COMPORTAMENTO DE GRAMÍNEAS FORRAGEIRAS TROPICAIS ISOLADAS E EM ASSOCIAÇÃO COM LEGUMINOSAS NA REGIÃO NORTE-FLUMINENSE SAMUEL OLIVEIRA DE SOUZA 1 JOSÉ SANTANA2 ALDO SHIMOYA 3 RESUMO – O experimento foi conduzido no município de Campos dos Goytacazes - RJ, no período de s etembro de 1994 a dezembro de 1995, e teve como objetivo obter informações básicas sobre o comportamento das gramíneas Andropogon gayanus Kunth, Brachiaria brizantha (A. Rich.) Stapf., Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick. (quicuio da amazônia), Setaria anceps Stapf. ex Massey, Cynodon plectostachyus Pilger (capim estrela) e o híbrido Tangola, isolados e em associação com as leguminosas Centrosema pubescens Benth, Glycine wightii (Wight & Arn.) Verdc. (soja perene) e Macroptilium atropurpureum Urb. (siratro), como forma de contribuir para obtenção de pastagens de maior persistência e produtividade. Utilizou-se o delineamento experimental em blocos ao acaso, com três repetições. Os tratamentos foram dispostos em esquema de parcelas subdivididas, nas quais foram alocadas as gramíneas, e nas subparcelas, as leguminosas. As características estudadas foram: aspecto vegetativo, porcentagem de cobertura do solo, produção de semente e teores médios de matéria seca e proteína bruta. A Brachiaria brizantha, seguida da Setaria anceps, foram as mais indicadas para formação de pastagens na região estudada. Dentre as leguminosas, a Centrosema pubescens apresentou melhor comportamento quando associada às gramíneas. As gramíneas, quando associadas às leguminosas, apresentaram melhores resultados em relação às gramíneas isoladas. TERMOS PARA INDEXAÇÃO: Gramíneas, leguminosas, forrageiras tropicais, consórcio, pastagem, matéria seca, proteína bruta. PERFORMANCE OF TROPICAL FORAGE GRASSES ISOLATED AND IN COMBINATION WITH LEGUMES IN NORTHERN RIO DE JANEIRO STATE ABSTRACT – An experiment was conducted at Campos Experimental Station, located in the city of Campos dos Goytacazes, northern Rio de Janeiro State, during the period of September of 1994 to December of 1995, aiming to raise basic information about the performance and behavior of some grasses such as, Andropogon gayanus Kunth, Brachiaria brizantha (A. Rich.) Stapf. Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick. (quicuio da amazonia), Setaria anceps Stapf. ex Massey, Cynodon plectostachyus Pilger (capim-estrela) and the hybrid Tangola, isolated or in combination with some legumes such as Centrosema pubescens Benth, Glycine wightii (Wight & Arn.) Verdc. (soja perene) and Macroptilium atropurpureum Urb. (siratro), as a mean to contribute to get pasture more persistent and with higher productivity. The experimental design was a randomized complete blocks with three repetitions. The treatments were disposed in a split plot arrangement in such way that the grasses were located in the plots and the legumes in the subplots. The traits studied were: vegetative growth, percent soil coverage, seed production, percent dry 1. Zootecnista, M.Sc. EMBRAPA/PESAGRO-RIO - Estação Experimental de Campos, Av. Francisco Lamego, 134 Guarus - 28080-000 - Campos dos Goytacazes, RJ. 2. Médico Veterinário, PhD. PESAGRO-RIO/Estação Experimental de Campos. 1555 3. Engenheiro Agrônomo, Dr. Bolsista da FAPERJ – PESAGRO – Rio/Estação Experimental de Campos. matter content and crude protein. Brachiaria brizantha, followed by Setaria anceps, were the best indications for pasture formation in the studied area. Among the legumes, Centrosema pubescens showed best performance when associated to grasses. Grasses when associated to legumes, presented better results than the single grasses. INDEX TERMS: Grass, legumes, forage tropical, combination, pasture, dry matter, crude protein. INTRODUÇÃO A escassez de pasto na época da seca tem ocas ionado problemas sérios na região norte-fluminense, causando graves prejuízos