V Seminá inário de Pós-Graduação em Filosofia da UFSC Car 19 a 23 de outubro de 2009 PERSPECTIVAS DE E UMA "ANTROPOLOGIA" BEHA AVIORISTA RADICAL: CULTURA, CU SELEÇÃO E TRANSMIS ISSÃO Guilherm erme Bergo Leugi Mestrado – Universid rsidade Federal de São C Carlos (UFSCar) guips [email protected] Introdução e Caracterizaç ação do Behaviorismo Radical O Behaviorismo Radical, Ra fundado por B.F. Skinner, é caracte cterizado como a filosofia da Ciência do Com omportamento ou Análise do Comportamento to ((De Rose, 1982; Chiesa, 1994; Laurenti, 200 2004, por exemplo). Seu discurso vai além daa definição destas disciplinas mas também ab abrange a “ciência, linguagem, subjetividade, e, educação, ética, política e cultura” (Abib, 20 2001, p.20) e, em um sentido mais amplo, “éé uuma filosofia do comportamento humano”” ((Abib, 2001, p.21). Esta filosofia está asse ssentada “sobre a negativa ontológica da exis xistência de eventos imateriais, sem dimensões ões físicas, que se passem em um mundo não físico” (De Rose, 1982, p.68), mas quee não descarta os enunciados acerca dos even entos mentais, colocando-os, de maneira reinter terpretativa, como “descrições de eventos físic sicos, ou de relações de eventos físicos” (De Ro Rose, 1982, p.68), ou ainda em alguns casoss as descrições destes fenômenos podem “ser ser tomadas como metáforas” (De Rose, 1982, 82, p.68). Este campo de investigação filosófica ica não pressupõe, necessariamente, que todos os os fenômenos devam ser publicamente obs observáveis, o que faz com que o pensamen ento Skinneriano seja distinto do que veio io a ser chamado Behaviorismo Metodológico ico, de J. B. Watson (De Rose, 1982). O pensamento behaviorista be radical pressupõe certo mode odelo explicativo (Laurenti, 2004), certa conc oncepção de homem (Melo, 2005), fundamenta ntados também no contexto histórico-filosófico fico em que se insere (Abib, 1985). A posiçã ição naturalista de Skinner coloca a análise do dos fenômenos comportamentais no mesmo cam campo dos objetos das outras ciências naturais ais, mas não no sentido de que o comportamen ento seja redutível a fenômenos fisiológicos, s, por exemplo, posto que o comportamento to exibe algumas especificidades, mas no sen sentido de “conhecê-lo através do método báásico da ciência, isto é, a investigação emp mpírica” (p.181). Ainda, sobre o paralelo ent entre Skinner e o naturalismo, “o comportam tamento, expressão da natureza, organiza-se, se, como esta, de forma determinista” (p.18 182), mas não implica em um materialismo mo, posto que o ISSN 2177-0417 - 432 - PP PPG-Fil - UFSCar V Seminá inário de Pós-Graduação em Filosofia da UFSC Car 19 a 23 de outubro de 2009 comportamento seja objeto to de estudo suficiente em si mesmo (Abib, 198 985); mais do que isso, o objeto seria definid nido como a relação entre os componentess dde um operante (Harzem & Miles, 1978). ). A tese skinneriana, seus pressupostos e defi efinições, concebe um tipo específico de exp explicação. Como definiu Laurenti (2004),, a explicação no Behaviorismo Radical pode de ser entendida como um processo que envolv olve: descrição de relações funcionais (descr scritivismo); interpretação (instrumentalismo) o); compromisso social (pragmatismo); pro rodução de conhecimento, com um mínim imo de incerteza (probabilismo). E estas car características estariam conjugadas no modelo elo de seleção por conseqüências. O modelo de seleçã eção por conseqüências do Behaviorismo Rad adical, fortemente influenciado pelo modeloo dde seleção natural darwiniano (De Rose, 19 1982), concebe o homem como produto dee três tipos de seleção: filogenética (evoluç lução da espécie); ontogenética (história ind individual de reforçamento); e cultural.. “As evoluções filogenética e ontogenética ca permitiram ao homem ser sensível às conseq seqüências de seus comportamentos que pro propiciam a sobrevivência da espécie e do indivíduo, respectivamente. A evoluçã ção cultural permite-nos defender um Homem m que está ‘além’ dessas condições” (Melo,, 20 2005, p.89). As noções de home mem e de possibilidades de explicação, dado do certo contexto histórico-filosófico, do Behaviorismo Be Radical evidenciam também m o modelo de entendimento do mundoo pressuposto por Skinner. Este modelo,, qque “explica o comportamento em termos os de relações funcionais entre os eventos, com om ênfase especial nas