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Português
Regência
1. (ESAF) “Entretanto, tal mudança obedece a certas coordenadas que começam a ser pensadas já na antiga Grécia, que
novamente se relacionam com a questão da verdade.”
Tanto a supressão da preposição no termo “a certas coordenadas” como sua substituição por às preservam as
relações de sentido e respeitam as regras de regência verbal.
2. (ESAF) “O final do século XX assistiu a um processo sem precedentes de mudanças na história do pensamento e
da técnica.”
A retirada da preposição a antes de “um processo” preservaria a correção gramatical da oração, mas alteraria o
sentido do verbo assistir e, conseqüentemente, prejudicaria a coerência textual.
3. (ESAF) “O Brasil assistiu, estarrecido, no outro lado do mundo, a uma invasão no Oriente Médio promovida pela dupla
Bush/Blair.”
A preposição “a” em “a uma invasão” caracteriza a escrita formal, culta e, geralmente, é dispensada se usado um
estilo menos formal.
4. (CESPE) No sentido de fazer ou realizar algo, o verbo “proceder” admite dois empregos, de acordo com a norma culta:
“proceder à busca” e “proceder a busca”, sem alteração de sentido.
5. (CESPE) Na frase “basta lembrar a fúria de Aquiles” pode-se alterar a regência da forma verbal de “lembrar a” para
“lembrar da”, sem se desrespeitarem as normas da escrita culta.
6. (CESPE) “...porque podemos aspirar a uma Vida Boa”
No sentido em que está empregado, o verbo “aspirar” torna opcional o uso de crase no “a” que o segue.
7. (ESAF) “Uma dessas hipóteses é justamente não comunicar aos demais associados a cessão das cotas.”
O verbo comunicar está empregado erradamente, pois exige objeto direto de pessoa e indireto de coisa: comunicar alguém
de/sobre/acerca de alguma coisa.
8. (ESAF) Os agentes econômicos relacionam-se em suas operações de compra, venda e troca de mercadorias e serviços, de modo
que, a cada fato econômico, seja ele de simples circulação, de transformação ou de consumo, corresponde, ao menos, uma operação
de natureza monetária realizada junto a um intermediário financeiro
Em “a cada fato econômico” (linha 2) a presença da preposição “a” justifica-se pela regência da palavra
“corresponde” (linha 3).
9. (CESPE) “A liberdade identificou-se com a idéia de consumo.”
A supressão do pronome átono na forma verbal “identificou-se” manteria o mesmo nível de formalidade de
linguagem e a mesma regência verbal.
10. (CESPE) Na frase “basta lembrar a fúria de Aquiles” pode-se alterar a regência da forma verbal de “lembrar a” para
“lembrar da”, sem se desrespeitarem as normas da escrita culta.
11. (ESAF) Identifique a falha.
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Além de contribuir na campanha de revitalização da arrecadação de tributos e contribuições federais, o programa
facilita os contribuintes o cumprimento de suas obrigações.
12. (ESAF) Identifique a falha.
Respeitado esse princípio, os caminhos do capital e do capitalismo têm sido extremamente ecléticos, cabendo,
portanto, os governos, em primeiro lugar definir suas prioridades, objetivos e políticas e, em segundo lugar, mantê-las
através do tempo para então conquistar a famosa “credibilidade”.
13. (ESAF) Identifique a falha.
Os fatores que acarretaram na maior credibilidade ao sistema de punição da sociedade ainda encontram
resistência e incitam a lutas.
LHE x O
Identifique a falha.
14. (ESAF) O problema atual dos direitos do homem não é mais justificar-lhes.
15. (ESAF) A exposição faz parte do Programa Sebrae de Artesanato, que quer profissionalizar a atividade, dando-lhe tratamento
empresarial e tornando-lhe um negócio rentável pela capacitação dos artesãos e seu aperfeiçoamento técnico.
16. (ESAF) No estado de alienação, o agente da violência não tem consciência da qualidade violenta de seus atos. Se o
possível objeto da violência nada tem a oferecê-lo, então não conta como pessoa humana e pouco importa o que venha a
sofrer.
