 24 maior teor de matéria seca. Em contrapartida, simultaneamente, o colmo perde qualidade pelo espessamento e lignificação da parede celular. A perspectiva de acordo com Araújo et al. (2008), é a intensificação do uso de biotecnologias no melhoramento de variedades de cultivares de milho. A resistência a pragas pode trazer benefícios com relação a qualidade da silagem por evitar injúrias na planta associadas a introdução de leveduras no silo e por outros motivos circunstanciais dependendo dos danos causados pelo ataque das pragas, sendo portando um dos fatores que promoverá elevados ganhos no desempenho animal, em curto espaço de tempo. Com a inserção do gene Bt na planta de milho, ocorre a diminuição do ataque de pragas, o que permite que ocorra a antecipação do amadurecimento e corte das plantas, pois com a conversão dos híbridos a transgênicos, os híbridos contendo o gene cry1Ab, despendem menos energia para se defender das pragas o que pode acelerar o transporte dos carboidratos solúveis dos colmos para os grãos, reduzindo a duração do intervalo entre grão leitoso e farináceo, o que encurta a janela de corte para ensilagem e faz com que o ponto de colheita influencie diretamente o efeito de redução dos danos por pragas nos híbridos contendo o gene cry1Ab sobre a qualidade da silagem, em função do tênue equilíbrio entre aumento do amido e perdas de digestibilidade da fração fibrosa (BALIEIRO et al. 2011). Segundo Cabral et al. (2002) uma maior participação de grãos de milho na silagem resulta em maior digestibilidade da mesma, compensando a menor digestibilidade da fração fibrosa. Johnson et al. (2002), avaliando dois híbridos de milho, concluíram que a maturidade afeta a digestibilidade da planta e, consequentemente ao ser fornecida como fonte de alimento para o animal diminui seu desempenho, confirmando que o ponto ótimo de colheita é quando se observa a linha do leite em dois terços do grão. É de suma importância uma avaliação técnica e econômica de qual híbrido de milho plantar e ensilar para que se possa haver um bom planejamento da atividade pecuária desenvolvida, para que dessa forma não ocorra o comprometimento do valor nutritivo alimento armazenado que será fornecido para o animal de produção. 25 2.5. Silagem de Milho O milho é uma das principais plantas utilizada para o processo de ensilagem por apresentar boa produção de MS por hectare e elevado valor energético e nutritivo, visto que o valor nutritivo tem relação direta com a qualidade de uma forragem e pela quantidade de forragem que é consumida pelo animal. Entre outros fatores, o teor de proteína bruta (PB) e a digestibilidade tem sido considerados parâmetros importantes para a avaliação do valor nutritivo das forragens. No momento propício ao corte, possui teor de MS variando entre 30 a 35%, teor mínimo de 3% de carboidratos solúveis e baixo poder tampão, o que lhe confere ótimas condições para sua conservação na forma de silagem (ALMEIDA, 2000), produzindo alimento de ótima qualidade e de boa aceitação pelos animais. Também se destaca como a planta mais indicada para esta prática em decorrência de sua fácil conservação dentro do silo. A silagem de milho apresenta valores de fibra em detergente neutro entre 49,10 a 68,00% (MORA et al. 1996; LAVEZZO et al. 1998; PIMENTEL et al. 1998), e quando menores que 50%, maior a taxa de fermentação da FDN, ou seja, ocorre esvaziamento mais rápido do rúmen (VELHO et al. 2007). A principal função da silagem de milho para o animal é fornecer energia, já que seu conteúdo protéico é baixo, em torno de 6 a 9% e para que haja a digestão adequada, segundo Silva e Leão (1979), é necessário o mínimo de 1% de compostos nitrogenados na dieta para que os microrganismos possam aproveitá-lo. Mizubuti et al. (2002) determinaram a digestibilidade aparente dos nutrientes das silagens de milho, sorgo e girassol em ovinos. Os valores de coeficiente de digestibilidade aparente (CDA) da FDN, FDA e PB da silagem de milho foram significativamente maiores em relação às demais silagens. O consumo de uma silagem bem como o seu devido aproveitamento pelo animal está relacionado aos teores nutricionais, para tanto, durante o processo de ensilagem, alguns cuidados devem ser tomados para que não afetem a qualidade final do produto e que vise aumentar a aceitabilidade pelo animal. Dessa forma a compactação da silagem deve ser feita de maneira correta para excluir o oxigênio e garantir condições anaeróbias para preservação dos nutrientes (JOHNSON et al., 2002). O silo deve ser fechado no menor espaço de tempo possível, 26 mantendo-se as condições anaeróbias a fim de que as características qualitativas da silagem sejam mais próximas possíveis à da forragem verde (SENGER et al., 2005). As forragens conservadas podem ter seu valor nutricional alterado, devido aos procedimentos utilizados para a sua produção e conservação, e dos fenômenos bioquímicos e microbiológicos que ocorrem no processo de ensilagem (JOBIM et al., 2007). De acordo com Mulligan et al. (2002), o material ao ser ensilado pode sofrer a ação das enzimas proteolíticas que transformam o nitrogênio protéico em NNP, como aminoácidos livres e peptídeos, e isto permite que as bactérias proteolíticas fermentem esses peptídeos e aminoácidos transformando-os em ácidos orgânicos, CO2, amônia e aminas, reduzindo portanto o consumo voluntário da silagem pelos animais. Assim a resposta do animal à silagem é dependente do padrão de fermentação, que exerce influência marcante na composição química, ingestão e digestibilidade da forragem (KRIZSAN; RANDBY, 2007). Entre os parâmetros que determinam boa fermentação, estão como bons indicadores o monitoramento dos valores de pH e concentração de nitrogênio amoniacal (N-NH3). O teor de matéria seca, bem como a densidade, determina a porosidade da silagem, estabelecendo taxa de aeração e, por conseqüência, o grau de deterioração na armazenagem. (BOLSEN; BOLSEN, 2004). A armazenagem inadequada de ração de grãos de milhos tem promovido o desenvolvimento de fungos e sua contaminação com micotoxinas, além de ataque de insetos e roedores com conseqüentes perdas do valor nutritivo. A prática da ensilagem tem tornado-se uma excelente alternativa que visa conservar o alimento, assim os graves problemas de armazenagem nas propriedades com grandes perdas de energia digestível por área podem ser substancialmente reduzidos com a utilização desta tecnologia (JOBIM et al., 1997). Segundo Vercesi et al. (2009), silagens de plantas transgênicas têm sido largamente utilizadas na alimentação animal com amplas vantagens quando comparado às plantas convencionais. Entre as vantagens estão maior produtividade e melhor qualidade do alimento no que se refere aos baixos índices de contaminação por agrotóxicos e por micotoxinas, bem como melhor composição nutricional. Fatores como a adubação e correção da acidez do solo, controle de invasoras e pragas, escolha da época certa para o corte, tamanho adequado de partículas, tipo de silo 27 utilizado, controle de contaminação e manejo após abertura quando não executados corretamente podem acarretar sérias perdas econômicas na produção de bovinos (BALIEIRO et al., 2011). 2.6. Consumo de silagem de milho por ruminantes Normalmente, o teor de FDA de uma ração é considerado bom indicador da digestibilidade global da dieta, enquanto que o teor de FDN tem relação com o consumo total de matéria seca (VAN SOEST, 1994). A silagem de milho é um dos volumosos mais utilizados por produtores, principalmente no período da seca, no entanto, segundo Weiss et al. (2003) as características físicas e químicas particulares da silagem e do valor nutricional normalmente indicado pela digestibilidade, influenciam o consumo de matéria seca (CMS), o metabolismo microbiano e consequentemente o desempenho animal. A produtividade de ruminantes depende de sua habilidade para consumir e obter energia dos alimentos disponíveis (ALLEN, 1996). O conhecimento da ingestão de alimentos, por ser o principal fator a afetar o desempenho e a eficiência produtiva do animal, é necessário para a formulação de dietas, a predição do desempenho animal e o planejamento e controle do sistema de produção. Segundo o NRC (2001), estimativas precisas da ingestão de MS são necessárias para evitar sub ou superalimentação e aumentar a eficiência alimentar, promovendo o uso eficiente de nutrientes. Da variação total na ingestão de energia digestível entre animais e alimentos, 60 a 90% tem relação com o CMS e apenas 10 a 40% a digestibilidade (MERTENS, 1994). Apesar dos principais fatores que controlam o consumo de MS incluírem a densidade energética da dieta, capacidade do trato digestivo do animal e suas necessidades nutricionais, Malafaia et al. (2003) atribui o fato da diminuição do CMS quando há reduzido teor de PB do alimento na base da MS, sendo inferior a 7%, e segundo Van Soest (1994), para que não ocorra o comprometimento do consumo pelos animais, o teor mínimo de proteína bruta da dieta deve ser de 60 a 80g/kg MS. 2.7. Digestibilidade dos Nutrientes Segundo Owens (2005) a digestibilidade representa a fração do alimento degradada no trato digestivo e a fração indigestível, excretada sob a forma de fezes. A 28 digestibilidade da dieta total (digestibilidade da MS) e de frações da dieta ou nutrientes isolados como digestibilidade da matéria orgânica (MO), fibra em detergente ácido (FDA), fibra em detergente neutro (FDN), proteína, minerais, aminoácidos, podem ser determinados através de métodos, sendo estes o in vivo, in vitro e in situ. Medidas de digestibilidade têm contribuído significativamente para o desenvolvimento de sistemas, a fim de descrever o valor nutritivo dos alimentos (VAN SOEST, 1994) e o quanto estes são aproveitados pelos ruminantes. A população microbiana de ruminantes, tanto na digestão de carboidratos como na contribuição da proteína microbiana para suprir os requisitos da proteína animal tem sido estudadas. Os microrganismos ruminais digerem cerca de 70 a 85% da matéria seca digestível da ração, produzindo células microbianas, amônia, metano, dióxido de carbono e ácidos graxos de cadeia curta (COELHO da SILVA; LEÃO, 1979). Dessa forma, a digestibilidade do alimento irá refletir sobre seu aproveitamento pelos microrganismos do rúmen e expressar a capacidade do animal em utilizar, em maior ou menor escala, seus nutrientes. O consumo alimentar e a digestibilidade são parâmetros que estão relacionados com a qualidade das forrageiras, (RAYMOND, 1969). Dentre os fatores dietéticos que atuam no desempenho animal, estão: a composição físico-química dos alimentos que compõem a dieta, o consumo voluntário, as cinéticas de degradação e de digestão e a digestibilidade do alimento são os fatores que mais limitam a produção animal. A qualidade da silagem determina a quantidade e disponibilidade de nutrientes ingeridos e, consequentemente, a produção e desempenho animal. 