conseqüências da aç ação” e cuja “causa torna-se uma mudan ança na variável independente e um efeito um uma mudança na variável dependente” (Laure renti, 2004, p.14), aproxima-se do empirismo mo de David Hume e da concepção de ciên iência – que deve descobrir relações funciona onais entre os eventos – de Ernst Mach (Lau aurenti, 2004; ver também Prado Júnior, 1980 980). No sentido do empirismo de Hume, a eexperiência só é capaz de evidenciar suces cessão de eventos sem tratar de porque ta tais eventos são consecutivos. “Ficamos,, eentão, com as relações que nos são autorizadas au pela experiência: a conjunção ão constante” (Laurenti, 2004, p.14). Es Estas conjunções constantes, em termos doo ddeterminismo no Behaviorismo Radical, ain ainda implicam na concepção de controle de S Skinner, que por sua vez incide sobre a conce cepção de homem deste sistema filosófico.. U Uma vez que os fenômenos humanos, ccomo os outros fenômenos materiais, sãoo ddeterminados, Skinner propõe que seja nece cessário admitir o controle, e seus determina inantes, para poder efetivar o que chama de contracontrole ISSN 2177-0417 - 433 - PP PPG-Fil - UFSCar V Seminá inário de Pós-Graduação em Filosofia da UFSC Car 19 a 23 de outubro de 2009 (alteração de práticas dee ccontrole, em termos gerais), essencial para ara a evolução da cultura e rechaça alternativ ativas que admitam certo tipo de liberdade ““ideal’ (Skinner, 1971; ver Flew, 1991, pa para um exemplo do tipo de argumentação ão rechaçada por Skinner). Caracterização do objeto: to: Cultura A cultura, ou nível el cultural, c para Skinner, “não é o comportame mento das pessoas ‘vivendo nela’ [living in it – em inglês, no original]; é o ‘ela’ [it is thee ‘it’ – em inglês, no original] no qual as pes pessoas vivem – as contingências de reforçam amento social que geram e mantém o compor ortamento das pessoas” (1969, p.13). Não é aadequado, então, em uma abordagem behav haviorista radical das culturas, falar em ‘me membros de uma cultura’, já que uma pessoa oa não pode ser um membro de um arranjo dee ccontingências de reforçamento” (1971, p.13 .131). Esta abordagem das culturas deveriaa ddefinir quais as contingências de reforçameento em operação num dado ambiente e não as pessoas que se submetem a este ambiente. te. Mais do que isso, deveria delimitar porqu rque determinadas contingências estão em oper peração num ambiente social e não outras. Aind inda, identificação de contingências de reforça rçamento não é permutável à identificação do que as pessoas fazem. É necessário ident ntificar porque as pessoas fazem o que faz fazem numa dada cultura. Mesmo que a ident entificação do que as pessoas fazem seja um ppasso importante para descobrir porque as pes pessoas fazem, é só um primeiro passo (Skinner ner, 1969). Em outros moment entos, Skinner (1971; 1989) define cultura ccomo sendo um arranjo de práticas caracterí terísticas de um grupo. O autor pontua as agênc ências ou sistemas dominantes de controle com como possíveis responsáveis pela manutenção ão da consistência de um arranjo de práticass (“ (“A dominant controlling agency or system m may hold a set of practices together”, Skinne ner, 1971, p.132). Ainda, sobre a manutenção ção (e transmissão entre organismos) das pr práticas culturais, Skinner sugere uma evo evolução cultural, “lamarckiana no sentido dde que práticas adquiridas são transmitidas” as” (1971, p.130). Esta evolução poderia ppromover a sobrevivência de um deter terminado grupo, diferentemente das conce ncepções de seleção natural, que estaria ia relacionada à sobrevivência da espécie co como um todo, e da seleção ontogenética, qu que poderia estar relacionada à sobrevivência cia de um dado indivíduo em termos de seu eu comportamento operante (Skinner, 1989).. A Além disso, o autor ainda sugere que as prátic ticas culturais têm sua origem e transmissão ddescritas como um produto da incidência par aralela da seleção natural e do condicionamen ento operante (Skinner, 1989). Práticas cultur turais estabelecem relação estreita com conting tingências de reforçamento social. Um objetoo ssocial não difere ISSN 2177-0417 - 434 - PP PPG-Fil - UFSCar V Seminá inário de Pós-Graduação em Filosofia da UFSC Car 19 a 23 de outubro de 2009 de um objeto não-sociall eem termos de natureza, sendo que uma ppossibilidade de definição de contingência ia social é aquela