1 Abordagem Terapêutica da Hanseníase Caroline Pereira dos Santos¹ [email protected] Dayana Priscila Maia Meija² Pós-graduação em Fisioterapia Dermato-Funcional – FAIPE Resumo Hanseníase é uma doença de origem infecciosa crônica causada pela bactéria Micobacterium Leprae, caracterizada pela alteração de sensibilidade, formigamento, diminuição de força muscular, manchas brancas e avermelhadas e deformidade física. Atingindo os olhos, nariz, orelhas, braços, mãos, pernas, pés e órgãos em caso mais graves. Existem quatro formas clinicas da doença: Hanseníase Indeterminada, Tuberculóide, Dimorfa e Virchowiana. Não tem origem hereditária porem é transmitida através de tosses, espirros e secreção nasal com período de incubação em média de dois a cinco dias. O diagnóstico é clínico baseado nos sinais e sintomas da pele dos pacientes em casos mais graves, realiza se exames complementares para confirmação da doença. Atinge homens, mulheres e crianças que tiverem contato com individuo bacilíferos. O objetivo deste artigo foi levantar dados bibliográficos através de plataformas on line como BVS, Scielo, Lilacs e livros com os descritores em abordagem terapêutica da hanseníase. Palavras- chave: Hanseníase; Tratamentos; Fisioterapia. 1. Introdução A Hanseniase foi descoberta em 1873 pelo médico dermatologista e bacteriologista norueguês Gerhard Henrique Armauer Hansen, ficando conhecida como bacilo de Hansen. É uma doença infecto contagioso pelo bacilo Mycobacterium Leprae que é um parasita obrigatório de evolução lenta, pois, seu período de incubação varia de 2 a 7 anos, tem afinidade com células nervosas e cutâneas, todas as pessoas em contato com bacíferos seja homem, mulher e crianças estão sujeitos a serem contaminados, pelo fato que sua transmissão é feita através de espirros, tosses, gotículas de saliva contaminadas com o bacilo de Hans. Os bacilos são organismos Gram-positivos e álcool-ácidos resistentes quando submetido à coloração de Ziehl-Neelsen, devido à alta concentração de lipídeos em especial ácidos micólico, na parede celular das Micobacterias (DIÓRIO, 2014). Segundo Robbins (2010), As bactérias do gênero Mycobacterium Leprae são bastonetes delgados aeróbicos, que crescem em cadeias ramificas e retas, possuem uma parede celular cerácia única, composta por ácido micólico resistente, fazendo reterem a coloração mesmo sob tratamento com mistura de ácido-álcool, sendo fracamente Gram-positiva. ________________________________________ 1 Pós Graduando em Fisioterapia em Dermato-Funcional 2 Orientadora: Fisioterapeuta. Especialista em Metodologia do Ensino Superior. Mestre em Bioética e Direito em Saúde. Doutoranda em Saúde Pública. 2 Uma doença neglingeciada sendo endêmica em população de baixa renda é bastante prevalente em dezesseis países, incluindo o Brasil que aparece em segundo lugar com casos diagnosticados da doença (LUIZ; ISAIS, 2014). Para Lyon e Grossi (2014), o diagnóstico clínico baseia se na presença de um ou mais dos três sinais cardinais da doença como a alteração de sensibilidades, acometimento nervoso com ou sem espessamento associado às alterações sensitivas e/ou motoras. A avaliação física detalhada com profissionais aptos a função é possível detectar cerca de 95% as alterações da pele como as maculas, as manchas, nódulos e alterações de sensibilidades térmicas e dolorosas. Segundo a Organização Mundial de Saúde Publica (2009). O tratamento pode ser classificado em duas, Paubacilares (PBs) e Multibacilares (MBs), onde as formas Indeterminadas e tuberculoides polares possuem poucos bacilos, em contra partida as formas Dimorfa e Virchoviana, o individuo possui maior quantidade de bacilos. Existem outras formas de diagnóstico sendo eles os exames complementares como Baciloscopia ou Biopsia, Anatomopatológico, Sorologia e Reação de Mitsuda que não serve para diagnostico mais sim para prognostico e o teste rápido chamado de Ml-Flow. A hanseníase diagnosticada precocemente evita futuros danos físicos, psicológicos e sociais do individuo, pois, é uma doença que tem cura e ações preventivas são essenciais para diminuição de novos casos da doença. A fisioterapia tem fundamental importância no tratamento preventivo, pré e pós-operatório e durante todo o período de tratamento poliquimioterápico, já que a cinesioterapia e a eletrotermoterapia vem melhorando as incapacidades físicas que a hanseníase causa em indivíduos sem tratamentos. O presente artigo trata se de uma revisão bibliográfica com o intuito de relembrar as formas de “Abordagem Terapêutica da Hanseníase”. A escolha desse tema foi pelo fato do Brasil ser o segundo país do mundo a indicar elevados números de casos da Hanseníase, e que se não houver cuidados preventivos e tratamentos adequados à mesma, podem trazer danos graves de nervos e tecido cutâneo causando a este paciente deformidades e incapacidades físicas e trauma psicossocial. Desta forma a revisão mostra uma breve atualização e incentivo aos outros profissionais da saúde explorar mais pesquisas sobre a Hanseníase e intensificar a importância da fisioterapia no tratamento da doença de Hans. 2. Classificação A classificação de Madri (1953) tem critérios pela polaridade, características clínicas da doença, aspectos bacteriológico, imunológico e histológico, definindo os grupos polares em tuberculóides e vichoviano ou lepromatoso; o grupo transitório indeterminado e o instável e intermediário, a forma borderline ou dimorfo. Relacionado à Reação de Mitsuda