50º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 50º Congresso Brasileiro de Genética • 7 a 10 de setembro de 2004 Costão do Santinho • Florianópolis • Santa Catarina • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 85-89109-04-6 [email protected] Palavras-chave: Retardo Mental Não Sindrômico TM4SF2, IL1RAPL1, GDI1, AGTR2 e ARHGEF9 Maranduba, CMC; Vianna-Morgante, A; Passos-Bueno, MR Centro de Estudos do Genoma Humano, IBUSP Análise molecular dos genes TM4SF2, IL1RAPL1, GDI1, AGTR2 e ARHGEF9 em pacientes com retardo mental não sindrômico O retardo mental de herança ligada ao cromossomo X (RMLX) incide em 1 a cada 600 homens nascidos vivos, sendo a Síndrome do X Frágil a mais freqüente, correspondendo a 15 - 20% dos casos totais. São conhecidos 13 genes no cromossomo X que causam retardo mental não sindrômico (RMX), entre eles TM4SF2 (responsável por 10% dos casos de RMX), IL1RAPL1 (5%), GDI1 (0,5 a 1%), AGTR2 (2%) os quais foram selecionados para estudo e o gene ARHGEF9 por ser candidato funcional. Empregamos a técnica de SSCP ou dHPLC e seqüenciamento, quando necessário. Inicialmente estudamos os genes TM4SF2 e IL1RAPL1 em uma amostra de 105 pacientes do sexo masculino (25 casos familiais e 80 casos isolados) com RM, todos excluídos para a síndrome do X Frágil. Identificamos no gene TM4SF2 dois polimorfismos: c.237 C→T (3%) e c.441C→T (5%), ambas silenciosas, e c.515 C→A (Pro172His, já descrita). A mutação Pro172His não foi detectada em 326 cromossomos normais, sugerindo que pode estar associada ao RM (Maranduba et. al., 2004). Em relação ao gene IL1RAPL1, detectamos duas mutações: G→A na região 5’UTR e c.1200 G→A (exon 9). A primeira delas é um polimorfismo (2%), enquanto que a segunda não foi detectada em 221 cromossomos controles. Como há evidências na literatura que mutações pontuais, mesmo que sejam silenciosas, podem alterar o processamento do RNAm, investigamos se a mutação silenciosa encontrada no exon 9 do gene IL1RAPL1 afeta o sítio de splicing introduzindo no vetor pSPL3 (Exon trapping system, Invitrogen) um fragmento de DNA do paciente e de um controle. Este fragmento consiste no exon 9 flanqueado por 97 bases a 5’ e 118 bases a 3’, sendo que no paciente está incluída a mutação c.1200 G→A. Seqüenciamos os insertos clonados para confirmamos a integridade dos mesmos. Os vetores foram transfectados em células COS7 e o RNAm extraído depois de 24h. Realizamos um RT-PCR e o produto deste está sendo seqüenciado no momento. Para análise dos genes GDI1 e AGTR2, estudamos as amostras de 118 pacientes (25 casos familiais e 93 casos isolados) e identificamos dois polimorfismos já descritos; o primeiro IVS9–10G>T referente ao gene GDI1 e R248K referente ao gene AGTR2. Em relação ao gene ARHGEF9 nenhuma alteração foi encontrada. Em conclusão, mutações em TM4SF2 e IL1RAPL1 são responsáveis por menos de 1% na nossa amostra de RMX e nos demais genes são ainda mais raros e, no momento, não devem ser incluídos em testes de diagnóstico. Apoio Financeiro: FAPESP, CNPq, CEPID. 797