que caracteriza um outro oorganismo como integrante e/ou definidorr de um dos termos de uma contingênciaa ((Guerin, 1994). Mesmo que para Skinner, r, a relação entre um comportamento individua dual e uma prática cultural se dê como um “c “continuum” e que, em última análise, estaa rrelação remeta à seleção natural, esta últim ltima possibilitando o condicionamento oper perante, “do qual práticas culturais são aplic licações especiais” (De Castro & De Rose,, 20 2008), os limites entre os tipos de seleçãoo ppara determinação de uma dada prática cul cultural não ficam claramente definidos. Em 1953, Skinnerr aponta, a sobre instâncias culturais, que é o in indivíduo que se comporta e que, então, o “p “problema apresentado pelo grupo maior é exp xplicar por que os indivíduos se comportam m juntos” (p.340). A formulação de leis soc sociais, ainda que propicie uma ferramentaa eficaz na previsibilidade do comportamen ento, não estará, contudo, descrevendo fielm ielmente o fenômeno, já que uma lei social ial é gerada pelo comportamento dos indivíd víduos, “é sempre o indivíduo que se comporta rta”, e “se formos capazes de explicar o com omportamento de pessoas em grupos sem usa sar nenhum novo processo ou princípio, terem remos demonstrado uma promissora simplicid cidade nos dados” (Skinner, 1953. p. 326). go” com texto Skinneriano Possibilidades de “diálogo Marvin Harris (2007 007), ao analisar fenômenos culturais sob o po ponto de vista do Materialismo Cultural, con oncorda com Skinner sobre não ser necessário ário nenhum novo princípio comportamental al para lidar com fenômenos culturais e que “evolução sociocultural é uma instânci ncia de seleção por conseqüências” (p.39). Tod odavia, o autor diz que assumir esta postura “so “somente nos leva ao limite do problema, e o pproblema é como explicar o comportamento, to, não dos indivíduos sozinhos, mas o com mportamento dos sistemas culturais” (Harris ris, 2007, p.39). Sua sugestão (Harris, 2007) 7) é de que só é possível explicar a seleçã eção de um operante sobre outro, sem ut utilizar conceitos mentalistas, ao falar daa “eficácia relativa” destes operantes naa consecução de determinados efeitos. Práticas culturais,, podem p ter sua origem e transmissão desc escritas como um produto da incidência par paralela da seleção natural e do condicionam namento operante (Skinner, 1989), de modo do que uma cultura “sobreviva”. Com relaçã ção à questão da sobrevivência das culturas, s, Dittrich (2004) aponta que a mesma só pode de ocorrer quando os organismos submetidoss ààs contingências sociais determinadas sobrev evivem sendo este ISSN 2177-0417 - 435 - PP PPG-Fil - UFSCar V Seminá inário de Pós-Graduação em Filosofia da UFSC Car 19 a 23 de outubro de 2009 um fator necessário, mas nã não suficiente para a sobrevivência das cultur turas. É necessário também considerar a “força rça” de uma determinada prática. Mais especific ificamente, sobre a noção de “força” (strength gth – em inglês, no original) de uma cultura ura, ela “depende substancialmente dos resulta ultados” (Skinner, 1969, p.19). É possível colocarr as a questões de um estudo que pretenda comppreender culturas pelo Behaviorismo Radic dical como procedimentos para identificaçã ação de relações funcionais entre cada instân tância que as determinam, uma vez que Skinner ner compartilha de uma interpretação de mund ndo que observa relações constantes e não de causa e efeito (Prado Júnior, 1981), sem m a proposição de uma ontologia especial par para a cultura (De Castro & De Rose, 2008), ), bbaseada em um empirismo não-político, ou seja, se as mudanças culturais sugeridas por Sk Skinner são fundamentadas na sua definição ão de Ciência do Comportamento e ter suass rraízes no empirismo, por meio de uma “ciên iência e tecnologia do comportamento” que se sejam livres de controles por agências gove vernamentais, por ideologias políticas, religios iosas ou econômicas (Rakos, 1992). Glenn, inicialmente nte em 1986, sugeriu o conceito de metaco acontingência que contribuiu para a instrumen entalização da análise dos fenômenos culturais rais dentro de uma abordagem analítico-compo portamental. Este conceito tem destaque teóric rico por subsidiar, desde então, novos caminh inhos para uma análise funcional das práticas as culturais, mais especificamente o avanço ço no campo de investigação do terceiro ní nível