CRASE
Identifique a falha.
17. (ESAF) Os principais focos de incerteza em relação às perspectivas para a taxa de inflação nos próximos anos referemse a evolução do preço internacional do petróleo.
18. (ESAF) No encontro, foram definidos a missão do Banco, seus macroprocessos e os objetivos estratégicos para o
horizonte de três anos, além das diretrizes balizadoras das ações para assegurar à estabilidade do poder de compra da moeda
nacional.
19. (ESAF) Identifique o erro de regência.
Assim, esse fundo constitui um instrumento para a implementação de uma política redistributiva, que objetiva
corrigir às desigualdades regionais e sociais.
ONDE
Exemplos de alternativas com o uso errado da palavra “onde”.
20. (VUNESP) O quarto aonde você está é do Lucas (o correto é “onde”).
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21. (FCC) Vivemos uma época onde o homem possui grandes dificuldades para viver em paz (o correto é “em que” ou “na
qual”).
22. (ESAF) Indo de trem, entra-se na cidade atravessando o Ribeirão do Carmo, mas a estrada de rodagem penetra nela pelo
alto de São Pedro, aonde está a igreja do mesmo nome, hoje contígua à residência episcopal (o correto é “onde”).
Gabarito
1. errado (obedecer exige preposição “a” e “certas” é pronome indefinido, o que repele o artigo; conclui-se que ambas as
propostas –suprimir a preposição e a inserir artigo– estão erradas.
2. correto
3. correto
4. errado
5. errado
6. errado
7. errado
8. correto
9. errado (identificar-se com algo = VTI / identificar algo = VTD)
10. errado (lembrar-se de algo = VTI / lembrar algo = VTD)
11. facilita aos contribuintes o cumprimento
12. cabendo, portanto, aos governos
13. acarretaram a maior (acarretar é VTD)
14. o correto é “justificá-los”, pois justificar é VTD
15. o correto é “tornando-a”, pois tornar é VTD + predicativo do objeto
16. o correto é “nada tem a oferecer-lhe” (nada tem a oferecer ao agente da violência)
17. referem-se à evolução (referir-se é VTI)
18. assegurar a estabilidade (assegurar é VTD)
19. corrigir as desigualdades (corrigir é VTD)
20. onde você está (está EM algum lugar)
21. época em que / na qual
22. onde está a igreja (está EM algum lugar)
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Português
Verbo chamar: um arroz-de-festa
Nas antigas e tradicionais festas portuguesas, os anfitriões sempre ofereciam aos convidados um prato de arroz doce,
chamado arroz de festa, ou seja, em festa boa o arroz doce não podia faltar. Do doce ao convidado, o sentido se
deslocou. Hoje ser um arroz-de-festa designa (com claro sentido pejorativo) a pessoa que é vista em todo evento social,
que não perde nenhum casamento, aniversário, festa, inauguração, ou seja, está em todas.
O verbo chamar é, devido à sua freqüência nos concursos públicos, um típico arroz-de-festa, pois, sem nenhuma
cerimônia, mais cedo ou mais tarde, ei-lo bem diante de nossas incertezas. Ele não tem um sentido único; ao contrário, é
muito rico de sentidos e de construções, mas merece mais atenção um uso em especial, tendo em vista que tal uso permite
quatro possibilidades de combinação, todas completamente corretas.
No sentido de “dar nome, apelidar, tachar, qualificar”, o verbo chamar normalmente trará um objeto (que é a pessoa
ou a coisa nomeada, apelidada) e um predicativo do objeto (que é o atributo dado para a pessoa ou a coisa). Até aí tudo
bem, pois são muitos os verbos que trazem essa possibilidade de montagem.
O problema inicia-se quando verificamos o que a tradição gramatical reservou a esse verbo. Ele pode ser usado
com preposição ou não, tanto no objeto como no predicativo do objeto. Dessa forma, temos duas situações facultativas:
- o objeto indiferentemente pode ser direto ou indireto com a preposição a;
- o predicativo também pode vir sem preposição ou com a preposição de.