e baciloscopia (SOUZA, 1997, p. 329) O conceito de polaridade da hanseníase desenvolvido por Rabelo no século XX culminou com a classificação de Madri (1953), originando a classificação de Ridley & Jopling, desenvolvida em 1962, atualmente ainda utiliza-se esta classificação. Segundo o Comitê de Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1982, recomendou o uso da classificação simplificada e operacional, baseia-se na identificação de sinais e sintomas. De acordo com pesquisa de Bacilo através baciloscopia, realizado em pontos definidos do corpo associado ao critério da classificação de Madri (1953) e Ridley & Jopling. Britto e Lockwood, citado por Oliveira (2011), as Paubacilares não são consideradas importantes fontes de transmissão porque tem baixa carga de bacilos. Alguns indivíduos podem curar espontaneamente, números menores de pessoas apresentam resistência ao bacilo, multiplicando pelo seu organismo e sendo eliminado contaminando outros indivíduos estes são considerados Multibacilares. 3 A Hanseníase de acordo com a resposta imunológica de cada individua aqueles em alguns aspectos de um dos polos do aspectro, com elevado nível de imunidade hospedam um pequeno numero de bacilos são chamados de Paubacilares ou pacientes PB. (BRASIL, 2010, p. 20). Segundo a OMS visando um tratamento de multidrogas dos pacientes a classificação é a seguinte: Hanseníase Paubacilar (PB): Pacientes indeterminada, tuberculóides, e a maioria dos dimorfo- tuberculóides, todos baciloscopia negativas. Hanseniase Multibacilar (MB): Dimorfo- dimorfos, Dimorfo -virchoviano e Virchoviano. Não importando quantas cruzes apresentar todos é baciloscopia positiva. 3. Formas Clínicas O critério básico para a classificação é a baciloscopia. A forma clínica depende da imunidade de cada individuo. Onde ira caracterizar em quatro formas da doença: - Hanseníase Indeterminada: inicia- se com formigamento evoluindo para anestesia a região afetada, caracteriza-se com manchas hipocrônicas, podendo ter seis lesões na pele. (Alda, 2003, p. 33citado por SANTOS et al, 2005, p. 146). Para Souza (1997) pode evoluir com cura espontânea, desenvolver-se lentamente, ou, ainda, involuir, ressurgindo, tardiamente, com características clínicas definidas, dentro do aspectro da doença, de acordo com sua capacidade de resposta imune ao M. Leprae. - Hanseníase Tuberculóide: no polo de resistência caracteriza com lesões cutâneas, com bordas pronunciadas, são únicas ou em pequeno numero, e assimetricamente distribuição pelo tegumento. Apresenta-se quando mácula, com lesão hipocrônica ou eritematoso, delimitado por micropápulas, e, quando placa, como lesão acobreada, difusamente infiltrada, ou com tendência de aplainamento, e limites externo sempre nítidos e bem definidos. (SOUZA 1997, p. 327) SANTOS et al, 2005, p. 146). - Hanseníase Virchoviana: De inicio insidioso e progressão lenta, esta forma esta forma clinica avançada através dos anos, envolvendo difusamente extensas áreas do tegumento, múltiplos troncos nervosos, e inclusive órgãos, até que o paciente perceba seus sintomas, máculas mal definidas, discretamente hipocrômica ou eritematosas, pouco visíveis, ampla e simetricamente distribuídas sobre a superfície corpórea. (SOUZA, 1997, p. 328). Os bacilos tem preferência por regiões mais frias da pele como linfonodos, olhos, testículos, troncos nervosos, macrófagos do fígado, baço e suprasional. A célula de Virchow é o acumulo rico de macrófago do bacilo, formando um granuloma característico da Hanseníase. (SANTOS, 2005, p. 328). - Hanseníase Dimorfa: Esta forma apresenta características da forma Tuberculóide e da forma Virchoviana, daí o nome de Dimorfa. Oscila entre as manifestações da forma virchoviana, podendo apresentar lesões de pele bem delimitadas, podendo ter lesões infiltradas, sem ou com poucos raros bacilos. (GALVAN, 2003, p. 34). 4. Reação Hansênicas As reações hansênicas ocorrem com múltiplas manifestações cutâneas neurológicas. As reações hansênicas são episódios agudos e subagudos, cutâneos, neurais ou sistêmicos que ocorrem no quadro crônico da infecção hansênica. (LYON; GROSSI, 2013). Para Brasil (2014) ocorrer antes do diagnóstico da doença às vezes, levando a suspeita diagnóstica de hanseníase, durante ou depois do tratamento com poliquimioterapia (PQT), e caracterizam-se por: 4 - Reação do Tipo 1 ou reação reversa (RR): podendo variar conforme a forma clinica do paciente com aparecimento de novas lesões dermatológicas (manchas ou placas), infiltração, alterações de cor e edema nas lesões antigas, com ou sem espessamento e neurite. Segundo Souza (1997) a reação tipo 1 é desencadeada por reação aos antígenos bacilares fragmentados, e súbito aumento da imunidade mediada por células.Normalmente observadas em pacientes Borteline. As neurites são comuns e muitas vezes são acentuadas e graves, levando a perda de função e paralisia súbita. - Reação do Tipo 2 ou reação Eritematoso Nodoso Hansênico (ENH): sendo mais frequente com quadro clínico nódulos inflamatório, dérmicos, eritematosos, com calor local, moveis a palpação na maioria das vezes dolorosos, evoluindo com bolhas, vesículas e ulceração. Os nódulos aparecem subitamente podendo assumir formas de pápulas e placas. (ALVES; FERREIRA; FERREIRA, 2014). - Fenômenos de Lúcio: são raros no Brasil e manifestam-se em pacientes multibacilares e não tratados, com carga bacilar muito alta. Suas características são lesões cutâneas bem delimitadas, erimato-violáceas com