Notícias medicina LABORATORIAL Revista Informativa da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial - agosto 2014 - edição 63 - ano 6 Hemoglobina glicada Marcador é considerado parâmetro de grande importância na avaliação do controle do diabetes mellitus Página 8 Lei 13.003 Dica do Especialista Ebola SBPC/ML participa de reuniões para regulamentação. Notificação compulsória de doenças. Artigo descreve a doença e seu diagnóstico. Página 6 Página 7 Página 16 Revista Notícias-Medicina Laboratorial | Agosto 2014 - Edição 63 - Ano 6 | Sumário Sociedade de Especialidade Médica fundada em 1944. Reportagem de Seus associados são médicos patologistas clínicos e de outras especialidades, farmacêuticos-bioquímicos, biomédicos, biólogos, técnicos e outros profissionais de laboratórios clínicos, estudantes de nível universitário e nível médio. capa Hemoglobina glicada Também podem se associar laboratórios clínicos e empresas fabricantes e distribuidoras de equipamentos, produtos e serviços para laboratórios. Marcador é considerado parâmetro importante na avaliação do controle do diabetes mellitus. Diretoria Executiva biênio 2014/2015 página 8 Presidente: Paula Fernandes Távora [email protected] Vice-presidente: César Alex de Oliveira Galoro [email protected] Diretora Administrativa: Lucia Helena Cavalheiro Villela Ebola [email protected] Vice-diretor Administrativo e Presidente do Conselho de Ex-presidentes: Paulo Sérgio Roffé Azevedo [email protected] ou [email protected] Diretor Científico: Nairo Massakazu Sumita [email protected] Vice-diretora Científica: Luisane Maria Falci Vieira A convite da SBPC/ML, três especialistas escrevem artigo sobre a doença e seu diagnóstico. página 16 [email protected] Diretora Financeira: Leila Sampaio Rodrigues [email protected] Vice-diretora Financeira: Claudia Maria Meira Dias [email protected] Diretor de Comunicação: Gustavo Aguiar Campana [email protected] Diretor de Acreditação e Qualidade: Wilson Shcolnik [email protected] Diretor de Defesa Profissional: Vitor Mercadante Pariz [email protected] Diretor de Eventos: Armando A. Fonseca [email protected] Vice-diretor de Eventos: Carlos Alberto Franco Ballarati [email protected] Editor-chefe Gustavo Aguiar Campana Lei 13.003 De tudo, um pouco Conhecer para integrar SBPC/ML participa de reuniões na ANS para regulamentação. Após o 49º Congresso da SBPC/ML conheça o Mercado Central de Fortaleza. Projeto do patologista clínico Flavio Alcântara vai permitir conhecer melhor os Associados SBPC/ML. página 6 página 14 página 12 Jornalista responsável Roberto Duarte Reg. Prof. RJ23830JP Criação e diagramação Rodrigo Paiva Colaborou nesta edição Rede Interação de Comunicação 6 Assinaturas & Publicidade PALC Programa acredita laboratórios na Bahia, Minas Gerais e Tocantins. 7 Dica do especialista Notificação compulsória de doenças. [email protected] Fale com a redação: [email protected] 18 Novidade Nariz eletrônico detecta Clostridium difficile. 18 Novidade Antena flexível aumenta versatilidade de sensores implantados. 19 Novidade Técnica que faz até oito testes simultâneos por apenas 15 centavos. 19 Novidade Biossensor detecta câncer de mama em estágio inicial. 20 Novidade Aplicativo ajuda a medir risco de doenças cardiovasculares. 20 Novidade Teste de sangue pode indicar risco de parto prematuro. Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial Rua Dois de Dezembro, 78 sala 909 CEP 22220-040 - Rio de Janeiro - RJ Tel. (21) 3077-1400 Fax (21) 2205-3386 Impressão: Grafitto Gráfica e Editora Impresso em | Revista Notícias-Medicina Laboratorial papel certificado | Agosto 2014 - Edição 63 - Ano 6 Agenda de eventos Carta ao leitor Gustavo Campana 10ª Jornada Paulista de Mastologia Editor chefe [email protected] 13 a 15 de novembro São Paulo - SP A Medicina Laboratorial atua em todas as fases da assistência à saúde, desde a prevenção de doenças ao acompanhamento terapêutico, passando pelo diagnóstico e prognóstico. No diagnóstico, permeamos das doenças agudas às crônicas, além de contribuirmos para a geração de informações epidemiológicas. Nesta edição destacamos uma atualização sobre a hemoglobina glicada, o marcador de uma das principais doenças crônicas do mundo moderno, a diabetes, que acomete cerca de 12 milhões de brasileiros. A reportagem aborda o tema de forma ampla, pois foram entrevistados um especialista em Patologia Clinica/Medicina Laboratorial e uma especialista em Endocrinologia, trazendo as visões complementares. Em duas edições seguidas de Noticias-Medicina Laboratorial — nesta e na anterior — apresentamos importantes informações referentes às duas epidemias infecciosas atuais, a Chikungunya, com 155 casos confirmados laboratorialmente no Brasil até 25 de outubro, e a epidemia do Ebola, com quase 14 mil casos no mundo e altas taxas de mortalidade. 9º Simpósio de Garantia da Qualidade da Divisão de Laboratório Central do HCFMUSP 15 de dezembro São Paulo - SP 2015 49º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial e 1º Congresso Brasileiro de Informática Laboratorial 29 de setembro a 2 de outubro Centro de Eventos do Ceará Fortaleza - CE Euromed Lab 2015 21º Congresso da IFCC 21 a 25 de junho Paris - França Congresso da AACC 26 a 30 de julho Atlanta - Georgia - EUA Destacamos também o projeto “Conhecendo os Associados da SBPC/ML”, que demonstrará como os profissionais do nosso setor estão atuando e nos suportará nas decisões relacionadas à geração de conteúdo científico, comunicação e educação. Congresso da ASCP 28 a 31 de outubro Long Beach - Califórnia - EUA Finalizo parabenizando aos três novos laboratórios acreditados pelo PALC, em Palmas (TO), Salvador (BA) e Lagoa Santa (MG), que investiram em seus programas de qualidade e contribuíram para aumentar a segurança de seus pacientes. Uma ótima leitura e um grande abraço. educação continuada http://ead.sbpc.org.br Confira o próximo curso Acompanhe a SBPC/ML pela internet website: facebook: flickr: twitter: youtube: sbpc.org.br facebook.com/SBPCML flickr.com/sbpcml twitter.com/sbpcml youtube.com/sbpcml A programação de Ensino a Distância também é divulgada na seção Agenda de Eventos do site da SBPC/ML www.sbpc.org.br Revista Notícias-Medicina Laboratorial | Agosto 2014 - Edição 63 - Ano 6 | Canal Direto Trabalho em conjunto Paula Fernandes Távora Presidente - Biênio 2014/2015 [email protected] A Lei 13.003/2014 é um dos assuntos que mais tem movimentado a saúde suplementar nos últimos meses. Sancionada em 24 de junho, ela estabelece a contratualização entre operadoras de planos de saúde e prestadores de serviços. Devido à sua abrangência, a Lei resultou na necessidade de regulamentar diferentes aspectos que regem o relacionamento entre os participantes do setor. Por isso, em setembro começou uma rodada de reuniões na sede da Agência Nacional de Saúde Suplementar, no Rio de Janeiro, para regulamentar aspectos abordados pela Lei 13.003. Devido à sua importância, este assunto foi tema de reportagem na edição anterior de Notícias-Medicina Laboratorial e é abor- dado novamente neste número da revista, como vocês podem conferir na página 6. A SBPC/ML tem participado ativamente desses encontros, defendendo os interesses dos prestadores e, sempre que necessário, daqueles que afetam diretamente o segmento de diagnóstico laboratorial. Não estamos sozinhos nessa tarefa. Nossa atuação é feita em conjunto com outras instituições coirmãs e/ou parceiras, em mais uma demonstração que — não canso de repetir e destacar — reafirma a importância do setor trabalhar unido e com um mesmo objetivo, deixando de lado diferenças pontuais de opinião. Até o próximo mês! Aconteceu . . . Cursos a distância A programação de Ensino a Distância (EAD) da SBPC/ML do segundo semestre de 2014 começou com o curso “Como implantar um sistema de controle da qualidade para os contadores hematológicos”, apresentado no dia 13 de agosto pelo patologista clínico Marcos Antônio Gonçalves Munhoz. O tema do curso de outubro, realizado no dia 8, foi “Dúvidas e dilemas para a definição de valores de referência em pediatria”, apresentado pela patologista clínica e presidente regional da SBPC/ML em Mato Grosso, Natasha Slhessarenko. 