Artigo Filosofia

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FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO:
REFLEXÕES SOBRE SUA HISTÓRIA, DIFICULDADES E METODOLOGIAS DE ENSINO
Adilson Junior Pilotto1
Eloi Pedro Fabian2
RESUMO
Depois de muitos anos de discussão, inclusão, retirada e reinserção parcial, a filosofia tornou-se
obrigatória nos currículos nacionais do Ensino Médio do Brasil através da lei 11.684/2008. Nesse
artigo pretendemos apresentar alguns aspectos das diversas etapas históricas da filosofia no Brasil,
desde a suas primeiras tematizações com os Jesuítas até os dias de hoje. Pretendemos ainda refletir
a respeito das dificuldades, problemas, desafios na sua abordagem, especialmente no Ensino Médio,
bem como, sobre as possíveis sugestões de metodologias, conteúdos e contribuições para uma
educação nessa importante e significativa etapa de formação dos educandos, o chamado Ensino
Médio.
Palavras chave: Filosofia. Metodologias. Ensino.
PHILOSOPHY IN HIGH SCHOOL:
REFLECTIONS ON HIS HISTORY, DIFFICULTIES AND TEACHING METHODS
ABSTRACT
After many years of debate, inclusion, withdrawal and partial reintegration, philosophy became
mandatory in national curricula of secondary education in Brazil by Law 11,684 / 2008. In this article,
we intend to present some aspects of the various historical stages of philosophy in Brazil, from its
first thematizations with the Jesuits until the present day. We also intend to reflect on the difficulties,
problems, challenges in their approach, especially in high school, as well as on the possible
suggestions methodologies, content and contributions to an education in this important and significant
stage
of
formation
of
the
students,
called
High
School.
.
Key-Words: Philosophy. Methodologies. Education.
1. Introdução
O presente artigo tem por finalidade trazer alguns aspectos históricos do ensino da filosofia
no Brasil, desde seu início com a Companhia de Jesus no século XVI, abordando as metodologias de
trabalho nesse período, desde a catequização dos índios, assim como sob uma forma de doutrinação
da parcela do povo que tinha acesso escolar. Um período caracterizado por uma concepção filosófica
bastante atrelada à teologia e escolástica medieval.
Num segundo momento, o trabalho pretende abordar, a partir de textos selecionados, as
1
Acadêmico do Curso de Filosofia da UFFS – Campus Erechim. Bolsista de Iniciação Cientifica. E-mail:
[email protected]
2
Doutor em Filosofia (PUCRS). Professor e Pesquisador da UFFS – Campus Erechim. E-mail: [email protected]
dificuldades enfrentadas pela filosofia na grade curricular do Ensino Médio brasileiro. Buscaremos
demostrar como a disciplina ficou fragmentada entre várias outras matérias, sejam elas da área das
ciências exatas, ciências humanas ou das ciências da natureza, cuja abordagem se dava de modo
transversal, não específico. Outro aspecto a ser ressaltado é aquele relativo à não aceitação da
disciplina por parte dos alunos, muitos até apresentando um certo repúdio pela mesma.
Procuraremos ainda refletir sobre as formas e metodologias de ensino da filosofia para com
os alunos do Ensino Médio. Que métodos e conteúdos são os mais indicados para o trabalho? É
necessária e importante a leitura dos clássicos? Devemos fazer abordagens históricas ou temáticas?
É possível ensinar a filosofar?
O trabalho será aprestado na seguinte ordem: no primeiro item faremos uma breve
apresentação de como se iniciou a história da filosofia no Brasil. Posteriormente serão apresentadas
algumas das dificuldades que a disciplina enfrentou ao longo de sua história dentro do país. Ainda
tentaremos elucidar o ensino de Filosofia a partir de uma perspectiva Freiriana, e por fim mostrar
quais são as metodologias utilizadas para o ensino da filosofia na sala de aula.
2. Breve Histórico do Ensino de Filosofia no Brasil
Segundo Mazai, a filosofia teve início no Brasil com os religiosos da Companhia de Jesus,
por volta do ano de 1553. Esses Jesuítas tinham por finalidade catequizar os povos aqui presentes e
fortalecer suas doutrinas católicas, além de ensinar-lhes a ler e a escrever. O autor comenta que os
povos eram afastados dos autores que se baseavam na ciência, pois isso se tornaria perigoso para a
Companhia. Isso justifica a abordagem aristotélico-escolástica implementada no período, já que uma
base científica e iluminista baseada em autores da modernidade poderia levar os estudantes
bacharelandos a pensar e refletir sobre a educação católica e suas bases teóricas. Isso fica claro na
citação:
Como se pode observar, os jesuítas exerciam, de certa forma, uma espécie de teocratismo,
que suscitava assim um monopólio do pensamento e afastava Portugal das contribuições do
movimento científico da época com Descartes, Galileu, Bacon e outros. (AZAI, 2001, p. 2).