ulceração superficial. (ALVES; FERREIRA; FERREIRA, 2014). - Reação Mista: Os pacientes apresentam simultaneamente ou não episódios de reação tipo 1 e tipo 2, independente do período de acompanhamento, ocorrendo principalmente nas formas Borteline- Virchoviana. (ALVES; FERREIRA; FERREIRA, 2014). - Reação Atípica: caracteriza- se por quadros clínica incomuns, que não preenche os critérios para reação descritos na literatura, porém, respondendo satisfatoriamente as medicações antirreacionais. Características comuns são quadros isolados de comprometimento de parótida acentuada, adenomegalias volumosas, artrite, dor lombar, emagrecimento, comprometimento respiratório agudo, orquite, edema anasarca- like, lesão cutânea de difícil diagnóstico. (ALVES; FERREIRA; NERY, 2014, p.197). Os estados reacionais representam complicações agudas da hanseníase mediadas imunologicamente que podem ocorrer antes, durante e depois do tratamento e afetam entre 30 e 50% de todos os pacientes acarretando em danos neurais. Os mecanismos são desconhecidos. (ALVES; FERREIRA; NERY, 2014, p. 197). 5. Epidemiologia A doença está praticamente eliminada em países desenvolvidos, mas é um problema de saúde pública em países pobres e em desenvolvimento como é o caso do Brasil e da Índia que respondem sozinhos por mais de 80% dos casos novos no mundo. (SOUZA, 2010). Os estados de maior prevalência de casos situam-se na região Norte, Centro-Oeste e algumas regiões metropolitanas do Nordeste, de modo geral ocorreu uma redução de 4% ao ano de casos. Segundo o Brasil (2011) definiu um conjunto de endemias que demandam ações estratégicas para eliminação como problema de saúde pública ou para redução drástica da carga dessas doenças, tendo o compromisso de eliminação da hanseníase até 2015, ou seja, alcançar menos de 1 caso por 10.000 habitantes. A estratégia para redução da carga em hanseníase para alcance da meta de eliminação da doença enquanto problema de saúde pública em nível nacional baseiase essencialmente no aumento da detecção precoce e na cura dos casos diagnosticados. Sabendo-se que a hanseníase não está distribuída de forma homogênea em todo o território nacional, foram identificadas as áreas geográficas de risco que concentram maior endemicidade (DATASUS, 2011). 5 Para Brasil, citado por Daxbacher e Ferreira (2014) alerta a necessidade de intensificar as ações de vigilância da hanseníase, com maior efetividade no diagnóstico e tratamento da doença, com ênfase em regiões que apresentam maior concentração de casos no país. De acordo com (BRASIL, 2013, p. 39). O principal desafio relacionado a esse conjunto de doenças é o de promover o acesso da população ao diagnóstico precoce e tratamento oportuno no âmbito da atenção primária da saúde, bem como a adoção de medidas coletivas e estratégicas recomendadas para a eliminação desses agravos enquanto problema de saúde pública. Nesse sentido, é primordial fortalecer e ampliar as ações de busca ativa de casos como estratégia de atuação integrada dos programas de vigilância e controle das doenças em eliminação. A busca ativa de casos das doenças em eliminação será o instrumento de ação integrada, no âmbito da atenção primária de saúde, que potencializará a ampliação do diagnóstico precoce, tratamento oportuno e demais medidas de vigilância, controle e reabilitação necessárias. 6. Diagnóstico Clínico, Laboratorial e Diferencial - Diagnósticos Clínicos Para um individuo ter o diagnóstico de hanseníase comprovada é necessário passar por um roteiro de diagnostico clínico sendo eles: anamnese, avaliação dermatoneurológica, história epidemiológica, buscando por sinais e sintomas clássicos da doença, diagnóstico do estado reacional, diagnóstico diferencial e classificação de incapacidade. Manifesta- se principalmente, por meio de lesões na pele e nos nervos periféricos, principalmente nos olhos, mãos e pés conhecidos como sinais e sintomas dermatoneurológicos provocando fraqueza muscular e paralisia. (BRASIL, 2002). Alguns testes devem ser empregados como: - Teste de Sensibilidade: A pesquisa de sensibilidade nas lesões de pele, ou em áreas suspeitas, é um recurso muito importante no diagnóstico da hanseníase e deve ser realizada com precisão, pois para fins de prevenção, poder detectar precocemente as lesões, já que uma lesão pequena pode significar um agravo (BRASIL, 2002). O teste de sensibilidade é de execução simples podendo ser utilizado em todo ambulatório e consultório médico. Vários instrumentos podem ser usados para a pesquisa da sensibilade cutânea em três modalidades: térmica, dolorosa e tátil. Para pesquisa de sensibilidade térmica pode ser avaliado com a utilização de tubos de ensaio com água quente ou fria. E grosseiramente com martelo de reflexos estes são de modalidades superficiais. Existe modalidade de sensibilidade profunda, que devem ser estudadas, sendo importante modalidade profunda é a sensibilidade vibratória ou palestesia e sensibilidade cinético-postural (ALVES, FERREIRA e FERREIRA, 2014, p.218). O estudo da sensibilidade tátil é realizado com alfinete ou agulha, deve-se cuidar para não perfurar a pele. É um teste de aplicação simplificada na clinica diária e com alta sensibilidade comparada aos testes de sensibilidade tátil existentes. (ALVES; FERREIRA; FERREIRA, 2014, p.218). Para pesquisa de sensibilidade tátil, são usualmente utilizados desde chumaço de algodão ou pequeno pincel de pelo macio ou os monofilamentos de nylon de semmes-weinstein