2.7.1. Determinação da digestibilidade in vivo Foi na Estação Experimental de Weende, na Universidade de Goettingen na Alemanha, que a princípio, um dos primeiros ensaios de digestibilidade foi realizado, no entanto, acredita-se que antes de 1860 já eram realizados ensaios com animais para avaliações de nutrientes digestíveis totais por meio das perdas de nutrientes nas fezes. Nos ensaios, o alimento era pesado e fornecido aos animais, e um dia após o fornecimento as fezes eram coletadas, sendo esse processo realizado por um período de vários dias. As fezes coletas eram submetidas à análise química, utilizando-se dos mesmos métodos do alimento. 29 O ensaio de digestibilidade em gaiolas metabólicas no caso de ovinos, assim como hoje, consistia em mensurar a quantidade de nutrientes consumidos e excretados pelo animal (SCHNEIDER; FLATT, 1975). Andriguetto et al. (1990), reforça que a diferença entre o consumido e o excretado permite determinar as quantidades absorvidas de alguns nutrientes, determinando-se então os coeficientes de digestibilidade. A determinação pela colheita total de fezes requer rigoroso controle da ingestão e excreção, o que torna esse método tradicional trabalhoso e oneroso (BERCHIELLI et al., 2006). Porém é uma metodologia necessária para a quantificação do valor nutritivo dos alimentos (BUENO et al., 2004). De acordo com Carvalho (1992), o animal poderá expressar seu máximo potencial de produção quanto maior for a digestibilidade do alimento, uma vez que os nutrientes serão fornecidos aos vários processos fisiológicos. Para se determinar a digestibilidade total, apesar de ser considerada uma metodologia confiável, apresenta o inconveniente do alto custo, que está associado ao maior número de animais, instalações adequadas, gaiolas metabólicas e deve haver controle rigoroso de quantidade ingerida e excretada. Os animais devem permanecer confinados em baias individuais ou em gaiolas metabólicas que possibilitem movimentos, especialmente ao levantar-se e ao deitar-se, alimentação individual e adaptação, para que se possa fazer a colheita total de fezes e urina separadamente (BERCHIELLI et al., 2006). Mesmo com tantas limitações, ainda hoje os ensaios in vivo são os mais utilizados devido sua precisão nos resultados. 2.7.2. Determinação da degradabilidade ruminal in situ Diferente dos ensaios in vivo que necessitam de grandes quantidades de alimentos para caracterizar o real valor nutritivo do alimento, a degradabilidade in situ é uma técnica de baixo custo que estima mais facilmente o valor nutricional do alimento para ruminantes. Para isso requer uma pequena quantidade de amostra do alimento, permitindo o contato do mesmo com o ambiente ruminal não sofrendo qualquer evento digestivo como a mastigação, ruminação e mesmo passagem. Para tanto são utilizados animais canulados que passam por intervenção cirúrgica para que as cânulas sejam colocadas de modo a facilitar o manuseio de amostras e alimentos no rúmen (BERCHIELLI et al. 2006). Os animais canulados, ao 30 participarem do estudo devem estar com o ambiente ruminal adaptado aos ingredientes a serem avaliados, havendo a necessidade de passarem por um período de adaptação, assim, segundo Berchielli et al. (2006) irá ocorrer uma degradação mais eficiente dos ingredientes que foram incubados. A degradabilidade in situ é uma técnica muito empregada no final da década de 30 (HUNTINGTON; GIVENS, 1995) e sacos de seda eram utilizados por Quin et al. (1938), e por meio de estudos realizados por Mehrez; Ørskov & McDonald (1977) sacos de náilon vem sendo utilizados desde a década de 70, para estimar de maneira mais eficaz a degradabilidade potencial do alimento. Essa técnica permite medir a taxa de degradação do alimento em estudo por meio da incubação no rúmen do animal de amostras de alimento em sacos de náilon por determinado período de tempo, permitindo assim o contato direto do alimento com o ambiente ruminal e seu dinamismo. O período de tempo em que o alimento ficará alojado no rúmen para que sua degradabilidade seja determinada depende basicamente do objetivo em estudo, quando o alimento é uma forrageira, Huntington & Givens (1995) determinaram tempos de 0, 4, 8, 16, 24, 48, 72 e 96 horas. Um modelo não linear foi desenvolvido por Orskov & McDonald (1979), para determinar o percentual de proteína que é degradada no rúmen pela ação dos microrganismos, bem como a degradabilidade efetiva do material avaliado, este modelo é obtido pela seguinte equação 1: p = a + b (1 – e-ct) Em que: p = Degradabilidade potencial estimada (%), ou quantidade do substrato degradado no tempo t; a = fração rapidamente solúvel; b = fração que pode ser degradada se houver tempo; c = velocidade ou taxa de degradação da fração b; e = logaritmo que representa o tempo de colonização dos microrganismos nas partículas para início da degradação microbiana (lag time); t = tempo de incubação. 31 O valor de “a+b” representa o potencial máximo de degradação ou fração que poderá ser degradada no rúmen quando o tempo não for o limitante, além disso por meio dessa equação pode-se deduzir que, 100 – (a + b) equivale à porção do substrato que não foi degradada pelos microrganismos do rúmen. A degradabilidade do alimento tende a alcançar um máximo e estacionar à medida que o tempo passa e essa porcentagem de material realmente degradado é chamado de degradabilidade efetiva (DE), ela nos dá resultados mais próximos dos verdadeiros valores de degradação, para tanto, em sua equação são inseridos valores conhecidos da taxa de passagem do alimento pelo trato gastrintestinal. Equação 2: ⎡ (b * c ) ⎤ DE = a + ⎢ ⎥ ⎣ (c + kp ) ⎦ Em que: DE = Degradabilidade efetiva (%); a = fração rapidamente solúvel; b = fração que pode ser degradada se houver tempo c = velocidade ou taxa da degradação da fração b; kp = taxa de passagem da digesta do rúmen (5%/hora) A técnica in situ pode ser criticada por pelo menos quatro motivos, que segundo Broderick e Cochran (2000) seriam: (i) a contaminação microbiana do resíduo subestima a degradabilidade da matéria seca, (ii) o desaparecimento de material particulado não degradado superestima a degradação, (iii) o desaparecimento de nutrientes solúveis não degradados é classificado como fração A considerada prontamente solúvel, e interpretado como degradável, o que superestima a extensão de degradabilidade e (iv) a separação física de digesta contaminante dentro e fora dos sacos de naylon. 32 Figura 1- Esquema da cinética utilizada pelo modelo de Orskov & Mcdonald (1979) para descrição da degradação ruminal dos alimentos Segundo Huntington e Givens (1995), ocorre grande problema devido à falta de padronização da técnica sendo que pesquisadores que a utilizam divergem em determinados pontos como tamanho dos poros dos saquinhos, material utilizado para confecção dos saquinhos, grau de moagem das amostras, etc. Apesar disso, Gimenes et al., (2006) diz que a técnica tem sido utilizada com sucesso no Brasil para determinação da taxa de degradação MS, PB, FDN e FDA do alimento. 2.8. Parâmetros ruminais 2.8.1. Fermentação ruminal O rúmen é um ambiente complexo de temperatura ao redor de 39°C que possibilita a manutenção de padrões de fermentação que são benéficos ao hospedeiro, pois o animal hospedeiro não possui controle direto sobre o metabolismo dos microorganismos no seu sistema digestório, mas são capazes de manter dentro deste, condições favoráveis a esses seres, de modo a favorecer o processo fermentativo. (FURLAN, 2011). Segundo Church (1988), essa condição favorável do ambiente ruminal capaz de manter sua temperatura, pH e favorecer a anaerobiose para o crescimento microbiano, 33 se dá por meio do processo de mastigação e salivação, capazes de tamponar o ambiente ruminal, e também por meio da remoção dos gases CH4 e CO2 que são produzidos pelo processo de digestão dos alimentos ingeridos. 2.8.2. pH ruminal O pH ruminal é um importante parâmetro a ser avaliado, pois reflete diretamente as características da dieta, além de afetar não só produtos finais da fermentação, mas também a taxa de crescimento das bactérias e dos protozoários, podendo, dessa forma, ocorrer variações nos microrganismos predominantes no rúmen (LAVEZZO et al., 1998). A diminuição do pH reduz a degradabilidade da proteína, celulose, hemicelulose e pectina, embora seus efeitos sejam menores sobre a digestão do amido (HOOVER; STOKES, 1991). O pH do fluido ruminal pode variar entre 5,5 e 6,5, para dietas concentradas, e 6,2 e 7,0, para dietas constituídas exclusivamente de volumosos. Segundo Hoover (1986), a faixa de pH ideal para a ótima digestão da fibra varia de 6,2 a 7,0; Van Soest (1994) sugere que este valor seria de 6,7. 34 35 3 . OBJETIVOS: 3.1. Geral Realizar os parâmetros agronômicos das plantas inteiras de milho de duas variedades com e sem o gene Bt e avaliar se as silagens provenientes dessas plantas com o gene Bt apresentam características nutricionais similares as suas contrapartes convencionais. 3.2. Específico Avaliar os danos qualitativos do ata que das lagartas do cartucho e da espiga nas plantas inteiras de milho com e sem o gene Bt, bem como avaliações químicas e morfológicas dessas plantas e as silagens provenientes desses cultivos serão fornecidas aos animais com a finalidade de estimar o efeito da alimentação de ovinos com silagem de milho com o gene Bt e suas contrapartes convencionais sem o gene Bt sobre o valor nutritivo das dietas. Avaliar a degradabilidade in situ da matéria seca (MS) e da fibra solúvel em detergente neutro (FDN) das silagens e os parâmetros fermentativos ruminais como pH em ovinos fistulados no rúmen. 36 3.3 Hipótese experimental: Não existe diferença entre o consumo e aproveitamento de nutrientes das silagens de milho com o gene Bt e de suas contrapartes convencionais sem o gene Bt pelos ruminantes. 