de seleção (Todorov, 2006). Este conc onceito, desde sua formulação por Glenn (198 986), tem sofrido alterações ao longo do te tempo e suas últimas definições (Glenn & Mallot, 2006) caracterizam o conceitoo de uma maneira que está mais próxim xima, ao menos hipoteticamente, de uma ex explicação de seleção de práticas culturais (ind indo, inclusive, na direção de solucionar o que ue ainda seria descrito por Harris em 2007 – trabalho t original de 1986 –, como um doss problemas da explicação behaviorista radic dical das culturas: dizer porque um operante te ocorre em detrimento de outro). É enfatiza izada a relação de “recorrências das conting ngências operantes entrelaçadas” (p.38) ger geradoras de um determinado produto agrega egado (Glenn & Malott, 2006). É relevante nota otar, contudo, que a relação temporal, inicialm lmente contida na definição do conceito, não m mais foi citada. Especificamente, sobre so a seleção em terceiro nível, Skinnerr aafirma que “é o efeito sobre o grupo, nãoo aas conseqüências reforçadoras para os memb mbros individuais que é responsável pela evo evolução da cultura” (Skinner, 1981, p.502).. Mas M qual é este efeito sobre o grupo? Em 11989, Skinner sugere que uma cultura, sendo ndo compreendida como um conjunto de ppráticas características de um grupo, é se selecionada pela ISSN 2177-0417 - 436 - PP PPG-Fil - UFSCar V Seminá inário de Pós-Graduação em Filosofia da UFSC Car 19 a 23 de outubro de 2009 conseqüência de contribuiç uição para a sobrevivência do grupo (Skinner, er, 1989). O efeito sobre o grupo é o efeito ito de sobrevivência da cultura. Assim, a sseleção cultural aconteceria nos mesmos mo moldes das seleções nos níveis filogenético e oontogenético. As “mutações culturais” (term rmo utilizado em 1969, por Skinner, ao falar ar da invenção de novas práticas sociais e aas mudanças no ambiente em que o hom homem vive) são selecionadas por seu ambie biente em termos de adaptabilidade. Adaptabili ilidade esta sendo compreendida como relativ tiva à sobrevivência da cultura. Para Skinner, er, todos os outros valores, com exceção da sobrevivência das culturas são provisóri órios e flexíveis, necessitando sempre de ava valiação em função de sua contribuição para o valor básico do sistema (Abib & Dittrich,, 20 2004). Harris (2007) consid sidera que se a condição selecionadora for a so sobrevivência das culturas, “então todos os co componentes de qualquer cultura sobrevivente nte, por definição, teriam esta característica” ca”, proposição esta que para Harris “é inaceitável” e “tautológica” (p.40). Cont ntudo, a tautologia desta definição pode se ser “amenizada” quando é lembrado o caráte áter empírico do Behaviorismo Radical, como, o, ppor exemplo, no caso da definição circularr dde operante, que quando deixa o campo da lóg lógica em favor do campo do empirismo perd erde esta circularidade enfática (Prado Júnior ior, 1981). Como exemplo, um indivíduo pod ode estar adaptado a uma comunidade verbal, l, ccomo a definida por Skinner (1957), quee pressupõe ouvintes treinados para a medi ediação social do reforçamento. É para esta ta comunidade que ouvintes estão treinadoss ee, mudanças no “ambiente verbal” (Skin inner, 1986) requererão um novo trein inamento, muito provavelmente, estabelecido ido pelo procedimento operante. Justificativa, Objetivos e M Método A análise cultural behaviorista be radical tem como um de seus fun undamentos o fato de que os processos básico icos culturais estariam descritos no comportam rtamento operante. Esta relação de aproximaçã ação da conceituação básica aos fenômenoss ssociais pode ser considerada uma das notá otáveis contribuições de Skinner em termos os metodológicos inclusive (Harzem & Mile iles, 1978), e que portanto, em nível cultura ural teríamos uma seleção operante “macrosc scópica”. Contudo, a ligação entre os proces cessos culturais e comportamentais ainda par arece estar fragilmente pontuada e o efeito dee uum nível sobre o outro ainda não está clar laro. Como exemplo de um aspecto controv troverso, em uma contingência comportamen ental, a contigüidade parece ter caráter ffundamental na definição dos termos (Prad rado Júnior, 1982; De Rose, 1982). Se a uni nidade de análise cultural deveria ter abrangê gência explicativa como a do operante para o iindivíduo, como ISSN 2177-0417 - 437 - PP PPG-Fil - UFSCar V Seminá