permite a 6 monitoração das áreas e dos nervos afetados, disponíveis e recomendados em todo país. (ALVES; FERREIRA; FERREIRA, 2014, p.218). - Palpação dos troncos nervosos: Visando prevenir lesões neurais e incapacidades, o procedimento de palpação dos troncos nervosos verifica-se espessamento de nervos que inervam os membros superiores e inferiores. Deve-se verificar em cada nervo palpado se há dor, queixa de choque, espessamento, consistência, forma e aderência do nervo. BRASIL (2002). Os nervos comumente avaliados são: nos membros superiores o nervo ulnar, o mediano, radial, o radial cutâneo; nos membros inferiores, o tibial posterior e o fibular comum; no segmento cefálico, o grande auricular e o nervo facial que é motor e não é palpável. (SANTOS et al., 2005, p. 150). - Avaliação motora: A avaliação da força muscular tem objetivo de verificar se existe comprometimento funcional dos músculos inervados pelos nervos que passam pela face, membros superiores e inferiores. É evidenciado pela diminuição de força muscular. Brasil (2002). A avaliação de função de função motora de grupos musculares específicos deve ser feita principalmente nos pacientes em tratamento, com a finalidade de detecção precoce de incapacidades e geralmente, sequelas são encontradas bem definidas no período do diagnóstico. (SANTOS et al., 2005, p. 150). A exploração da motricidade deve começar pelo segmento maior, analisando- se os movimentos básicos do segmento, no sentido de definir alteração de grupos musculares específicos. Esta avaliação é relacionada a movimentação das articulações, pesquisando os subgrupos ou músculos isolados no sentido de especificar e melhor localização a alteração. (ALVES; FERREIRA; FERREIRA, 2014). 6. Diagnostico Laboratorial 6.2.1 Baciloscopia: É o exame complementar mais útil no diagnóstico da hanseníase, de execução simples e de relativo baixo custo, porém, necessita de laboratório e de profissionais treinados, nem sempre existentes nos serviços de atenção básica. (ALVES; FERREIRA; FERREIRA, 2014, p.146). Tendo-se sempre em conta que a baciloscopia ou biopsia de pele, mesmo se negativas, não afastam o diagnósticos, somente ao persistir a duvida se o caso em questão é de hanseníase multibacilar, cumpre realizar a baciloscopia. (ALVES; FERREIRA; FERREIRA, 2014, p.134). Segundo Brasil (2002) Colhe- se o material a serem examinados (raspado de tecido dérmico) nos lóbulos das orelhas direta e esquerda, cotovelos diretos e esquerdos e em lesão suspeita. Quando a baciloscopia estiver disponível e for realizada, não se deve esperar o resultado para iniciar o tratamento do pacientes. 6.2.2 Histopatologia: Embora não seja essencial para o diagnostico é frequentemente realização para realização de confirmação de casos com dificuldade diagnosticar. Considerada procedimento minimamente invasivo, pode ser coletado por qualquer profissional de nível técnico. (ALVES; FERREIRA; FERREIRA, 2014). Para Souza (2005) realiza-se o exame histopatológico da pele nos casos em que há dúvidas no diagnóstico ou na classificação, e indica-se a biópsia do nervo em casos especiais, quando há dúvida no diagnóstico diferencial com outras neuropatias. 7 6.2.3 Mitsuda e Sorologia A reação de Mitsuda é uma reação que avalia a integridade da imunidade celular especifica de um individuo ao M. Leprae. O teste não é diagnostico, tem valor prognostico e pode auxiliar na classificação da doença. (ALVES; FERREIRA; FERREIRA, 2014). A técnica de aplicação consiste em injetar 0,1ml do antígeno integral de MitsudaHayashi por via intradérmica, com seringa de insulina, na pele sã da face anterior do antebraço direito, a três cm abaixo da dobra antecubital. Forma- se uma pápula de mais ou menos um cm no local da picada. (ALVES; FERREIRA; FERREIRA, 2014). A Sorologia para a hanseníase já é conhecida desde a década de 1980, quando foi descoberta a parte mais imunológica e especifica de parede celular do bacilo, é de fácil execução podendo ser utilizado diretamente pelos profissionais de saúde, não necessitando de laboratório. (ALVES; FERREIRA; FERREIRA, 2014). A sorologia pode identificar indivíduos com infecção subclínica, demonstrando a soropositividade entre contatos correlação com desenvolvimento das formas multibacilares. (LASTORIA; ABREL, 2012). 6.2.4 Prova de Histamina e da Pilocarpina A prova de Histamina baseia- se na integridade dos ramúsculos nervosos da pele, verificando se a tríciple reação de Lewis esta completa em uma determinada área. Coloca-se uma gota na pele normal e na área suspeita e perfura com agulha no meio da gota, após 20 segundos aparece eritema seguido de halo eritema de reflexo secundário, 1 a 3 minutos surge pápula urticada devido à transudação do liquido do interior dos vasos. (ALVES; FERREIRA; FERREIRA, 2014). Para prova de pilocarpina, a pele a ser testada é pincelada com tintura de iodo; em seguida, injeta 0,1 a 0,2ml de pilocarpina a 0,5 ou 1% por via intradérmica e polvilha- se com amido. Onde houver integridade das fibras nervosas autonômicas, ocorrerá estímulo das glândulas sudoríparas e aparecimento do suor, que produzirá cor azulada resultante da reação do iodo com amido misturados ao suor, o que não será evidenciado em caso de hanseníase. (ALVES; FERREIRA; FERREIRA, 2014). 