37 4. MATERIAL E MÉTODOS: 4.1. Avaliação agronômica, infestação por pragas e ensilagem A primeira etapa do experimento que compreendeu o plantio, colheita, avaliações agronômicas, avaliações de infestação e danos por pragas e ensilagem dos milhos convencionais e suas contrapartes com o gene Bt, foi conduzida no Pólo Centro Leste da Agência Paulista de Pesquisa dos Agronegócios – APTA em Ribeirão Preto, SP. As sementes dos milhos híbridos AG 8088 (Agroceres) e DKB 390 (Dekalb), com ou sem o gene Bt, foram plantadas no dia 11 de novembro de 2009. O plantio foi realizado por semeadora mecânica regulada para depositar sete sementes/m e com espaçamento de 0,90 m entre as fileiras. As parcelas experimentais foram constituídas de oito fileiras de 12 m, eliminando-se um metro em cada extremidade. Foram tratadas com fungicidas e inseticidas, sendo o manejo da lavoura realizada da seguinte forma: adubação de 250kg de 24-28-20 para todos os tratamentos e uma aplicação de detametrina aos 40 dias após o plantio somente na lavoura convencional. A avaliação da infestação pela lagarta-do-cartucho foi realizada quando as plantas de milho tinham idade de 15, 22, 29, 36 e 42 dias e quando tinham idade de 57, 71, 78 e 85 dias foram realizadas avaliações da infestação pela lagarta-da-espiga em cinco plantas por repetição (25 plantas por tratamento). Foram atribuídas notas de danos de 0 a 5 de acordo com Carvalho (1992) e observados número de lagarta-do-cartucho 38 por planta, onde: 0 - plantas sem folhas danificadas; 1- plantas com raspadura na folha; 2- plantas apresentando furos nas folhas; 3- plantas apresentando furos nas folhas e alguma lesão no cartucho; 4 – plantas apresentando cartucho destruído; 5 – plantas mortas. A avaliação de danos da lagarta da espiga foi realizada pela escala proposta por Widstrom (1967), que atribui notas de 0 a 4, onde: 0 - não existe inseto na espiga; 1 – o inseto penetrou na espiga comendo o estilo-estigma sem atingir a ponta do sabugo; 2- o inseto penetrou até o sabugo, não se aprofundando mais que 1 cm; 3 – o inseto penetrou até o sabugo, não se aprofundando mais que 2 cm; 4- o inseto penetrou até o sabugo, não se aprofundando mais que 3 cm. A incidência da lagarta-do-cartucho e da lagarta-da-espiga em porcentagem de plantas infestadas, quantidade de lagartas nas plantas e notas de danos foram submetidas à análise de deviance (Nelder & Wedderbrun, 1972). Com o estágio do grão de pastoso a farináceo, os tratamentos foram colhidos com a mesma idade cronológica, aos 93 dias, após o plantio, foi realizada avaliação da produção agronômica e coleta para separação das partes e ensilagem, as amostras foram encaminhadas ao laboratório de bromatologia do Instituto de Zootecnia de Nova Odessa para análises de PB, EE, MM, FDN, FDA, hemicelulose e lignina. Foram determinados os teores de MS, PB, EE e MM de acordo com Silva e Queiroz (2009), o FDN e o FDA de acordo com o método de Van Soest et al. (1991) e hemicelulose através da diferença entre FDN e FDA. As determinações de FDN e FDA foram corrigidas para cinzas. A MO foi calculada pela diferença entre a MS e a MM. Os carboidratos não fibrosos (CNF) e hemicelulose (HEM) foram calculados de acordo com Van Soest et al. (1991) a partir da fórmula: CNF = 100 – (%FDN + %PB + %EE + %MM) HEM = FDN - FDA As colheitas integrais das parcelas foram realizadas com ensiladeira mecânica sendo confeccionados 20 silos experimentais em tambores com capacidade de 200 L para a segunda etapa que compreendeu os ensaios de digestibilidade aparente e de 39 degradabilidade in situ realizados no Instituto de Zootecnia de Nova Odessa-SP. Após a compactação, os tambores foram vedados com tampas e abraçadeiras. Foram ensilados em média 120 kg por tambor (densidade de 600 kg/m3) totalizando 600 kg de silagem por tratamento. 4.2. Animais e Instalações A segunda etapa do experimento que envolveu animais foi conduzida nas dependências da Unidade de Ovinos do Instituto de Zootecnia – IZ, Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Secretaria e Agricultura e Abastecimento (SAA), localizado no município de Nova Odessa/SP e foi aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) do Instituto de Zootecnia (IZ). Para a realização do estudo de digestibilidade aparente que compreendeu três fases: adaptação, medição do consumo máximo e coleta de fezes, foram utilizados 20 ovinos mestiços com idade ao redor de 12 meses, e peso médio de 32±3,1 kg. Estes foram alojados em gaiolas de metabolismo com coletor e separador de fezes e urina. Figura 2 - Gaiolas de metabolismo para ovinos providas de comedouro, bebedouro e separador de fezes e urina. 40 Figura 3 – Tambores de capacidade de 200 L em que foram armazenadas as silagens de milho transgênico e suas contrapartes convencionais. Para a realização da segunda etapa do experimento que compreendeu a degradabilidade in situ e parâmetros ruminais como pH ruminal e determinação de concentração de amônia, foram utilizados 4 ovinos adultos mestiços e inteiros com cânula no rúmen, estes ficaram alojados em baias individuais cobertas, providas de comedouro, bebedouro e cama de bagaço de cana que era trocada regularmente. Para ambas as etapas, os animais receberam diariamente silagem de milho com presença ou ausência do gene Bt no período da manhã e da tarde, bem como sal mineralizado e água à vontade. 4.2.1. Digestibilidade aparente Para a realização desse estudo os animais foram dispostos em delineamento de blocos casualizados com cinco repetições por tratamento, foram alimentados exclusivamente com silagem de duas variedades de milho, AG 8088 (híbrido de milho da Agroceres) e DKB 390 (híbrido de milho da Dekalb) e suas contrapartes com presença do gene Bt, compreendendo os seguintes tratamentos: Trat A: silagem de milho AG; Trat B: silagem de milho transgênico AG Bt; 41 Trat C: silagem de milho DKB; Trat D: silagem de milho transgênico DKB Bt. Os animais foram alojados em gaiolas de metabolismo, providas de comedouro e bebedouro e com coletor e separador de fezes e urina durante 21 dias, sendo 8 dias de adaptação à dieta, 7 dias de determinação do consumo voluntário, seguido por 6 dias de colheita de fezes, segundo metodologia de Schneider & Flat (1975), para mensurar os coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), matéria mineral (MM), proteína bruta (PB), fibra de detergente neutro (FDN), fibra de detergente ácido (FDA), extrato etéreo (EE), hemicelulose (HEM), celulose (CEL), lignina (LIG) e carboidratos não fibrosos (CNF). Figura 4 - Ovinos em gaiolas de metabolismo na fase de adaptação, consumo voluntário e coleta de fezes e urina. A composição química das plantas inteiras de híbridos de milho utilizados para a confecção das silagens, bem como a composição bromatológica e pH das silagens utilizadas nos dois experimentos (digestibilidade aparente e degradabilidade in situ) e que foram ofertadas aos animais duas vezes ao dia no período da manhã às 7 horas e no período da tarde às 16 horas encontram-se nas Tabelas 5 e 1 respectivamente. 42 Tabela 1- pH e composição bromatológica das silagens contendo o gene Bt e de suas contrapartes convencionais sem o gene Bt Composição Bromatológica (%) MS PB EE MM FDA FDN CEL LIG CNF MO HEM pH AG 27,16 7,10 1,82 3,54 29,72 52,35 23,66 6,06 35,19 96,46 22,63 3,84 Tratamentos AG Bt DKB 27,93 27,78 6,54 7,39 2,18 2,63 3,82 3,64 30,69 30,43 54,7 49,39 24,06 23,9 6,65 6,53 32,76 36,95 96,18 96,36 24,01 18,96 3,66 3,58 DKB Bt 26,65 6,99 1,71 3,50 29,85 52,81 23,59 6,57 34,99 96,50 22,96 3,68 MS = Matéria seca; PB = Proteína Bruta; EE = Extrato etéreo; MM = Matéria mineral; FDA = Fibra em detergente ácido; FDN = Fibra em detergente Neutro; CEL = celulose; LIG = lignina; CNF = Carboidratos não Fibrosos, MO = Matéria Orgânica e HEM = hemicelulose O período de adaptação foi de 8 dias e silagem ad libitum fornecida para garantir a máxima ingestão do alimento, logo após, deu-se início ao período de medição do consumo voluntário durante 7 dias. Os animais foram alimentados diariamente com silagem de milho ad libitum, com fornecido entre 10 – 15% acima do ingerido para garantir ingestão máxima. Os valores de sobras foram ajustados diariamente. Amostras dos alimentos oferecidos e sobras foram colhidos e armazenadas em congelador a 20°C. Figura 5 – Sobra de silagem no comedouro. 43 Em seguida, deu-se início ao terceiro período, em que foi efetuado o cálculo de consumo total de matéria seca (CTMS) e foi fornecido aos animais 90% desse valor durante oito dias, de forma a garantir a máxima ingestão homogênea do alimento. No segundo dia após restrição da oferta da dieta, foi mensurada a produção total de fezes por seis dias. A produção de fezes foi pesada diariamente, pela manhã, e uma alíquota de 10% foi identificada e armazenada em congelador. Posteriormente as amostras diárias de fezes foram descongeladas, e homogeneizadas para composição de uma amostra composta por animal, sendo pesadas e colocadas em estufa de ventilação forçada a 55oC até peso constante. Figura 6- Parte inferior da gaiola de metabolismo com coletor contendo separador de fezes e urina; separador contendo balde para coletar a urina e separador contendo saco plástico para coletar as fezes. As amostras dos alimentos oferecidos, das sobras e das fezes foram devidamente identificadas e homogeneizadas para obtenção de uma amostra composta, pesadas e colocadas em estufa de circulação de ar, mantidas a 55o C até peso constante. Após voltarem à temperatura ambiente foram novamente pesadas e moídas em moinho tipo “Willey” provido de peneira com malha de dois mm para posterior análise bromatológica. As análises foram realizadas no Laboratório de Análises Bromatológicas e Minerais do Instituto de Zootecnia/NO-SP e para se determinar os teores dos nutrientes foram utilizados os mesmos cálculos citados anteriormente para obtenção dos teores desses nutrientes da planta inteira de milho. 44 Já os nutrientes digestíveis totais (NDT) foram calculados de acordo com Weiss (1992) a partir da seguinte fórmula: %NDT = PB + (EED x 2,25) + FDND + CNFD (NRC, 2001). Sendo: EED = Extrato etéreo digestível FDND = Fibra em detergente neutro digestível CNFD = Carboidratos não fibrosos digestível E.Dig. MS/ha = planta (tMS/ha) * (%NDT) /100 Sendo: E. Dig. MS/ha = Energia digestível de MS/ha Foi utilizado o delineamento em blocos ao acaso, em esquema fatorial do tipo 2x2 (duas variedades de culturas de milho para silagem, com presença ou ausência do gene Bt), com cinco animais por tratamento. As variáveis estudadas foram submetidas à análise de variância ao nível de 5% de significância utilizando utilizando o "General Linear Models Procedure" (PROC GLM) do "Statistical Analysis Sistem" (SAS) institute 2001. 