A PERCEPÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO DA PSICOLOGIA NA EDUCAÇÃO PARA GESTORES E PROFESSORES DE ESCOLAS DA REGIÃO DO VALE DO ITAJAÍ – SC Léia Viviane Fontoura1 - UNIVALI Bruna Dell Olivo 2 - UNIVALI Fabiana Lenz3 - UNIVALI Katia Baltore Floriani4 - UNIVALI Kellen Regina Pires da Silva5 - UNIVALI Grupo de Trabalho - Didática: Teorias, Metodologias e Práticas Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo A Educação e a Psicologia são, antes de tudo, inerentes em muitos contextos. Ao pensar nas suas contribuições no âmbito escolar, a Educação vem como alicerce entre professor e aluno, conhecimento e desenvolvimento do ser humano, da sociedade e da cultura. A Psicologia, ainda recente neste campo, busca desempenhar um trabalho que possibilite contribuir com as práticas educacionais, potencializando o desenvolvimento e a promoção de saúde da comunidade escolar, intervindo para a superação de conflitos e dificuldades relacionais. Deste modo, o presente trabalho busca analisar a percepção da contribuição da Psicologia na Educação para gestores e professores de escolas públicas e privadas da região do Vale do Itajaí - Santa Catarina. Foram realizadas entrevistas em 08 escolas de municípios distintos, participando destas 06 professores e 08 gestores, totalizando 14 entrevistas. Foi solicitado que os profissionais da educação respondessem o que a Psicologia poderia contribuir em uma instituição de ensino e em suas práticas profissionais. As entrevistas foram transcritas e analisadas mediante a técnica de Análise de Conteúdo, sob o enfoque teórico da Psicologia histórico-cultural. Como resultados, constatou-se que a maior parte dos gestores e professores não tem uma definição clara do papel da Psicologia na Educação. Contudo, a maioria pensa ser necessário o trabalho do psicólogo educacional no âmbito escolar para a resolução de conflitos e dificuldades nas relações interpessoais. A prática profissional do psicólogo educacional está diretamente relacionada a uma proposta de interação social, potencializado ações para a promoção de saúde, na gestão da escola, nos processos de ensino-aprendizagem e 1 Mestre em Educação: Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Psicóloga. Professora titular da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). E-mail: [email protected] 2 Graduanda de Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). E-mail: [email protected] 3 Graduanda de Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). E-mail: [email protected] 4 Graduanda de Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). E-mail: [email protected] 5 Graduanda de Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). E-mail: [email protected] ISSN 2176-1396 3423 desenvolvimento, nos processos de grupo, nas relações que se estabelecem entre alunos, professores, famílias e comunidade. Palavras-chave: Educação. Psicologia. Psicologia Educacional. Introdução A educação está presente em todos os espaços. Ela é um processo histórico, e ao mesmo tempo constituinte e constituído pelas pessoas. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, lei nº 9.394, de 20 de dezembro 1996, no seu Art. 1º cita que: “A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais” (BRASIL, 2013, p. 09). A educação é uma forma de pensar a sociedade e os cidadãos que ela deseja, repassando valores e princípios que fundamentem os modos de pensar e agir, centrada na ideia de direito, formadora de sujeitos protagonistas da emancipação humana. Os educadores são grandes mediadores desse processo, utilizando-se de ferramentas e didática para ensinar, socializando os saberes escolares. Em sua prática profissional possibilitam reflexões com os estudantes, promovendo a consciência crítica necessária e importante para visualizarem suas realidades. Por isso a reflexão crítica impõe-se como necessidade para quem tem a educação como espaço de atuação profissional. O conceito de crítica pode ser entendido como instrumento no processo de transformação social, já que além de desvelar a realidade, permite apontar as possibilidades de transcendência. Uma teoria é crítica “à medida que transforma o imediato em mediato; nega as aparências ideológicas; apreende a totalidade do concreto em suas múltiplas determinações e compreende a sociedade como um movimento de vir-a-ser” (MEIRA, 2003, p. 17). Implica ainda na apreensão do movimento histórico em que “o conhecimento é necessariamente produzido, ainda que não intencionalmente, a partir de uma perspectiva de classe social e das relações sociais de produção a que corresponde” (MEIRA, 2000, p. 41). A Educação e a Psicologia são, antes de tudo, inerentes em muitos contextos. Ao pensar nas suas contribuições no âmbito escolar, a Educação vem como alicerce entre professor e aluno, conhecimento e desenvolvimento do ser humano, da sociedade e da cultura. A Psicologia busca desempenhar