6.3 Diagnósticos Diferenciais A hanseníase tem características que podem ser confundida com outras doenças com sinais e sintomas semelhantes aos seus. Portanto, deve- se feito diagnostico diferencial em relação a essas mesmas doenças. As principais doenças que se assemelham com a hanseníase e formas clinicam ou episódios reacionais, portanto exigem segura diferenciação são: Pitiríase versicolor, eczemátide, vitiligo e tinha do corpo. (BRASIL, 2002). As principais neuropatias que fazem diagnóstico diferencial com hanseníase são: diabetes mellitus, alcoolismo, síndrome do túnel do carpo, polineuropatias, traumas em nervos e intoxicações. (ALVES; FERREIRA; FERREIRA, 2014). 7. Imunopatologia Na metade do século xx, a identificação do linfócito T e B e diferentes população efetoras e reguladoras de linfócitos T, bem como receptores de superfície que permitem diagnóstico diferentes classes patológicas. Além, das citocinas pleiotrópico que inicia, coordenando e regulando as respostas imunes que embasaram os conceitos da Imunologia. (ALVES; FERREIRA; FERREIRA, 2014). 8 Embora a resposta imune seja fundamental para a defesa contra a maioria de agentes infectantes, tem sido acumuladas nos últimos anos evidências de que em muitas doenças infecciosas principais aspectos patológicos não estão relacionados com uma ação direta do agente agressor, mais sim como uma resposta imune anormal. (SANTOS et al, 2005, p. 153). As diferentes manifestações clínicas da hanseníase estão diretamente correlacionadas com o perfil de resposta imune do hospedeiro frente ao Mycobacterium leprae, que, por se tratar de um patógeno intracelular, suscita o desenvolvimento de uma resposta imune celular como meio eficiente para sua eliminação. (ALVES; FERREIRA; FERREIRA 2014). A importância da resposta imune na hanseníase não se restringe a determinação do aspectro clínico, mas também ao desenvolvimento das reações hansênicas ou episódios reacionas que em geral, prolongam o curso silencioso da doença. (LYON; GROSSI, 2013). A compreensão dos inúmeros mecanismos que reagem à indução e manutenção dos episódios reacionais é também importante para facilitar o desenvolvimento de novas estratégias para prevenir ou tratar complicações desses processos inflamatórios, os quais são universalmente conhecidos como os principais causadores de deformidade e incapacidades. (LYON; GROSSI, 2013). 8. Prevenção O diagnostico precoce da doença é um fator importante no tratamento e na interrupção do contágio. Mas antes, durante e após o diagnóstico podem ocorrer processos inflamatórios que necessitem de outros tratamentos e acompanhamentos para evitar deformidades e incapacidades. (BRASIL, 2008). Além de ser uma doença com agravantes inerentes às doenças de origem socioeconômica e cultura, é também marcada pela repercussão psicológica gerada pelas deformidades e incapacidades físicas decorrente do adoecimento. Assim, ao lado da ênfase no tratamento quimioterápico, faz- se necessário ressaltar a importância das técnicas de prevenção, de controle e de tratamento das incapacidades e deformidades, como atenção integral à pessoa com hanseníase. (BRASIL, 2008). A prevenção de incapacidades de uma pessoa afetada pela hanseníase envolve uma equipe multiprofissional, pois a prevenção das incapacidades não é somente física, também psicossocial. A doença é de responsabilidade da Atenção Primária de Saúde da Família. (ALVES; FERREIRA; FERREIRA, 2014). Segundo Brasil (2008) a Portaria GM/MS n º 586 de 06/04/04 diz: Art. 1º Instituir, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), um conjunto de ações e medidas coordenadas para a eliminação da hanseníase, a serem promovidas de forma compartilhada entre o Ministério da Saúde e as Secretarias de Saúde dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, com a finalidade de fortalecer o desenvolvimento das ações de prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e controle da hanseníase. Durante o tratamento poliquioterapia, e em alguns casos após a alta, o profissional de saúde deve ter uma atitude de vigilância em relação ao potencial incapacitante da doença, visando diagnosticar precocemente e tratar as neurites e reações, a fim de prevenir incapacidades. (BRASIL, 2002). 9. Autocuidados 9 As incapacidades relacionadas a hanseníase são problema de longa duração e cada profissional de saúde deve aprender a tratar os problemas específicos encontrados no pacientes em que ele acompanha. (BRASIL, 2008). É importante oferecer qualquer ajuda que possa ser necessária para que o paciente realize as atividades de autocuidado em seu domicílio, como problema de fechamento dos olhos, problemas com as mãos, pés. (BRASIL, 2010). Casos que necessitam de cuidados mais complexos devem ser encaminhados à unidade de referência, onde haja fisioterapeuta ou outros profissionais especializados para este paciente. (BRASIL, 2002). O profissional de saúde pode ser a principal fonte de orientação, mas outras pessoas podem ser recrutadas para ajudar, como: membros da família e pacientes hansênico que podem ensinar como conseguir cuidar de si mesmo em casa. (BRASIL, 2010). 