TEMA 17: A MULHER NO SÉCULO XXI TEXTO I

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TEMA 17: A MULHER NO SÉCULO XXI
TEXTO I
Muito recentemente, a propaganda de televisão de uma grande marca mundial de
automóveis tentava vender seu produto ilustrando a mudança do papel social da mulher.
Uma jovem com trajes de executiva chegava em casa após um dia de trabalho e
cumprimentava seu marido, o qual estava ocupado preparando a refeição da família. Para
surpresa desse homem, que “comandava” a cozinha e cuidava de suas filhas, sua esposa
o presentearia com um carro novo. A partir dessa cena, rapidamente aqui descrita, pode
surgir a seguinte pergunta: esse comercial faria sentido décadas atrás? Certamente que
não. Contudo, essa resposta carece de uma explicação menos simplista, e requer uma
maior compreensão do que se chama de questões de gênero e papéis sociais.
Mulheres e homens ao longo de boa parte da história da humanidade desempenhavam
papéis sociais muito diferentes. Mas do que se trata o papel social? Segundo a Sociologia,
trata-se das funções e atividades exercidas pelo indivíduo em sociedade, principalmente
ao desempenhar suas relações sociais ao viver em grupo. A vida social pressupõe
expectativas de comportamentos entre os indivíduos, e dos indivíduos consigo mesmos.
Essas funções e esses padrões comportamentais variam conforme diversos fatores, como
classe social, posição na divisão social do trabalho, grau de instrução, credo religioso e,
principalmente, segundo o sexo. Dessa forma, as questões de gênero dizem respeito às
relações sociais e aos papéis sociais desempenhados conforme o sexo do indivíduo,
sendo o papel da mulher o mais estudado e discutido dentro dessa temática, haja vista a
desigualdade sexual existente com prejuízo para a figura feminina. Assim, enquanto o
sexo da pessoa está ligado ao aspecto biológico, o gênero (ou seja, a feminilidade ou
masculinidade enquanto comportamentos e identidade) trata-se de uma construção
cultural, fruto da vida em sociedade. Em outras palavras, as coisas de menino e de
menina, de homem e de mulher, podem variar temporal e historicamente, de cultura em
cultura, conforme convenções elaboradas socialmente.
As diferenças sexuais sempre foram valorizadas ao longo dos séculos pelos mais
diferentes povos em todo o mundo. Algumas culturas – como a ocidental – associaram a
figura feminina ao pecado e à corrupção do homem, como pode ser visto na tradição
judaico-cristã. Da mesma forma, a figura feminina foi também associada à ideia de uma
fragilidade maior que a colocasse em uma situação de total dependência da figura
masculina, seja do pai, do irmão, ou do marido, dando origem aos moldes de uma cultura
patriarcalista e machista. Assim, esse modelo sugeria a tutela constante das mulheres ao
longo de suas vidas pelos homens, antes e depois do matrimônio.
Aliás, o casamento enquanto ritual marcaria a origem de uma nova família na qual a
mulher assumira o papel de mãe, passando das “mãos” de seu pai para as de seu noivo,
como se vê no ato da cerimônia.
Mas como aqui já se abordou, se as noções de feminilidade e masculinidade podem
mudar ao longo da história conforme as transformações sociais ocorridas, isto foi o que
aconteceu na cultura ocidental, berço do modo capitalista de produção. Com o surgimento
da sociedade industrial, a mulher assume uma posição como operária nas fábricas e
indústrias, deixando o espaço doméstico como único locus de seu trabalho diário. Se
outrora a mulher deveria apenas servir ao marido e aos filhos nos afazeres domésticos, ou
apenas se limitando às tarefas no campo – no caso das camponesas europeias, a
Revolução Industrial traria uma nova realidade econômica que a levaria ao trabalho junto
às máquinas de tear. Obviamente, não foram poucos os problemas enfrentados pelas
mulheres, principalmente ao se considerar o contexto hostil de um regime de trabalho
exaustivo no início do processo de industrialização e formação dos grandes centros
urbanos.
Após um longo período de opressão e discriminação, a passagem do século XIX para o
XX ficou marcada pelo recrudescimento do movimento feminista, o qual ganharia voz e
representatividade política mais tarde em todo o mundo na luta pelos direitos das
mulheres, dentre eles o direito ao voto. Essa luta pela cidadania não seria fácil,
arrastando-se por anos. Prova disso está no fato de que a participação do voto feminino é
um fenômeno também recente para a história do Brasil. Embora a proclamação da
República tenha ocorrido em 1889, foi apenas em 1932 que as mulheres brasileiras
puderam votar efetivamente. Esta restrição ao voto e à participação feminina no Brasil
seriam consequência do predomínio de uma organização social patriarcal, na qual a figura
feminina estava em segundo plano. Mesmo com alguns avanços, ainda no início da
segunda metade do século XX, as mulheres sofriam as consequências do preconceito e
do status de inferioridade. Aquele modelo de família norte-americana estava em seu auge,
em que a figura feminina era imaginada de avental e com bobs nos cabelos, no meio da
cozinha, envolta por liquidificador, batedeira, fogão, entre outros utensílios domésticos.