Vamos observar um exemplo:
. objeto direto e predicativo (sem preposição):
Eles chamam o problema (objeto direto) efeito estufa (predicativo).
Eles o chamam efeito estufa.
. objeto direto e predicativo (com preposição):
Eles chamam o problema (objeto direto) de efeito estufa (predicativo).
Eles o chamam de efeito estufa.
. objeto indireto e predicativo (sem preposição):
Eles chamam ao problema (objeto indireto) efeito estufa (predicativo).
Eles lhe chamam efeito estufa.
. objeto indireto e predicativo (com preposição):
Eles chamam ao problema (objeto indireto) de efeito estufa (predicativo).
Eles lhe chamam de efeito estufa.
Diante dessa abundância de formas e possibilidades, isso se transforma em matéria-prima de alta qualidade para ser
usada em provas. Não se pode esquecer de que o sentido é a referência primeira para organizar o estudo desse verbo, visto
que as quatro possibilidades só ocorrem quando chamar traz o sentido de nomear, apelidar. Confira uma seleção de
questões de concursos (trechos adaptados).
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Português
1. (ESAF) Avalie se o trecho está correto.
Ao político depreciado, chama-se maquiavélico.
2. (ESAF) Avalie se o trecho está correto.
A marcha da civilização é caracterizada, exatamente, por semelhantes situações, a que genericamente podemos
chamar de modernizações.
3. (CESPE) “Acredito que existe algo que podemos chamar de progresso histórico”.
Não é adequado, por provocar erro gramatical, inserir a preposição “a” antes de “que podemos chamar”.
4. (ESAF) “Uma vez formados, seriam automaticamente chamados de ‘doutor’ e teriam um salário de classe média para o
resto da vida”
A regência do verbo chamar empregada no texto é considerada coloquial. A gramática ortodoxa recomenda, como
mais formal, o emprego desse verbo como transitivo direto.
5. (ESAF) A oração “...que Maxwell chama sobrenatural...” pode também ser expressa “...que Maxwell chama de
sobrenatural...”.
6. (FAPEU) Verifique se regência verbal corresponde ao português padrão.
O verbo chamar admite várias redações, pelas possibilidades de inversão do predicativo, como em: chamo certos
crimes de hediondo; chamo a certos crimes hediondo, chamo a certos crimes de hediondo e chamo certos crimes
hediondos.
7. (MP-SC) Avalie a alternativa.
A oração “Chamei Fernando de deslumbrado” também pode ser expressa assim: “Chamei a Fernando de deslumbrado”
e “Chamei a Fernando deslumbrado”.
8. (ESAF) Avalie a correção do trecho destacado.
É esta situação, ou melhor, são as várias cambiantes de situação existentes no diálogo, na conversação, no trato
familiar, que determinam o uso dessas expressões concisas, alheias, talvez, à parte informativa, mas capazes de conseguir
intuitos que palavras formais não conseguiram. Chamemos-lhes expressões de situação. (Manuel Said Ali; com adaptações)
Gabarito
1- correto
2- correto
3-errado
4-errado
5-correto
6- correto
7- correto
8- correto
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Português
O verbo “tratar”
As provas de língua portuguesa têm trabalhado alguns temas de forma recorrente. Devido à insistência, seria
imprudente o aluno que não os estudasse, que não os entendesse e dominasse. Essa recorrência, porém, nem sempre é
notada, pois, entretido entre tantas matérias, passa despercebida ao aluno a observação de que tal questão tenha caído
tantas vezes. E o pior: com grande potencial de cair novamente.
Nas provas, o verbo tratar tem gerado variadas questões e isso permite fechar o foco em seus problemas.
Interessa para a nossa análise o verbo tratar com o sentido de “discorrer sobre um assunto, versar sobre algo, ter por
assunto”, situação em que pode ser usado com objeto indireto introduzido pela preposição “de”:
Os estudos tratam do efeito estufa.
Na palestra, ele tratava da nova fase econômica brasileira.
As suas divagações trataram apenas de coisas impossíveis.