4.2.2. Determinação do pH das silagens Após a desensilagem, foi coletado 50 mL de extrato de cada tratamento por meio de prensagem, o pH foi determinado no extrato utilizando-se o potenciômetro digital da marca Analyzer, modelo pH 300, calibrado com soluções tampão de pH 4,0 e 7,0. Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado (DIC). 4.2.3. Cálculos do coeficiente de digestibilidade aparente dos nutrientes Berchielli et al. (2006) menciona que a digestibilidade de qualquer nutriente da dieta (ND) pode ser calculado, desde que as quantidades do ingerido e do excretado e da 45 porcentagem do nutriente determinada no alimento e fezes sejam conhecidas, assim para os cálculos de ND foi utilizado a seguinte fórmula: CDAND (%) = (MS ingerida x % nutrientes) – (MS excretada x % nutrientes) x100 (MS ingerida x % nutrientes) De acordo com os mesmos autores, a digestibilidade da matéria seca (DMS) foi determinada pela diferença entre quantidade consumida e excretada pelo animal num dado período de tempo, representado por: CDAMS (%) = MS ingerido – MS excretada x 100 MS ingerida 4.3. Degradabilidade in situ da MS Para avaliação da degradabilidade in situ foram utilizados quatro ovinos adultos mestiços inteiros, fistulados no rúmen, alojados em baias individuais, durante 56 dias, compreendendo 4 períodos. O delineamento utilizado foi o quadrado latino em esquema fatorial (2x2) (Tabela 2) com quatro repetições por tratamento, além de sal mineralizado e água a vontade. Tabela 2 – Delineamento em quadrado latino 4X4 e esquema fatorial 2X2 PERÍODOS ANIMAL 1 2 3 4 I AGBt DKB AG DKBBt II DKBBt AG AGBt AG III AG AGBt DKBBt DKB IV DKB DBBt DKB AGBt AG: silagem de híbrido de milho da Agroceres; AGBt: silagem de híbrido de milho da Agroceres com a inserção do gene Bt; DKB: silagem de híbrido de milho da Dekalb; DKBBt: silagem de híbrido de milho da Dekalb com a inserção do gene Bt. 46 Após cada período de 14 dias as dietas eram trocadas e então iniciado um novo período de adaptação. Os animais foram alimentados com silagem de milho dos tratamentos: AG, AGBt, DKB e DKBBt em esquema quadrado latino como descrito anteriormente, nos períodos da manhã e da tarde. As determinações da degradabilidade da MS e FDN dos tratamentos foram realizadas pela técnica in situ, conforme padronização descrita por Huntington e Givens (1995). As amostras de silagem de milho correspondentes aos quatro tratamentos, após secos em estufa de circulação de ar, mantidas a 55o C até peso constante como descrito anteriormente, foram moídos em moinho tipo “Willey” provido de peneira de 6 mm e amostras de 7g colocadas nos sacos de náilon de 5 X 9 cm, com porosidade de 50 X 70 µm da marca Ankon, juntamente com duas bolinhas de vidro para manter os sacos submersos no conteúdo ruminal. Para cada período desse experimento, os animais tiveram adaptação à dieta de nove dias, logo após, diariamente durante 5 dias foram introduzidos no rúmen dos animais os sacos de náilon e os tempos de incubação no rúmen foram de: 3, 9, 24, 48, 72 e 96 horas. O saco de náilon correspondente ao tempo zero (0), não foi colocado no rúmen por representar a fração “a”, que é prontamente solúvel. Os tempos de incubação dos sacos no rúmen foram efetuados de maneira reversa, para que todos fossem retirados ao mesmo tempo. Figura 7 – Introdução dos sacos de náilon para incubação no rúmen 47 Após a retirada, os sacos incubados no rúmen incluindo o saco com a amostra correspondente ao tempo zero, foram lavados em máquina de lavar até que o líquido da lavagem se apresentasse límpido, sendo em seguida colocados em estufa de circulação forçada a 55°C até peso constante de acordo com a recomendação técnica de Cummins et al. (1983). Quando foram retirados da estufa atingiram a temperatura ambiente foram pesados para que fosse determinado a quantidade de resíduos obtidos, então o conteúdo foi moído novamente em moinho tipo “Willey” provido de peneira de 2 mm, em seguida as amostras foram encaminhadas para análise bromatológica no Laboratório de Análises Bromatológicas e Minerais do Instituto de Zootecnia/NO-SP para determinação dos teores de MS e FDN segundo Silva e Queiroz (2009) e Van Soest et al. (1991), respectivamente. Os cálculos para a porcentagem de desaparecimento da matéria seca (%DMS) e fibra em detergente neutro (%FDN) das silagens incubadas no rúmen foram realizados da seguinte maneira: PSA - PS = PA PSI - PS = PAI % DMS (ou % FDN ) = ( PA − PAI ) x100 PA Onde: PSA = peso saco com amostra PS = peso saco vazio PA = peso amostra PSI = peso saco incubado PAI = peso da amostra pós-incubação A porção da amostra que desapareceu do saco durante a incubação foi considerada como degradada. Os dados de degradação in situ da MS e FDN foram ajustados no modelo matemático proposto por Ørskov e McDonald (1979): p = a + b (1 – e-ct) 48 Em que: p = Degradabilidade potencial estimada (%), ou quantidade do substrato degradado no tempo t; a = fração rapidamente solúvel; b = expressa a fração que será degradada no tempo; c = taxa de degradação na qual a fração descrita por b será degradada por hora; e = logaritmo que representa o tempo de colonização dos microrganismos nas partículas para início da degradação microbiana (lag time); t = tempo de incubação. A degradabilidade efetiva (De) representa a quantidade que realmente se degrada e é definida pelo tempo no qual o alimento está presente no rúmen (ORSKOV et al. 1980). A degradabilidade efetiva foi calculada através da seguinte fórmula: De = a + b x c c+k Onde: k: representa a taxa de saída do rúmen por hora, podendo variar de 0,01 a 0,1, ou seja, 1% a 10% por hora, respectivamente (ORSKOV et al. 1980). O AFRC, 1992 recomenda que seja usado o valor de 0,02/h para animais recebendo ração completamente moída e/ou em baixo nível alimentar (uma vez a mantença), 0,05/h para vacas leiteiras de baixa produção (menos que 15 kg de leite/dia) ou gado de corte recebendo alto nível de dietas mistas (menos que 2 vezes a mantença) e 0,08/h para vacas leiteiras de alta produção (mais que 15 kg de leite/dia) recebendo dietas mistas (mais que 2 vezes a mantença). As equações de degradação in situ e dos parâmetros (a, b, c) foram estimadas pelo método interativo provido pelo SAS. Para as análises estatísticas foi adotado um nível de 5% de probabilidade de erro. 49 4.4. Parâmetros Ruminais Após 15 dias de adaptação aos alimentos de cada subperíodo foi efetuada coleta de liquido ruminal em três horários distintos: antes da alimentação (0) e 3 e 6 h após alimentação. O líquido ruminal foi colhido em béquer de vidro, que permaneceu envolto em gelo durante o tempo de amostragem dos quatro animais. Posteriormente foi centrifugado imediatamente para separar o sobrenadante das partículas do conteúdo ruminal. Foram efetuadas determinações do pH. 4.4.1. Determinação do pH ruminal O pH foi mensurado imediatamente após a colheita de aproximadamente 100 ml de fluído ruminal, nos mesmos tempos descritos anteriormente. Os valores foram obtidos de um peagâmetro digital, calibrado com soluções tampão de pH 4,0 e 7,0. 50 51 5. RESULTADOS 5.1. Danos causados por lagartas pragas do milho 5.1.1. Danos causados pela Spodoptera frugiperda em híbridos de milho Os danos causados pela lagarta-do-cartucho menor que 15 mm nas variedades de milho contendo o gene Bt e em suas contrapartes sem o gene Bt, são apresentados na Tabela 3. Os danos provocados pela infestação de lagarta-do-cartucho nas variedades de milho DKB e AG sem o gene Bt aos 15 dias, foi superior (p<0,05) que às suas contrapartes isogênicas com o gene Bt. Com a idade de 22 dias após o plantio a variedade DKB sem o gene Bt sofreu ataque significativo da lagarta-do-cartucho (p<0,05), em relação à sua contraparte convencional com o gene Bt. A variedade AG sem o Bt sofreu danos significativos (p<0,01) em relação a sua contraparte convencional com o gene Bt. Nos dias 29, 36 e 42 dias após o plantio, foram observados danos significativos provocados pela lagarta-do-cartucho a nível de 1% de significância (p<0,01), nas variedades de milho AG e DKB sem o gene em relação as suas contrapartes convencionais, onde, aos 29 dias, a variedade DKB sem o gene apresentou maior valor (2,44) em relação a sua contraparte com o gene Bt (1,60). A variedade AG sem o gene sofreu danos superiores (2,68) em relação a sua contraparte com o gene Bt (1,52). 52 Aos 36 dias a variedade DKB sem o gene Bt apresentou danos de 2,68 enquanto a sua contraparte com o gene Bt apresentou valor de 1,72. O mesmo foi observado para a variedade AG sem o gene Bt, que sofreu danos elevados (2,84) em relação a sua contraparte com o gene Bt (1,52). A variedade DKB sem o gene Bt apresentou maiores danos provocados pela lagarta-do-cartucho (2,92) em relação a sua contraparte com o gene Bt (1,60), sendo o mesmo observado para a variedade AG sem o gene Bt, que apresentou danos superiores (2,80) em relação a sua contraparte com o gene Bt (1,68) aos 42 dias após o plantio. Os danos causados devido a infestação da lagarta-do-cartucho na variedade DKB com o gene Bt, apesar de não ter sido realizado uma análise estatística, foi levemente superior na variedade AG com o gene Bt aos 15, 22, 29 e 36 dias após o plantio. Tabela 3- Avaliação qualitativa de danos (0 a 5) causados pela Spodoptera frugiperda em variedades de milho contendo o gene Bt e em suas contrapartes sem o gene Bt. Idade Variedades sem gene Bt Variedades com gene Bt (dias) Variedade Média SE Média SE 15 22 29 36 42 DKB 1,76a ±0,14 1,28b* ±0,20 AG 2,08a ±0,27 1,04b* ±0,11 DKB 2,52a ±0,12 1,80b* ±0,15 AG 2,28a ±0,12 1,60b** ±0,11 DKB 2,44a ±0,15 1,60b** ±0,20 AG 2,68a ±0,15 1,52b** ±0,12 DKB 2,68a ±0,13 1,72b** ±0,11 AG 2,84a ±0,09 1,52b** ±0,10 DKB 2,92a ±0,13 1,60b** ±0,10 AG 2,80a ±0,13 1,68b** ±0,14 Letras diferentes na mesma linha indicam diferença significativa pelo teste de Mann-Whitman U; *p<0,05; p<0,01 53 5.1.2. Danos causados pela Helicoverpa zea em híbridos de milho Foi observado que aos 57 dias após o plantio, a variedade DKB sem o gene Bt sofreu um maior ataque da lagarta-da-espiga (p<0,001), em relação a sua contraparte isogênica próxima com o gene Bt. O mesmo foi observado para a variedade AG sem o gene em relação a sua contraparte isogênica próxima com o gene Bt (Tabela 4). Com a idade de 71 dias após o plantio a variedade DKB sem o gene sofreu maiores danos provocados pela lagarta-da-espiga (p<0,05) em relação à sua contraparte com o gene Bt. A variedade AG sem o gene não sofreu danos significativos em relação a sua contraparte com o gene Bt. Aos 78 dias de idade