Por todo esse tempo a filosofia era também voltada para a educação elitista. Caracterizava-se
por ser uma disciplina baseada em livros que vinham da Europa e era apenas uma educação teológica,
baseada principalmente na escolástica tomista-aristotélica. Naquela época a filosofia era estudada
bem mais por status, pois reproduzir as ideias que lhes era transmitidas era considerado uma enorme
cultura, dai a formação escolástica dos bacharelandos.
Segundo Eter (2002) o ensino da filosofia nunca se fez ausente nas diretrizes e orientações
dos documentos da Educação Básica. Ele está presente desde muito tempo (como já foi citado) nos
programas curriculares nacionais, porém, sempre foi submetido à duras críticas por causa daquilo que
era ensinado. A autora ainda ressalta que antes a disciplina era apenas para formar um bom cristão
além, claro, de ser uma educação elitizadora, voltada apenas para os mais ricos que buscavam um
curso de bacharelado. Ela aparecia transversalmente em outras disciplinas e cursos.
Como já enfatizamos, o ensino de filosofia no período que vai do século XVI até o século
XIII, mais precisamente de 1553 até 1759, foi muito marcado pela abordagem de temas do período
medieval escolástico-tomista, afastando-se da abordagem de muitas outras obras que seriam
importantes para tematização mais ampla e completa da história da filosofia. Mesmo assim, nesse
período a filosofia era "sinal de status social, tendo por objetivo "formar homens letrados e eruditos
e, acima de tudo, católicos". (EITER. 2002, p 472).
Seguindo nessa linha interpretativa, fica claro o tamanho da força que a Igreja Católica exercia
sobre o ensino da filosofia, além claro, do poder que ela detinha sobre a formação dos jovens. Também
fica bem demonstrado como a instituição eclesiástica tinha interesse em obter cada vez mais fiéis,
através dos assuntos de abordagem acadêmica.
Eter comenta que o jesuítas foram expulsos e afastados do Ensino por volta do ano de 1759
por simplesmente constituírem um Estado dentro de um outro Estado. A partir daí, as diretrizes
educacionais praticadas no Brasil foram aquelas pensadas pelo português Marques de Pombal que
trazia uma visão mais ampla e bem mais centrada sobre o ensino, além claro, de um pensamento mais
moderno, substituindo aquela ideia medieval que era imposta pelos católicos. Ele acreditava que a
educação era feita para o exercício da cidadania e não para atender as vontades da Igreja. Porém, a
substituição do sistema jesuítico levou doze anos, até se formar um sistema de ensino chamado "aulas
régias".
Mesmo com toda a reforma pombalina trazida de Portugal, a filosofia ainda ficava restrita a
algumas obras clássicas, como as de Locke, Hobbes, Rousseau, Espinosa e Voltaire. Essas obras se
tornariam uma fonte importante para a desconstrução dos argumentos teológico-filosóficos, para a
religiosidade do povo. No mundo acadêmico começa a surgir mudanças importantes na direção de
um deísmo e ateísmo.
Já no século XX aconteceram cinco reformas educacionais no Brasil, sinaliza Eter:
No século vinte, são cinco as reformas educacionais. Desde a reforma executada no Estado
Novo em 1931 passando pelas reformas de Gustavo Capanema 1942, a LDB de 1961, a Lei
5.692 de 1971 até a LDB de 1996, vemos que uma vez perdida esta função de formação do
bom cristão ou de preparação para os estudos superiores, a filosofia não encontrou lugar
garantido para si na escola média, sendo muitas vezes diluída ou tantas simplesmente
excluídas. (EITER. 2002, p.472).
A citação mostra quantas foram as reformas e como, ao longo do tempo, a filosofia foi
inserida, incluída, trabalhada de modo opcional ou alternada nos currículos. O fato mesmo é que a
disciplina nunca teve uma base fixa e nunca esteve literalmente presente nos currículos, pois sempre
esteve sujeita à modificações e, talvez, suscetível a exclusão dos Parâmetros e diretrizes nacionais da
educação.
