O “Castelo Interior” como via de acesso à subjetividade: uma análise steiniana. MORAIS, Mak Alisson Borges de1 RESUMO O presente trabalho tem como proposta promover uma reflexão acerca do diálogo entre psicologia e religião, entendendo que estudo da alma pode constituir-se como uma via de acesso a subjetividade psicológica. Para isso, será investigado texto “Castelo Interior” da filósofa e fenomenóloga Edith Stein (1891-1942), que constitui um comentário a respeito da obra “As moradas do Castelo Interior” de Santa Teresa de Ávila (1515-1582). Nessa obra, Santa Teresa busca transmitir suas vivências místicas desenvolvendo uma bela metáfora que compara a alma a um castelo com suas moradas. Ao descrever a primeira morada, Santa Teresa comenta que é a oração a via de acesso ao castelo, isto é, a vida interior. Nesse sentido, ao analisar o texto de Santa Tereza, Stein questiona se existe outra possibilidade de acesso ao ”castelo interior” que não seja por meio da oração, o que a filósofa responde afirmativamente. Desse modo, a fenomenóloga analisa a viabilidade de uma investigação científica do “mundo interior“, ou seja, da subjetividade transcendental. Considerando o caso da ciência psicológica, que constitui, em termos etimológicos, o estudo da alma, a filósofa destaca que ao se tornar um ramo científico independente da filosofia, a psicologia abandonou a concepção teológica de alma se atendo unicamente aos fenômenos psicológicos. A psicologia científica nascente adotou uma concepção naturalista, se tornando, tal como F. Brentano já havia denunciado, uma “psicologia sem alma”, concebendo a vida anímica como um mero produto de sensações. Desse modo, diante do fracasso da psicologia científica em investigar a vida anímica, contata-se a necessidade da constituição de uma nova psicologia, a psicologia fenomenológica, tal como E. Husserl e E. Stein a esboçaram e, que leve em consideração os processos da vida anímica na sua totalidade, evitando incorrer em reducionismos. Diante disso, para que a psicologia resgate a sua tarefa de estudar a alma, deve considerar o diálogo com a religião, esquivando-se da cisão promovida pela concepção naturalista. Portanto, ressalta-se a necessidade de uma interlocução entre psicologia e religiosidade, buscando uma compreensão adequada da vida anímica. Palavras-Chave: Psicologia da Religião; Edith Stein; Fenomenologia 1 UNB – Universidade Federal de Uberlândia. E-mail: [email protected] X Seminário de Psicologia e Senso Religioso, Curitiba, PUCPR, 2015. ISSN 0000-0000 1