10. Tratamento Algumas técnicas terapêuticas são realizadas para o tratamento da hanseníase, sendo elas: - Cinesioterapia: para um resultado satisfatório a cinesioterapia vem trabalhando em manter ou recuperar, amplitude articular de movimentos, força muscular e mobilização articular. É importante o paciente todos os dias realizarem os exercícios terapêuticos para melhor resultado. (BRASIL, 2008, p. 81). - Laserterapia: A fototerapia empregando lasers de baixa intensidade vem sendo amplamente utilizada, há mais de trinta anos, como ferramenta terapêutica no processo de reparação tecidual e ação bactericida em várias áreas da saúde como fisioterapia, sendo aplicado em lesões menores. (Xavier et al, 2012, p. 52). O laser de baixa potência contribui para o aumento de reparação tissular e orgânico, reparando úlceras de diversas origens, queimaduras, feridas traumáticas e operatórias, etc. os efeitos terapêuticos são de analgesia local, redução de edema, ação anti-inflamatória e estimulação de cicatrização de feridas de difícil evolução. (AGNES, 2013, p. 370- 71). - infravermelho: a lâmpada infravermelha está praticamente dirigida aos tecidos moles, especialmente aos músculos, tendões, articulação e eventualmente à pele. O infravermelho sempre é associado a outras técnicas. Pois causa analgesia e relaxamento. (AGNES, 2013, p.244). - Ultrassom: como meio terapêutico analgésico tem ação sobre as mudanças na velocidade de condução nervosa na eliminação de mediadores da dor através do aumento da circulação local e na alteração da permeabilidade da membrana celular que diminui a inflamação e facilita a regeneração tissular. (AGNES, 2013, p. 335). - Órtese: a órtese estática é necessária quando o paciente faz exercícios para pré-operatório de mãos ou pés para evitar perda de amplitude de movimento. As órteses mais usadas e confeccionadas em gesso são as tala palmar, gesso circular digitálico e gesso circular. (BRASIL, 2008, p. 82). - Crioterapia: o principal objetivo da utilização da crioterapia é o de minimizar sequelas adversas que estão relacionadas ao processo de lesão (dor, edema, hemorragia, espasmo muscular) e principalmente, reduzir a área de lesão secundária. (OLIVEIRA, 2007, P. 404) - Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea Sensitiva e Motora (TENS): o paciente observa uma escala visual analógica que demonstra uma escala de zero a dez que indica a 10 quantidade de dor o paciente esta sentindo no momento. Que serve para constar a eficácia do tratamento durante o decorrer dos procedimentos. (Agnes, 2013, p. 108). O uso do TENS como trem de pulso permite estimular o sistema nervoso central até a liberação de opiáceos endógenos resultando no efeito analgésico. Metodologia A pesquisa desenha-se aos moldes de uma revisão de literatura, fundamentada em bibliografias de perfil retrospectivo sobre hanseníase e tratamento, incluindo a reabilitação, em fontes indexadas, físicas e em plataformas on line, em sites como: BVS, Scielo, LILACs. O corte metodológico considerado, foi de 1997 a 2014, e considerou referencias direta e indiretamente relacionadas aos objetivos do estudo, consultadas no período de Novembro 2013 a junho de 2015. Resultados e Discussão De acordo com Brasil (2002) a Poliquimioterapia mata o bacilo tornando- o inviável, evitando a evolução da doença, prevenindo as deformidades levando a cura. Assim realizando o tratamento precoce a transmissão é interrompida de forma correta, garantindo a cura. Para Organização Mundial de Saúde (2010) o tratamento é realizado com Poliquimioterapia (PQT) é uma combinação de drogas que é muito segura e eficaz no tratamento da hanseníase, pois, evitar o surgimento de resistência aos medicamentos. As drogas são distribuídas gratuitamente em blisteres conveniente á quatro semanas e são administradas por via oral e não deve ser tratada com uma única droga sob hipótese alguma e sendo utilizada a qualquer um que precise sendo assim, a droga pode ser utilizada com segurança por crianças, mulheres grávidas e na amamentação, pelos pacientes HIV positivos em tratamento antiretroviral e pacientes sendo tratados para a tuberculose que tem o tratamento realizado sem a rifampicina. , (OMS, 2010). Os Blisteres existentes são específicos para tratamento padrão para adulto e crianças com Hans Multibacilar e Paubacilar. Eles são: Rifampicina, Clofazimina e Dapsona com dosagens administradas e associadas e o tratamento dura cerca de seis meses a doze meses dependendo de cada caso. (BRASIL, 2002). Para Tavares et al (2013), a atuação do fisioterapeuta no tratamento das consequências da hanseníase é de fundamental importância desde a prevenção até a reabilitação do paciente, visto que o fisioterapeuta é apto para utilização de recursos que auxiliam no processo de reparo de úlceras, prevenção de deformidades e amputações, fortalecimento muscular e sendo capaz de estimular este paciente às novas condições físicas. Portanto, a inclusão do fisioterapeuta se torna indiscutível para uma equipe multidisciplinar. O fisioterapeuta também tem fundamental importância sobre o autocuidado para prevenir complicações decorrentes da doença. Orientando os pacientes com exercícios e procedimentos que eles podem fazer em sua própria casa para prevenir incapacidades ou evitar o agravamento delas, bem como identificar onde há perda na sensibilidade protetora. Além disso, é importante para identificar e abordar as melhoras e pioras nos aspectos da visão, pele, articulações, ferimentos, deformidades, entre outros, e por fim, para identificar a necessidade de procurar ajuda (BRASIL, 2010). 