Somado a isso, é importante ressaltar que no período ditatorial que vai de 1964 a 1984, ela ou
foi excluída ou transformada em OSPB (Organização Social e Política do Brasil) ou Moral e Cívica,
disciplinas que serviam muita mais para uma moralização e doutrinação do que o efetivo exercício
do pensamento livre e crítico. Com o fim do regime militar, os Estados passaram a ter autonomia para
voltar a inserir a filosofia nos seus currículos médio. Entretanto, sem uma regulamentação, poucos
efetivamente o fizeram. Podemos destacar os Estados do Paraná e Minas Gerais como referência. Os
demais entes federados não tiveram a mesma preocupação, o que reflete na atual conjuntura do Ensino
de Filosofia. Enquanto aueles já tem uma excelente caminhada e um lastro de cultura filosófica, os
demais, na sua grande maioria, estão procurando se adequar e enfrentam problemas de toda ordem.
O maior de todos os problemas é a não contratação de professores específicos da área, seja por não
promover novos concursos, seja pela não existência de professores formados. Esse é um outro grande
desafio.
Em face a esse breve histórico, é possível afirmar que até o ano de 2008, a filosofia ficou de
fora dos currículos nacionais. Foi neste ano que o então presidente em exercício, José Alencar
sancionou a Lei 11.684/08. Essa lei regulamenta a inserção da disciplina de filosofia, juntamente com
a sociologia, nas salas de aula do ensino médio brasileiro. Ficou assim estabelecido 1 período semanal
da disciplina de filosofia nos três anos do Ensino Médio. Em que pese a obrigatoriedade, agora os
desafios e dificuldades para o ensino desta disciplina são de outra ordem e que passaremos a abordar
a seguir.
3. Algumas Dificuldades ao Longo da História.
Uma das grandes dificuldades de ministrar uma aula de filosofia e fazer acontecer o filosofar
propriamente dito é a falta de professores formados na área, como já sinalizamos anteriormente. É
muito difícil para um professor não formado na área formular algo que seja consistente e que faça
com que o aluno consiga pensar sobre, por exemplo, uma obra clássica. Entendemos que há um
grande esforço dos professores de áreas afins nesse sentido, mas torna-se consideravelmente
complicado esse trabalho.
A partir da lei nº 9394/96 houve uma orientação para que os alunos do ensino médio deveriam
ter conhecimentos básicos em filosofia e sociologia para sua formação e pleno exercício da cidadania
e para a formação crítica. Porém, não era um ensino obrigatório, mas optativo. Além do que, deu-se
uma certa conotação instrumentalizada da filosofia, como se a mesma não fosse um fim em si mesma,
e como se as demais disciplinas também não tivessem que objetivar a formação cidadã e crítica.
Segundo Fávero (2004), antes da lei 11. 684/2008, existiam três argumentos que iam contra o ensino
disciplinar da filosofia no nível médio, que eram os seguintes: 1) a precariedade na formação de
professores, ou seja, baixa procura pelo curso de Licenciatura; 2) outro argumento é que iria alterar
as condições financeiras do estado; 3) por fim, havia quem dissesse que seria uma infelicidade inserir
mais uma disciplina no currículo escolar.
Sobre isso Gallo e Kohan (2001, p. 174) comentam que
A forma pela qual a filosofia se faz presente, quando o está, não oferece condições muito
boas para uma prática transformadora: ela é muito tênue, fica limitada a uma ou duas horasaula por semana, perdida entre uma miríade de outras disciplinas e, em muitas ocasiões, são
professores com formação de outras áreas que lecionam filosofia.
Tanto Gallo, quanto Fávero et all. (2004) retratam sobre um tempo onde a filosofia ficou
excluída dos Currículos Nacionais. Foram tempos de dificuldades para a disciplina e, por que não
dizer, da própria concepção de Escola e ensino. No começo a filosofia era tomada como uma educação
para a elite (bacharéis) e para catequizar, pois como diz Gallo, era dotada de uma forte perspectiva
tomista-aristotélica e também fortemente influenciada pela Igreja Católica. Atualmente, passados
mais de 5 anos da lei, e mais de 3 anos da sua regulamentação – já que a mesma teve de ser
implementada obrigatoriamente em 2010 - ainda são perceptíveis muitas dificuldades para o ensino.
São dificuldades de várias ordens, a começar pelo fato de ser apenas 1 período semanal, o que muitas
vezes inviabiliza trabalhar tantos conteúdos em tão pouco tempo. Além disso existe um certo
preconceito vindo dos alunos com a célebre frase: "para que serve filosofia"? Pergunta essa que não
é comum para o ensino de artes, matemática, física, por exemplo.