inário de Pós-Graduação em Filosofia da UFSC Car 19 a 23 de outubro de 2009 delimitar a constância dde relação entre termos possivelmente te tão distantes temporalmente, por exempl plo, no caso da Constituição e seus efeitos (Tod odorov, 1987)? A seleção culturall não n deveria, pelo pensamento skinneriano,, pr propor uma nova ontologia, mas sim compa partilhar das características e dos modeloss dde determinação definidos para a seleção nat natural e operante (De Castro & De Rose, 2008 008), ser análoga a eles. Mesmo sendo esta a pproposta alegada nas definições deste concei ceito, uma análise mais minuciosa dos term ermos propostos pode elucidar pontos dis discrepantes e/ou incompatíveis. Ainda, ass ooperacionalizações conceituais correntes ace acerca da seleção cultural podem estar ignora orando a precisão terminológica que Harzem m e Miles (1978) chamaram de “linguagem m sem palavras extra-episódicas” (a language ge without extraepisodic words), importan ante definição para o conhecimento científic ífico criterioso da Ciência do Comportamento nto. É parte dos objetivos deste estudo verificar car esta relação de compatibilidade (ou incom ompatibilidade) dos termos propostos e doss ppressupostos do Behaviorismo Radical. Este estudo pretend ende investigar, primordialmente, os textoss da filosofia do Behaviorismo Radical de B B.F. Skinner nos quais seja produzida sua defi efinição de cultura implicando seleção, evoluçã ução e transmissão culturais. Serão buscados ta também os textos que definam conceitos utili tilizado na caracterização do que é cultura,, co como é caso dos conceitos de contingência, ia, comportamento, e quais as exigências ont ontológicas para a definição de uma aproximaação deste tipo de conceito ao nível culturall dde análise. Serão buscados e investigados tex textos que estabeleçam “diálogo” com a obra sk skinneriana (tanto como fundamento e contex texto para a obra skinneriana e sua visão de mundo, quanto como delineamentos conce nceituais recentes), especificamente no campo po do estudo das culturas e de seus conceito eitos subjacentes (comportamento social; cont ntingência social; comportamento verbal; entr ntre outros; ver por exemplo Guerin, 1994). ). S Será feita, sobre estes textos, uma análise eestrutural cujo objetivo será analisar o temaa pesquisado por meio da identificação de ca categorias conceituais da(s) disciplina(s) relaci acionadas ao tema. Em termos da investigação ão específica do conceito de cultura no Behavio viorismo Radical e suas implicações para seleç leção e transmissão culturais, é pretendido neste ste estudo realizar uma investigação epistemol ológica nos moldes descritos por Abib em 1996 996. É próprio da investigação inv epistemológica, especificament ente do método epistemológico-hermenêutic utico, interrogar textos científicos de tradições es de pensamento constituídas, como é o caso so da Análise do Comportamento (e do Behavi aviorismo Radical, necessariamente), já quee ““é a pluralidade do texto”, estabelecida dde uma relação ISSN 2177-0417 - 438 - PP PPG-Fil - UFSCar V Seminá inário de Pós-Graduação em Filosofia da UFSC Car 19 a 23 de outubro de 2009 objetiva, “que fornece o motivo da investigação epistemológica ica. (...) Trata-se exatamente disso: buscar ar o esclarecimento dessa pluralidade doo texto nos seus fundamentos” (Abib, 1996, 6, p.222). É necessário saber “o que procurar” r” (p.224) no texto e neste sentido “a escritur tura do pré texto filosófico passa pela anális lise conceitual do texto” (...), “a análise conc onceitual já é reflexão epistemológica, porque ue visa encontrar pistas para responder as que questões clássicas da epistemologia, que se fore orem respondidas, contribuirão para esclarecer cer o sentido do texto. Enfim, a análise conce ceitual é a análise epistêmica dos conceitos”” (A (Abib, 1996, p.224). Referências kinner, naturalismo e positivismo. Tese de Doutoramento ABIB, J.A.D. (1985) Skin apresentada ao Dep epartamento de Psicologia Experimental ddo Instituto de Psicologia da Univers ersidade de São Paulo – São Paulo. ABIB, J.A.D. (1996) Epis pistemologia, transdisciplinaridade e método. o. In: Psicologia: Teoria e Pesquisa. 12 (3), pp.219-229. ABIB, J.A.D. (2001) Arque queologia do Behaviorismo Radical e o concei ceito de mente. In: GUILHARDI, H.J. 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