um trabalho que possibilite contribuir com as práticas 3424 educacionais, potencializando o desenvolvimento e a promoção de saúde da comunidade escolar. O presente trabalho é decorrente de uma atividade de pesquisa desenvolvida na disciplina de Psicologia Educacional, do curso de Psicologia da Univali. Tem como objetivo principal analisar a percepção da contribuição da Psicologia na Educação para gestores e professores de escolas públicas e privadas da região do Vale do Itajaí - Santa Catarina. Acredita-se que a aproximação dos estudantes com os profissionais da educação e suas compreensões das possibilidades de fazeres do psicólogo favoreça o aprendizado e a implicação do mesmo para com esta área de trabalho. A Psicologia pode contribuir para o processo escolar com o trabalho do psicólogo orientado para a pesquisa e intervenção, que promova a transformação das relações sociais sobre o mundo cotidiano, ampliando a Zona de Desenvolvimento Proximal dos atores envolvidos para uma ação crítica sobre a realidade (VYGOTSKY, 2010). O termo Psicologia Educacional e Psicologia Escolar foi diferenciado na literatura especializada, ainda que de forma assistemática e informal. O primeiro foi entendido como um conjunto de saberes relativos ao fenômeno psicológico constituinte do processo educativo, que pretende explicar e subsidiar a prática pedagógica. O segundo como campo de trabalho de profissionais da psicologia que atuariam no âmbito da escola, tendo por objeto o processo de escolarização e as relações que aí se estabelecem (ANTUNES, 2008). Entende-se que não é possível separar a pesquisa e o conhecimento decorrente dela do fazer profissional. O psicólogo que se ocupa dos processos educativos não atua somente na instituição escolar, mas com o saber da Psicologia na interface com a Educação. Assim, adota-se o termo psicólogo educacional por considera-lo mais amplo e evitar confundir com o lugar escola. Entretanto, muitos dos autores citados trabalham com o termo psicólogo escolar, não incorrendo em contradição, pois são utilizados com referencial crítico e contextualizados. A prática profissional do psicólogo educacional está diretamente relacionada a uma proposta de interação social, potencializando ações para a promoção de saúde, na gestão da escola, nos processos de ensino-aprendizagem e desenvolvimento, nos processos de grupo, nas relações que se estabelecem entre alunos, professores, famílias e comunidade. Para Martinez (2010) o ambiente escolar não é apenas o lugar onde uns ensinam e outros aprendem, mas também um espaço social no qual as pessoas convivem e atuam, o que implica reconhecer a importância da sua dimensão psicossocial. 3425 Paulo Freire alerta os aspectos da relação “educadores – educando”, em que refere a existência de relações centradas unicamente na função do educador em que os conteúdos são apresentados como “retalhos da realidade, desconectados da totalidade em que se engendram e em cuja visão ganhariam significação” (1997, p. 57). Para ele, uma prática pedagógica desvinculada da reflexão não tenderá à libertação e a transformação da pessoa. Assim, compreender a educação enquanto transformação social pressupõe ver a pessoa não como um simples reservatório, ou depósito de conteúdos, mas um sujeito construtor da própria história, capaz de problematizar suas relações no mundo, reconhecendo as próprias condições sociais, culturais, e econômicas, assim como de suas famílias e de seu entorno. O psicólogo educacional tem possibilidade de contribuir nesse contexto ao compreender e trabalhar com os sujeitos como protagonistas de suas histórias. Desenvolvimento Para a realização da pesquisa foram contatados os gestores das escolas a fim de explicar o objetivo e solicitar autorização, mediante a apresentação de uma carta, contendo o termo livre esclarecido para esta finalidade. As instituições foram escolhidas pelos estudantes de Psicologia, decorrente dos motivos da proximidade geográfica com suas residências, ou pelo conhecimento de algum educador da escola, que facilitou o contato com a mesma. Foram entrevistados gestores e professores de escolas públicas e privadas de Educação Básica da região do Vale do Itajaí – SC. A escolas participantes atendem desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. Participaram das entrevistas 14 educadores, sendo 08 gestores e 06 professores, em 08 escolas - 03 escolas da rede pública e 05 da rede privada. O objetivo da pesquisa é analisar a percepção dos educadores em relação à contribuição da Psicologia na Educação para a sua prática profissional. A metodologia utilizada foi de enfoque qualitativo, utilizando-se de entrevista semiestruturada, discutindo as seguintes questões: “O que a psicologia pode realizar dentro da Instituição de Ensino?” e “O que a psicologia pode contribuir na sua prática profissional?”