Gallo comenta que após a implementação da ditadura em 1964, quando a filosofia foi retirada
das escolas, foi possível reforçar a importância da disciplina para o ensino e para o desenvolvimento
educacional. Segundo os militares, a filosofia desenvolvia criticidade e era um perigo para seu regime
ditatorial. Além disso, ela era vista como uma espécie de subsídio teórico para práticas
revolucionárias.
Um fato que não havíamos mencionado, mas que é importante registrar, foi o veto da sua
inserção na grade. Isso ocorreu em 08 de Outubro de 2001, juntamente com a disciplina de sociologia.
Dessa vez, por um dos maiores sociólogos do Brasil, Fernando Henrique Cardoso. Esse dia, como
disse o deputado federal Padre Roque Zimmermann, um dos autores da proposta, foi um dia de
trapalhadas. Segundo a assessoria da presidência, o veto ocorreu por dois motivos: 1) implicaria na
criação de novos cargos no Estado; 2) não havia formação suficiente para acatar a demanda.
Outra grande dificuldade da filosofia é a baixa procura pelos cursos de licenciatura devido a
precarização da valorização do ensino em todos os níveis no Brasil. Seja pelas condições físicas do
trabalho docente, quanto por conta da falta de incentivos na ascensão da carreira e questões salarias.
Contudo, segundo Rodrigues (2002), está cada vez maior a procura por especializações e mestrados,
tanto na área da filosofia, quanto na área da sociologia. Isso é extremamente positivo. Espera-se que
cada vez a procura aumente e que se possa formar, não só pós-graduados, mas sim professores para
Ensino Médio. O cenário, portanto, exige muitas mudanças no que diz respeito ao aumento do número
de professores formados na área, contratação através de concurso, melhora na infraestrutura escolar,
mais materiais didáticos, permanente esforço na formação continuada, através de novas metodologias
e espaços do fazer filosófico efetivo.
4. O Ensino de Filosofia numa Perspectiva Freiriana.
Para começar, devemos saber o por quê de ensinar Filosofia. Umas das maiores bases para o
ensino da disciplina é "[...] preparar os cidadãos para o futuro, tornando-os capazes de operar as
transformações planejadas e consideradas necessárias." (SARTORI, 2013, p. 13). Assim sendo,
devemos dar aos alunos as bases para que possam ser feitas reflexões acerca de seu cotidiano. Mostrar
o caminho para que eles tenham a capacidade de fazer o que John Stuart Mill, em A Liberdade,
defendia de modo enfático: questionar a tradição e buscar o espaço do pensamento próprio, da
genialidade e da individualidade. Questionar os dogmas do senso comum para ter autonomia e
liberdade de pensamento, ou seja, para que os alunos possam pensar livre de implicações que são em
sua maioria errôneas.
Não há para mim, na diferença e na "distancia" entre a ingenuidade e a criticidade, entre o
saber de pura experiência e o que resulta dos procedimentos metodicamente rigorosos, uma
ruptura, mas uma superação. A superação e não a ruptura se dá na medida em que a
curiosidade ingênua, sem deixar de ser curiosidade, pelo contrário, continuando a ser
curiosidade, se criticiza. Ao criticizar-se, tornando-se então, permito-me repetir, curiosidade
epistemológica, metodicamente "rigorizando-se" na sua aproximação ao objeto, conota-se
seus achados de maior exatidão. (FREIRE, P, 1996, p.17).
No que tange as concepções teóricas do teórico e educador Paulo Freire, podemos pensar o
seguinte: os alunos de Ensino Médio, principalmente no seu início, e que sempre estudaram em Escola
pública, provavelmente nunca tiveram contato com a Filosofia. Neste sentido, muitas perguntas
podem ser colocadas como inocentes, dúvidas que são relacionadas ao seu cotidiano, e assim, sob
esse ponto de vista é possível iniciar um processo de “maiêutica” que pode transformar o processo
educativo. Quando vamos ingressar na reflexão do pensamento filosófico devemos apresentar para
nossos alunos questões que sejam pertinentes a eles, temas que estejam em voga no seu cotiano. Esse
será sempre um bom começo para depois acessar os grandes temas e obras da longa tradição do
pensamento ocidental.
Diversas temáticas podem ser abordadas. Para uma aula de Ética é possível utilizar alguns
personagens de desenhos animados, seriados, histórias em quadrinhos, já que fazem parte da vida de
todo o jovem e faz parte de sua realidade prática. É importante mergulhar no universo do adolescente.