4 | Revista Notícias-Medicina Laboratorial | Agosto 2014 - Edição 63 - Ano 6 Fotos: David Querino/CFM Posse no CFM A presidente da SBPC/ML, Paula Távora, e a presidente Regional no DF, Flávia Segatto, representaram a Sociedade na cerimônia de posse da diretoria do Conselho Federal de Medicina eleita para o período 2014/2019, realizada dia 1º de outubro, na sede do CFM, em Brasília. O novo presidente é Carlos Vital Corrêa Lima (PE). Os demais diretores empossados são: 1º vice-presidente, Mauro Luiz de Britto Ribeiro (MS); 2º vicepresidente, Jecé Freitas Brandão (BA); 3º vice-presidente, Emmanuel Fortes Silveira Cavalcanti (AL); se- cretário-geral, Henrique Batista e Silva (SE); 1º secretário, Hermann Alexandre Vivacqua von Tiesenhausen (MG); 2º secretário, Sidnei Ferreira (RJ). Também fazem parte da nova diretoria: tesoureiro, José Hiran da Silva Gallo (RO); 2º tesoureiro, Dalvélio de Paiva Madruga (PB); corregedor, José Fernando Maia Vinagre (MT); vice-corregedor, Celso Murad (ES). A Comissão de Tomada de Contas do CFM é formada por Cláudio Balduíno Souto Franzen (RS), Lúcio Flávio Gonzaga Silva (CE) e Donizette Dimer Giamberardino Filho (PR). Flávia Segatto, Carlos Vital Corrêa Lima e Paula Távora Diretoria do CFM eleita para o período 2014/2019 Foto: arquivo SBPC/ML Conferência na Argentina No dia 23 de outubro, o ex-presidente da SBPC/ML Adagmar Andriolo falou sobre “A utilidade dos marcadores tumorais na prática clínica - Custo-efetividade de seu uso”, no evento “Agregando valor às provas de laboratório”, realizado pelo Colegio Oficial de Farmacéuticos y Bioquímicos de Buenos Aires. Foto: reprodução de TV SBPC/ML na imprensa Fazer ou não jejum antes de realizar exames laboratoriais? Este foi o tema de uma mesa redonda no 48º Congresso da SBPC/ML que despertou o interesse de jornalistas e foi abordado em reportagens de jornais e noticiários de TV e rádio. Em 23 de setembro, a vice-diretora científica da SBPC/ML, Luisane Vieira, foi entrevistada pelo portal R7 Notícias. No dia 8 de outubro ela falou para o Jornal Nacional, da Rede Globo. Sobre este mesmo assunto, a SBPC/ML também foi citada em reportagens na Folha de S.Paulo (20/9), Tribuna da Bahia (24/9), Diário da Região, do interior de São Paulo (4/10), TV Brasil (25/9) e TV Cultura, de São Paulo (27/9). A seção Sala de Imprensa do site da SBPC/ML (www.sbpc.org.br) apresenta reportagens em jornais, revistas, TV e rádio relacionadas à SBPC/ML e com depoimentos de seus diretores e representantes. Ao entrar na página da Sala de Imprensa escolha a aba “Vídeo”, “Áudio” ou “Impresso”. Buscando a definição de um padrão de tempo de jejum para os exames laboratoriais, a SBPCML criou o comitê de jejum, um grupo de estudo formado por especialistas que discutirá de forma aprofundada sobre o tema. Revista Notícias-Medicina Laboratorial | Agosto 2014 - Edição 63 - Ano 6 | 5 Continua a rodada de reuniões sobre a Lei 13.003/2014 Continuam as reuniões do Grupo Técnico de Regulamentação da Lei 13.003/2014, criado pela ANS para regulamentar esta lei, que estabelece a contratualização entre prestadores e operadoras de planos de saúde. A SBPC/ML é representada pelo presidente do Conselho de Expresidentes (Conex), Paulo Azevedo, e pelo diretor de Acreditação e Qualidade, Wilson Shcolnik. Em outubro, um dos temas abordados foi a limitação de realização de exames, por regras definidas pelas operadoras. Segundo os representantes da SBPC/ML, há casos de solicitação de gasometria arterial, muito comuns em pacientes hospitali- PALC acredita mais três laboratórios zados em unidades de atendimento intensivo, em que algumas operadoras limitam o número de exames, glosando os que ultrapassam o limite definido unilateralmente. A diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS, Martha Oliveira, alerta que os procedimentos listados no rol não podem ser limitados e têm cobertura obrigatória. Em relação aos profissionais de saúde com vínculo de “cooperados”, a ANS entende que eles não estão protegidos pela Lei 13.003, que trata apenas daqueles considerados “credenciados ou referenciados”. O descredenciamento também foi abordado pela SBPC/ML. Há grande Em setembro e outubro o Palc acreditou mais três laboratórios: as unidades de Palmas e de Salvador do grupo Sabin e a Loci Genética Laboratorial, de Lagoa Santa (MG). Marco na história “A integração com o Grupo Sabin, em março de 2012, proporcionou muitos diferenciais e a acreditação pelo PALC passou a ser uma das principais metas. Ela representa um marco em nossa história pois somos o primeiro a ter o selo do Programa em Tocantins, o que nos agrega um valor ainda maior”, afirma a coordenadora regional do Laboratório Sabin Palmas, Nayara de Oliveira Borba. Ela acrescenta que o comprometimento e o envolvimento de todos foi essencial para conquistar a acreditação. Capacitação da equipe A gestora Técnica do Laboratório Sabin em Salvador, Tatiana Ferraz, comemora a acreditação PALC e diz que ela valida os processos e atesta a qualidade em todas as fases do serviço. “O comprometimento e o empenho dos nossos colaboradores foram fundamentais para essa conquista”, desta- 6 | Revista Notícias-Medicina Laboratorial | Agosto 2014 - Edição 63 - Ano 6 temor que serviços de pequeno e médio portes sejam descredenciados antes da vigência da nova lei. Os representantes da Agência comprometeram-se a estudar um mecanismo que evite tal situação, mas lembraram que, atualmente, o descredenciamento já é direito de ambas as partes. O assunto mais debatido foi o critério para substituição de prestadores de serviços de saúde, em casos de descredenciamento. A SBPC/ML e outras instituições que representam os prestadores defendem que devem ser considerados requisitos como porte do serviço, qualidade, capacidade instalada, entre outros. ca. Segundo ela, foi preciso investir na atualização do parque tecnológico e na capacitação da equipe. Foram acreditados laboratórios na BA, MG e TO Troca de experiências A Loci Genética Laboratorial é especializada na prestação de serviços de apoio nas áreas de genética humana e doenças infecciosas. “A escolha pela acreditação PALC deve-se à proposta do Programa, que se baseia na troca de experiências entre auditores e auditados, com o propósito de crescimento mútuo”, afirma sua diretora, Renata Bottrel, bióloga com mestrado em microbiologia e doutorado em bioquímica e imunologia pela UFMG. “A conquista do selo PALC prova que o Programa aplica-se da empresa pequena nascente àquela de grande porte.” Segundo ela, os preparativos para a acreditação resultaram no fortalecimento da equipe e garantiram que a empresa iniciasse suas operações com seus processos bem definidos. Dica do especialista Foto: divulgação Notificação compulsória de doenças Celso Granato Médico patologista clínico e infectologista e diretor Clínico do Grupo Fleury É tradicional que determinadas doenças sejam notificadas aos órgãos sanitários públicos. Isso ocorre em todas as nações civilizadas, dentre as quais, o Brasil. Trata-se de medida fundamental para que se possa saber o que ocorre do ponto de vista das doenças, infecciosas ou não, no seio da sociedade, tomar medidas para proteger a população não acometida e, até mesmo, evitar maiores consequências para aqueles já acometidos. Em um país como o nosso, ainda bastante heterogêneo, com realidades, desde as geográficas até as sócio-econômicas bastante distintas, essa notificação torna-se ainda mais relevante, para que medidas possam ser tomadas evitando o acometimento de maior número de pessoas, especialmente as mais vulneráveis. Laboratórios de patologia clínica estão entre as entidades que obrigatoriamente devem fazer es- Lista nacional de notificação compulsória Fonte: Portaria MS 1271, de 06/06/2014. O arquivo pdf está no site da SBPC/ML (www.sbpc.org.br), seção “Profissional”, item “Legislação & Consultas Públicas”, página “Ministério da Saúde”. Doença ou agravo ordem alfabética Órgão de notificação Acidente de trabalho com exposição a material biológico Acidente de trabalho grave, fatal e em crianças e adolescentes Acidente por animal peçonhento Acidente por animal potencialmente transmissor da raiva Botulismo Periodicidade de notificação Imediata até 24h * MS SES SMS * semanal Doença ou agravo ordem alfabética Órgão de notificação * MS SES SMS * semanal Doença ou agravo ordem alfabética Órgão de notificação Esquistossomose Leptospirose Eventos de Saúde Pública (ESP): (ver artigo 2º da Porta- Malária na região amazônica ria MS 1271) Eventos adversos graves ou óbitos pós-vacinação