. Após contato inicial com as instituições e apresentação do projeto, foram agendados horários para cada entrevista. Como instrumento a entrevista semi-estruturada tem a capacidade de auxiliar na pesquisa científica, permitindo que ambos os integrantes da relação tenham momentos de autonomia, o que representa um ganho no levantamento dos dados (TURATO, 2003). 3426 Foram solicitadas duas entrevistas por escola, sendo uma delas com o gestor e a outra com um professor. Em duas instituições, apenas o gestor foi entrevistado, pois estes também desempenhavam a atividade de professor na instituição. As entrevistas ocorreram nas próprias escolas. Após as entrevistas serem descritas, as respostas foram submetidas à análise de conteúdo proposta por Moraes (1999). Este procedimento se constitui em uma ferramenta que auxilia a interpretar as mensagens e possibilita a compreensão dos seus significados. Na análise dos resultados foram utilizados referenciais de enfoque teórico da abordagem histórico-cultural. As falas serão apresentadas na Análise e Discussão de Resultados, sendo os participantes identificados por siglas – E1, por exemplo – com o objetivo de preservar as identidades dos participantes da pesquisa. Análise e discussão dos resultados A Psicologia Escolar pode ser definida como “um campo de atuação do psicólogo [...] caracterizado pela utilização da Psicologia no contexto escolar, com o objetivo de contribuir para otimizar o processo educativo, entendido este como complexo processo de transmissão cultural e de espaço de desenvolvimento da subjetividade” (MARTINEZ, 2009, p. 107). Ao questionar o papel da psicologia no ambiente escolar, constata-se que para gestores e professores, o psicólogo e sua função dentro da escola ainda não são claras. A escola é um espaço onde é necessário e importante vivenciar em grupo e apreender conhecimentos. Bock e Aguiar (2003) afirmam que a escola é lugar de ocupação para a produção de saberes sobre a realidade. É lugar de aproximação com a realidade e da crítica desta realidade, e que o intuito maior é trabalhar na educação para o fortalecimento do indivíduo no sentido de sua intervenção transformadora no mundo. Frente a isso, o olhar do psicólogo não poderá jamais ser um olhar ingênuo, neutro, despojado de uma concepção teórica e metodológica, e deve possibilitar uma explicação que saia da aparência, que penetre na realidade, que apreenda seu processo de constituição, sua historicidade, suas contradições e suas determinações (BOCK e AGUIAR, 2003). Maria Helena de Souza Patto é uma autora de referência na Psicologia crítica brasileira, especialmente na psicologia escolar. No clássico livro da autora, intitulado Psicologia e Ideologia, esclarece que a primeira atribuição desempenhada pelos psicólogos da 3427 França, Inglaterra, Estados Unidos e até mesmo no Brasil em relação ao espaço escolar, foi medir habilidades e classificar crianças quanto a sua capacidade de aprender e progredir nos graus escolares. A Psicologia foi muito solicitada para atender a demanda da sociedade liberal tecnocrata dos anos de 1960, na busca do ajustamento dos sujeitos para a produtividade, por meio das avaliações psicométricas, diagnósticos e tratamentos psicoterápicos na escola. O psicólogo assumiu papel de ditador dos parâmetros da normalidade, valendo-se dos critérios da eficiência que vigoram na produção industrial para a produção escolar. As ações de descrição, previsão e controle do comportamento estavam na pauta de suas tarefas nas escolas. Não havia indagação crítica dos psicólogos sobre: a relação entre a escola e a sociedade, a função política dos conteúdos escolares, a metodologia e funcionamento do sistema escolar (PATTO, 1984). Esta realidade ainda é demanda e percebida nos dias de hoje, como pode ser constatado na fala da gestora E6, que diz “a psicologia resolve os problemas mais imediatos, mais urgentes, fazendo uso de pareceres técnicos”. E13 refere que o psicólogo poderia auxiliar no cadastro de alunos, mapeamento de perfil de cada aluno (tipos e características), diagnosticar dislexias, dificuldade de aprendizagem e hiperatividade. E11 afirma que “tem coisas que a escola não consegue responder, então a gente encaminha, [...] quando é questão mais comportamental e de estrutura familiar a gente encaminha para o psicólogo”. E12 refere que gostaria do auxilio de “como lidar com os pais ausentes”. Verifica-se que os gestores não estão atualizados às atribuições atuais do psicólogo educacional, que segundo Martinez (2009, p. 172) engloba a “avaliação, análise e intervenção em nível institucional, especialmente no que diz respeito à subjetividade social da escola, [...] otimizando o processo educativo”. Constata-se pela fala dos gestores que é delegada as famílias e as crianças a responsabilidade pelas dificuldades escolares, isentando a escola e contando com o psicólogo para a resolução de tais problemas, tal como o prometeu realizar no passado, e