Sentir suas angústias, dificuldades, preocupações, motivações. Acessar suas perspectivas é
fundamental, afinal, não se pode fazer Filosofia afastada da sociedade, pois historicamente ela foi
feita a partir de problemas reais da época. Vejamos exemplos de como podemos transpassar o
conhecimento de vida dos estudantes para que venha a ser um saber lapidado. Citamos um exemplo
dessa aproximação possível.
Uma pessoa justa é alguém que, com regularidade e confiabilidade, pratica ações justas, e
Batman é essa pessoa. Treinou corpo e mente para chegar à perfeição. Batman parece ser o
exemplo de um ser humano virtuoso, tal como Aristóteles imaginou quando sugeriu que
olhássemos para as pessoas virtuosas como referência para nos tornarmos moralmente
melhores. Ele representa essa exemplaridade moral: “Ele é sem dúvida corajoso e inteligente.
Tem um forte senso de justiça, é capaz de se manter controlado mesmo em meio a uma luta
e está disposto a sacrificar sua própria vida e felicidade para fazer do mundo um lugar
melhor”. (WESCHENFELDES, G, 2011, p. 09-10)
A partir dessa perspectiva, Freire (1996, p. 16-17) faz a seguinte pergunta: Por que não
estabelecer uma necessária “intimidade” entre os saberes curriculares fundamentais dos alunos e a
experiência social que eles tem como indivíduos?”. Essa é a questão chave. Deve-se ensinar Filosofia
dando ênfase as questões pertinentes à vida prática, tendo porém, todo o zelo para que as teorias sejam
bem interpretadas e reconstruídas, servindo de fundamento para ultrapassar o limitado senso comum.
O ler, o escrever e o resolver problemas na filosofia, dito de outro modo, as habilidades e
competências a serem produzidas pela disciplina, são justamente o próprio filosofar. Um filosofar que
parte de problemas genéricos do cotidiano, mas que no processo e com o auxílio da tradição teórica,
tomam maior corpo e dimensão, gerando a expectativa de um novo olhar sobre o mundo.
Nesse mesmo ponto, outras sugestões podem ser trazidas à tona dentro de sala de aula, como
textos que questionem a ação humana de maneira direta, que relatem a vida como ela é realmente. Os
textos que nos referimos são colunas em jornais, notícias, enfim, coisas que afetam diretamente as
vidas de cada um daqueles que estão em sala de aula.
Na verdade, a curiosidade ingênua é, “desarmada”, está associada ao saber do senso comum,
é a mesma curiosidade que, criticizando-se, aproxima-se de forma cada vez mais
metodicamente rigorosa do objeto cognoscível, se torna curiosidade epistemológica. Muda
de qualidade mas não de essência. (FREIRE, P, 1996, p.17)
Enfatizo a questão das dúvidas mais simples dos estudantes, afinal estas podem se tornar uma
ótima discussão dentro de uma sala de aula. Podemos usar uma das peguntas mais corriqueiras em
sala de aula quando vamos ensinar Ética: “qual é a diferença entre Ética e Moral?”. Dentro dessa
pergunta, que parece ingênua, pode-se fazer aulas para um trimestre inteiro, colocar em pauta autores
como Platão, Aristóteles, Kant, Maquiavel e uma gama de outros filósofos. Desse modo, “[…]
conteúdo de ciências é abordado no contexto do seu meio tecnológico e social, no qual os estudantes
integram o conhecimento científico com a tecnologia e o mundo social de suas experiências do diaa-dia”. (SANTOS, 2008, p. 112). Todo o conhecimento científico está diretamente ligado ao meio
social. A Matemática, a Física, a Química, a Biologia, a Sociologia, a Filosofia, a Literatura, as
Linguagens, enfim, tudo que se faz possuidor de caráter de ciência está em contato direto com nossas
vidas, nossa realidade, nosso meio social. Então, por que não se ensinar ciências a partir daquilo que
os estudantes presenciam em suas vidas?
Talvez cause um pouco de desconforto (para alguns) comentar sobre isso, mas todos os
problemas que a Filosofia trata são questões pertinentes a época que foram pensados, eles eram feitos
a partir do meio social da época.