a variedade DKB sem o gene sofreu dano significativo (p<0,05) em relação à sua contraparte isogênica próxima com o gene Bt. A variedade AG sem o gene não sofreu dano significativo em relação a sua contraparte isogênica próxima com o gene Bt. Aos 85 dias a variedade DKB sem o gene apresentou elevado dano causado pela lagarta da espiga (p<0,01), em relação a sua contraparte com o gene Bt. A variedade AG sem o gene não sofreu danos significativos provocados pelo ataque da lagarta-da-espiga em relação a sua contraparte com o gene Bt. Tabela 4- Avaliação qualitativa de danos na espiga (0 a 4) causados pela Helicoverpa zea em variedades de milho contendo o gene Bt e em suas contrapartes sem o gene Bt Idade (dias) Variedades sem gene Bt Variedade Média 57 71 78 85 SE Média SE Variedades com gene Bt Média SE DKB 2,32a ±0,16 0,68b** ±0,17 AG 1,84a ±0,15 0,60b** ±0,17 DKB 1,12a ±0,13 0,56b* ±0,10 AG 0,84a ±0,14 0,72a ±0,11 DKB 1,40a ±0,19 0,64b* ±0,16 AG 0,96a ±0,20 1,04a ±0,17 DKB 2,32a ±0,17 AG 1,80a ±0,16 Média SE 1,00b** ±0,19 1,40a ±0,18 Letras diferentes na mesma linha indicam diferença significativa pelo teste de Mann-Whitman U; *p<0,05; **p<0,01 54 5.2. Composição química da planta inteira de milho com e sem o gene Bt Na Tabela 5 de composição química das plantas inteiras de milhos, as variedades AG e DKB com e sem o gene Bt, não apresentaram diferença significativa (p>0,05) para OGM e interação dos teores de MS, EE, FDN, nitrogênio insolúvel em detergente neutro (NIDN), FDA, nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA), lignina, celulose, hemicelulose, CHOT e CNF. Houve diferença significativa entre as variedades com o gene Bt para a PB (p<0,05), sendo que a inserção do gene Bt diminuiu o teor desse nutriente quando comparado às variedades sem o gene. Tabela 5- Composição química das variedades de milho contendo o gene Bt e de suas contrapartes convencionais sem o gene Bt no momento do corte. MS PB EE FDN NIDN FDA NIDA Lignina Celulose Gene Sem Bt Com Bt Medias Variedades DKB AG 30,13 30,59 29,26 31,59 29,69 31,09 Sem Bt Com Bt Medias Sem Bt Com Bt Medias Sem Bt Com Bt Medias 6,89 6,82 6,85 2,50 2,30 2,40 50,72 54,29 52,50 7,68 6,32 7,00 2,48 2,23 2,35 53,77 53,75 53,76 Sem Bt Com Bt Medias Sem Bt Com Bt Medias Sem Bt Com Bt Medias Sem Bt Com Bt Medias Sem Bt Com Bt Medias 12,20 12,04 12,12 27,93 29,07 28,50 15,55 16,74 16,14 3,75 4,20 3,97 23,60 24,28 23,94 12,48 14,02 13,25 27,72 28,33 28,02 14,46 14,10 14,28 4,46 4,42 4,44 22,74 23,41 23,07 Medias 30,36 30,42 55 Valores de P OGM Inter C.V(%) NS NS 5,23 7,28a 6,57b * NS 8,33 2,49 2,26 NS NS 9,44 52,24 54,02 NS NS 3,93 12,34 13,03 NS NS 14,67 27,82 28,70 NS NS 5,35 15,00 15,42 NS NS 16,01 4,10 4,31 NS NS 9,63 23,17 23,84 NS NS 5,15 Tabela 5- Composição química das variedades de milho contendo o gene Bt e de suas contrapartes convencionais sem o gene Bt no momento do corte. Continuação Hemicelulose CHO totais CNF Gene Sem Bt Com Bt Medias Variedades DKB AG 22,79 26,05 25,22 25,42 24,00 25,73 Sem Bt Com Bt Medias Sem Bt ComBt Medias 87,04 87,28 87,16 36,31 32,97 34,64 Valores de P Inter C.V(%) NS 7,81 Medias 24,42 25,32 OGM NS 86,78 87,64 NS NS 0,87 34,52 33,60 NS NS 6,69 86,52 88,00 87,26 32,74 34,24 33,49 Letras diferentes na mesma coluna indicam diferença significativa pelo teste de Tukey a 5% Não Bt = isogênicos próximos de DKB 390 ou AG 8088 que não contem o gene Bt (contraparte convencional) Probabilidade = resultado da análise de variância Bt = Bacillus thuringiensis e Inter = interação X variedade 5.3. Características morfológicas da planta inteira de milho com e sem o gene Bt Na Tabela 6 encontram-se as características morfológicas, estruturais e produtivas das variedades de milho DKB e AG contendo ou não o gene Bt. Não houve diferenças significativas (p>0,05) para OGM e interação de número de plantas/ha, espiga (t MS/ha), pendão (tm/ha), colmo (tm/ha) folha (t MS/ha), % colmo, % espiga, % folha e % pendão. A utilização de plantas transgênicas resultou em maior produção e percentual de material morto (p<0,05). Tabela 6- Características morfológicas, estruturais e produtivas das variedades de milho com o gene Bt e de suas contrapartes convencionais sem o gene Bt no momento do corte. N plantas/ha Gene Sem Bt Com Bt Medias Variedades DKB AG 57332 52221 70443 63703 63887 57962 56 Medias 54776 67073 Valores de P OGM Inter C.V. (%) NS NS 8,88 Tabela 6- Características morfológicas, estruturais e produtivas das variedades de milho com o gene Bt e de sua contrapartes convencionais sem o gene Bt no momento do corte. Continuação Gene Variedades DKB AG Medias Valores de P OGM Inter C.V. (%) Sem Bt Com Bt Medias Sem Bt Com Bt Medias Sem Bt Com Bt Medias 16,31 19,19 17,75 4,58 5,89 5,23 50,72 54,29 52,50 15,50 16,95 16,22 3,91 4,64 4,27 53,77 53,75 53,76 15,90 18,07 NS NS 10,64 4,24 5,26 NS NS 14,18 52,24 54,02 NS NS 10,84 Sem Bt Folha (t ms/ha) Com Bt Medias Sem Bt M.Morto(tms/ha) Com Bt Medias Sem Bt Pendão (tms/h) Com Bt Medias Sem Bt M. morto (%) Com Bt Medias Sem Bt Pendão (%) ComBt Medias Sem Bt Colmo (%) Com Bt Medias Sem Bt Espiga (%) Com Bt Medias Sem Bt Folha (%) Com Bt Medias Sem Bt h Planta (m) Com Bt Medias Sem Bt h Espiga (m) Com Bt Medias 2,14 2,55 2,34 0,38 0,59 0,48 0,18 0,23 0,20 2,67 3,53 3,10 1,30 1,32 1,31 31,33 33,10 32,21 50,03 47,64 48,83 14,67 14,39 14,53 1,99 2,08 2,03 1,18 1,30 1,24 2,04 2,48 2,26 0,47 0,71 0,59 0,18 0,28 0,23 2,59 3,40 2,99 1,25 2,00 1,62 29,81 26,71 28,26 50,94 31,19 41,06 15,38 12,27 13,82 1,97 1,73 1,85 1,05 1,76 1,40 2,09 2,51 NS NS 14,45 0,42b 0,65a * NS 34,72 0,18 0,25 NS NS 18,51 2,63b 3,46a * NS 32,88 1,27 1,66 NS NS 13,86 30,57 29,90 NS NS 11,14 50,48 39,41 NS NS 22,83 15,02 13,33 NS NS 25,75 1,98 1,90 NS NS 12,55 1,11 1,53 NS NS 21,46 Planta (tms/ha) Colmo(tms/ha) Espiga(tms/ha) 57 Tabela 6- Características morfológicas, estruturais e produtivas das variedades de milho com o gene Bt e de sua contrapartes convencionais sem o gene Bt no momento do corte. Continuação Espiga:Colmo Gene Sem Bt ComBt Medias Variedades DKB AG 1,60 1,74 1,43 1,48 1,51 1,61 Medias 1,67 1,45 OGM NS Valores de P Inter C.V. (%) NS 7,59 Letras diferentes na mesma coluna indicam diferença significativa pelo teste de Tukey a 5% Não Bt = isogênicos próximos de DKB 390 ou AG 8088 que não contem o gene Bt (contraparte convencional) Probabilidade = resultado da análise de variância Bt = Bacillus thuringiensis e Inter = interação X variedade 5.4. Digestibilidade aparente in vivo Na tabela 7 estão dispostas as médias do consumo total de matéria seca (CTMS g/dia e CTMS %PV) e os coeficientes de digestibilidade aparente (CDA) da matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), extrato etéreo (EE), Celulose, carboidratos não fibrosos (CNF), hemicelulose e matéria orgânica (MO), bem como nutrientes digestíveis totais (NDT) e energia digestível de MS/ha. Ao analisar os parâmetros relacionados à CTMS (g/dia) e CTMS %PV, observou-se interação significativa (p<0,05). O CTMS (g/dia) e em %PV das variedades transgênicas foi inferior às convencionais (p>0,05), entre os convencionais houve maior consumo do AG em relação ao DKB e entre os transgênicos não houve diferença (p<0,05). Com relação a digestibilidade dos nutrientes da MS, FDN, FDA, EE, CNF, HEM, MO não apresentaram diferença estatística (p>0,05), com exceção da PB que apresentou efeito para OGM e da celulose para efeito de variedade (p<0,05). Os animais que consumiram a silagem de milho geneticamente modificado apresentaram um menor CDA da PB que aqueles que consumiram as silagens sem o gene Bt, diferindo-se estatisticamente (p<0,05). A variedade AG foi a que apresentou um menor CDA da celulose diferindo estatisticamente (p<0,05) da variedade DKB. O valor de NDT da variedade DKB sem o gene Bt apresentou-se levemente elevado (66,06) em relação à variedade AG sem o gene Bt (63,45). Com a inserção do gene Bt, a variedade DKB apresentou maior valor (65,65) em relação à variedade AG com o gene Bt 58 (63,02). As médias dos valores de NDT das variedades sem o gene foram similares às variedades com o gene Bt. Com relação à energia digestível de matéria seca/ha, todas as silagens com o gene Bt, apresentaram valores superiores. Tabela 7- Médias de consumo da MS CTMS (g/dia), CTMS (%PV), médias observadas para os coeficientes de digestibilidade aparente (CDA) da MS, PB, FDN, FDA, EE, Celulose, CNF, Hemicelulose e MO de silagens de variedades de milho com e sem o gene Bt, consumidas por ovinos na Digestibilidade (32 ± 3,1 kg peso), NDT e E. Dig. MS/ha Gene Sem Bt CTMS (g/dia) Com Bt Medias Sem Bt CTMS (% PV) Com Bt Medias Sem Bt CDA MS Com Bt Medias CDA PB CDA FDN CDA FDA CDA EE Sem Bt Com Bt Medias Sem Bt Com Bt Medias Sem Bt Com Bt Medias Sem Bt Com Bt Medias Variedades DKB AG Medias Ba Aa 637,52 779,36 708,44 590,78Ab 575,15Ab 582,96 614,15 677,25 1,99Ba 2,34Aa 2,16 1,86Ab 1,79Ab 1,82 1,92 2,06 55,00 56,54 55,77 57,49 54,24 55,87 56,24 55,39 47,07 42,58 44,82 47,29 51,33 49,31 46,79 45,44 46,12 75,03 67,15 71,09 Sem Bt 53,12 CDA Celulose Com Bt 54,27 Medias 53,69A Sem Bt 93,18 CDA CNF Com Bt 92,99 Medias 93,08 Sem Bt 47,93 CDA Hemicel. Com Bt 58,9 Medias 53,42 Sem Bt 65,63 CDA MO Com Bt 66,09 Medias 65,86 Valores de P Variedade OGM 0,071 0,001 Inter 0,02 C.V. (%) 11,56 0,117 0,03 9,82 0,001 0,673 0,96 0,24 8,00 48,09 38,25 43,17 48,38 49,2 48,79 41,92 42,53 42,22 70,27 76,4 73,34 47,58a 40,42b 0,471 0,006 0,25 11,37 47,83 50,27 0,813 0,28 0,47 10,00 44,36 43,98 0,096 0,867 0,65 11,13 72,65 71,78 0,542 0,811 0,07 11,23 47,07 49,21 48,14B 89,44 90,82 90,13 57,63 57,69 57,66 63,76 63,24 63,5 50,10 51,74 0,039 0,512 0,84 10,88 91,31 91,9 0,208 0,795 0,73 5,56 52,78 58,30 0,162 0,775 0,07 11,75 64,69 64,67 0,075 0,981 0,69 4,30 59 Tabela 7- Médias de consumo da MS, CTMS (g/dia), CTMS (%PV), médias observadas para os coeficientes de digestibilidade aparente (CDA) da MS, PB, FDN, FDA, EE, Celulose, CNF, Hemicelulose e MO de silagens de variedades de milho com e sem o gene Bt, consumidas por ovinos na Digestibilidade (32 ± 3,1 kg peso), NDT e E. Dig. MS/ha. Continuação. Variedades Gene DKB AG Sem Bt 66,06 63,45 NDT Com Bt 65,65 63,02 Medias 65,85 63,23 Sem Bt 10,77 9,83 E.Dig. MS/ha Com Bt 12,59 10,68 Medias 11,68 10,25 Valores de P Medias Variedade OGM 64,75 64,33 Inter C.V. (%) 10,30 11,64 CV = Coeficiente de variação, Var = Variedades, OGM = Organismos geneticamente modificados, Inter = interação Médias seguidas de mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NDT = nutrientes digestíveis totais 