não é possível fazê-lo. Segundo Crochik e Crochick (2011, p. 188): O diagnóstico pode servir como um alívio para a escola, pois é considerada uma comprovação que a dificuldade de tal aluno está apenas relacionada com a sua dinâmica psíquica, tirando a responsabilidade da escola em tomar alguma atitude que possa ajudar o aluno a superar essa dificuldade. Assim, a escola não precisa repensar suas práticas e objetivos para compreender e, possivelmente, melhorar essa situação; não consegue supor, por exemplo, que a desatenção e a hiperatividade podem ser sinais do lugar de exclusão que o aluno assumiu dentro da sala de aula. 3428 E1 acredita que um psicólogo dentro da instituição poderia “orientar os professores e os pais para encontrar uma justificativa da dificuldade do aluno.” A gestora E6 cita que os problemas mais comuns são em relação às crianças que tem dificuldades de aprender e são encaminhadas à psicóloga. Relata que já teve uma psicóloga na instituição de ensino por um curto período de tempo, mas que a profissional apenas fazia levantamento de demanda, não atuando diretamente com a comunidade escolar. Segundo ela, a atuação foi pouco efetiva, pois o profissional não se mostrou comprometido com o trabalho, e também devido à disponibilidade de apenas duas horas semanais de trabalho da psicóloga. Acredita-se que apesar do pouco tempo, cabe ao psicólogo “em geral, e ao psicólogo escolar, em particular, o desafio do desenvolvimento em rumos alternativos” (PATTO, 2004, p. 112), lutando para que novas formas de atuação sejam realizadas em escolas, valorizando o aluno, o contexto e as pessoas envolvidas no processo de ensino aprendizagem. Para Martinez (2009, p. 169) “o compromisso dos psicólogos é com a transformação dos processos educativos, com a efetivação das mudanças necessárias que demanda a melhoria da qualidade da educação no país”. O gestor E1 aponta que “a escola possui uma psicóloga que atua apenas no ensino infantil [...], auxiliando na compreensão e diagnóstico de alguns comportamentos e analisando possibilidade do aluno e de atuação”. E1 ainda coloca que a Psicologia pode contribuir com a instituição escolar devido a sua “compreensão do ser humano como tal, pode ajudar a interpretar cada pessoa em seu potencial, suas dificuldades e suas angústias”. O gestor E13 traz que “na instituição não há psicólogo atuando”. No entanto, é aventada a possibilidade de contratação de psicólogo educacional para envolver-se em atividades de interação com pais e alunos. A falta do psicólogo educacional também é vista nos casos dos gestores E3 e E11, afirmando que um profissional neste espaço contribuiria com o trabalho de todos. Quanto à presença e participação direta e efetiva do psicólogo no contexto escolar, Martinez considera central que: quando defendo o compromisso dos psicólogos com as mudanças que a educação brasileira demanda como sendo seu compromisso essencial e sua participação consciente, ativa e compromissada na promoção e efetivação de transformações nos lugares onde exerce sua atuação científico-profissional e no marco da abrangência desta. Também incluo sua participação consciente, ativa e criativa nas formas em que se organizam ou poder-se-iam organizar, para potenciar sua ação (MARTINEZ, 2009, p. 169-170). 3429 O gestor E3 relata que a instituição contava com um psicólogo, mas este foi dispensado por não ser considerado um investimento para alguns dirigentes da escola. Esta situação indica tanto a desvalorização do trabalho do psicólogo perante a instituição de ensino quanto seu exercício no campo escolar. Sua atuação e desempenho profissional são, muitas vezes, menosprezados por instituições que não adotam um papel social critico e emancipador, como também, vista de forma ineficaz devido à própria formação que segundo Gomes, a Psicologia Escolar também precisa acompanhar a realidade atual: “Considerando que a sala de aula reflete a sociedade, é urgente que a Psicologia Escolar transforme cada vez mais o foco de interesse” (2002, p.50), para isto será necessário preparar “profissionais capazes de enfrentar o desafio de promover Educação e Saúde no ambiente escolar” (GOMES, 2002, p. 71). O gestor E13 prevê a contratação de um profissional psicólogo, que irá atuar em algumas funções descritas e criticadas por Patto (1984, 2004), como o diagnóstico e tratamento, trabalhos de grupos, além de incluir a família nesta relação e orientação aos professores. Com exceção dos trabalhos de grupos, as demais ações indicadas pelo gestor eram realizadas pelo psicólogo no período das décadas de 1960 a 1980. Essas atividades estão focadas nos indivíduos, no ajustamento e adaptação de saúde mental. Portanto, as formas tradicionais de atuação do psicólogo escolar elencadas por Martinez (2009) que encontramos na fala do entrevistado são: avaliação, diagnóstico, atendimento e encaminhamentos de alunos com dificuldades