aos criadores de gado em decorrência da redução na produção de leite e perda de peso. Nem sempre os criadores escolhem, na implantação das pastagens, as espécies e cultivares mais adaptadas para a região, mas seguem velhos costumes, o que concorre para a má qualidade das pastagens durante todo o ano. As pastagens apresentam potencial de produção animal a baixo custo, quando utilizadas de forma eficiente, em condições mais favoráveis à sua expansão natural. A utilização de pastagens com alto valor nutritivo é um dos fatores de maior importância para a redução de custos na produção leiteira e pode ser obtida por meio do melhoramento das mesmas, quer pela recuperação, quer pela formação com a introdução de forrageiras potencialmente mais produtivas e associadas a leguminosas. Existe um número relativamente alto de gramíneas e leguminosas com potencial forrageiro, mas o sucesso na utilização dessas espécies, na formação de pastagens depende de uma série de fatores, envolvendo conhecimentos que permitam desde a escolha da espécie mais apropriada às condições de solo e clima da região, até a adoção de práticas de manejo que garantam o seu estabelecimento e a sua persistência, e maximizem a sua produtividade e seu valor nutritivo (Botrel, 1993). De modo geral, a produtividade e o valor nutritivo das pastagens no Brasil são muito baixos, principalmente na época seca. A estratégia que tem sido indicada pelos pesquisadores para melhorar esses parâmetros é, entre outras, a introdução de leguminosas, o que, geralmente, requer a aplicação de fertilizantes, principalmente fosfatados e, dependendo das espécies a serem introduzidas e do tipo de solo, a correção da acidez. As leguminosas são, de modo geral, mais ricas em proteína, cálcio e magnésio que as gramíneas e apresentam menor diminuição em seu valor nutritivo com o avanço da idade, o que concorre para aumentar a produ- tividade e o valor nutritivo das pastagens (Aronovich et al., 1970). Ressalta-se, ainda, o benefício que a gramínea consorciada recebe em decorrência da transferência de N fixado via excreção direta de compostos nitrogenados pelas raízes, por meio da senescência e queda de folhas das leguminosas e das fezes e urina dos animais. Avaliando o desempenho agronômico de capimelefante (Pennisetum purpureum Schum. cv. Cameron) em cultivo puro, fertilizado com N ou em associação com leguminosas no Estado de Rondônia, Costa (1995) observou que as associações com Centrosema macrocarpum Benth. CIAT 5065, Calopogonium mucunoides Desv. cv. Comum, Desmodium ovalifolium Walp. CIAT 350, Pueraria phaseoloides Benth. CIAT 9900 e Centrosema pubescens CIAT 438 proporcionaram rendimentos de MS e PB semelhantes aos obtidos com a gramínea fertilizada com 100 kg/ha.ano de N. Lourenço & Delistoianov, 1993 avaliando o desempenho de animais em pastagem de capim-colonião exclusivo e consorciado com leguminosas, verificaram que o ganho de peso vivo diário dos bovinos mantidos em pastagem de capim-colonião exclusivo, adubado com 750 kg/ha. ano de N, foi semelhante ao ganho de peso dos animais mantidos com capim-colonião consorciado com as leguminosas Centrosema pubescens e Galactia striata Urb. Já os bovinos mantidos em pasto de capimcolonião, com acesso ao banco de proteína de guandu, ganharam 492 g/animal.dia, no primeiro ano, e 443 g/animal.dia, no segundo ano, e, sem o acesso ao banco de proteína, o ganho foi de 455 g/animal.dia no primeiro ano e 392 g/animal.dia no segundo ano. Costa et al. (1998), objetivando selecionar, em termos de produtividade, composição botânica, valor nutritivo e persistência, as melhores consorciações de Panicum maximumn Jacq. cv. Tobiatã com leguminosas forrageiras tropicais, obtiveram no segundo ano de ensaio, em época seca, valores percentuais de leguminosas que variaram de 6,9 a 27,1% para Centrosema pubescens CIAT 438 e Centrosema