5.5. Degradabilidade in situ 5.5.1. Degradação ruminal da Matéria Seca (MS) Ao analisar os parâmetros relacionados a degradabilidade in situ da MS para frações “a”, “c” e De 5%, como dispostos na Tabela 8, observou-se interação entre organismo geneticamente modificado (OGM) e variedade, por esse motivo efetuou-se o desdobramento. A fração “b” e a degradabilidade potencial estimada (DP) apresentaram efeito apenas para variedade. A fração “a” – fração rapidamente solúvel- e a fração “c” – taxa de degradação da fração b-, apresentaram interação significativa (p<0,05) entre os fatores variedade e presença/ausência do gene Bt (OGM). Para a fração “a”, a variedade DKB e sua variedade com a inserção do gene não diferiram entre si, já a variedade AG sem a presença do gene apresentou uma melhor degradabilidade quando comparado à sua contraparte isogênica com o gene, no entanto a variedade DKB foi superior à variedade AG tanto na presença quanto na ausência do gene. Para a fração “c”, a variedade AG com o gene Bt apresentou uma diminuição da mesma, ocorrendo o inverso na variedade DKB. O gene Bt quando inserido na variedade DKB aumentou a velocidade de degradação da MS no rúmen, comparado à 60 sua variedade sem o gene. Para a variedade AG a presença do gene Bt promoveu a diminuição da taxa de degradação quando comparado a sua contraparte sem o gene. A fração “b” – fração que pode ser degradada se houver tempo e a Degradabilidade potencial estimada (DP) não foram alteradas pela inserção do gene, sendo estes componentes da matéria seca afetados apenas pelo fator variedade. Ao compará-las, a variedade AG apresentou maior degradação da fração “b” quando comparada ao DKB, já para a DP foi observado o inverso. A presença do gene Bt na variedade DKB aumentou a degradabilidade efetiva da MS para as taxas de passagem iguais a 5%/hora (De5), quando comparadas à mesma variedade sem o gene. Quando o DKB sem o gene foi comparado ao AG sem o gene, mostrou-se inferior a essa variedade, o contrário foi observado quando essas variedades transgênicas foram comparadas. Tabela 8- Parâmetros de degradação ruminal da matéria seca (MS). Variedades Frações Gene Sem Bt a b c DP De 5 DKB 42,87 Aa Aa Valores de P AG Medias Variedade OGM Inter (%) Ba 40,36 <0,0001 0,600 0,009 1,81 Bb <0,0001 0,277 0,122 3,53 0,077 0,140 <0,0001 10,98 0,037 0,147 0,915 1,84 37,85 Com Bt Medias 43,09 42,98 35,68 36,76 39,38 Sem Bt 35,57 38,94 37,25 Com Bt Medias 34,30 34,94B 39,91 39,42A 37,1 Sem Bt 0,026Bb 0,045Aa 0,035 Com Bt Medias Aa 0,035 0,031 Bb 0,024 0,034 0,03 Sem Bt 78,44 76,79 77,62 Com Bt Medias 77,40 77,92A 75,59 76,19B 76,49 Sem Bt 55,10Bb 56,2Aa 55,65 Com Bt Medias Aa 57,44 56,27 C.V. Bb 48,76 52,48 <0,0001 <0,0001 <0,0001 0,72 53,1 CV – Coeficientes de variação, Var – Variedades, OGM – Organismos geneticamente modificados, Inter – Interação; Médias seguidas de mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). a, b e c referem-se aos parâmetros definidos por Orslov & McDonald (1979), onde a= fração solúvel, b= fração potencialmente degradável, c= taxa de degradação da fração b, DP= degradabilidade potencial, DE5= degradabilidade efetiva para as taxas de passagem iguais a 5%/hora. 61 5.5.2. Degradação ruminal da fibra em detergente neutro (FDN) Ao analisar os parâmetros relacionados a degradabilidade in situ da FDN (frações “a”, “b” e “c”, DP e De5), dispostos na tabela 9, observou-se interação significativa e estas foram desdobradas entre os fatores variedade e OGM, assim os resultados passaram a ser descritos considerando como tratamentos as associações entre diferentes variedades com presença ou não do gene Bt. Na fração “a” – fração rapidamente solúvel -, a inserção do gene Bt na variedade DKB apresentou melhor resultado quando comparado a sua contraparte isogênica convencional, já para a variedade AG a presença do gene Bt não comprometeu a degradação da fração “a” de FDN. A variedade AG apresentou uma melhor degradação da fração “a” quando comparada a variedade híbrida DKB. No entanto, com a inserção do gene Bt houve uma melhora para a variedade DKB quando comparado ao AG com a presença do gene Bt. A digestibilidade da fração “b” – fração que pode ser degradada se houver tempo - na presença do gene Bt nas variedades DKB e AG reduziram e melhoraram respectivamente a degradação dessa fração, contudo as contrapartes apresentaram um efeito contrário, pois o DKB demonstrou uma melhor taxa de degradação quando comparada a variedade AG. A presença do gene Bt na variedade AG promoveu um melhor resultado quando comparado a sua contraparte isogênica próxima sem o gene, todavia um efeito contrário foi observado na variedade DKB. Para a fração “c” – taxa de degradação da fração b -, a presença do gene Bt apresentou uma diminuição no resultado para o AG quando comparado ao DKB, e a ausência do gene Bt apresentou um resultado inferior para o DKB em relação ao AG. O AG com o gene Bt apresentou um pior resultado quando comparado a sua contraparte sem o gene, sendo o inverso observado para a variedade DKB. A degradabilidade potencial estimada (DP) da FDN foi afetada estatisticamente pela inserção do gene Bt, na variedade DKB, no entanto apresentou melhoras para AG. A ausência do gene Bt mostrou melhor resultado para DKB em relação ao AG. Ao comparar os organismos geneticamente modificados DKB e AG pode-se observar um efeito positivo para AG e negativo para DKB, e a variedade AG com o gene Bt foi superior a sua contraparte sem o gene Bt. 62 A presença do gene Bt na variedade DKB aumentou a degradabilidade efetiva para as taxas de passagem iguais a 5%/hora (De5), quando comparadas a mesma variedade sem o gene. Quando o DKB sem o gene foi comparado ao AG sem o gene, mostrou-se inferior a essa variedade, o contrário foi observado quando essas variedades transgênicas foram comparadas, sendo que a variedade DKB na presença do gene Bt apresentou melhores resultados quando comparada a variedade AG na presença do gene Bt. Tabela 9- Parâmetros de degradação ruminal da fibra em detergente neutro (FDN). Variedades Frações a b c DP De 5 Valores de P Gene DKB AG Medias Variedade Sem Bt 7,19Bb 18,06Aa 12,62 Ba 19,99 Com Bt Médias Sem Bt Aa 22,12 14,65 69,71Aa 17,86 17,96 50,3Bb Com Bt 47,69 Bb Aa Médias Sem Bt 58,7 0,014Bb 58,2 0,03Aa Com Bt Médias Aa 0,023 0,019 Bb 0,01 0,02 0,017 Sem Bt 76,9Aa 68,46Bb 72,68 Aa 76,89 Bb 66,1 Com Bt 69,82 Médias Sem Bt 73,36 22,08Bb 76,21 36,86Aa Com Bt Aa Bb Médias 37,57 29,82 83,97 29,10 60,01 <0,0001 OGM C.V. Inter <0,0001 <0,0001 (%) 4,86 0,865 0,307 <0,0001 9,83 0,4 0,01 <0,0001 15,68 0,337 0,169 0,003 7,53 56,9 0,022 29,47 <0,0001 <0,0001 <0,0001 2,37 33,34 32,98 CV = Coeficientes de variação, Var = Variedades, OGM = Organismos geneticamente modificados, Inter = Interação; Médias seguidas de mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). a, b e c referem-se aos parâmetros definidos por Orslov & McDonald (1979), onde a= fração solúvel, b= fração potencialmente degradável, c= taxa de degradação da fração b, P= degradabilidade potencial, DE5= degradabilidade efetiva para as taxas de passagem iguais a 5%/hora. 5.6. pH ruminal Para essa variável a média de pH dos tratamentos em relação aos tempos de incubação, nos tempos 0 (zero), 3 e 6 corresponderam a 7,34; 6,91 e 6,83 respectivamente, como observado na tabela 10. 63 Tabela 10 - Valores médios de pH do líquido ruminal em diferentes tempos de amostragem em ovinos. Tempo de coleta (horas) 0 3 6 Medias Variedades DKB AG Medias Sem Bt Com Bt Sem Bt Com Bt 7,15 6,78 6,76 6,90 7,38 7,01 6,90 7,10 7,48 6,90 6,71 7,03 7,34 6,95 6,97 7,09 64 7,34 6,91 6,83 65 6. DISCUSSÃO 6.1. Parâmetros agronômicos A composição das frações da planta de milho tem influência direta sobre sua qualidade. A variação dessas frações, em virtude de fatores fenotípicos e genotípicos, tem consequências diretas na composição e produção da planta. A composição bromatológica da planta de milho varia de acordo com a densidade de plantio, época da colheita, cultivares e fatores climáticos. As variedades com o gene Bt desse experimento sofreram menor ataque das lagartas pragas em relação às suas contrapartes isogênicas próximas sem o gene Bt, (Tabelas 3 e 4) e isso fez com que despendessem uma menor energia para a defesa natural contra tais pragas e maior para o deslocamento dos carboidratos solúveis do colmo para o enchimento do grão, o que provavelmente acelerou seu desenvolvimento em relação às suas contrapartes isogênicas próximas sem o gene Bt. Isso elevou a porcentagem de material morto, o que prejudicou principalmente as frações fibrosas da planta, elevando a quantidade de pendão e de colmo das plantas com o gene Bt (Tabela 6). Apesar das plantas transgênicas apresentarem maior porcentagem e quantidade de material morto, apresentaram maior número de plantas/ha em relação às plantas sem o gene Bt, além de apresentarem maior tonelada de ms/ha, como observado na Tabela 6, 66 o que condiz com o fato da planta transgênica de milho apresentar uma maior produtividade por área. Outro fator importante que possui relação direta com a quantidade e qualidade da planta a ser ensilada é a energia digestível da matéria seca/ha, e como observado na Tabela 7, as silagens de milho com o gene Bt apresentaram valores superiores (11,64) em relação às suas contrapartes convencionais (10,30). Entre as variedades transgênicas, a que apresentou melhor valor foi a silagem da variedade DKBBt (12,59) em relação a silagem de milho de variedade AGBt (10,68), pois a variedade tardia DKB provavelmente foi favorecida em detrimento a variedade AG que é mais precoce. Os dados de parâmetros agronômicos obtidos auxiliaram na discussão dos resultados da digestibilidade in vivo e in situ. 6.2. Digestibilidade in vivo Dois importantes fatores que determinam a qualidade de um alimento são a digestibilidade e o consumo da matéria seca, que de acordo com Romney & Gill (2000), está relacionada ao teor de nutrientes que podem ser aproveitados, essenciais para que o animal desenvolva todas as suas atividades fisiológicas, físicas, de mantença, crescimento e reprodução. Para CTMS (g/dia) e CTMS(%PV) a variedade AG sem gene Bt foi superior a variedade DKB, no entanto, com a inserção do gene Bt, ocorreu uma diminuição no consumo tanto para AG quanto para DKB com o gene Bt (Tabela 7). A média de CTMS(%PV) de silagens de variedades com o gene Bt foi de 1,82% do PV e encontrase abaixo do preconizado pelo NRC (2007) que cita valores ao redor de 2% do PV para variedades de milho. Uma das explicações para que a inserção do gene Bt afetasse de maneira negativa o consumo, seria o valor elevado de FDN, pois é sabido que o FDN é um dos principais componentes de uma silagem, tanto que em razão disso, em pesquisas pioneiras estabeleceu-se a fração fibrosa insolúvel (FDN) como o componente do alimento de maior influência sobre o consumo total de matéria seca (VAN SOEST, 1965; SMITH et al., 1972) . 