Difteria Hantavirose Doença de Chagas aguda Hepatites virais Doença de CreutzfeldtJakob (DCJ) HIV/Aids Doença invasiva por “Haemophilus influenza” Infecção pelo HIV em gestante, parturiente ou puérpera e criança exposta ao risco de transmissão vertical do HIV SMS * semanal Malária na região extra-amazônica Poliomielite por poliovírus selvagem Hanseníase * SES Leishmaniose visceral Febre Chikungunya Dengue - Óbitos até 24h MS Leishmaniose tegumentar americana Óbito a. Infantil b. Materno Dengue - Casos Periodicidade de notificação Imediata substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, gases tóxicos e metais pesados) Febre amarela Febre tifoide Doenças com suspeita de disseminação intencional a. Antraz pneumônico b. Tularemia c. Varíola até 24h Intoxicação exógena (por Coqueluche Doença meningogócica Periodicidade de notificação Imediata Doenças febris hemorrágicas emergentes reemergentes: a. Arenavírus b. Ebola c. Marburg d. Lassa e. Febre púrpura brasileira Febre do Nilo Ocidental e outras arboviroses de importância em saúde pública Febre maculosa e outras riquetisioses Cólera sa notificação, mesmo por que, regra geral, lidam com um número relativamente grande de pessoas portadoras desse tipo de doença “notificável”, quando se considera um clínico de consultório, por exemplo. Entretanto, dois aspectos têm chamado a minha atenção a esse respeito. Em primeiro lugar, não lidamos obrigatoriamente com o diagnóstico final de doenças mas, sim, com elementos que, associados a outros dados clínico-laboratoriais, compõem o diagnóstico final. Em segundo lugar, passaram a existir excrecências burocráticas, nas quais se exige notificar pedidos médicos, além dos resultados dos exames; colocar cada diagnóstico em um formulário distinto e acrescentar informações do tipo: “data de início da febre”, “viagens realizadas nos últimos 15 dias”, “número de pessoas que convivem com caso índice”. Onde nós estamos...? Peste Raiva humana Síndrome da rubéola congênita Síndrome da paralisia flácida aguda Síndrome respiratória aguda grave associada a coronavírus a. SARS-CoV b. MERS-Cov Tétano a. Acidental b. Neonatal Tuberculose Varicela - Caso grave internado ou óbito Infecção pelo HIV Violência doméstica e/ou outras violências Influenza humana produzida por novo subtipo viral Violência sexual e tentativa de suicídio * Notificação imediata ou semanal segue o fluxo estabelecido pela SVS/MS * Siglas: MS - Ministério da Saúde; SES - Secretaria Estadual de Saúde; SMS - Secretaria Municipal de Saúde (no Distrito Federal equivale à Secretaria de Saúde). * A notificação imediata no Distrito Federal é equivalente à SMS Revista Notícias-Medicina Laboratorial | Agosto 2014 - Edição 63 - Ano 6 | 7 8 | Revista Notícias-Medicina Laboratorial | Agosto 2014 - Edição 63 - Ano 6 Controle do diabetes mellitus Segundo o patologista clínico e diretor científico da SBPC/ML, Nairo Sumita, a dosagem de hemoglobina glicada (HbA1c ou A1C) tem grande importância na avaliação do nível de controle do diabetes mellitus. Ela reflete o histórico da glicemia de aproximadamente 60 a 90 dias previamente à coleta de sangue. Sumita, que dirige o Serviço de Bioquímica Clínica da Divisão de Laboratório Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (DLC-HCFMUSP) e também atua no Grupo Fleury como assessor médico em bioquímica clínica, explica que o termo hemoglobina glicada define um grupo de substâncias formadas a partir da reação entre a hemoglobina A (HbA) e um açúcar. O componente mais importante deste conjunto é a fração A1C, na qual há um resíduo de glicose ligado ao grupo amino terminal (resíduo de valina) de uma ou de ambas as cadeias beta da HbA. A ligação entre a HbA e a glicose é o produto de uma reação não enzimática definida como glicação. “No diabetes mellitus, a hiperglicemia persistentemente prolongada é extremamente nociva ao organismo. Existe uma estreita relação entre níveis elevados de glicose no sangue e o desenvolvimento das complicações do diabetes. O descontrole permanente acarreta, no decorrer dos anos, uma série de complicações orgânicas, resultando em danos teciduais, perda de função e falência de vários órgãos”, observa o patologista clínico. Ainda segundo ele, a dosagem da hemoglobina glicada Foto: Arquivo SBPC/ML Segundo a Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglês), o diabetes é um dos problemas mais graves de saúde pública mundial e é a doença crônica que apresenta a maior morbi-mortalidade no planeta. Ela aumenta sua prevalência à medida que os países enriquecem, a população torna-se mais sedentária e cresce o consumo diário de calorias. A Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula que atualmente existem cerca de 350 milhões de pessoas nessa condição. Na China, são 90 milhões de casos; na Índia, 61,3 milhões; nos EUA, 25,8 milhões; no México, 10,3 milhões. Em 2010, o censo do IBGE contabilizou no Brasil cerca de 12 milhões de pessoas com a doença. A estimativa para 2030 é de 552 milhões de diabéticos no mundo todo. A doença é a principal causa de cegueira no mundo e está associada a 40% das doenças cardiovasculares. passou a ser considerada parâmetro essencial na avaliação do controle do diabetes mellitus após a publicação dos resultados de dois grandes estudos clínicos relativos ao diabetes tipo 1 e tipo 2, respectivamente: Diabetes Control and Complications Trial – DCCT, em 1993; e United Kingdom Prospective Diabetes Study – UKPDS, em 1998. “Esses estudos demonstra- Nairo Sumita ram claramente que manter o nível de hemoglobina glicada abaixo de 7% no paciente portador de diabetes reduz significativamente o risco do desenvolvimento das complicações micro e macrovasculares da doença, em relação ao paciente cronicamente descontrolado”, detalha. Como a quantidade de glicose ligada à hemoglobina é diretamente proporcional à concentração média de glicose no sangue – e como os eritrócitos têm meia-vida de aproximadamente 120 dias –, a medida da quantidade de glicose ligada à hemoglobina pode fornecer uma avaliação do controle glicêmico médio no período de 60 a 90 dias que antecedem a coleta de sangue para o exame. Estudos de correlação A endocrinologista Milena Teles, do Hospital das Clínicas da FMUSP e do Grupo Fleury, ressalta que atualmente a hemoglobina glicada é o marcador com mais estudos que correlacionam seu valor ao risco de complicações micro (retinopatia, neuropatia e nefropatia) e macrovasculares (infarto, acidente vascular cerebral). Em geral, quanto maior o valor, maior o risco de complicações. Mas ela alerta que estudos mais recentes indicam que o valor de A1C deve ser sempre individualizado pelo médico, considerando-se vários dados clínicos como idade, tempo de diabetes, presença de complicações crônicas e risco de hipoglicemias. Portanto, para se ajustar os valores-alvo de A1C é importante a interpretação do médico, que deve ponderar o risco-benefício da ocorrência de hipoglicemias. “A ocorrência de hipoglicemias é bem mais frequente na vigência de um tratamento mais intensivo, com metas de hemoglobina glicada menores. Essa forma de tratamento deve ser empregada com cautela em crianças menores de sete anos, assim como em indivíduos de mais idade. Os pacientes que já apresentam complicações em estágio avançado (insuficiência renal terminal, doença vascular difusa) ou que são portadores de outras condições clínicas que reduzem a qualidade de vida podem ter como meta de tratamento valores de A1C mais elevados”, considera a endocrinologista. Nairo Sumita diz que vem aumentando o número de solicitações de A1C junto com a dosagem de glicoRevista Notícias-Medicina Laboratorial | Agosto 2014 - Edição 63 - Ano 6 | 9 A1C Glicose média estimada (%) Para transformar o valor de A1C em glicose média estimada deve ser aplicada a equação: Glicose média estimada (mg/dL) = 28,7 x A1C - 46,7. A tabela ao lado descreve alguns valores de glicose média estimada com os respectivos valores da hemoglobina glicada. O valor de glicose obtida permite ao médico e ao paciente um melhor entendimento do grau de controle dos níveis glicêmicos nos últimos 60 a 90 dias previamente à dosagem da A1C. Glicose média (mg/dL) 6 126 7 154 8 183 9 212 10 240 11 269 12 298 Diabetes mellitus: critérios para diagnóstico Em 2010, a Associação Americana de Diabetes (ADA, na sigla em inglês) estabeleceu níveis de hemoglobina glicada para o diagnóstico do diabetes mellitus, criando, assim, mais um critério para o diagnóstico da doença. Na ausência de uma hiperglicemia inequívoca, os critérios 1 a 3 (abaixo) devem ser confirmados com um segundo teste. Mais detalhes na tabela a seguir. 