escolares, orientação a alunos e pais, e formação e orientação de professores. O psicólogo atendia a demanda aparente da escola, sem considerar os processos escolares, que era sua real necessidade. A tônica do fracasso escolar era de responsabilidade da criança, ou de suas famílias. Isto é, buscavam “explicações e justificativas no mundo interno da criança, nos problemas familiares, na carência cultural” (SOUZA, 2010, p. 73). Para efetivamente avançar se faz “necessário questionar processos, práticas, ideologias e questões políticas presentes no contexto educacional e social” a fim de que referendem e contribuam para o rompimento com o “[...] fracasso escolar em certos grupos socioeconômicos e culturais” (DIAS; PATIAS; ABAID, 2014, p.106). Constata-se que para estes profissionais da educação o psicólogo, de forma alguma, aparece como agente de transformação ou mudança no ambiente escolar. Dias; Patias e Abaid (2014, p.105) explicam que o psicólogo: 3430 na prática, além de muitos profissionais atuarem de maneira equivocada, priorizando o foco na Psicopatologia Clínica, no aluno ou em sua família, percebe-se que os profissionais da Educação (professores, supervisores escolares, orientadores pedagógicos) e familiares não compreendem ou ainda desconhecem o que faz o psicólogo escolar. Bock e Aguiar (2003) nos apresentam a crítica à instituição escolar quando pautadas na pedagogia tradicional ou na pedagogia nova. A escola se coloca como a “salvadora”, ou seja, aquela que oferece oportunidades para o desenvolvimento das potencialidades. No entanto, os conteúdos escolares apresentados nada têm a ver com a vida cotidiana das pessoas. Assim, o aprendizado será pautado como uma possibilidade de desenvolvimento humano e não como uma contribuição para a compreensão da realidade. Consequentemente, do aluno a escola cobrará o esforço e todo fracasso será lido como falta de empenho; será diagnosticado com “problemas de aprendizagem” e a escola fica isenta de responsabilidade. As autoras afirmam que a escola não é lugar apenas de alunos saudáveis, inteligentes e felizes. Ressaltam que, não existem dificuldades de aprendizagem, mas dificuldades no processo de ensinoaprendizagem. É insuficiente responsabilizar o aluno e indicar recuperação ou tratamento (BOCK e AGUIAR, 2003). Conforme González Rey (2004, p. 36) “a meta fundamental da educação consiste em formar um indivíduo capaz de tornar-se sujeito de seus conhecimentos [...]”. Para isto, o referido autor salienta que a escola deve propiciar uma cultura de proximidade professoraluno, no intento de favorecer o desenvolvimento da comunicação, respeito e reflexão, por meio da estimulação do diálogo e do ‘colocar-se no lugar do outro’. A professora E4 afirma que a Psicologia pode contribuir em sua prática profissional auxiliando-a a “aprender a lidar com o aluno, nos sentidos de motivação e disciplina”. Ela se mostra preocupada em trazer os alunos para junto de suas discussões e fazê-los refletir sobre as disciplinas enquanto interesse nas matérias que leciona. A professora E14 também pensa desta forma quando fala que “vê a necessidade de se chamar a atenção dos alunos para o seu protagonismo em relação ao próprio futuro, para a necessidade de planejamento da própria vida, para a própria responsabilidade na vida que está sendo construída”. O profissional envolvido na educação abre espaço para uma prática reflexiva quando se baseia no mundo que o aluno conhece e vivencia, seja trabalhando com conteúdos sugeridos pelos próprios alunos, ou com os conteúdos determinados pela instituição escolar, ou pelos Parâmetros Curriculares Nacionais. Uma tarefa importante do educador é conduzir seu aluno a reflexão. No entanto, esta reflexão não deve partir de um processo didático e/ou automatizado de 3431 perguntas e respostas previstas. A ideia é gerar na sala de aula um processo de reflexão ativa, em que o aluno é levado a pensar sobre o que ele já traz de conhecimento, sobre seus conteúdos de vida, e sobre o que ele vivencia nas suas relações com seus pares fora da sala de aula. De acordo com Paulo Freire (1997), a educação como um todo deve ser pautada na tomada de consciência. A educação pode ser entendida como uma ferramenta de promoção da igualdade social, já que ela tem o poder de libertar o homem do que o oprime por ser capaz de torná-lo autônomo em seus pensamentos, em seus processos de conhecer, e de fazê-lo consciente como sujeito no mundo. Dessa forma, promove a liberdade aos sujeitos, que agem livremente e são capazes de refletir a respeito de si mesmos e das questões que os cercam. Na pedagogia freireana, portanto, a tomada de consciência do aluno deve ser o norte, o objetivo mestre do processo educativo. Para tanto, trabalha-se com base no diálogo e na reflexão, a partir da cultura e das experiências dos educandos, buscando a sua compreensão do processo sócio histórico de constituição