11 A reabilitação é um direito do indivíduo e não uma caridade da sociedade ou do governo é a essência da democracia onde a saúde integral é um direito de todos, sem distinção de sexo, raça, preferência política e ainda tipo de doença ou patologia. (NADIR; GOULAR, 2006). Para Brasil (2010) reabilitação física inclui fisioterapia e terapia ocupacional, serviços de órteses e próteses, equipamento assistido e de proteção e às vezes, cirurgia corretiva. As atividades de reabilitação integram também as medidas preventivas que devem ser ministradas durante o tratamento e por vezes até após a cura evitando a instalação das deficiências de difícil reversão. O atendimento deve ser o mais precoce possível para que o indivíduo volte as suas atividades. (NADIR; GOULAR, 2006). A reabilitação é uma atividade a ser desenvolvida por uma equipe multiprofissional, da qual participam, assistentes sociais, psicólogos, médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, enfermeiros, educadores, terapeutas ocupacionais entre outros. (NADIR; GOULAR, 2006). A reabilitação em hanseníase não pode e não deve ser vista de maneira destacada em relação à reabilitação de outras doenças, mas devemos ter um olhar atento para algumas questões especiais na reabilitação do paciente que tem ou teve hanseníase, como cuidados básicos com a temperatura dos instrumentos de aferição da capacidade físico-motora, o peso das órteses e próteses, por exemplo. (NADIR; GOULAR, 2006). Segundo a Organização Mundial da Saúde defina a reabilitação a restauração física e mental, na medida do possível, de todos os pacientes tratados, de modo que possam retorna a seu lugar na família e na sociedade e no trabalho. (LYON; GROSSI, 2013). O acometimento nervoso periférico na hanseníase requer reabilitação pré e póscirúrgico de transferência tendinosa para correção de deformidades. As principais deformidades acometidas são a mão em garra, a perda de oponência do polegar e equino varo e estão associadas ao comprometimento dos nervos ulnar, mediano e fibular comum respectivamente. (ALVES; FERREIRA; FERREIRA, 2014). Para Rodini et al (2010) os graus de classificação da hanseníase são : Grau 0, que se dá quando nenhum problema com olhos, mãos e pés for detectado. Grau 1 é caracterizado quando há diminuição ou perda da sensibilidade na córnea, regiões palmar e plantar, quando a pessoa não sentir o monofilamento de 2g ou o toque leve da caneta esferográfica. Já o Grau 2 é classificado quando os olhos apresentarem logoftalmo e/ou triquíase, opacidade corneana, acuidade visual menor que 0,1 ou não contar dedos a 6 metros. A correção das deformidades consiste no processo da reabilitação com a participação do fisioterapeuta e/ou do terapeuta ocupacional desde o pré- operatório. Quando o médico responsável opta pela cirurgia de transferência, fisioterapeuta então inicia o processo de preparação para cirurgia. (ALVES; FERREIRA; FERREIRA, 2014). Nas mãos percebem-se úlceras tróficas e lesões traumáticas alteração de sensibilidade, garras, reabsorção e mão caída. Nos pés, úlceras tróficas e lesões traumáticas com alteração sensibilidade, garras, reabsorção, pé caído e contratura do tornozelo (RODINI et al. , 2010). No pré- operatório será submetido a uma avaliação criteriosa e é uma avaliação importante com método de registro clínico denominado de SOAP. É Constituído em quatro partes: Subjetiva (S): onde é feito a anamnese; Objetiva (O): que consta observação; Avaliação (A): onde é feito todo o exame físico especifico; Plano (P): que consiste em plano de tratamento. No registro objetivo, o fisioterapeuta/terapeuta ocupacional é fazer uma observação geral da funcionalidade motora e estética do 12 membro afetado, avaliando com goniometria, teste de força, sensibilidade, marcha, calçados e órteses. (ALVES; FERREIRA; FERREIRA, 2014). Para Tavares (2013) nos processos ulcerativos, a fisioterapia tem como principal objetivo a estimulação do processo de cicatrização, promovendo redução no tempo exposição da ferida, possibilitando ao paciente um retorno mais rápido as suas atividades de vida diária, melhorando a sua qualidade de vida usando as principais técnicas encontradas como radiação infravermelha, massagem manual superficial, radiação ultravioleta, terapia ultrassônica, laser de baixa intensidade e eletroestimulação pulsada de baixa e alta voltagem. A fisioterapia tem papel de grande importância na prevenção de déficits funcionais no estágio que a neuropatia estando ainda no estado agudo. As neurites podem deixar sequelas dolorosas de estado crônico no nervo, sendo denominado de dor neuropática. Na neurite aguda e subaguda, a imobilização é importante procedimento no auxilio a redução do quadro de edema e traumas de nervo. (TAVARES, 2013, p. 41). Conclusão A hanseníase é uma patologia infectocontagiosa que causa alterações dermatoneurológico em indivíduos bacilíferos que na maioria se não orientado ao tratamento sofrem deformidades físicas que na maioria dos casos causam incapacidades físicas, levando este paciente buscar ajuda nos centros públicos de saúde tardiamente. Apesar de a hanseníase ser alta endemicidade e de baixa patogenia é uma doença negligenciada, porque existe pouco investimento de pesquisa fazendo com que as regiões mais pobres no mundo sejam acometidas. O Brasil é o segundo país com mais casos identificado do mundo com a doença, exigindo do governo a criar estratégias como: aumentando a conscientização do publico em geral a respeito dos sinais e sintomas da hanseníase, informando que o tratamento é gratuito e de fácil acesso, treinamento técnica de pessoas para detecção de novos casos nas comunidades orientando a prevenção e a busca especializada nos centros de referencias. A hanseníase é uma doença que tem cura e a poliquimioterapia é um tratamento que faz uso de três tipos drogas receitas pelo médico e fornecida gratuitamente pelo Programa de Controle da Hanseníase. Para