67 No entanto, o menor consumo apresentado nesse experimento não pode ser atribuído ao teor de FDN das silagens de variedades com o gene Bt, que apesar de apresentarem valores levemente superiores em relação às silagens de variedades sem o gene Bt (Tabela 1), não foi o suficiente para causar efeito de enchimento ruminal, uma vez que o acúmulo de material no rúmen ocorre quando o teor de FDN da dieta é superior a 70%. O cérebro recebe essas informações de sensores e receptores específicos da parede do trato digestivo e de tecidos metabolizadores e emite resposta com sinais de saciedade cessando o consumo. Estas informações são integradas a determinar se o consumo deve iniciar ou cessar (FORBES, 2007). Outra possível explicação para a diminuição do consumo das silagens de variedades com o gene Bt, talvez esteja relacionado com os compostos originados no processo fermentativo da silagem, como é o caso do nitrogênio amoniacal, que é oriundo da fermentação indesejável no silo, visto que é um dos parâmetros para se caracterizar a qualidade das silagens produzidas ao término do processo fermentativo. O nitrogênio amoniacal como percentual do nitrogênio total quantifica o quanto em nitrogênio foi perdido na forma de amônia durante o desenvolvimento do processo fermentativo. Menores teores de nitrogênio dependerão das condições do material ensilado, assim como da realização de todas as etapas da ensilagem de maneira satisfatória. Grandes concentrações de nitrogênio amoniacal em silagens no final do processo fermentativo indicarão a consequente redução do seu valor nutritivo, devido à perda de nutrientes como proteína e energia e escurecimento da silagem. Provavelmente, as silagens de variedades com o gene Bt apresentaram maior concentração de nitrogênio amoniacal, o que contribuiu para a diminuição do teor de proteína dessas silagens (Tabela 1) e consequente diminuição do consumo. O maior teor de FDN encontrado nas silagens com a presença do gene Bt pode estar associado à menor relação espiga:colmo nas variedades geneticamente modificadas (Tabela 6), que se deve ao fato das plantas que possuem o gene cry1Ab serem mais precoces, pois está indiretamente associada à característica de resistência a pragas, uma vez que a implantação do gene Bt pode evitar a manifestação de mecanismos de defesa da planta contra a predação. 68 Os mecanismos de defesa são ativados pela atuação de um agente agressor, sendo os indutores de resposta endógenos (fragmentos da própria planta, substâncias derivadas de componentes estruturais da planta liberadas pelo ataque de enzimas) ou exógenos (fragmentos do agente agressor) (MARGIS-PINHEIRO et al. 1993). Embora as pragas tenham que ingerir tecidos da planta para que a proteína Cry1Ab possa atuar contra elas, talvez a intensidade deste ataque não seja suficiente para desencadear mecanismos de defesa da planta. Assim despendem menor energia para se defenderem das agressões provocadas pelas lagartas pragas e maior energia para seu desenvolvimento, acumulando maior quantidade de material fibroso em relação às plantas sem o gene Bt, o que não é bom quando colhidas com mesma idade cronológica, visto que quando mais lignificado, menor a degradabilidade da fibra pelos microrganismos e consequentemente menor aproveitamento pelos ruminantes. Os híbridos transgênicos apresentaram menor relação espiga:colmo (Tabela 6), devido maior altura da espiga e consequentemente maior participação de colmo nas plantas com o gene Bt quando comparadas as contrapartes convencionais sem o gene Bt. Isso se deve aos menores danos causados pela Helicoverpa sea (lagarta da espiga) nos híbridos de milho transgênicos, pois como sofreu maior resistência a tal praga, provavelmente despendeu mais energia para o transporte de carboidratos solúveis do colmo para o grão, e ocorreu a redução da duração do intervalo entre grão leitoso e farináceo e esta ocorrência encurtou a janela de corte para ensilagem e fez com que o ponto de colheita influenciasse diretamente o efeito de redução dos danos por pragas nos híbridos contendo o gene cry1Ab (BALIEIRO, 2011). O que é bom, visto que houve aumento da participação de colmo devido o menor ataque da lagarta da espiga, dessa forma o produtor poderá adiantar sua colheita. Além da limitação física imposta pelo teor de FDN na dieta e sua digestibilidade, o consumo também pode ser regulado pelo controle fisiológico, em que o animal ingere alimento até satisfazer sua demanda energética (SILVA, 2006). O valor energético do alimento não depende apenas das quantidades dos diversos nutrientes em sua composição, mas, sobretudo, das frações desses nutrientes que o animal pode ingerir, digerir e utilizar (MODESTO et al., 2004). Os nutrientes digestíveis totais (NDT) representam uma das medidas avaliativas mais comuns do conteúdo energético, em função de sua praticidade em procedimentos 69 de avaliação de alimentos e cálculo de dietas para os animais, sendo esse um dos fatores que podem limitar o consumo, pois quanto maior o teor de energia menor o consumo (VAN SOEST, 1982). O NRC (2007) cita que para borregas em mantença com peso ao redor de 30 kg o NDT recomendável é de 53,6%, para esse estudo a concentração energética esteve acima por se tratar de um alimento energético, porém não podemos considera-lo como um dos limitantes para o consumo. Apesar do CTMS ter sido inferior nas silagens geneticamente modificadas, os coeficientes de digestibilidade aparente da MS e dos nutrientes fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), extrato etéreo (EE), hemicelulose (HEM), carboidratos não fibrosos (CNF) e matéria orgânica (MO) não foram significativamente afetados. Os resultados encontrados para CDA MS apesar de não serem significativos, estão de acordo com os resultados obtidos no ensaio de degradabilidade in situ que será abordado no próximo tópico, em que para De 5% da MS, a inserção do gene Bt na variedade DKB aumentou a digestibilidade da MS, sendo o contrário observado para a variedade AG. Já para o CDA FDN, a inserção do gene Bt na variedade DKB melhorou a digestibilidade dessa fibra, sendo o mesmo observado para a De 5% do FDN, no entanto, o resultado obtido com a inserção do gene na variedade AG não foi observado na De 5%, que apresentou uma piora na degradação dessa fibra. Provavelmente devido maior teor de lignina dessa variedade (Tabela 1), o que diminuiu a degradação por microrganismos ruminais. Os valores encontrados para CDA MS e de FDN como observado na Tabela 7 corroboram com os valores encontrados por Mizebuti et al. (2002), que obtiveram valores de 55,87% e 50,89% para MS e FDN respectivamente em estudo realizado com ovinos alimentados com silagem de milho, no entanto encontram-se abaixo dos valores encontrados por Rocha et al. (2006) para MS com valor de 60,4%. Já para CDA MO e FDA, os valores encontrados por Bueno et. al (2004) ao avaliar os coeficientes de digestibilidade aparente desses nutrientes em borregos alimentados com silagem de milho, encontram-se próximos aos obtidos nesse estudo, com valores de 71,2% e 49,7% respectivamente. Ao comparar o CDA da MO desse experimento com os obtidos por Silva et al. (2006), esses ficaram próximos dos 65% obtidos por esses autores. Ao passo que o 70 CDA dos CNF foi de aproximadamente 92%, superior ao obtido por esse mesmo autor (83,72%), possivelmente devido ao alto teor de amido presente nessas silagens. Com relação ao CDA do EE, os valores do presente estudo estiveram acima dos obtidos por Moreira et al. (2001). O CDA da PB foi inferior para as silagens contendo o gene Bt, com valores de 42,58 para DKBBt e de 38,25 para AGBt em relação às silagens sem o gene, que apresentaram valores de 47,07 para DKB e de 48,09 para AG, isso porque os híbridos transgênicos tiveram menor teor de PB (Tabela 1), demonstrando maior amadurecimento em virtude da maior quantidade de material senescente, com 3,46% de material morto nas plantas transgênicas e 2,63% nas plantas convencionais sem o gene Bt (Tabela 6), o que condiz com o valor significativamente maior do teor de MS/ha de material morto bem como maior porcentagem de material morto nos híbridos de milho geneticamente modificados quando comparados aos híbridos convencionais (Tabela 6). Outra possível explicação para esse fato seria a produção da proteína Cry1Ab pela planta, o que levaria a uma diminuição do teor proteico dos componentes vegetais. Apesar do CDA da PB ter sido inferior nas silagens com variedades transgênicas, o teor de PB da dieta fornecida (Tabela 1) está de acordo com o NRC (2007) que atribui valores de 6% de PB. O CDA da celulose apresentou valores diferentes entre as variedades, sendo superior para DKB e isso se deve a melhor qualidade dessa variedade por ser mais tardia em relação à variedade AG, levando-se em consideração que ambas foram colhidas para o processo de ensilagem com a mesma idade cronológica. 