1 - Resultado de hemoglobina glicada ≥ a 6,5% (método certificado pelo NGSP); 2 - Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL, após jejum de 8 horas; 3 - Glicemia ≥ 200 mg/dL, duas horas após sobrecarga com 75 gramas de glicose oral; 4 - Paciente com sintomas clássicos de hiperglicemia ou crise hiperglicêmica, com uma glicemia colhida ao acaso ≥ 200 mg/dL. Testes laboratoriais Interpretação Glicemia de jejum 75 a 99 mg/dL Glicemia de jejum normal Glicemia de jejum ≥ 100 e < 126 mg/dL Glicemia de jejum alterada* Realizar teste de tolerância à glicose oral com 75 g de glicose Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL Hiperglicemia de jejum (diabetes mellitus) Repetir glicemia de jejum em dia subsequente; caso ≥ 126 mg/dL: diabetes mellitus Glicemia 2 horas após sobrecarga oral com 75 g de glicose ≥ 200 mg/dL Diabetes mellitus Glicemia > 140 mg/dL e < 200 mg/dL após 2 horas de sobrecarga oral com 75 g de glicose Tolerância à glicose diminuída* Glicemia > 200 mg/dL em amostra colhida a qualquer hora do dia com sintomas característicos Diabetes mellitus HbA1c** 5,7 a 6,4% Alteração de HbA1c* HbA1c ≥ 6,5% Conduta diagnóstica Repetir HbA1c em dia subsequente; caso ≥ 6,5%: diabetes mellitus * Consideradas categorias de risco aumentado para desenvolvimento de diabetes (pré-diabetes). ** Dosagem deve ser realizada por método certificado pelo NGSP. 10 | Revista Notícias-Medicina Laboratorial | Agosto 2014 - Edição 63 - Ano 6 Foto: Nilton Pavin tre dois níveis de certificação (quadro “Critérios de certificação do NGSP”). No nível 1, o mais rigoroso, para se obter a certificação é monitorado o desempenho analítico a cada três meses. São analisadas 40 amostras, que podem ser obtiA1C e diagnóstico de diabetes das da rotina do laboratório. A dosagem de HbA1c foi incluída como ferramenta diagSe os resultados estiverem nóstica para diabetes mellitus a partir de 2010 pela Assoadequados, quando comparaciação Americana de Diabetes (leia quadro na página ao dos aos das análises dessas lado). No entanto, de acordo com os especialistas, o uso mesmas amostras feitas pelo Milena Teles da hemoglobina glicada para fins diagnósticos não é aplilaboratório de referência, recável a toda a população. “É sabido que ocorre discreto cebe-se o certificado do NGSP. Uma opção é o laboraaumento da dosagem de A1C com o aumento da idade, tório solicitar que o programa envie suas amostras e portanto a dosagem de A1C com fins diagnósticos em paele mesmo realizar o teste, ao invés de elas serem encientes idosos deve ser interpretada com cautela. Já em caminhadas ao laboratório de referência. gestantes, a dosagem pode ser útil apenas na primeira consulta pré-natal, com o objetivo de diagnosticar dia- O certificado tem validade de um ano e é específico pabetes mellitus pré-gestação. Após esse período, a pre- ra o método usado no ensaio da certificação — conjunsença de hemodiluição e a alteração da meia-vida das he- to diagnóstico, instrumento, calibradores e controles. mácias comprometem o seu uso, mesmo para seguimen- Com a certificação, diz Sumita, o laboratório pode afirmar que a sua metodologia está harmonizada com toto”, explica Milena Teles. dos os outros laboratórios certificados que também Nairo Sumita explica que ainda existe certa resistência por parte dos pacientes e dos médicos em considerar usam as metodologias certificadas pelo NGSP. que pequenas elevações no nível de hemoglobina glica- “O conceito de padronização e harmonização de métoda já representam um aumento considerável no risco de dos laboratoriais tornou-se um tema relevante princidesenvolvimento das complicações crônicas do diabe- palmente após o surgimento das diretrizes clínicas. Os tes. Por isso, foi incorporado o conceito de glicose média resultados entre os diferentes métodos no laboratório estimada: uma equação matemática em que se transfor- clínico devem ser equivalentes dentro dos limites clinima o valor de A1C em concentração de glicose (quadro camente significativos, para permitir a aplicação das diretrizes clínicas para o diagnóstico de doenças e no “Glicose média estimada”). acompanhamento do paciente”, destaca. Certificação de laboratórios Ele acrescenta que a aplicação das diretrizes está atreSegundo Nairo Sumita, com o objetivo de reduzir os lada à necessidade de harmonização dos métodos laboproblemas de interpretação dos resultados da A1C pe- ratoriais para que os resultados obtidos por diferentes las diferentes metodologias, foi criado, em 1996, nos métodos sejam clinicamente equivalentes. EUA, o National Glycohemoglobin Standardization Program - NGSP (www.ngsp.com), programa que avalia e “Na prática, se um método laboratorial não é padronicertifica os métodos disponíveis no mercado mundial, zado e harmonizado, diferentes resultados numéricos com a finalidade de harmonizar as metodologias para podem ser obtidos para a mesma amostra clínica. que estas forneçam resultados rastreáveis à metodo- Assim, há o risco do médico tomar decisões baseadas em resultados, sem considerar a existência de diferenlogia utilizada no estudo do DCCT. ças entre os vários métodos laboratoriais”, conclui o O NGSP também possui um programa voluntário, mas patologista clínico. pago, que certifica laboratórios clínicos que fazem a dosagem de A1C. O laboratório pode requerer um dense. “Em razão da elevada prevalência de casos subdiagnosticados de diabetes na população, os médicos têm sistematicamente solicitado esses dois exames aos seus pacientes”, afirma. Ele acrescenta que a interpretação do resultado de A1C é muito simples e direta. Critérios de certificação do NGSP Criado em 1996, nos EUA, o programa National Glycohemoglobin Standardization Program (NGSP) oferece certificação em dois níveis de laboratórios clínicos que dosam A1C. A certificação de nível 1 exige que os resultados de, pelo menos, 38 das 40 amostras apresentem variação máxima de +/- 6% em relação aos resultados observados pelo laboratório de referência. Além disso, o laboratório candidato à certificação nesse nível é monitorado através da análise de dez amostras trimestralmente. A certificação de nível 2 requer que 37 das 40 amostras avaliadas apresentem variação máxima de +/- 6%, mas não ocorre a monitoração trimestral. Revista Notícias-Medicina Laboratorial | Agosto 2014 - Edição 63 - Ano 6 | 11 De tudo, um pouco Após o 49º Congresso da SBPC/ML, não deixe de conhecer o Mercado Central de Fortaleza Castanha de caju, rendas e bordados, artesanato de couro, madeira e palha, roupas, uma infinidade de objetos para guardar de recordação da viagem. Quando cansar ou bater a fome, existem restaurantes e lanchonetes para saborear bebidas e comidas típicas do Nordeste. Isso e mais alguma coisa é o que oferece o Mercado Central de Fortaleza, uma das atrações turísticas da cidade. 49° Congresso Brasileiro de Castanhas e bordados O produto mais procurado pelos visitantes é a castanha de caju, encontrada na forma natural, torrada, salgada ou caramelizada. Também são vendidos doces, bebidas e licores à base de caju. Patologia Clínica As rendas e bordados do Nordeste disputam com a castanha a atenção dos visitantes. São mantas, redes, toalhas, panos de bandeja, batas, blusas e cangas. Em alguns boxes é possível ver as rendeiras produzindo seu trabalho na hora. 1° Congresso Brasileiro de Medicina Laboratorial e Informática Laboratorial Exposição Técnico-Científica Couro, palha e madeira Tradição no Ceará, o artesanato em couro é um costume dos moradores do sertão do estado que se mantém ao longo do tempo. Os produtos mais vendidos são calçados, roupas, chinelos, chapéus, cintos e peças de decoração. Centro de Eventos do Ceará Outros materiais usados em objetos muito procurados pelos turistas são a palha da carnaúba, do milho e da bananeira, empregadas principalmente em chapéus, bolsas, tapetes, redes, cestos e jogos de mesa. Além desses, a madeira também tem seu lugar de destaque no artesanato cearense. Ela é utilizada na fabricação de móveis de todos os tipos e de peças de decoração. 