acutifolium Benth. CIAT 5112, respectivamente. Buscando avaliar a adaptação e produção de 10 gramíneas e 15 leguminosas em 5 municípios na Colômbia, Sanchez et al. (1989) obtiveram melhores resultados Ciênc. agrotec., Lavras. Edição Especial, p.1554-1561, dez., 2002 1556 para as gramíneas Brachiaria dictyoneura Stapf. CIAT 6133, Brachiaria brizantha CIAT 6387, Panicum maximum CIAT 622, Andropogon gayanus CIAT 6053, em consórcio com as leguminosas Centrosema macrocarpum CIAT 5713, Centrosema brasilianum Benth. CIAT 5234 e Centrosema acutifolium. Em cultivo puro e em consorciação com sete leguminosas forrageiras tropicais em Porto Velho, Rondônia, verificou-se que os teores de PB de B. humidicola foram (P<0,05) afetados pelos diferentes tratamentos, sendo verificados os maiores valores na sua consorciação com Centrosema pubescens CIAT 438 (8,9 %) e Stylosanthes capitata Vog. CIAT 1097 (8,5 %). Já as misturas Zornia latifolia Sm. CIAT 728 e Stylosanthes guianensis Swartz cv. Cook e Stilosanthes capitata CIAT 1019 e Pueraria phaseoloides CIAT 9900 resultaram em teores de PB semelhantes (P>0,05) aos registrados com a gramínea em cultivo puro, Go nçalves & Costa (1994). Em São Paulo, Mattos & Werner (1979), durante um período de avaliação de três anos, verificaram que a consorciação de Panicum maximum + Galactia striata resultou em acréscimos de 20 a 85 %, respectivamente na produção MS, em comparação com a gramínea em cultivo puro fertilizada (75 kg /ha.ano de N) ou não com N. Da mesma forma, Gomide et al. (1984) não detectaram diferenças significativas entre os rendimentos de forragem registrados na consorciação de Hyparrhenia rufa Stapf. com Neonotonia wightii (Arn.) J.A. Lackey e aqueles obtidos com a gramínea pura fertilizada com 120 kg /ha.ano de N. Dependendo da espécie em consórcio, a altura das pastagens deve ser mantida entre 30 e 50 cm, na época de maior crescimento das plantas, ao passo que na época seca, quando ocorre um crescimento mais lento, as pastagens podem ser mantidas a uma menor altura, desde que haja uma boa cobertura do solo, para que seja evitada a degradação das mesmas (Alvim, 1990). Andrade & Ferreira (1981) encontraram em capimgordura, por ocasião do 3ª colheita, teores médios de PB de 5,6; 4,8 e 4,3%, respectivamente, para os tratamentos de consorciação, NPK e testemunha. Para o capimjaraguá, esses valores foram de 4,8; 4,9 e 4,2%, respectivamente. Em ensaio conduzido por Costa (1993) no Campo Experimental do Centro de Pesquisa Agroflorestal de Rondônia, utilizando a Brachiaria brizantha cv. Marandu em cultivo puro e em associação com cinco leguminosas tropicais, obtiveram-se valores de PB variando de 8,94% (B. brizantha + Pueraria phaseoloides) a 9,55% (B. brizantha + Stylosanthes guianensis). Entre as le- guminosas, S. guianensis cv. Cook forneceu o maior teor de PB (19,46 %). Na prática, a utilização adequada das forrageiras ocorre quando os teores mínimos de PB das pastagens não são inferiores a 7-8 % na MS (Carnevali et al., 1970 e Minson, 1981). Realizou-se este trabalho com o objetivo de obter informações sobre o comportamento de gramíneas forrageiras tropicais, isoladas e em associação com leguminosas, como forma de contribuir para maior persistência e produtividade das pastagens na região nortefluminense. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no período de setembro de 1994 a dezembro de 1995, no município de Campos dos Goytacazes, situado a 21o45'15"na região norte-fluminense. O clima é quente e úmido, com precipitação anual de 900 a 1.100 mm, com estação seca bem definida (maio a setembro). A temperatura média anual é de 24,5oC e a umidade relativa do ar, em torno de 78% (Anuário..., 1999). Foram avaliadas seis gramíneas forrageiras: Andropogon gayanus, Brachiaria brizantha, Brachiaria humidicola (quicuio da Amazônia), Setaria anceps, Cynodon plectostachyus (capim-estrela) e híbrido tangola e três leguminosas: Centrosema pubescens (centrosema), Glycine wightti (soja perene) e Macroptilium atrupurpureum (siratro). O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com três repetições. Os tratamentos foram dispostos em esquema de parcelas subdivididas, nas quais foram alocadas as gramíneas e nas subparcelas as gramíneas associadas com leguminosas. As parcelas foram de 32 m2 (8 x 4 m) e as subparcelas, de 8 m2 (4 x 2 m), estas com duas áreas úteis de 1 m2 (1 x 1 m), sendo uma para avaliação das colheitas (determinação de MS e PB) e outra para as avaliações mensais. A distância entre as parcelas foi de 2,0 m. Nas parcelas adubadas, procedeu-se à adubação conforme análise de solo, com 40 kg /ha de N, 80 kg/ha de P2O5 e 20 kg/ha de K2O, tendo como fontes desses nutrientes o sulfato de amônio, o superfosfato simples e o cloreto de potássio, respectivamente. Nas subparcelas, aplicou-se apenas o superfosfato simples. Fez-se calagem 60 dias antes do plantio, com 3,0 t/ha de calcário dolomítico, baseando-se na análise química de solo. Realizaram-se, mensalmente, avaliações do aspecto vegetativo, porcentagem de cobertura do solo visualmente e produção de sementes, por meio de escalas de Ciênc. agrotec., Lavras. Edição Especial, p.1554-1561, dez., 2002 1557 notas (1- péssimo, 2- ruim, 3- regular, 4- bom, 5- ótimo). Para medir a produção de sementes, tomou-se por base o momento em que cada espécie forrageira apresentava cerca de 50% de sementes maduras, com o emprego de um quadrado de 0,25 m de lado. Para determinação do teor de MS e do teor de PB na MS das forrageiras, foram efetuadas duas colheitas na época da seca e quatro colheitas na época das águas. Para determinação da MS e PB, foram retiradas amostras da forragem colhida e colocadas para secar em estufa de circulação forçada a 55-65o C, até peso constante. As determinações dos teores de MS e PB foram efetuadas de acordo com as técnicas da A.O.A.C., descritas por Horwitz (1975). A PB foi calculada pelo teor de N total, utilizando-se o método de macro KJELDAHL. As médias dos tratamentos foram comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO Quanto às características avaliadas visualmente para as gramíneas isoladas, observou-se que a B. brizantha e C. plectostachyus superaram as demais quanto ao aspecto vegetativo. A B. brizantha apresentou melhor cobertura do solo, e para produção de sementes, destaque para B. brizantha, A. gayanus e S. anceps na época seca (Quadro 1). As associações das gramíneas com as leguminosas Macroptilium atropurpureum e Centrosema pubescens foram as que apresentaram melhores aspectos vegetativos em relação aos demais tratamentos. Já com relação à porcentagem de cobertura, as gramíneas isoladas, seguidas da associação da gramínea mais Centrosema pubescens, foram as que apresentaram melhores resultados. No Quadro 2, encontram-se as médias das características do aspecto vegetativo, porcentagem de cobertura do solo e produção de sementes das espécies forrageiras na época das águas, no período de outubro de 1994 a março de 1995. Nota-se que a Brachiaria brizantha apresenta médias superiores em relação às outras gramíneas quanto ao aspecto vegetativo e quanto à porcentagem de cobertura. Esses resultados foram semelhantes aos da época seca, porém com valores médios maiores. Quanto à produção de sementes, a Setaria anceps foi a espécie que mostrou melhor resultado e, em segundo lugar, a Brachiaria brizantha. A gramínea is olada e a gramínea em associação com a Centrosema pubescens foram as que apresentaram melhores aspectos vegetativos. Já para porcentagem de cobertura, a gramínea em associação com a Centrosema pubescens, destacou-se em primeiro lugar, em segundo, a gramínea em associação com a Macroptilium atropurpureum. QUADRO 1 – Valores médios das características aspecto vegetativo, cobertura (%) e produção de sementes das gramíneas isoladas e em associação com as leguminosas na época seca, Campos dos Goytacazes, RJ*. 