da sociedade e das instituições sociais, assim como do seu lugar/papel social como transformador das realidades que o cercam. Para Freire: no momento em que os indivíduos, atuando e refletindo, são capazes de perceber o condicionamento de sua percepção pela estrutura em que se encontram, sua percepção muda, embora isso não signifique, ainda, a mudança da estrutura. Mas a mudança da percepção da realidade, que antes era vista como algo imutável, significa para os indivíduos vê-la como realmente é, uma realidade histórico cultural, humana, criada pelos homens e que pode ser transformada por eles (1983, p.50). Para o gestor E7, o trabalho da psicologia dentro da educação tende a crescer no momento em que o profissional se faz presente também em conjunto com as famílias, professores e alunos. Este gestor considera que o objetivo da atuação do psicólogo em uma instituição de ensino é humanizar. Objetivo este que compartilhamos. Tomando como pressuposto a fala do gestor ressaltamos a ideia de que “sem um compromisso pessoal com a mudança, com criatividade e com a inovação, o compromisso da Psicologia com a educação brasileira pode constituir apenas mais uma ilusão” (MARTINEZ, 2009, p. 176). Já a docente E2 menciona que a Psicologia pode contribuir em sua prática, orientandoa a lidar com situações que seus alunos vivem diariamente e que os influenciam em sala de aula, desde aspectos familiares, sociais, relacionais e educacionais. Neste sentido verifica-se que a professora compreende o processo de aprendizagem interligado a todos os aspectos vivenciais de seus alunos, sem desconsiderar suas experiências e influência na educação. 3432 Destaca-se em seu relato a compreensão que a aprendizagem é um processo individual, pois cada um aprende de uma forma diferenciada, porém, é um processo que acontece de forma coletiva, envolvendo todos os contextos do aluno. Segundo Schlösser et al. (2011), a concepção de educação não se prende apenas no espaço da escola, mas abrange um conjunto de experiências e aprendizagens que vão além da instituição, como é também compreendida pela docente citada. A professora E5, cita o caso de uma aluna com deficiência que apresenta dificuldades na apreensão de novos conhecimentos. Del Prette (2002, p. 21) questiona esta situação na atuação do psicólogo educacional, afirmando que a “diversidade e complexidade das relações [...] envolvidas em processos como os de deficiências justificam considerar a psicologia como um dos fundamentos indispensáveis à compreensão e à intervenção sobre esses processos”. E3 relata ainda que “a educação e a psicologia tem parceria direta, não podendo desvincular uma da outra, considerando que os professores estão despreparados para muitas situações na sala de aula, e os psicólogos atuam com este professor, aluno, família e escola, verificando os problemas e auxiliando em um trabalho conjunto”. Verifica-se que esta educadora tem uma percepção muito positiva da psicologia educacional e compreende este profissional como parceiro de trabalho, entretanto, também é possível identificar um sentimento de impotência em relação aos acontecimentos do dia a dia de sua profissão. Souza e Rocha indicam que: A luta do psicólogo, então, é a de sustentar um campo de indagações que dê tempo para que os educadores possam se deslocar também dos seus lugares marcados de quem sabe, de quem está impotente, [...] contribuindo para a produção de novas perguntas que o coloquem em foco as relações entre “um” e “outro”, tirando de cena a exclusividade dos corpos “em si” em situação de isolamento – que paralisa o trabalho – para poder perguntar sobre situações, as circunstancias, os valores, as práticas que constroem o cotidiano – que movimenta o trabalho (2008, p.39). E8 refere que a Psicologia é essencial na escola e pode auxiliar com o entendimento de “algumas situações no processo pedagógico, contribuindo para o desenvolvimento educacional”. Para o gestor E9 o psicólogo tem muito a contribuir na Educação: “Sou a favor de cada unidade ter um psicólogo para trabalhar com funcionários, famílias e crianças. Seria algo para inovar e subsidiar as instituições de educação infantil, no que diz respeito à interação interpessoal, focando principalmente os fatores psicológicos que possam interferir na demanda emocional, social, afetiva e principalmente pedagógica das crianças em interação com o adulto, tanto o profissional da instituição, ou do próprio seio familiar”. E10 também 3433 tem uma visão bastante positiva da atuação do psicólogo, o que entendemos como relação de parceria, ao referir que: “Acredito que a psicologia é fundamental na área educacional, pois temos problemas diários com a comunidade escolar, às vezes é necessário um esclarecimento psicológico para nortear os conflitos. Além de permitir o entendimento de diferentes situações que surgem em nosso cotidiano. Penso que só teremos uma educação