29 de setembro a 2 de outubro de 2015 Roupas e lembranças O Mercado Central de Fortaleza tem lojas especializadas em roupas para bebês, crianças, jovens e adultos. As gestantes podem montar seu enxoval com bolsas, fraldas, mantas, camisetas, chapéus, toalhas e outros itens. Quem deseja levar lembranças da viagem encontra as tradicionais garrafinhas com areia colorida formando desenhos, além de bolsas, sapatos de couro, redes, enfeites e muitas miudezas. Gastronomia Entre tantas lojas, o visitante não pode deixar de provar a típica culinária nordestina. Restaurantes e lanchonetes oferecem pratos como o baião de dois, carne de sol, paçoca, mão de vaca, tapioca e feijão verde. Para beber, existem várias opções de cachaças produzidas no Ceará, desde as mais comuns até as que recebem nomes e sabores exóticos e outras produzidas para exportação. O primeiro mercado surgiu em 1809, em um galpão de madeira onde eram vendidas carnes, frutas e verduras. Quatro anos depois, foi erguida em seu lugar uma construção de alvenaria, conhecida como “cozinha do povo”. Em 1931, ocorreu a mudança mais radical. Proibidos de vender carnes, frutas e verduras no interior do prédio, muitos lojistas mudaram de ramo e se dedicaram ao comércio de artesanato, roupas, objetos para uso doméstico e produtos comestíveis à base de caju, além de bebidas e doces. Com o passar dos anos houve outras reformas que ampliaram e tornaram suas instalações mais confortáveis. O atual mercado funciona no centro da cidade, ao lado da Catedral Metropolitana de Fortaleza. Mercado Central de Fortaleza Av. Adalberto Nepomuceno, 199, Centro telefone: (85) 3454-8586 e-mail: [email protected] site: www.mercadocentraldefortaleza.com.br Foto: Divulgação 12 | Revista Notícias-Medicina Laboratorial | Agosto 2014 - Edição 63 - Ano 6 Fortaleza - CE www.cbpcml.org.br Faça download download dos dos livros livros lançados lançados no no Faça 48º Congresso da SBPC/ML Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML): Boas Práticas em Microbiologia Clínica A microbiologia clínica é uma das grandes áreas do laboratório clínico cuja atividade laboratorial, com vistas à elucidação diagnóstica. Pode ser caracterizada como de alta complexidade e se constituindo em um processo que desafia os profissionais dessa área de atuação. Esta obra tem como objetivo apresentar as Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), discutir as boas práticas em microbiologia clínica, com os tópicos relevantes e as dúvidas e questionamentos mais frequentes da rotina diária. O projeto contou com a participação de uma equipe multidisciplinar composta por profissionais formadores de opinião e com grande experiência na área de microbiologia clínica. Este livro utiliza uma linguagem simples e direta para todos os profissionais do laboratório clínico da área de microbiologia e estudantes. www.sbpc.org.br O que você encontra neste livro: 4. Antibiograma 5. Controle interno da qualidade 6. Ensaios de proficiência 7. Biologia molecular no laboratório de microbiologia 8. Espectrometria de massas MALDI-TOF em laboratório de microbiologia clínica: parâmetros conceitos pré e pós-analíticos úteis para a rotina. 9. Infecções bacterianas emergentes 10.Automação em microbiologia 1.Área física do laboratório de microbiologia e legislação vigente 2.Biossegurança 3.Rotinas em microbiologia: 3.1. Urocultura 3.2. Hemocultura 3.3. Cultura de líquidos cavitários 3.4. Cultura de secreções e catéter 3.5. Cultura de fungos 3.6. Cultura para Candida 3.7. Cultura de líquor 3.8 .Cultura para micobactérias Realização: SBPC/ML — AMB Apoio: 11.Verificação e validação de procedimentos no laboratório de microbiologia clínica 12.Treinamento e desenvolvimento 13.Gestão de equipamentos no laboratório de microbiologia 14.Indicadores da qualidade em microbiologia clínica BD — BIOMÉRIEUX — PLASTLABOR — PROBAC — ROCHE Tecnologia da Informação em Medicina Laboratorial Posicionamento da 2014 interoperabilidade de sistemas Disponível para download em Realização: www.sbpc.org.br/timl Apoio: Revista Notícias-Medicina Laboratorial | Agosto 2014 - Edição 63 - Ano 6 | 13 Conhecer para integrar Com o apoio da diretoria da SBPC/ML, o patologista clínico Flávio Alcântara desenvolve o Projeto “Conhecendo os Associados da SBPC/ML”, que vai permitir maior aproximação entre a Sociedade e todos os seus membros, independente de sua formação profissional e área de atuação. Como o projeto será desenvolvido? Foram propostos dois caminhos e ambos estão sendo explorados. No primeiro, um questionário eletrônico será enviado por e-mail ao associado da SBPC/ML, que responderá selecionando as subespecialidades de seu interesse. O resultado será plotado em um banco de dados da SBPC/ML. O segundo caminho é enviar um e-mail ao associado, possivelmente com um link, solicitando que ele entre em um programa ligado ao site da SBPC/ML, onde escolherá as especialidades listadas e responderá a perguntas simples, informando sua disponibilidade de tempo para trabalho voluntário na área escolhida. Estamos avaliando a viabilidade e as limitações técnicas entre os dois métodos. Em ambos, o associado deverá escolher até cinco subespecialidades em uma lista com várias possibilidades. Foram criadas aproximadamente 20 grandes áreas, desde hematologia, microbiologia e biologia molecular até gestão de RH, informática e gestão da qualidade. Quais são essas grandes áreas de especialidades? Elas foram subdivididas em subáreas específicas. Por exemplo, em Hematologia temos Hematologia Geral, Hematologia-Coagulação, Hematologia-Anemias, HematologiaLeucemias, Hematologia-Citometria de Fluxo, Hematologia-Hemoglobinopatias, Hematologia-Oncohematologia Molecular, Hematologia-Outros. O associado deverá listar um máximo de cinco opções, sejam suas escolhas em áreas gerais ou já na subespecialidade definida. Cada escolha deverá seguir a ordem de importância para ele. Poderá marcar todas as cinco opções em uma única especialidade ou em várias, da maneira que lhe convier. Muitos de nós atuamos em diversas áreas, tendo uma ou duas especialidades como prioritárias e outras como necessárias. A classificação proposta em especialidades e subespecialidades não é perfeita e poderá ser aperfeiçoada com o tempo. Por exemplo, alguns enxergam a área de diabetes como parte da bioquímica laboratorial, enquanto para outros é parte da endocrinologia laboratorial. A oncohematologia é subespecialidade disputada entre a biologia molecular e a hematologia. 14 | Revista Notícias-Medicina Laboratorial | Agosto 2014 - Edição 63 - Ano 6 E a participação como colaborador? Ao final do questionário será perguntado qual é a disponibilidade de tempo do associado para colaborar com a SBPC/ML. De posse dessa classificação, a Sociedade decidirá como melhor utilizar as informações. Seu uso é um tema a ser definido em reuniões posteriores. Dentre as possibilidades estão, por exemplo, o apoio à diretoria cientifica para eventuais consultas em assuntos específicos, apoio em eventos científicos, criação de grupos de trabalho para auxiliar a diretoria científica em determinado projeto. Dependerá de quais são os recursos mapeados e da disponibilidade de cada um dos consultados. Quais são os benefícios para a SBPC/ML? A posse de informações essenciais para a SBPC/ML poderá auxiliar na programação de atividades futuras, científicas e de outras naturezas, como gestão, por exemplo. Será possível ver o peso dessas subespecialidades entre os membros da SBPC/ML e ter a noção real de quais são e de quantos podem colaborar em determinados projetos ligados à sua área de interesse. Uma consequência indireta será fortalecer a SBPC/ML enquanto sociedade cientifica, pelo detalhamento das várias atividades e subespecialidades nas quais os colegas atuam. Indiretamente, teremos a liberação da diretoria científica para atividades estratégicas, fornecendo a ela uma estrutura de suporte para diversos temas específicos. Portanto, reforçará a estrutura organizacional da SBPC/ML. Os associados também se conhecerão melhor? Sim, porque essas informações também facilitarão o canal de comunicação com a diretoria e permitirá conhecer melhor o perfil dos associados e maior aproximação entre eles. Estes também poderão saber quais dos outros membros da SBPC/ML são peritos em determinado assunto. Por exemplo, para se esclarecer uma dúvida acerca de espermograma será possível pesquisar no banco de dados da