[…] a religião aqui, em vez de ser um elemento complicador, pode tornar-se um bom ponto
de apoio. Do mesmo modo que a língua, a religião é o elemento cultural básico dos esquemas
mentais do antigos e medievais […] A comparação entre antigos e medievais, portanto, é
inevitável. (GHIARDELLI JR, 2009, p. 45)
Tanto filósofos antigos quanto medievais usaram como base alguns aspectos mitológicos,
místicos e religiosos para dar consistência e corpo às suas teorias filosóficas. Um exemplo disso é
que toda a tradição medieval busca dar uma prova que seja racional para a existência de Deus. Em
Santo Anselmo encontramos a seguinte afirmação dessa pretensão: “[...] desejo entender, de certa
forma, a tua verdade que meu coração crê e ama” (ANSELMO apud ROMIO, J, 2008). O
entendimento da verdade de Deus é uma das grandes questões que regem a sociedade medieval. Dessa
forma, temos uma teoria filosófica a partir das vivências em sociedade destes filósofos. Sob essa
perspectiva, por que não trabalhar Filosofia a partir da realidade dos estudantes, se as grandes
questões filosóficas surgiram das vivências em sociedade daqueles que as pensaram? O ponto de
partida deve, na nossa concepção, ser este. Num segundo momento é que o texto clássico e a teoria
será buscada e trabalhada para proporcionar o maior dimensionamento dos problemas, a reflexão,
onde efetivamente o fazer filosófico acontecerá.
5. Metodologia de Ensino.
A filosofia, segundo Galichet (2000, p.49) tem três finalidades: a) a primeira tem como meta
o coroamento dos estudos, ou seja, fazer uma reflexão e uma síntese de tudo que foi estudado desde
a escola primária até a escola média; b) em segundo lugar, ela preza por uma problematização acerca
daquilo que se pode chamar de evidências do senso comum, além, claro das reflexões sobre as
questões sociais e culturais da nossa época; c) e terceiro, esse ensino preza por uma autonomia crítica
e um sujeito que saiba refletir sobre os problemas da sua época. Porém, este trabalho é árduo, e no
decorrer das próximas linhas veremos quais são algumas das metodologias a serem trabalhadas dentro
de uma sala de aula de Ensino Médio.
Sobre esses métodos Galichet lembra que quem tem a autoridade de escolha é professor, o
qual deve utilizar campos disciplinares clássicos como a metafísica, a lógica e ética, aliados a partir
de noções do dia a dia, como justiça e trabalho. O professor deve problematizar essas questões para
que os alunos possam refletir sobre as mesmas e, assim como Sócrates, fazer vir a tona os
conhecimentos que estavam ocultos.
Segundo Gallo, não se deve dar apenas atenção ao conteudismo na filosofia, pois assim estaria
se esquecendo uma tradição de mais de dois mil anos. Deve se dar valor ao filosofar e a formação de
conceitos. Além disso, deve-se dar atenção para a história da filosofia, afinal de contas não se pode
jogar fora dois mil e quinhentos anos de tradição. Gallo ainda lembra que é necessário ter uma
orientação, pois ninguém inicia sozinho na filosofia.
Este autor dedicado à pesquisa, ensino e publicações na área de Ensino de Filosofia, propõe
quatro passos possíveis para o ensino da disciplina no nível médio. Chama esses passos de 1)
Sensibilização; 2) Problematização; 3) Investigação; e 4) Conceituação. Parte-se sempre de alguma
forma de envolvimento do aluno com o tema. Num segundo momento busca-se a problematização e
o 'colocar as cartas na mesa' da temática a ser abordada. Depois a investigação contará com o estudo
de como a tradição filosófica refletiu tais problemas. Por fim, a conceituação é uma busca por recriar
e ressignificar esses conceitos para que nesse processo todo o filosofar propriamente dito aconteça.
O autor orienta que se deve fugir do conteudismo, onde a aula seria uma mera transmissão de
conteúdos e também deve-se desviar do discursos de competências e habilidades. Este discurso se
preocupa apenas com desenvolver certas habilidades dos estudantes. Gallo ainda insiste que as aulas
de filosofia podem sim gerar habilidades, como a leitura e produção de textos, só que ao mesmo
tempo
[…] corremos o risco de "desfilosofar" (com todo o perdão do neologismo) a aula de
filosofia, pela perda de conteúdo específico. Por outro lado ao ensinar filosofia como história
corremos o mesmo risco, mas agora por, centrado no conteúdo perdemos o desenvolvimento
da experiência filosófica como prática do pensamento.(GALLO, 2006, p 19)
Gallo ainda comenta que o ensino de filosofia é o ensino de nada mais que da história da
disciplina. Segundo ele, é ensinar o que foi produzido ao longo de toda essa tradição e tentar chegar
aos ensinamentos de alguns filósofos do presente. Trabalhar com toda a história da filosofia é um
trabalho minucioso, exige muita paciência e estudo da parte do professor, afinal são mais de vinte
séculos.