A primeira estrutura que merece destaque é a do sujeito indeterminado com o pronome “se”, ou seja, com o índice
de indeterminação do sujeito. Nesse caso, sai o sujeito da frase, entra o pronome “se” e o verbo deve ficar no singular:
Trata-se do efeito estufa.
Tratava-se da nova fase econômica brasileira.
Tratou-se apenas de coisas impossíveis.
Nas provas dos concursos, atenção total à concordância verbal, pois nessa estrutura de indeterminação do sujeito
o verbo tem de ficar no singular, regra nem sempre acatada pelas questões. Confira:
(ESAF) Tratam-se de possibilidades. (correto no singular: “Trata-se”)
(ESAF) Segundo alguns pensadores modernos, não se tratam de projeções utópicas os empreendimentos culturais e
sociais. (correto no singular: “não se trata”)
(VUNESP) Trataram-se de assuntos pouco usuais. (correto no singular: “Tratou-se”)
(CESPE) Tratam-se de brutais aumentos de produção. (correto no singular: “Trata-se”)
(CESPE) Mantêm-se a coerência textual e a correção gramatical ao se substituir “Trata-se de nosso patrimônio lingüístico”
por “Tratam-se de nossas línguas e idiomas nacionais”. (errado)
(CESPE) “Trata-se de um monumento de erudição, pleno de conhecimento de história”.
Ao se substituir “um monumento de erudição, pleno” por “reflexões eruditas, plenas de”, a forma verbal “Trata-se”
deve ser flexionada em número. (errado)
(CESPE) Com relação à representação do sujeito da oração, no segmento “em se tratando de fato” , o sujeito é
indeterminado, diferentemente do que ocorre no segmento “estabelecer-se sinonímia”, em que o sujeito é “sinonímia”.
(correto)
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Outra questão “freguês” nas provas refere-se a uma falha de montagem, em que se usa o índice de indeterminação
do sujeito “se”, mas se mantém o sujeito, ou seja, simultaneamente há o sujeito e a indeterminação do sujeito, algo
incoerente e errado. Tal desvio gramatical não se vê em outros verbos, por isso foque especificamente em
“tratar”.Acompanhe algumas questões retiradas de provas, todas elas com falha, pois trazem ao mesmo tempo o sujeito e
o índice de indeterminação do sujeito. Para simplificar a análise, sublinho o sujeito e o índice “se”:
(ESAF) Trata-se a reforma de recuperar ou ampliar a receita pública.
(ESAF) A questão da guerra fiscal trata-se de um fenômeno.
(ESAF) A guerra não se trata de um jogo de soma positiva.
(ESAF) Trata-se o interrogatório de uma prática regulamentada, que obedece a procedimento bem definido.
(ESAF) Esta revolução trata-se de uma mudança radical de mentalidade.
(ESAF) Trata-se a questão de afastar da análise as interferências ideológicas
(CESPE) Segundo o texto, ‘biomonitoramento biológico’ trata-se de um método de classificação das águas de rios,
córregos e lagos com base na fauna.
(FCC) “...os seres caçados pelo czar tratavam-se de homens.”
(ESAF) “Como todo mundo sabe, trata-se de uma história em que pessoas conseguem descobrir uma verdade que coloca
em questão a própria soberania do soberano.”
O segmento “trata-se de uma história em que pessoas” estaria igualmente correto se assim estivesse
escrito: “trata-se a história de pessoas que...”. (errado)
Para sanar essas construções com falha, deve-se optar entre usar ou o sujeito ou o índice de indeterminação do
sujeito. Usar ambos na mesma frase é errado. Não generalize tal desvio para outros verbos, pois o problema dá-se somente
com o verbo tratar.
Essa noção estudada revela um vício de linguagem bem contemporâneo, que os concursos acabam registrando em suas
questões. E outro detalhe: por se tratar de vício, é muito comum ocorrer na vida prática, nos textos da vida acadêmica e
profissional. Entre a virtude e o pecado, pelo menos no idioma é mais fácil alcançar bons costumes.
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