1994/95. Aspecto vegetativo Cobertura Produção de sementes Gramíneas G SP SI CE G SP SI CE G SP SI CE Andropogon gayanus 2 1 2 2 25 25 30 40 4 3 3 4 Setaria anceps 3 4 4 4 70 60 80 80 4 3 4 4 Brachiaria humidicola 2 2 3 3 70 70 70 80 2 2 3 2 Brachiaria brizantha 4 3 4 4 90 80 80 70 4 4 4 4 Cynodon plectostachyus 4 3 3 3 80 70 70 70 - 2 3 3 Híbrido “tangola” 3 2 3 3 70 60 50 60 - 2 2 2 * Médias de seis observações. 1 – péssimo, 2 – ruim, 3 – regular, 4 – bom, 5 - ótimo. G – gramíneas, SP – soja perene + gramínea, SI – Macroptilium atropurpureum + gramínea, CE – Centrosema pubescens + gramínea. Ciênc. agrotec., Lavras. Edição Especial, p.1554-1561, dez., 2002 1558 De modo geral, ao se comparar as médias das características avaliadas visualmente na época seca e das águas (Quadros 1 e 2), percebe-se que na época das águas o desemp enho tanto das gramíneas isoladas quanto das gramíneas em associação com as leguminosas foram superiores à época seca, inferindo-se que os genótipos comportaram-se de maneira diferenciada quando submetidos a épocas diferentes. Nos Quadros 3 e 4 são apresentadas as médias de produção de matéria seca das gramíneas isoladas e em associação com as leguminosas nas épocas seca e das águas, respectivamente. Com relação às gramíneas associadas com leguminosas, pode-se observar que a Brachiaria brizantha e Setaria anceps foram superiores (P<0,05) às demais gramíneas nas duas épocas de avaliação. Ao se comparar as médias de gramíneas isoladas e em associação com leguminosas, em ambas as épocas, constata-se que a gramínea em associação com a Centrosema pubescens foi superior aos tratamentos restantes, porém somente na época das águas foi evidenciada diferença significativa (P<0,05). Quanto ao teor de PB (Quadros 5 e 6), não foram encontradas diferenças significativas entre as médias das gramíneas, devendo-se ressaltar a performance da Setaria anceps e Andropogon gayanus nas duas épocas. Ao se comparar as médias de gramíneas isoladas e em associação nas duas épocas, pode-se notar que a gramínea em associação com a Macroptilium atropurpureum apresentou um melhor desempenho, havendo diferença estatística somente em relação à gramínea isolada. QUADRO 2 – Valores médios das características do aspecto vegetativo, cobertura (%) e produção de sementes das gramíneas isoladas e em associação com as leguminosas na época das águas, Campos dos Goytacazes, RJ*. 1994/95. Aspecto vegetativo Cobertura Produção de sementes G SP SI CE G SP SI CE G SP SI CE Andropogon gayanus 5 4 5 5 40 40 50 50 4 3 4 4 Setaria anceps 5 4 4 5 70 80 90 90 5 4 5 5 Brachiaria humidicola 4 3 4 4 90 80 80 90 3 2 2 3 Brachiaria brizantha 5 5 5 5 100 90 100 100 5 4 4 4 Cynodon plectostachyus 4 4 4 5 80 70 70 70 3 2 4 Híbrido “tangola” 4 3 4 3 80 70 80 80 3 3 3 * Médias de seis observações. 1 – péssimo, 2 – ruim, 3 – regular, 4 – bom, 5 - ótimo. G – gramíneas, SP – soja perene + gramínea, SI – Macroptilium atropurpureum + gramínea, CE – Centrosema pubescens + gramínea. Gramíneas QUADRO 3 – Produção média de MS (t/ha) das gramíneas isoladas e em associação com leguminosas na época seca, Campos dos Goytacazes, RJ*. 1994/95. Associação gramíneas/leguminosas Média SP SI CE Brachiaria brizantha 2,80 2,70 2,60 2,90 2,75 a Setaria anceps 3,20 2,00 2,00 2,80 2,50 a Híbrido “tangola” 1,30 1,40 1,60 2,00 1,57 b Brachiaria humidicola 1,60 1,10 1,70 1,50 1,47 bc Andropogon gayanus 1,00 1,20 1,10 1,50 1,20 bc Cynodon plectostachyus 1,40 0,90 1,20 1,10 1,15 c Média 1,88 A 1,55 A 1,70 A 1,96 A Médias seguidas pela mesma letra maiúscula e minúscula, respectivamente, na linha e coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. *Média de duas colheitas. Gramíneas G Ciênc. agrotec., Lavras. Edição Especial, p.1554-1561, dez., 2002 1559 G – gramíneas, SP – soja perene + gramínea, SI – Macroptilium atropurpureum + gramínea, CE – Centrosema pubescens + gramínea. QUADRO 4 – Produção média de MS (t/ha) das gramíneas isoladas e em associação com leguminosas na época das águas, Campos dos Goytacazes, RJ*. 