Seria apenas no transcorrer das décadas de 50, 60 e 70 que o mundo assistiria mudanças
fundamentais no papel social da mulher, mudanças estas significativas para os dias de
hoje. O movimento contracultural encabeçado por jovens (a exemplo do movimento
Hippie) transgressores dos padrões culturais ocidentais outrora predominantes defendiam
uma revolução e liberação sexual, quebrando tabus para o sexo feminino, não apenas em
relação à sexualidade, mas também no que dizia respeito ao divórcio.
Como se sabe, o desenvolvimento de novas tecnologias para a produção requer cada vez
menos o trabalho braçal, necessitando-se cada vez mais de trabalho intelectual.
Consequentemente, criam-se condições cada vez mais favoráveis para a inserção do
trabalho da mulher nos mais diferentes ramos de atividade. Ao estudar cada vez mais, as
mulheres se preparam para assumir não apenas outras funções no mercado de trabalho,
mas sim para assumir aquelas de comando, liderança, cargos em que antes
predominavam o terno e a gravata. Essa guinada em seu papel social reflete não apenas
nas relações de trabalhos em si, mas fundamentalmente nas relações sociais com os
homens de maneira em geral. Isto significa que mudanças no papel da mulher requerem
mudanças no papel do homem, o qual passa por uma crise de identidade ao ter de dividir
um espaço no qual outrora reinava absoluto.
Mulheres com maior grau de escolaridade diminuem as taxas de natalidade (têm menos
filhos), casam-se com idades mais avançadas, possuem maior expectativa de vida e
podem assumir o comando da família como no exemplo da propaganda de automóvel
citada. Obviamente, vale dizer que as aspirações femininas variam conforme seu nível de
esclarecimento, mas também conforme a cultura em que a mulher está inserida.
Contudo, é preciso se pensar que mesmo com todas essas mudanças no papel da mulher,
ainda não há igualdade de salários, mesmo que desempenhem as mesmas funções
profissionais, ainda havendo o que se chama de preconceito de gênero. Além disso, a
mulher ainda acaba por acumular algumas funções domésticas assimiladas culturalmente
como se fossem sua obrigação e não do homem – funções de dona de casa. Da mesma
forma, infelizmente a questão da violência contra a mulher ainda é um dos problemas a
serem superados, embora a “Lei Maria da Penha” signifique um avanço na luta pela
defesa da integridade da mulher brasileira.
Mas a pergunta principal vem à tona: qual o papel da mulher na sociedade atual? Pode-se
afirmar que a mulher de hoje tem uma maior autonomia, liberdade de expressão, bem
como emancipou seu corpo, suas ideias e posicionamentos outrora sufocados. Em outras
palavras, a mulher do século XXI deixou de ser coadjuvante para assumir um lugar
diferente na sociedade, com novas liberdades, possibilidades e responsabilidades, dando
voz ativa a seu senso crítico. Deixou-se de acreditar numa inferioridade natural da mulher
diante da figura masculina nos mais diferentes âmbitos da vida social, inferioridade esta
aceita e assumida muitas vezes mesmo por algumas mulheres.
Hoje as mulheres não ficam apenas restritas ao lar (como donas de casa), mas comandam
escolas, universidades, empresas, cidades e, até mesmo, países, a exemplo da presidenta
Dilma Roussef, primeira mulher a assumir o cargo mais importante da República. Dessa
forma, se por um lado a inversão dos papéis sociais ilustrada pela campanha publicitária
(citada no início do texto) de um automóvel está em dissonância com um passado não tão
distante, por outro lado mostra os sinais de um novo tempo que já se iniciou. Contudo,
avanços à parte, é preciso que se diga que as questões de gênero no Brasil e no mundo
devem sempre estar na pauta das discussões da sociedade civil e do Estado, dada a
importância da defesa dos direitos e da igualdade entre os indivíduos na construção de um
mundo mais justo.
Disponível em: http://www.brasilescola.com/sociologia/o-papel-mulher-na-sociedade.htm
TEXTO II
TEXTO III
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição;
TEXTO IV
A Lei Maria da Penha , denominação popular da Lei número 11.340, é um dispositivo
legal brasileiro que a aumentar o rigor das punições aos homens ,quando eles agridem
uma mulher ou a esposa,o que é mais recorrente.
Decretada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo ex-presidente do Brasil Luiz Inácio
Lula da Silva em 7 de agosto de 2006, a lei entrou em vigor no dia 22 de
setembro de2006, e já no dia seguinte o primeiro agressor foi preso, no Rio de Janeiro,
após tentar estrangular a ex-esposa.
A introdução da lei diz:
Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos
termos do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de
Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção
Interamericana para Prevenir, Punir e a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a
criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o
Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras
providências.
PROPOSIÇÃO: Redija Dissertação Argumentativa sobre a influência da mulher na sociedade
atual e o preconceito ainda persistente.
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