SBPC/ML se há algum associado que seja especialista ou tenha marcado interesse nesse tópico. Há desdobramentos para o projeto? Sim. Ele abre caminho para outro projeto há muito desejado na SBPC/ML, que é a criação de grupos ou comitês de subespecialidades, que permitirá aos membros de cada subespecialidade se unirem em objetivos comuns. Caso os temas sejam de interesse da diretoria, terão sua atuação apoiada pela SBPC/ML e os associados poderão mencionar publicamente que são membros de determinado comitê, o que certamente é uma distinção honrosa. Para muitos profissionais, esse tipo de trabalho já é realizado, mas ocorre isoladamente, algumas vezes sem o conhecimento da SBPC/ML. Este é um passo mais distante e mais ambicioso e deve aguardar o mapeamento fornecido pelo projeto. Percebo que é mais um dos importantes elos que perfazem a corrente de ações necessárias para o fortalecimento e crescimento da SBPC/ML e, também, da Patologia Clínica. Foto: Arquivo SBPC/ML O que é o projeto e quais os seus objetivos? O projeto consiste em mapear as habilidades e conhecimentos de cada associado da SBPC/ML e conhecer suas principais afinidades profissionais e científicas. Há uma grande variação nos interesses individuais. Por exemplo, um associado vai informar que tem interesse em microbiologia e, em particular, em micobacterioses e/ou resistência bacteriana. Para outro, o interesse específico é em hematologia e citometria de fluxo. Há associados que estão mais voltados à gestão do laboratório e outros que se dedicam à área da qualidade ou de ensino. Com o projeto poderemos saber a dimensão numérica de quantos indivíduos têm interesse em cada uma dessas atividades e quais as variações de interesses de todo o corpo de associados. Um dos pontos a serem investigados pelo projeto é também avaliar se há disponibilidade do colega para atuar voluntariamente junto à SBPC/ML e, se houver, por quantas horas mensais. Portanto, a Sociedade terá a noção, ainda que estimada, de quem se dispõe a auxiliá-la de alguma maneira. Revista Notícias-Medicina Laboratorial | Agosto 2014 - Edição 63 - Ano 6 | 15 Ebola Na edição anterior de Notícias-Medicina Laboratorial, a pedido da SBPC/ML, os patologistas clínicos Eliane Aparecida Rosseto, João Renato Rebello Pinho e Marinês Dalla Valle Martino escreveram um artigo sobre a febre chikungunya, seu diagnóstico e tratamento. Nesta segunda parte, eles abordam o ebola. Ebola é uma doença emergente viral muito mais grave que a chikungunya. Não é transmitida por vetores e, sim, por contato direto com pacientes infectados. A possibilidade de sua expansão para fora da África é bem menor. O ebolavirus é um filovírus, com forma filamentosa, com 14 micrômetros de comprimento e 80 nanômetros de diâmetro. O seu genoma é de RNA fita simples de sentido negativo (é complementar à fita codificante). O genoma é protegido por capsídeo, é envelopado e codifica sete proteínas. O vírus está classificado em diferentes espécies: Bundibugyo ebolavirus (Uganda), que nunca foi isolado no homem; Sudan ebolavirus (Sudão); Tai Forest ebolavirus (Costa do Marfim); e Zaire ebolavirus, que apresenta a maior letalidade, geralmente acima de 60% dos casos diagnosticados. Além disso, na mesma família temos também o vírus Marburg, já encontrado na África do Sul, Quênia, Congo e Uganda, responsável por casos provocados por acidentes laboratoriais em Koltsovo, na Rússia, e em Marburg, na Alemanha. Os reservatórios naturais deste vírus são os morcegos e primatas não humanos, mas o vírus também foi encontrado em porcos e macacos. Na África, os surtos provavelmente originam-se quando pessoas têm contato ou manuseiam a carne crua de chimpanzés, gorilas infectados, morcegos, macacos, antílopes florestais e porcos-espinhos encontrados doentes ou mortos. Entre os homens, a contaminação se faz por contato com sangue, tecidos, fluidos corporais ou secreções (fezes, urina, saliva, sêmen) de indivíduos infectados (incluindo cadáveres) ou por contato com superfícies e objetos contaminados. Depois que uma pessoa entra em contato com um animal que tem ebola, ela pode espalhar o vírus na sua comunidade, transmitindo-o para outros. A infecção ocorre se a pele ou membranas mucosas de um indivíduo saudável entrar em contato com objetos contaminados com fluidos infecciosos de um paciente com ebola, como roupa suja, roupa de cama ou agulhas usadas. Cerimônias fúnebres em que, durante o veló- 16 | Revista Notícias-Medicina Laboratorial | Agosto 2014 - Edição 63 - Ano 6 rio, há contato direto com o corpo da pessoa falecida, como é comum em comunidades rurais de alguns países africanos, também podem desempenhar um papel importante na transmissão do vírus. Corpos de indivíduos que morreram de ebola devem ser manipulados apenas por quem esteja usando roupas de proteção e luvas e o corpo deve ser enterrado imediatamente. O vírus não é transmitido pelo ar, água ou alimentos. Não há transmissão durante o período de incubação, somente após o aparecimento dos sinais e sintomas. O período de incubação varia de dois a 21 dias — média de oito a dez — e o quadro clínico caracteriza-se por febre, fraqueza intensa, dores musculares, dor de cabeça e dor de garganta, seguidos por vômitos, diarreia, disfunção hepática, erupção cutânea, insuficiência renal e, em alguns casos, hemorragia tanto interna como externa. Casos suspeitos 1 - Pacientes procedentes, nos últimos 21 dias, de área de risco (país com transmissão de ebola), que apresentem febre de inicio súbito, podendo ser acompanhada de sinais de hemorragia como diarreia sanguinolenta, gengivorragia, enterorragia, hemorragias internas, sinais purpúricos e hematúria. 2 - Em viajantes ou profissionais de saúde provenientes desses países e que apresentem história de contato com pessoa doente, participação em funerais ou rituais fúnebres de pessoas previamente doentes ou contato com animais doentes ou mortos, a suspeita deve ser reforçada. Caso provável É um caso suspeito de viajantes ou profissionais de saúde provenientes desses países e que apresentem histórico de contato com pessoa doente; participação em funerais ou rituais fúnebres de pessoas com suspeita da doença ou contato com animais doentes ou mortos e onde não foi possível colher amostra. Os procedimentos a serem adotados na ocorrência de caso suspeito em aeronave estão descritos no site do Ministério da Saúde (consulte o quadro “Referências”) e envolvem normas para se tentar isolar ao máximo o paciente dentro da aeronave e depois enviá-lo a um hospital de referência, além de identificar os possíveis contactantes do caso. O serviço de saúde público ou privado que atender um caso suspeito de DVE deverá adotar os procedimentos de biossegurança, notificar imediatamente a Secretaria Municipal, Estadual de Saúde ou a SVS, e acionar o SAMU 192, que realizará o transporte do paciente para o hospital de referência. Em cada estado do país existem hospitais de referência para onde os casos precisam ser enviados. Diagnóstico O diagnóstico diferencial inclui as causas de síndrome lha de biopsia. c) Transporte de amostra - O material biológico (sangue ou tecidos) deve ser transportado em gelo seco, em caixas triplas destinadas a substâncias infecciosas Categoria A UN/2814, para o laboratório de referência – Instituto Evandro Chagas (IEC). O transporte do material desde a unidade de saúde até o laboratório de referência (IEC) é de responsabilidade da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde. O isolamento viral deverá ser realizado somente em laboratórios dotados de ambiente NB4. Assim, nenhum laboratório público (federal, estadual ou municipal – incluindo os das universidades públicas) ou privado deve realizar essa técnica. Tratamento Nenhuma vacina específica ou tratamento com drogas antivirais já se comprovou eficaz contra ebola. Os sintomas são tratados como eles aparecem. As seguintes intervenções básicas, quando usadas precocemente, podem melhorar significativamente e aumentar as chances de sobrevivência: fornecer fluidos endovenosos (EV) para equilíbrio eletrolítico, manter oxigenação e pressão arterial, e tratar outras infecções, se ocorrerem. Alguns tratamentos experimentais desenvolvidos para ebola foram testados e comprovados em animais, mas ainda não foram testados em ensaios clínicos randomizados. Diante da gravidade do cenário, a Organização