1994/95. Associação gramíneas/leguminosas Gramíneas G Média SP SI CE Brachiaria brizantha 6,00 5,80 5,50 6,00 5,82 a Setaria anceps 5,30 3,80 4,00 5,80 4,72 a Brachiaria humidicola 2,90 3,00 3,50 4,20 3,40 b Andropogon gayanus 3,40 2,80 1,80 3,50 2,87 bc Cynodon plectostachyus 2,30 2,50 2,80 3,00 2,65 bc Híbrido “tangola” 2,10 1,80 2,50 2,60 2,25 3,66 AB 3,28 B 3,35 B 4,18 A Média c Médias seguidas pela mesma letra maiúscula e minúscula, respectivamente, na linha e coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. *Média de quatro colheitas. G – gramíneas, SP – soja perene + gramínea, SI – Macroptilium atropurpureum + gramínea, CE – Centrosema pubescens + gramínea. QUADRO 5 – Teor médio de PB (%) na MS das gramíneas isoladas e em associação com leguminosas na época da seca, Campos dos Goytacazes, RJ*. 1994/95. Associação Gramíneas G gramíneas/leguminosas Média SP SI CE Setaria anceps 4,5 6,0 6,5 7,2 6,0 a Cynodon plectostachyus 4,8 6,4 6,8 6,0 6,0 a Andropogon gayanus 4,7 6,0 6,0 6,9 5,9 a Brachiaria brizantha 5,0 5,0 6,6 6,7 5,8 a Brachiaria humidicola 4,8 5,2 6,0 5,9 5,5 a Híbrido “tangola” 4,2 5,0 6,6 5,0 5,2 a 4,7 B 5,6 A 6,4 A 6,3 A Média Médias seguidas pela mesma letra maiúscula e minúscula, respectivamente, na linha e coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. *Média de duas colheitas. Ciênc. agrotec., Lavras. Edição Especial, p.1554-1561, dez., 2002 1560 G – gramíneas, SP – soja perene + gramínea, SI – Macroptilium atropurpureum + gramínea, CE – Centrosema pubescens + gramínea. QUADRO 6 – Teor médio de PB (%) na MS das gramíneas isoladas e em associação com leguminosas na época das águas, Campos dos Goytacazes, RJ*. 1994/95. Gramíneas G Associação gramíneas/leguminosas SP SI CE Média Andropogon gayanus 7,3 10,2 10,8 9,9 9,6 a Setaria anceps 8,9 8,4 10,1 10,1 9,4 a Híbrido “tangola” 6,6 10,2 9,9 10,0 9,2 a Cynodon plectostachyus 7,5 10,0 9,3 10,0 9,2 a Brachiaria brizantha 6,9 8,0 11,1 10,3 9,1 a Brachiaria humidicola 6,5 8,7 8,4 9,4 8,2 a 7,3 B 9,2 A 9,9 A 9,9 A Média Médias seguidas da mesma letra maiúscula e minúscula, respectivamente, na linha e coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. *Média de quatro colheitas. G – gramíneas, SP – soja perene + gramínea, SI – Macroptilium atropurpureum + gramínea, CE – Centrosema pubescens + gramínea. CONCLUSÕES Considerando-se o aspecto vegetativo, a porcentagem de cobertura e a produção de sementes, Brachiaria brizantha apresentou qualidades ideais para pastagem na região norte-fluminense. As gramíneas Brachiaria brizantha e Setaria anceps, associadas à leguminosa Centrosema pubescens, mostraram-se mais compatíveis em rendimento de forragem e cobertura do solo. As gramíneas associadas forneceram uma mistura forrageira mais rica em proteína bruta que as gramíneas em cultivo puro. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVIM, M. J. Manejo de pastagens tropicais para produção de leite: curso de pecuária de leite. Coronel Pacheco: Embrapa-CNPGL, 1990. 39 p. (Embrapa - CNPGL. Documentos, 41). ANDRADE, I. F.; FERREIRA, J. G. Introdução de leguminosas tropicais em pastagem estabelecida de capins- jaraguá. Revista da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 10, n. 3, p. 427-449, 1981. ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Rio de Janeiro: CIDE, 1999. 454 p. ARONOVICH, S.; SERPA, A; RIBEIRO, H. Effect of nitrogen fertilizer and legume upon beef production of pangola-grass pasture. Proc. XI Int. Grassl. - Congress., p. 796-800, 1970. BOTREL, M. de A. 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