Um professor de filosofia jamais deverá se apoiar somente nos livros didáticos, afinal nunca
um aluno irá ter contato com um texto clássico se ele não for trabalhado em sala de aula. O professor
deve estar sempre em constante atualização e buscando materiais, sejam eles livros, filmes, vídeos, e
outras possíveis plataformas que já compõe o cenário da nossa exacerbada era da informação, etc.
Uma forma do professor conseguir trabalhar textos clássicos é proporcionando que durante a
graduação ele leia ao menos uma obra clássica de cada autor e, claro, sempre se deve buscar
comentadores e especialistas de autores. Os especialistas ou comentadores são detentores de muitas
pesquisas e de conhecimentos amplos na área. Sugere-se que haja uma leitura concomitante entre as
partes essenciais, bem selecionadas do texto clássico com os comentadores que proporcionarão a
melhor compreensão e a ampliação do repertório reflexivo do aluno.
Gallo enfatiza que as aulas de filosofia devem ser aulas de produção filosófica, que, a partir
destes textos clássicos se faça o ato de filosofar, refletindo sobre ele. O que não se deve fazer é tentar
reinventar a roda, ou seja "criar" conceitos novos sem ter alguma base. O que um aluno pode fazer é
formular pensamentos a partir do que já foi escrito.
Ainda podemos fazer uma crítica àqueles que dizem ser a filosofia a disciplina que forma o
pensamento crítico do cidadão. Essa criticidade fica a cargo de todas as matérias.
O mesmo vale para o diálogo interdisciplinar: ele não deve ser experimentado em todas as
disciplinas? Em outras palavras: se o desenvolvimento da criticidade e o exercício do diálogo
interdisciplinar são importantes valores a serem desenvolvidos na educação média, eles deve
estar presentes em todas as disciplinas e não em apenas uma. (GALLO. 2006, p. 21).
Podemos muito bem aceitar essa crítica, afinal não é só a filosofia que desenvolve a criticidade do
aluno. Disciplinas como história, geografia e sociologia também ajudam e muito, a desenvolver um
raciocínio crítico, a partir do que está acontecendo ao redor dos estudantes. Essas disciplinas citadas
também são de extrema importância e ajudam formar cada vez mais cidadãos críticos. Até porque, se
sustentamos que a filosofia tem uma finalidade específica, acabamos reduzindo sua atuação e
instrumentalizando todo o seu potencial e importância.
Uma das grandes dúvidas que rondam as metodologias de ensino da filosofia é se podemos
ensinar o ato de filosofar. Uma das melhores maneiras é trabalhar o nível de abstração do aluno para
que ele possa ter suas concepções filosóficas e caminhe até certo ponto sozinho, pois sempre é
necessário a ajuda de um "mestre". O ato de filosofar não se ensina, isso se aprende com o tempo e
com leitura de textos clássicos e reflexões a partir destes. A postura do docente orientador é de
desafiar, colocar mais e mais problemas, gerar interesse na busca, na reflexão, na leitura e na
elaboração textual. Este se constitui sim no processo de produção da autonomia intelectual que é um
processo e trabalho árduo.
Outra discussão interessante é se devemos trabalhar uma visão histórica da filosofia, ou seja,
trabalhar a partir dos períodos históricos da disciplina (modelo italiano) ou se é mais interessante
trabalhar a disciplina a partir de problemas e conceitos (modelo francês). Entendemos que esses temas
devem ser trabalhados por autores, cada tema dentro da visão de cada autor. Ao trabalharmos o
conceito de ética em Platão, Aristóteles e assim por diante, o aluno pode se deparar com as possíveis
respostas e concepções sobre um mesmo tema/problema. Pode-se dizer que um trabalho temático
desperta mais o interesse do estudante, pois a partir de um tema trabalhado em certo autor pode
despertar um interesse não só pela área da disciplina, mas também por ler mais sobre esse filósofo.
A história da filosofia é muito ampla e existem muitos temas a serem desenvolvidos, então
um trabalho da parte histórica ficaria muito extensos e não teria como trabalhar uma visão completa.
Isso porque em cada período encontramos várias áreas do conhecimento (ética, política, ciência, etc...)
e dentro dessas áreas vários autores. Julgamos, portanto, que torna-se mais interessante trabalhar
apenas os temas dentro de alguns autores. Claro que isso não levaria uma visão completa de toda a
filosofia, mas assim não se perderá tanto.