Mundial de Saúde autorizou, em alguns casos, o uso de anticorpos monoclonais mesmo sem o cumprimento de todas as etapas para a liberação regular de um medicamento. Foto: Lizemar Dahlke febril hemorrágica aguda, particularmente a malária, mas também febre tifoide, shiguelose, cólera, leptospirose, peste, rickettsiose, meningite, hepatite e outras febres hemorrágicas. Os achados laboratoriais são pouco característicos, com leucopenia (<1000) com linfopenia inicialmente, seguido de neutrofilia com desvio à esquerda, plaquetopenia (50.000 a 100.000), aumento de transaminases (TGO>TGP), hiperproteinemia, proteinúria e aumento dos tempos de coagulação (TP e TTPA). No nosso meio, todos os casos suspeitos devem ser encaminhados para atendimento nos hospitais de referência de cada estado. Tem sido recomendado que os exames laboratoriais sejam realizados por técnicas laboratoriais remotas localizadas em áreas de segurança, dentro de capelas de fluxo laminar, em nível de segurança de, pelo menos, NB-3. O diagnóstico laboratorial se faz por isolamento viral, sorologia ou PCR. Os laboratórios centrais de saúde pública dos diferentes estados devem enviar as amostras para o Instituto Evandro Chagas, em Belém (PA). Os procedimentos para diagnóstico laboratorial da infecção por ebolavírus encontrados no site do Ministério da Saúde estão descritos abaixo: a) Coleta da amostra - Deve ser realizada de modo asséptico. O responsável pela colheita deve estar protegido com Equipamentos de Proteção Individual (EPI) específicos. Os materiais usados para a coleta e transporte, incluindo os EPI, devem ser incinerados b) Tipo de amostra - Deverão ser colhidos 10 ml de sangue, sendo uma alíquota para diagnóstico confirmatório de DVE e outra para exames complementares. Não é necessário, na fase aguda, separar o soro do sangue, procedimento que pode aumentar significativamente o risco de infecção acidental. É obrigatório o uso de sistema de coleta de sangue a vácuo com tubos plásticos secos estéreis selados. Nos casos de óbitos em que não se tenha obtido o sangue, fragmentos de vísceras deverão ser colhidos, adotando-se os mesmos cuidados de proteção. A necropsia só deve ser realizada em locais com condições adequadas de biossegurança, com a utilização dos EPI preconizados. Recomenda-se colher um fragmento de fígado de 1 cm3. Onde não existem condições adequadas para a necropsia, deve-se utilizar a colheita por agu- Eliane Aparecida Rosseto, João Renato Rebello Pinho e Marinês Dalla Valle Martino Referências 1. http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/component/search/?searchword=ebola&searchphrase=all&Itemid=242. Acessado em 22/09/2014. 2. http://www.cdc.gov/vhf/ebola. Acessado em 22/09/2014 3. http://www.who.int/csr/disease/ebola/en. Acessado em 22/09/2014 4. https://www.asm.org/images/PSAB/Ebola9-10-14.pdf. Acessado em 22/09/2014. 5. Weingartl HM, Nfon C, Kobinger G.Review of Ebola virus infections in domestic animals.Dev Biol (Basel). 2013;135:211-8. doi: 10.1159/000178495. Epub 2013 May 14. 6. Feldmann H, Geisbert TW. Ebola haemorrhagic fever. Lancet. 2011 Mar 5;377(9768):849-62. doi: 10.1016/S0140-6736(10)60667-8. 7. CVE SES/SP. Protocolo de Vigilância e Manejo de Casos Suspeitos de Doença pelo Vírus Ebola (DVE) Versão 1 – atualização em 08/08/2014 Ministério da Saúde. Ebola. Informe técnico e orientações para as ações de vigilância e serviços de saúde de referência. Acessado em 05/08/2014 8. Medidas de precaução e controle a serem adotadas na assistência a pacientes suspeitos de infecção por Ebola. http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2014/agosto/15/ebola-nota-anvisa1.pdf. Acessado em 22/09/2014. 9. http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/197-secretaria-svs/14163-ebola-informe-tecnico. Acessado em 22/09/2014. Revista Notícias-Medicina Laboratorial | Agosto 2014 - Edição 63 - Ano 6 | 17 Novidades Nariz eletrônico detecta Clostridium difficile Antena flexível aumenta a versatilidade Foto: divulgação de sensores implantados 18 | Revista Notícias-Medicina Laboratorial | Agosto 2014 - Edição 63 - Ano 6 tras de fezes de pacientes infectados, mesmo se o micro-organismo estiver presente em quantidades muito pequenas”, avalia Andy Ellis, que participa da pesquisa. O artigo Metabolite profiling of Clostridium difficile ribotypes using small molecular weight volatile organic compounds foi publicado em 17 de julho de 2014 em Metabolomics. Fonte: Medical News Today Foto: divulgação Um “nariz eletrônico” rápido e sensível para farejar a presença da bactéria Clostridium difficile foi desenvolvido na Universidade de Leicester (www.le.ac.uk), no Reino Unido. Segundo a equipe de pesquisadores, é possível identificar o “cheiro” característico da infecção por essa bactéria através de um espectrômetro de massas que mede compostos orgânicos voláteis (COV) de diferentes cepas de C-diff, o que levaria a um diagnóstico rápido da doença. Entre os benefícios da nova técnica estariam a possibilidade de refinar o tratamento dos pacientes infectados e de interromper a proliferação da doença, segundo Paul Monks, que lidera o estudo. “Diferentes cepas de C-diff podem causar diferentes sintomas e, em consequência, precisam ser tratadas de formas diferentes. O tratamento e antibióticos inadequados podem não apenas causar alta morbidade e mortalidade como adicionar custos para o sistema de saúde. Por isso, é muito útil um teste que consegue determinar a infecção e seu tipo", ressalta. “Esse trabalho é promissor porque esperamos ser capazes de desenvolver uma ferramenta confiável e quase instantânea para detectar a bactéria a partir de amos- Andy Ellis, Paul Monks e Martha Clokie, coautores do estudo Pesquisadores da Universidade Estadual da Carolina do Norte (www.ncsu.edu), nos EUA, desenvolveram uma antena flexível para sensores corporais de monitoramento de saúde. Construída a partir de nanofios de prata e um polímero elástico, sua principal característica é a extrema flexibilidade. Ela pode ser torcida, esticada ou enrolada sem perder a capacidade de transmitir os dados. “Isso é essencial em sistemas portáteis de monitoramento, pois eles estão sujeitos a uma grande variedade de tensões à medida que o paciente se desloca", explica Yong Zhu, coautor do trabalho. Para criar a antena, a equipe aplicou nanofios de prata em um padrão específico e, por cima deles, despejou um polímero líquido. Essa união resulta em um material elástico que tem os nanofios incorporados no padrão desejado que passa a atuar como um irradiador e receptor de sinais. Ao manipular sua forma e dimensões, é possível controlar a frequência com que a antena envia e recebe sinais. O formato da antena não interfere na frequência porque esta permanece em uma largura de banda definida. "Isso significa que ela ainda irá se comunicar de forma eficaz com o equipamento remoto mesmo após ter sua forma muito alterada”, afirma Jacob Adams, que também trabalhou na pesquisa. O artigo Stretchable and Reversibly Deformable Radio Frequency Antennas Based on Silver Nanowires" foi publicado em 4 de abril de 2014, em ACS Applied Materials & Interfaces. Fonte: Science Daily Até oito testes simultâneos por 15 centavos poglicemia. Se a cor se aproximar do marrom, significa que o paciente tem diabetes. Segundo Coltro, o teste permite fazer exames em regiões remotas, onde não existem serviços de saúde e há dificuldade para transportar as amostras para laboratórios. Atualmente, ele está negociando o licenciamento com empresas brasileiras da área da saúde. Fonte: Revista Veja Foto: divulgação O professor de química da Universidade Federal de Goiás (www.ufg.br) Wendell Coltro (foto) desenvolveu uma técnica que mede em uma amostra de sangue os níveis de colesterol e triglicérides, entre outros, e custa apenas 15 centavos. Ele começou com o diagnóstico de dengue, usando uma impressora a laser para imprimir em uma transparência um desenho sobre o qual era depositada uma amostra de sangue do paciente. Variações na cor do desenho significavam a presença de anticorpos da doença. Atualmente usa papel com microfuros embebido em parafina líquida. Ao sobrepor duas folhas e aplicar um carimbo aquecido a parafina é transferida para a segunda folha. A imagem resultante é um círculo central, onde é depositada a amostra de sangue ou urina, que passa por “trilhas” até chegar aos