o tratamento do Hansênico é necessário acompanhamento de uma equipe multiprofissional sendo assim, a fisioterapia tem fundamental importância para o tratamento preventivo e de reabilitação. O fisioterapeuta é altamente capacitado para o reconhecimento da sintomatologia da doença de Hans e de todos os tratamentos dermatológicos como as lesões cutâneas, deformação epitelial, cicatrizes, encurtamentos musculares e pré e pósoperatório. Através de técnicas manuais, exercícios terapêuticos e de suporte eletrotermofototerápicos. Fazendo- se o resultado do tratamento de abordagem terapêutica satisfatório ao paciente e ao terapeuta. Enfim, conclui- se que neste artigo que ainda é necessário ainda mais investimento por parte do governo público em mais prevenção, saneamento básico e incentivo à pesquisa também voltada aos profissionais de fisioterapia. Referência Bibliográfica ALVES, FERREIRA e FERREIRA, Hanseníase: avanços e desafios/ Elioenai Dornelles Alves, Telma Leonel Ferreira, Isaías Nery, organizadores; Alberto Novaes Ramos Júnior... [ et al.].- Brasília: NESPROM, 2014. AGNES, Jones Eduardo, Eletrotermofototerapia/ Jones Eduardo Agne, 2º. Ed. Santa Maria, RS: O Autor, 2013. 13 BRASIL, da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de vigilância epidemiológica. Manual de prevenção de incapacidades/ Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. - 3 º. Edição, revisada e ampliada. - Brasília: 2008. BRASIL, Linha de Cuidado da Hanseníase, Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil, Subsecretária de Promoção, Atenção Primária e Vigilância em Saúde, Superintendência de Atenção Primária Coordenação de Linhas de Cuidado e P6rogramas Especiais. 2010. P.7 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia de controle da hanseníase/ Ministério da Saúde, Secretária de Políticas de Saúde. – 1 º. Edição – Brasília: Ministério da Saúde, 2002. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Autocuidado em hanseníase: face, mãos e pés / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2010. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância em Doenças Transmissíveis. Plano integrado de ações estratégicas de eliminação da hanseníase, filariose, esquistossomose e oncocercose como problema de saúde pública, tracoma como causa de cegueira e controle das geo-helmintíases: plano de ação 2011-2015 / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância em Doenças Transmissíveis. 1 º Edição, 1 º Reimpressão. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. DATASUS, Hanseníase: casos confirmados notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan - net, 2011. Disponível em:<http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/tabnet/dh?sinannet/hanseniase/bases/Hansbrnet.def>. GALVA, Alda Luiza, Hanseníase (Lepra): que representações ainda se mantêm?/ Alda Luiza Galvan. Canoas: Ed. ULBRA, 2003. LASTORIA Joel Carlos e ABREL, Marilda Aparecida Milanez Morgado de. Hanseníase: Diagnostico e Tratamento. LILACS 666961, Out/Dez, 2012. P. 173-179. Disponível em: http://files.bvs.br/upload/S/14139979/2012/v17n4/a3329.pdf Acesso em: 05/04/2015. LYON e APARECIDA, Hanseníase, 1º ed. MedBook, 2013. NARDIR, Susilene Maria Tonelli, Goular, Isabela Maria Bernardes [... et al ] Atenção Integral à Hanseníase no SUS Reabilitação - Um Direito Negligenciado, Cadernos do Morhan. Edição de Lançamento. São Paulo, novembro 2006. P. 40. Disponível em: www.morhan.gov.br Acesso em: 14/05/2015. OLIVEIRA, Maria de Nazaré, Conhecimento, atitudes e praticas de pessoas acometidas de hanseníase atendidas na atenção primaria á saúde P. 99, Belém, 2014. Dissertação (mestrado em enfermagem) Universidade do Estado do Pará. Orientador: Mauro José Pantoja Fontelles. OLIVEIRA, NML; GAVA, AD and SALVINI, TF. O Efeito da crioterapia e compressão interminente no músculo lesado de ratos: uma análise morfométrica. Rev. bras. fisioter. [online]. 2007, vol.11, n.5, pp. 403409. 14 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Estratégia global aprimorada para redução adicional da carga da hanseníase: 2011-2015: diretrizes operacionais (atualizadas). Organização Mundial da Saúde. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2010. RIBEIRO, Maria de Nazaré Souza e SUZUKI, Júlio Cézar. Vidas Multiladas nos espaços da Hanseníase. Ed. UEA, Manaus, 2013. ROBBINS e COTRAN, bases patológicas das doenças/ Vinay Kumar et. al, Rio de janeiro: Elsevier, 2010. RODINI, Fernanda Carvalho Batista et al. Prevenção de incapacidade na hanseníase com apoio em um manual de autocuidado para pacientes. Fisioterapia e Pesquisa. São Paulo, 2010. SANTOS APT, Almeida GG, Martinez CJ, Rezende C. Imunopatologia da Hanseníase: Aspectos Clínicos e Laboratoriais. 73ª edição. São Paulo: Newslab; 2005. P. 142-156. Disponível em: www.newslab.com.br/ed_anteriores/73/art03.pdf. Acesso em: 26/06/ 2014. SOUZA, Wanderley de, Doenças negligenciadas. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Ciências, 2010. 56p. SOUZA, CS. Hanseníase: Formas clínicas e diagnóstico diferencial. Medicina, Ribeirão Preto. 30: 325-334 jul/set. 1997. TAVARES, JP; BARROS, JS; SILVA, KCC; BARBOSA, E; REIS, GR; SILVEIRA, JM. Fisioterapia no atendimento de pacientes com hanseníase: um estudo de revisão. Revista Amazônia. 2013. Xavier EM, Ferreira J, Raniero LJ, Batista JRX, Freitas MLL, Sousa M, Arisawa EAL. Cicatrização de feridas decorrentes da hanseníase utilizando Laser de baixa intensidade. Hansen Int. 2012; p. 37(1): 51-57.