de qualidade o dia em que a psicologia fizer parte de nosso dia-a-dia, dando suporte aos professores, crianças e pais”. As colocações destes educadores nos faz remeter a Souza e Rocha ao afirmarem que: quando dizemos que o psicólogo quer trabalhar a favor da vida, da cultura e da melhoria de condições de trabalho, isso diz respeito ao enfrentamento das adversidades, às tentativas de colocar em análise coletiva o que é produzido no cotidiano da sala de aula, da escola, favorecendo a experimentação de um outro tempo menos acelerado, mas talvez mais inventivo para dar conta do que não conhecemos, do que é imprevisível (2008, p.39). Muito mais que suporte, acredita-se que o psicólogo educacional deve ser parceiro dos educadores para contribuir com uma melhor qualidade do processo escolar. Em uma perspectiva histórico-cultural, cujo foco não é o indivíduo, mas o sujeito em relação compreende-se que é preciso abrir espaço para o diálogo com a comunidade escolar, em especial, com os profissionais da educação de forma comprometida, ética e política, para que se possam estabelecer laços de relações construtivas. É necessário ter claro que a escola é palco de conflitos e contradições. Nestes embates é possível criar outra instância de relações, pois as questões que são demandas na escola, também são questões da sociedade que se singularizam. Considerações finais Conhecer a realidade vivenciada nas escolas mostrou-se de fundamental importância para o entendimento do contexto escolar e as implicações dos fazeres do psicólogo educacional. A experiência de aprofundar o processo pedagógico por meio da fala dos educadores tem grande relevância para a construção da psicologia educacional, e principalmente conhecer: “as questões postas pelos educadores com relação às concepções e perspectivas, e as condições de trabalho são fundamentais para que o psicólogo atue no campo da educação” (SOUZA e ROCHA, 2008, p. 45). Resgatando o objetivo deste trabalho, foi possível compreender que a percepção da contribuição da Psicologia na Educação, para gestores e professores, está na ação em conjunto 3434 com as famílias, alunos e profissionais da educação, na busca da parceria e potência de ação para a promoção de saúde. Também há uma parcela de professores e gestores que ainda acreditam na ação do psicólogo como diagnosticador, e que trata do ajuste da criança e sua família. “Ainda permanece no imaginário social que o psicólogo deve atender os alunos problemáticos, remediar situações conflituosas e “apagar incêndios”, desenvolvendo práticas clínicas individuais” (DIAS; PATIAS; ABAID, 2014, p.106). Também constatamos que os educadores apontam sérios problemas relacionados à imagem dos profissionais na instituição, o que nos faz recomendar para a necessidade de empenho na consolidação de práticas que o identifiquem como profissional capaz de cooperar efetivamente no processo educacional (SOUZA, RIBEIRO e SILVA, 2011). Verifica-se em todos os casos, que são importantes as estratégias para estabelecer os papéis. Além disto, a necessidade de, por meio do diálogo com os alunos, que o educador e os demais profissionais envolvidos no processo educativo entrarem em contato com o seu mundo, com o que ele conhece e vivencia em sua realidade. Este deve ser o ponto de partida no trabalho escolar: as próprias experiências dos educandos. Informações de quais são seus contatos, de onde vêm suas informações, e de que forma aprendem devem interessar a escola e ao educador. Isto também tem extrema relevância para o psicólogo educacional, pois ao se apropriar de todo o contexto vivencial do aluno e equipe de profissionais, seu trabalho terá maior eficácia e reconhecimento. A atuação do psicólogo deve estar pautada nas práticas interdisciplinares, tomando como objeto a educação e a promoção de saúde, realizando a interlocução dos conhecimentos da Psicologia e a interseção nas relações institucionais, que implicam as dimensões políticas e ideológicas. Busca abrir espaços para as expressões das subjetividades, que possibilitem a superação da lógica homogeneizante, de comportamentos cristalizados; denunciando os discursos que naturalizam fenômenos sociais, que mantêm a exploração e exclusão, anunciando caminhos para a transformação, viabilizando coletivamente, alternativas para os impasses. O profissional da psicologia tem como postura de trabalho em uma instituição educativa ser parceiro dos educadores, compartilhando do seu saber com a comunidade escolar. Isto é, não se trata somente de mais um “especialista”, mas da contribuição científica da Psicologia articulada com os demais saberes de outros profissionais, e com os saberes populares dos atores envolvidos, para estruturar novas possibilidades de ações frente às questões educativas, primando para a sua qualidade. 3435 REFERÊNCIAS ANTUNES, M. A. M. Psicologia Escolar e Educacional: história, compromissos e perspectivas. Psicologia Escolar e Educacional, SP, vol. 12, n. 2, julho/dezembro de 2008, p. 469-475. