ESPÉCIES ARBÓREAS NA VEGETAÇÃO CILIAR DO RIO PARDINHO, DEPRESSÃO CENTRAL DO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL Bruna Roberta Toillier & Daiane Cristina de Moura& Jair Putzke 1 Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC, Departamento de Biologia e Farmácia, Santa Cruz do Sul, RS, Brasil. [email protected]. O bioma Mata Atlântica é um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta e a intensa exploração humana ocasiona um quadro preocupante. Na região de Santa Cruz do Sul–RS, a relevante atividade industrial acomete as espécies ligadas a este ecossistema e conhecer dados quantitativos de uma área florestal se torna fundamental para permitir a sua conservação, sendo levantamentos fitossociológicos de grande relevância. Com esse objetivo e aplicando o método de parcelas junto a quatro áreas representativas de vegetação ciliar do Rio Pardinho, identificando-se as espécies arbóreas e levantando-se dados de altura, fuste, PAP (perímetro a altura do peito) e cobertura da copa, estudou-se a fitossociologia de fragmentos florestais remanescentes deste importante curso d´água. O resultado florístico revelou 171 indivíduos, correspondendo a 32 espécies de 13 famílias botânicas. As famílias mais representativas foram Myrtaceae, Euphorbiaceae e Sapindaceae, predominando as espécies Eugenia uniflora L., com 73 indivíduos, Sebastiania commersoniana (Baill.) L.B. Sm. & Downs, com 30, Allophylus edulis (A.St.-Hil., Cambess. & A. Juss.) Radlk e Cupania vernalis Cambess, com 9. A altura total média das árvores foi de 5,6 metros, o fuste apresentou uma média de 2,5 metros, o PAP de 0,3 metros, e a cobertura da copa foi maior nos pontos de idade vegetacional mais avançada e fora de áreas alagadas. Espécies como E. uniflora e S. commersoniana apresentam alto grau de tolerância a inundações, e foram mais observadas nos dois primeiros pontos, sendo eles áreas de constante alagamento. Além disso, são fundamentais em Floresta Ripária, para a recuperação de áreas degradadas e ambientes deste tipo. C. vernalis e A. edulis ocorrem principalmente na Floresta Pluvial e Semidecídua, sendo comum no interior de matas primárias situadas em solos úmidos, adaptadas a se desenvolverem em ambientes bastante sombreados. Também são espécies recomendadas para recuperação de áreas degradadas em cursos d’água. Dados de cobertura, altura, PAP e fuste em todos os pontos comprovaram a relação com a idade vegetacional das árvores, bem como as espécies associadas com o tipo de solo, além de ser essencial para definir o crescimento e analisar decisões econômicas e silviculturais. Dessa forma comprova-se a importância da presença dessas espécies, bem como a sua importante utilização e conservação para regeneração de áreas degradadas. Palavras-chave: Estudos fitossociológicos, Mata Ciliar, Áreas degradadas.