repositórios nas extremidades. Com essa técnica ele pode fazer até oito testes simultâneos e obter medidas de colesterol, triglicérides, ácido úrico e glicose. Após depositar uma gota da amostra no centro do desenho, o resultado fica pronto em cerca de 15 minutos. Para fazer uma análise mais aprofundada, é possível fotografar os resultados com o smartphone, compará-los com uma escala de cores e enviá-lo para um laboratório para confirmação. No exame de glicose, se der amarelo ou incolor indica hi- Biossensor detecta câncer de mama em estágio inicial fia e ultrassonografia são caros — custam de R$ 50 mil a R$100 mil — e ainda existe a dificuldade que as mulheres, principalmente do interior, enfrentam para ter acesso aos exames preventivos, concentrados nas grandes cidades. A próxima fase do projeto é justamente tornar o sistema — que envolve, além do biossensor, um robô que trata e prepara as amostras coletadas de pacientes — mais portátil. Segundo Filipe Villa Verde, um dos envolvidos no estudo, a previsão é de que essa versão fique pronta dentro de um ou dois anos. Fonte: Jornal O Globo Foto: divulgação Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (www.ufpe.br) desenvolveram um biossensor que cabe na palma da mão e, segundo eles, poderá diagnosticar o câncer de mama em fase ainda mais inicial que a mamografia. Nesta, a detecção ocorre quando o aglomerado de células alteradas já é “visível”. O dispositivo será capaz de indicar a doença no sangue, o que pode facilitar a antecipação do tratamento e aumentar as chances de cura. “Ele monitora as moléculas do DNA ou RNA no sangue. Assim, antes de o tumor chegar a 0,5 mm, conseguimos identificar que a mulher está com câncer”, descreveu a pesquisadora Débora Zanforli em entrevista ao jornal O Globo. Desenvolvido no Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (Lika) da UFPE, em parceria com o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife, o biossensor começará a ser testado ainda este ano no Hospital Barão de Lucena, na capital de Pernambuco, que atende 1,3 mil pacientes por mês com câncer de mama pelo SUS. Segundo o chefe do setor de mastologia do HBL, Darley Ferreira Filho, os equipamentos de mamogra- Revista Notícias-Medicina Laboratorial | Agosto 2014 - Edição 63 - Ano 6 | 19 Novidades Aplicativo ajuda a medir risco de doenças cardiovasculares cular e o controle de sua condição de saúde. Além disso, pode ser também uma ferramenta para que médicos façam uma avaliação mais ágil da situação de seus pacientes”, afirma Peter Ordúñez, conselheiro de Doenças Cardiovasculares da Opas. O representante da organização, porém, ressalta que o aplicativo não pretende substituir a orientação do médico. Fonte: Opas Foto: divulgação Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de mortes em todo o mundo, anualmente. Com o intuito de diminuir esses números, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) lançou, em 29 de setembro — data em que se comemorou o Dia Mundial do Coração — um aplicativo para computadores e dispositivos móveis que ajuda a medir o risco de desenvolver doenças como infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral. Denominado “Calculadora de Risco Cardiovascular”, o programa permite ao usuário estimar a probabilidade das doenças e, assim, tomar medidas para reduzir esse risco ao longo dos dez anos seguintes. Oferece também dicas para mudança de hábitos e dá a opção de testar alguns ajustes para ver como alteram as chances de ter um evento cardiovascular se a pessoa modificar qualquer um dos fatores de risco. Está disponível nas versões iOS e Android e pode ser baixado gratuitamente em www.paho.org/cardioapp. “O aplicativo foi projetado para oferecer sugestões para quem quer melhorar o condicionamento cardiovas- Teste de sangue para indicar risco de parto prematuro Foto: divulgação Com o objetivo de tentar detectar com maior exatidão a possibilidade de ocorrer um parto prematuro, um grupo de pesquisadores do Instituto de Pesquisa Lunenfeld-Tanenbaum (www.lunenfeld.ca), do Canadá, desenvolveu um teste de sangue que, segundo eles, tem precisão de 70% para indicar quais gestantes terão realmente um parto prematuro. “Nosso objetivo é propiciar que as mulheres em verdadeiro trabalho de parto recebam os cuidados médicos apropriados e que as que estão em falso trabalho de parto recebam cuidados de suporte”, ressalta Stephen Lye, um dos autores do estudo. 20 | Revista Notícias-Medicina Laboratorial | Agosto 2014 - Edição 63 - Ano 6 A equipe utilizou microarrays para investigar a expressão do gene de sangue associado ao nascimento prematuro espontâneo em mulheres admitidas com ameaça desse tipo de parto. Foram coletadas amostras antes do tratamento de 150 pacientes, enquanto outras 60 foram testadas por meio do teste fibronectina fetal (fFN) utilizado para detectar a possibilidade real de partos prematuros. Comparando os resultados, descobriram que um conjunto de nove genes, juntamente a dados clínicos de sangue, poderiam indicar se 70% das participantes iriam ou não ter um parto prematuro espontâneo dentro de 48 horas. “O teste que desenvolvemos tem a vantagem de não apresentar muitos falsos positivos, ao contrário do que pode ocorrer com o fFN e que, por isso, resulta na hospitalização desnecessária de diversas mulheres com ameaça de parto prematuro”, justifica Lye. O artigo Whole Blood Gene Expression Profile Associated with Spontaneous Preterm Birth in Women with Threatened Preterm Labor foi publicado em 14 de maio de 2014, em PLOS One. Fonte: Science Daily Foto: divulgação Revista Notícias-Medicina Laboratorial | Agosto 2014 - Edição 63 - Ano 6 | 21 $ Aqui você vende e compra produtos e serviços, oferece e procura empregos e estágios. É fáci! É grátis! Para anunciar nos Classificados SBPC/ML: sbpc.org.br/classificados Cla ssi fica d o s VENDE-SE EQUIPAMENTOS DE ANÁLISES CLÍNICAS ANALISADOR BIOQUÍMICO ADVIA 1650 SIEMENS, CA 500 SYSMEX DE COAGULAÇÃO, ANALISADOR DE IMUNOENSAIOS IMMULITE 1000, ANALISADOR HEMATOLÓGICO CELL-DYN 3500, ANALISADOR BIOQUÍMICO COBAS MIRA, SEMI AUTOMAÇÃO PARA IDENTIFICAÇÃO DE MICROORGANISMOS MICROSCAN SIEMENS. SANDRA [email protected] (47)3043-7016 / 8412-9838 VENDE-SE EQUIPAMENTOS DE ANÁLISES CLÍNICAS ANALISADOR BIOQUÍMICO ADVIA 1650 SIEMENS, CA 500 SYSMEX DE COAGULAÇÃO, ANALISADOR DE IMUNOENSAIOS IMMULITE 1000, ANALISADOR HEMATOLÓGICO CELL-DYN 3500, ANALISADOR BIOQUÍMICO COBAS MIRA, SEMI AUTOMAÇÃO PARA IDENTIFICAÇÃO DE MICROORGANISMOS MICROSCAN SIEMENS. 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Envie sua pergunta pelo Fale Conosco do site da SBPC/ML: www.sbpc.org.br 22 Existe literatura que padronize os tempos de jejum necessários para realização de alguns exames, como glicose, colesterol total e triglicérides? G.O. Sugerimos consultar o livro Gestão da fase pré-analítica - Recomendações da SBPC/ML, cujo arquivo completo, em “pdf”, pode ser baixado gratuitamente no site da SBPC/ML (www.sbpc.org.br), na seção “Profissional”, página “Publicações Técnicas”, que apresenta diversas publicações que interessam aos profissionais de laboratórios clínicos. Também sugerimos consultar o Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial (JBPML), cujas edições podem ser lidas online no SciElo (Scientific Electronic Library Online), que pode ser acessado pelo site da SBPC/ML na página www.sbpc.org.br/jbpml. Gostaria de receber um exemplar do livro Recomendações da SBPC/ML de boas práticas em microbiologia clínica, lançado no 48º Congresso da SBPC/ML. J.T. O livro foi impresso com tiragem limitada, que esgotou na distribuição feita no 48º Congresso da SBPC/ML. Ele pode ser baixado completo, em arquivo “pdf”, no site da SBPC/ML (www.sbpc.org.br), seção “Profissional”, página “Publicações técnicas”, que também apresenta outras publicações que interessam aos profissionais de laboratórios clínicos e estudantes. | Revista Notícias-Medicina Laboratorial | Agosto 2014 - Edição 63 - Ano 6 49° Congresso Brasileiro de Patologia Clínica Medicina Laboratorial e 1° Congresso Brasileiro de Informática Laboratorial Exposição Técnico-Científica Fortaleza - CE Centro de Eventos do Ceará 29 de setembro a 2 www.cbpcml.org.br de outubro de Realização 2015 Revista Notícias-Medicina Laboratorial | Agosto 2014 - Edição 63 - Ano 6 | 23 | Revista Notícias-Medicina Laboratorial | Agosto 2014 - Edição 63 - Ano 6