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/pee/v12n2/v12n2a20.pdf>. Acesso em: 07 mar. 2012. BOCK, A. M. B. e AGUIAR, W. M. J. Psicologia da educação: em busca de uma leitura crítica e de uma atuação compromissada. In: BOCK, A.M.B. (org.). A perspectiva sóciohistórica na formação em psicologia. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003. cap. 5, p.132-159. BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília, 2013. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em: 30 ago. 2013. CROCHIK, J. L.; CROCHICK, N. A desatenção atenta e a hiperatividade sem ação. In: CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA DE SÃO PAULO; GRUPO INTERINSTITUCIONAL QUEIXA ESCOLAR, Medicalização de crianças e adolescentes: conflitos silenciados pela redução de questões sociais a doenças de indivíduos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011, cap.10 p. 179-192. DEL PRETTE, Z. A. Psicologia, Educação e LDB: novos desafios para velhas questões? In: GUZZO, R.S.L. (org.). Psicologia escolar: LDB e educação hoje. 2. ed. São Paulo: Alínea, 2002, cap. 2, p. 11-31. DIAS, A. C. G.; PATIAS, N. D.; ABAID, J. L. W. Reflexões atuação psicólogo escolar. Revista Quadrimestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, São Paulo, v. 18, n. 1, p. 105-111, jan./abr. 2014. FREIRE, P. Educação e Mudança. São Paulo: Paz e Terra, 1983. FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 24ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997. GOMES, V. L. T. A formação do psicólogo e os impasses entre a teoria e a prática. In: GUZZO, R.S.L.(org.) Psicologia Escolar: LDB e Educação Hoje. 2. ed. Campinas: Alínea, 2002, cap.4, p. 49-73. GONZALEZ REY, F. L. Personalidade, saúde e modo de vida. São Paulo: Pioneira Thompsom Learning, 2004. MARTINEZ, A. M. O que pode fazer o psicólogo na escola? Em Aberto, Brasília, v. 23, n. 83, p. 39-56, mar. 2010. Disponível em: <http://www.emaberto.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/viewFile/1634/1298>. Acesso em: 14 jun. 2015. MARTINEZ, A. M. Psicologia Escolar e Educacional: compromissos com a educação brasileira. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE). v. 13, n. 1, p. 169-177, jan./jun. 2009. 3436 MEIRA, M.E.M. Psicologia escolar: pensamento crítico e práticas profissionais. In: TANAMACHI, E.R; ROCHA, M. L.; PROENÇA, M. (orgs.). Psicologia e Educação: desafios teórico-práticos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000, cap.2, p.35-72. MEIRA, M.E.M . Construindo uma concepção crítica de psicologia escolar: contribuições da pedagogia histórico-crítica e da psicologia sóciohistórica. In: MEIRA, M.E.M e ANTUNES, M.A.M (orgs.). Psicologia Escolar: teorias críticas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003, cap.2, p. 13-78. MORAES, R. Análise de conteúdo. Revista Educação, Porto Alegre, v. 22, n. 37, p. 7-32, 1999. PATTO, M.H.S. Psicologia e Ideologia: uma introdução crítica à psicologia escolar. São Paulo: T.A. Queiroz, 1984. _____. A produção do fracasso escolar. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004. SCHLÖSSER, A. et al. O que é educação, educador? A concepção de educação para professores e diretores de escolas da região do Vale do Itajaí-SC. In: Anais. X Congresso Nacional de Educação – Educere. I Seminário Internacional de Representações Sociais, Subjetividade e Educação – SIRSSE PUCPR: Curitiba, nov. 2011, p.6531-6541. Disponível em: <http://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/5625_3208.pdf>. Acesso em: 12 jul. 2015. SOUZA, M. P. R. e ROCHA, M. L. da. Políticas Educacionais: desafios para a Psicologia no campo da educação escolar. In: CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA; CONSELHOS REGIONAIS DE PSICOLOGIA. Ano da psicologia na educação. Textos geradores. CFP.;CRP. Agosto, 2008, p. 27- 52. Disponível em:<http://www.crpsp.org.br/educacao/ano_eixo2.aspx>. Acesso em: 12 jul. 2015. SOUZA, M. P. R. A atuação do psicólogo na rede pública de educação: concepções, práticas e desafios. Tese de Livre- Docência, Departamento de Psicologia da Aprendizagem, do Desenvolvimento e da Personalidade, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, 2010. SOUZA, C. S. de; RIBEIRO, M. J.; SILVA, S. M. C. da, A atuação do psicólogo escolar na rede particular de ensino. Psicologia Escolar e Educacional, São Paulo, vol. 15, num. 1, janeiro-junho de 2011, p. 53-61. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-85572011000100006&script=sciarttext>. Acessado em: 14 mai. 2012. TURATO, E. R. Tratado da metodologia da pesquisa clínico-qualitativa: construção teórico-epistemológica, discussão comparada e aplicação nas áreas da saúde e humanas. Petrópolis: Vozes, 2003. VIGOTSKI, L. S. Manuscrito de 1929. Educação & Sociedade, Campinas, v.21, n. 71, p.2144, jul. 2010.