OUTROS / PESQUISAS Mulheres são subrepresentadas nos Conselhos de Administração das maiores empresas brasileiras São Paulo, 26 de março de 2012 Levantamento preliminar da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getulio Vargas aponta que, em média, a presença feminina nos Conselhos de Administração das 100 empresas com maior valor de mercado da BM&F Bovespa é de 6%, sendo que a percentual de homens e mulheres em cursos de formação superior é similar. A Noruega, um dos países mais desenvolvido na inclusão feminina das empresas, alcançou o percentual de 44% de mulheres nos conselhos. A diferença entre as duas situações é que, desde 2005, a Noruega instituiu por lei a obrigação de as empresas preencherem uma quota mínima de 40% de membros de um gênero, seja masculino ou feminino, nos conselho de administração das empresas, depois de uma tentativa frustrada de uma adaptação espontânea. "No Brasil, o projeto de lei 112/2010, ainda em discussão no Senado, tenta reverter este quadro. Se convertido em lei, o projeto, entre outras medidas, adotará ações afirmativas para sociedades de economia mista e empresas públicas. “Porém, nada impede que essas medidas também sejam concedidas, paulatinamente, a outras empresas”, explica a pesquisadora Ligia Paula Pires Pinto Sica, coordenadora da pesquisa inédita no país sobre o tema abrangendo diversas áreas de forma interdisciplinar (em produção)." "O estudo, com previsão para terminar em 2013, pretende mapear toda a participação de mulheres em conselhos. “Queremos saber, por exemplo, quais são os critérios de seleção, que tipos de empresas são mais propensas a nomear mulheres, quais os potenciais benefícios de decisões estratégicas decorrentes da atuação de mulheres nos conselhos, entre outros assuntos”, complementa a pesquisadora Angela Donaggio, integrante do grupo." As empresas só têm a ganhar diversificando a sua composição. “Além de ser considerada uma boa prática de governança corporativa, estudos comprovam que mais diversidade no conselho aumenta o desempenho sustentável da companhia, diminui a exposição da companhia a riscos, adiciona valor às companhias, reduze o nível de conflito interno do conselho e proporciona melhor qualidade de atividades do conselho”, finalizam as pesquisadoras.