6.3. Degradabilidade in situ Outro importante fator que está relacionado ao consumo total de matéria seca (CTMS) é o valor nutritivo das forragens e está intimamente relacionado à taxa de desaparecimento no rúmen (INGVARTSEN, 1994; STENSIG et al., 1994); portanto, a degradabilidade da MS e do FDN influenciará diretamente o valor nutritivo do alimento (VAN SOEST, 1994). Como um complemento ao estudo de digestibilidade in vivo, foi realizado o experimento de degradabilidade in situ que permite o estudo cinético da MS e da FDN. 71 O modelo descrito por Ørskov & McDonald (1979), para o estudo da degradabilidade in situ, segmenta a FDN e a MS em frações “a” - rapidamente solúvel no tempo zero e “b” - fração que pode ser degradada se houver tempo; além de calcular uma taxa de degradação da fração b (“c”), podendo-se assim estimar fatores importantes, como a degradabilidade potencial estimada (DP) e a degradabilidade efetiva (DE) do alimento em diferentes taxas de passagem. Embora os sacos que resultam nos valores da fração “a” não serem incubados no rúmen, os mesmos foram lavados simultaneamente com os demais sacos retirados do rúmen dos animais. Na degradabilidade da MS, a fração “a” da variedade AG sem o gene Bt foi menos solúvel que a variedade DKB sem o gene; a inserção do gene Bt prejudicou a solubilidade da fração “a” da variedade AG em relação ao DKB com o gene Bt sendo isso atribuído a fatores fisiológicos da variedade AG 8088 que é mais precoce em relação à variedade DKB 390. A colheita, ao ser realizada com a mesma idade cronológica, fez com que características como amadurecimento e idade de corte das plantas viessem a favorecer a variedade mais tardia em detrimento a mais precoce. Isso se deve a um efeito indireto da inserção do gene cry1Ab nas variedades. A inserção desses genes faz com que as plantas desviem menos energia para defesa contra pragas e consequentemente mais energia para o transporte dos carboidratos solúveis dos colmos para os grãos. O resultado disso é a em menor fração rapidamente solúvel para a variedade AG com gene Bt. Essa por ser mais precoce, e tendo sido colhida com mesma idade cronológica que as demais variedades, provavelmente houve a translocação de carboidratos solúveis do colmo para o grão por estar em estágio mais avançado, aumentando assim a participação de grãos na planta inteira e reduzindo a de carboidratos solúveis no colmo. Os valores encontrados para a fração “a” desse estudo de degradação da MS, foram compatíveis aos obtidos em ensaio de degradabilidade in situ realizado por Sarti et al., (2005) com vacas em lactação recebendo silagem de milho, e obtiveram valores de 39,20% para essa variável. Referindo-se a fração “b” da degradação da MS, observou-se que não houve efeito de interação entre variedades e organismos geneticamente modificados, sendo a diferença entre as variedades o principal fator associado às alterações nas porcentagens 72 da fração “b”. A variedade DKB apesar de ser mais tardia, apresentou maior porcentagem de colmo em relação à variedade AG (Tabela 6). Isso reduziu a digestibilidade por estar associado ao maior ataque pela lagarta-do-cartucho na variedade DKB em relação à variedade AG (Tabela 3), visto que ocorre depósito de lignina na parede celular como mecanismo natural de defesa da planta contra pragas (RAYLS et al., 1994; STASKAWICZ et al., 1995). Além da deposição de lignina, ferimentos na planta levam à produção de outros componentes da parede celular vegetal, como proteínas ricas nos aminoácidos hidroxiprolina (HRGP) e glicina (GRP). As proteínas HRGP acumulam-se alterando a estrutura das paredes celulares para criar uma barreira estrutural, de forma direta ou preparando locais para o depósito de lignina (MARGIS-Pinheiro et al., 1993). A proteína envolvida na formação de barreiras estruturais pode aumentar o nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA) e maior teor de NIDA da planta foi observado na variedade DKB em relação a variedade AG (Tabela 5). De acordo com Van Soest (1994) elevados teores de NIDA indicam uma maior retenção do N ou um maior conteúdo de N indisponível para o aproveitamento animal, exercendo assim influências diretas sobre a capacidade de aproveitamento da fibra. Nas silagens de variedade AG com e sem o gene Bt, ocorreram um maior percentual de degradação de MS da fração “b” em relação às demais, além de menor teor de NIDA, e por isso pode-se dizer que a silagem oriunda da variedade AG possui fibras de alto potencial de digestão pelos ruminantes, e segundo Bumbieris et al. 2011, isso resulta em maior energia disponível para o animal após o processo de degradação no rúmen. Para a taxa de degradação da MS da fração b potencialmente degradável no rúmen “c”, a inserção do gene Bt na variedade DKB ampliou essa taxa quando comparada a sua contraparte sem o gene. Para a variedade AG sem o gene Bt o comportamento desta variável foi contrário, pois com a inserção do gene Bt ocorreu a diminuição da taxa de degradação em função do tempo. Os valores encontrados estão dentro do limite estipulado por Sampaio (1988) que geralmente encontra-se entre 2 e 6%. Os diferentes valores de “c” descritos tanto para FDN quanto para MS interferem diretamente na degradabilidade potencial estimada (DP) e na degradabilidade 73 efetiva considerando taxa de passagem de 5%/hora (De5), devido a utilização deste fator para o cálculo dessas variáveis. Como pode ser observado nas Tabelas 8 e 9, as silagens DKB com o gene Bt apresentaram maior valor de “c”, e consequentemente menores valores da degradabilidade potencial estimada (DP) e maiores valores de degradabilidade efetiva (De 5%). Nas mesmas tabelas também pode-se observar que as silagens AG com o gene Bt apresentaram um menor valor de “c” e como consequência apresentou maior valor de DP como observado na Tabela 8 e menor valor para a De 5%. Para a degradabilidade potencial estimada (DP) da MS, foi observado efeito apenas para a variedade AG que sofreu uma menor degradação em relação à variedade DKB, e isso pode estar associado às características como amadurecimento e idade de corte das plantas em que a variedade AG por ser mais precoce e tendo sido colhida com a mesma idade cronológica que a variedade DKB, sofreu uma menor degradabilidade em relação a variedade mais tardia DKB. Com relação à degradabilidade efetiva da MS para as taxas de passagem a 5%/h (De5), a inserção do gene Bt na variedade AG prejudicou a degradação dessa variedade, isto porque a inserção do gene cry1Ab causou um efeito indireto nas variedades, pois esses desviam menos energia para defesa contra pragas o que tornou a variedade ainda mais precoce. Isso acarretou no aumento do teor de lignina e de FDA como observado na Tabela 1 de composição bromatológica das silagens ofertadas aos animais. Para a variedade DKB a inserção do gene Bt melhorou a degradabilidade efetiva a 5%, o que condiz com o fato de que apesar dessa variedade transgênica apresentar maior altura (Tabela 6), obteve teor elevado de hemicelulose em relação a sua contraparte isogênica sem o gene (Tabela 1). Ao avaliar a degradabilidade da fração “a” do FDN, a inserção do gene Bt na variedade AG diminuiu a solubilidade dessa fração da fibra em relação à variedade DKB com o gene, sendo o mesmo observado para essa fração na degradabilidade da MS. No entanto, a variedade DKB mostrou-se extremamente inferior a variedade AG, o que contribuiu para que a inserção do gene Bt se apresentasse significativamente melhor em relação a sua contraparte isogênica sem o gene, além disso, valores similares ao DKB sem o gene não foram encontrados na literatura. Com relação a digestibilidade da fração potencialmente degradável no rúmen (“b”) do FDN, a variedade DKB com a presença do gene Bt apresentou uma diminuição 74 significativa desta fração em relação a variedade AG com o gene. Isto foi atribuído a danos causados pela lagarta-do-cartucho, que foi relativamente superior nessa variedade DKB com o gene Bt em relação à variedade AG com o gene Bt (Tabela 4). Dessa forma a variedade DKB demonstrou que foi a menos responsiva quanto a inserção do gene Bt em relação ao AG com o gene, e devido aos mecanismos naturais de defesa da planta contra danos causados por pragas, a variedade DKB com o gene Bt apresentou maior quantidade de colmo e menor relação espiga:colmo em relação a variedade AG com gene Bt (Tabela 6). A variedade AG geneticamente modificada apresentou um melhor índice de degradação da fração “b” em relação a sua contraparte sem o gene, pois apresentou maior teor de hemicelulose (Tabela 1). Os valores de degradabilidade da fração “b” da FDN tanto para variedades sem inserção do gene Bt e geneticamente modificadas encontra-se de acordo com os encontrados por Malafaia et al. (1998) onde obteve-se degradabilidade média de 58,40% em experimento utilizando-se novilhos em que foram incubados no rúmen amostras de silagem de milho. Ao comparar os resultados obtidos para a taxa de degradação da fração potencialmente degradável no rúmen (C) do FDN, pode-se notar que a variedade DKB com o gene Bt apresentou maior taxa de degradação da fração B em função do tempo (0,023%/hora) em relação a variedade AG com o gene (0,01%/hora). Esses resultados condizem com os obtidos na fração B, visto que quanto menor o teor de fibra, maior é a taxa de passagem do alimento, todavia, em alguns casos, encontram-se abaixo da média sugerida por Sampaio (1988) que geralmente encontra-se entre 2 e 6% para maioria dos alimentos vegetais de boa qualidade. Para a degradabilidade potencial estimada (DP) a inserção do gene Bt na variedade DKB afetou de forma negativa. Contudo essa variável foi influenciada positivamente quando adicionada na variedade AG com o gene Bt (Tabela 5). Esses resultados condizem com o fato de que a silagem DKB com o gene Bt apresentou maior valor da fração “c” e consequentemente menor valor de P, e a variedade AG com o gene Bt apresentou menor valor de “c” e maior valor da degradabilidade potencial estimada (DP). Com relação à degradabilidade efetiva para as taxas de passagem a 5%/h (De5), a inserção do gene na variedade AG prejudicou a degradação. Para a variedade DKB 75 com o gene observou-se melhora na degradabilidade efetiva, sendo que o mesmo ocorreu para a De5% da MS. Não foram observadas variações nos valores de pH ruminal dos animais alimentados com silagens das diferentes variedades na presença ou na ausência do gene Bt (Tabela 10), e todos os valores obtidos estão dentro da faixa de variação proposta por Hoover (1986), que considera a faixa de pH ideal para ótima digestão da fibra de 6,2 a 7,0. 76 77 7. CONCLUSÃO Nas condições experimentais a silagem de variedade DKB com o gene Bt apresentou melhores resultados em relação à variedade AG com o gene Bt. Houve um menor consumo por parte dos ruminantes para as silagens de variedades com o gene Bt em relação às silagens de variedades sem o gene Bt, porém o aproveitamento da MS da dieta pelos animais não foi alterado. 78 8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA AFRC. Techinical commitee on responses to nutriente report. N.9. Nutrient requeriments of ruminants animals: Protein. Nutrition Abstract and Reviews (série B). v.62, n.12, p. 786-835, 1992. ALLEN, M.S., Physical constraints of voluntary intake of forages by ruminants. Journal of Animal Science. v.74, n.12, p. 3063–3075, 1996. ALMEIDA, J.C.C. Avaliação das características agrônomicas e das silagens de milho e de sorgo cultivados em quatro densidades de semeadura. 200.p. Tese (Doutorado em Zootecnia) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, UNESP Jaboticabal, 82f, 2000. 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