Uma boa maneira de se fazer um bom trabalho em três anos de Ensino Médio (partindo da
ideia de uma avaliação trimestral) poderia ser: no primeiro ano ministrar as aulas da seguinte maneira:
1) Introdução à Filosofia, trazendo ideias de o que é filosofia e trabalhar autores pré-socráticos. 2)
Uma disciplina que está esquecida e deve ser trabalhada é a Lógica, onde se deve apresentar aos
estudantes o sistema lógico de Aristóteles. 3) Para encerrar o primeiro ano o professor deve apresentar
a Ética e trazer questões contemporâneas aliadas a autores clássicos, como por exemplo as questões
da justiça e da liberdade.
Para o segundo ano, o professor pode trazer questões mais densas. No
primeiro trimestre trabalhar Filosofia Política, trazendo questões como a diferença da tradição
republicana e a tradição liberal, além de, assim como na ética, mostrar questões da nossa época e
relacionar com autores. Além disso, trabalhar filosofia da arte e estética, questionando os alunos sobre
o que é arte. Para finalizar o segundo ano, trabalhar com a Filosofia da Ciência, trazendo a tona
questões científicas como a diferença entre o criacionismo e o evolucionismo. O último ano do Ensino
Médio ficaria reservado para trabalhar questões mais densas como teoria do conhecimento e
questionar de onde vem nosso conhecimento, através de autores como Descartes, Hume e Locke.
Também trabalhar Filosofia da linguagem e, por fim Ontologia. Esta poderia ser trabalhada por
último, por ser uma questão mais complexa.
São estas algumas considerações a respeito do modo como Gallo entende o processo de
ensino, conteúdos, formas e métodos, bem como, algumas considerações que julgamos válidas nesse
processo de ensino, em que pese os Planos Políticos Pedagógicos de cada escola, e que pressupõe
sempre a produção do pensamento autônomo e livre do aluno.
6 Considerações Finais
Mediante as reflexões aqui empreendidas a respeito de um pouco do histórico do ensino de
filosofia no Brasil, seus problemas, desafios e sugestões, podemos inferir que há sim, uma longa
história da filosofia dentro de nosso país, que veio desde os jesuítas com a Companhia de Jesus, até
os dias de hoje. Foram longas dificuldades, reformas, exclusão, reinserção, o vetos, até sua
obrigatoriedade legal no ano de 2008.
É inegável que a lei, embora reserve somente um período semanal nos três anos do ensino
médio, é um grande avanço. Consolida-se, através dela, um espaço importantíssimo para a disciplina
que não havia antes. Ao mesmo tempo, é preciso compreender que há ainda um longo caminho a ser
trilhado, e como diz Horn (2000), a filosofia ainda precisa reconquistar seu espaço dentro do Ensino
Médio. Espaço esse, que se não for bem trabalhado e utilizado, pode gerar questionamentos sobre a
sua importância, desafiando mesmo a sua manutenção.
Ainda, seguindo as palavras do Horn, percebemos que a filosofia se difere das outras ciências
humanas, pois está sempre se modificando, buscando novos questionamentos, sempre com teorias
que se contrapõem as outras, numa dinâmica constante. Nessa linha argumentativa, o aproveitamento
desse espaço aberto no ensino médio pressupõe que hajam professores da área trabalhando com a
disciplina, novas metodologias, boas dinâmicas, bons materiais, o aperfeiçoamento constante dos
docentes, o diálogo com as outras áreas de conhecimento e o resgate da sua importância e sentido na
promoção do pensamento reflexivo, critico e na produção de habilidades, competências, do ler,
escrever e resolver os problemas que lhe competem. Vemos, portanto, que não são poucos os desafios
que se nos apresentam. Entendemos que a educação é um processo a longo prazo. É preciso criar
lastro, cultura filosófica e do aprofundamento do pensamento rigoroso e densidade reflexiva. Um
grande passo foi dado, mas só terá sequência se for levado a cabo pelo conjunto de implicações e
valorização que a pouco citamos.
Dificuldades à parte, espera-se que a área venha a se expandir cada vez mais e que os alunos
despertem o interesse, não só dentro da sala de aula, mas que continuem seguindo adiante com essa
belíssima tradição que já nos acompanha a mais de dois mil e quinhentos e que começou na Grécia
antiga com Tales de Mileto. Vida longa à filosofia no Ensino formal e fora dele, no Brasil e no mundo.
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