2 O Estado do Maranhão São Luís, 26 de dezembro de 2016. Segunda-feira POLÍTICA GEORGE VIDOR Melhor prevenir A ssim como não é possível revogar a lei da gravidade, no caso da Previdência Social não se pode ignorar a demografia. No entanto, se mesmo a realidade demográfica não for convincente — a política do avestruz muitas vezes prevalece;, o que fazer... — há um forte argumento para se evitar a aposentadoria precoce: o seguro proporcionado pelo sistema previdenciário. Poucos se dão conta, mas, se por algum motivo de saúde o empregado precisa se afastar temporariamente do trabalho, a partir de um determinado número de dias não é mais o empregador, e sim o INSS, que arca com o pagamento do salário. Mesmo que continue contribuindo para a Previdência, se o cidadão estiver aposentado perde o direito a esse tipo de seguro. Curiosamente, tal argumento é pouco usado para retardar a aposentadoria, talvez porque a maioria dos brasileiros ainda não dá o devido valor ao seguro, embora seja o instrumento financeiro mais eficiente de poupança. O seguro de vida nem sempre é visto como investimento, pois o contratante, na maioria dos casos, não usufrui diretamente o benefício. Mas se o objetivo da poupança for deixar um patrimônio para a família, nenhum outro instrumento financeiro se compara ao seguro. Além disso, já há no mercado diversos produtos que oferecem benefícios e indenizações (em caso de doença e invalidez) para o segurado em vida. Por conta de todo o problema na Previdência, estão surgindo modalidades de seguro de vida — em grupo, principalmente — cujos prêmios (valor que o segurado paga) cabem no bolso dos brasileiros. Especialistas em finanças pessoais dizem que é preferível conjugar seguros de vida e acidentes pessoais com planos de previdência complementar. Só com a Previdência oficial, é quase impossível ter uma velhice mais tranquila. Seguro morreu de velho, diz o ditado, mas a maioria não dá atenção a esse instrumento, como se vê no caso da Previdência A propósito Como não dá mesmo para ficar esperando pelo guarda-chuva do Estado, cada vez mais brasileiros percebem que é preciso fazer um esforço de poupança individual, e isso vem se refletindo na venda de seguros de vida e nos planos de previdência complementar. O ano foi de crise econômica, e ainda assim as instituições financeiras independentes tiveram bons resultados nesses segmentos. A Icatu fechará 2015 com um crescimento na sua carteira de seguros de vida de cerca de 7% (com uma receita de R$ 1,4 bilhão) e de mais de 30% nos planos de previdência (captação líquida de R$ 1,2 bilhão). E a Mongeral — a mais antiga companhia de montepios do país — cresceu 20% de janeiro a setembro, enquanto o mercado de seguros de vida e invalidez como um todo evoluiu cerca de 4% no período. Em vendas novas, a Mongeral se expandiu 35%. Na receita total, espera crescer 20% em relação a 2015. Circulando A expressão ainda não faz parte do cotidiano do noticiário econômico, mas não vai levar muito tempo até que a chamada economia circular passe a figurar nas propostas em debate. A economia circular é uma evolução do conceito de sustentabilidade no plano econômico. Vai além da reciclagem, por exemplo. Reflete as transformações causadas pela revolução digital e refuta o princípio da obsolescência programada, que desde a Revolução Industrial, no século XIX, permeia a atividade manufatureira. Compartilhar bens de consumo, conforme a necessidade do momento, está virando moda, felizmente. A Holanda talvez seja o país que caminha mais rapidamente para a economia circular, avançando no cumprimento das metas definidas no Acordo de Paris em relação ao aquecimento global: prioridade ao que for renovável, menos desmatamento e menos uso de poluentes. Curiosamente, a China é hoje uma das nações mais atentas à economia circular. Há poucas semanas, no Museu da Amanhã, o evento Green Nation reuniu vários especialistas no tema. Alternativa Quase todos os prefeitos eleitos ou reeleitos assumirão, na semana que vem, com os cofres dos Tesouros municipais praticamente vazios. Muitos continuarão tendo grandes dificuldades para manter em dia a folha de pagamento e as dívidas com fornecedores. Se ficarem esperando por socorro financeiro dos governos estaduais ou de Brasília, passarão boa parte do mandato de mãos atadas. Não há saída? A Masterplan, empresa cuja expertise era mais voltada para licenciamento ambiental, tem identificado ótimas oportunidades para prefeituras pela via das parcerias público-privadas (PPP). Essa foi a proposta que a empresa levou em recente encontro com os prefeitos eleitos no Estado do Rio. Mesmo sem dinheiro, os municípios podem entrar na PPP com imóveis e outros bens imobiliários hoje subutilizados, por exemplo. É um caminho que se mostrou exitoso no caso da cidade do Rio de Janeiro e foi o que viabilizou as obras de revitalização da Zona Portuária, do Centro histórico e das instalações olímpicas. Em qualquer momento de dificuldade, sempre existe uma saída. E com esta mensagem desejo a todos que me acompanham um ano de 2017 mais feliz! MISSA DE 7º DIA "As pessoas que amamos não morrem, apenas partem antes de nós". A família da inesquecível Noris Serra Maranhão convida para missa de 7º Dia, a realizar-se às 19h do dia 26/12/16 (segunda-feira), na Igreja da Sé. Agradecemos a todos que comparecerem a esse ato de fé, amor e piedade cristã. Divulgação OAB vê “presente de grego” em pacote trabalhista de Temer Representante da Ordem ironizou a declaração do presidente, de que a reforma é um presente de Natal Michel Temer ressaltou importância da reforma trabalhista BRASÍLIA “O presidente Temer ofereceu presentes de grego para os trabalhadores. É um saco cheio de maldades. Ele entrará para a história como horrenda figura do mau velhinho.” A afirmação é do presidente da OAB de Sergipe, Henri Clay Andrade ao criticar o anúncio de mudanças nas leis trabalhistas feito pelo presidente da República na última sexta-feira e classificar a medida como um presente de natal para os trabalhadores. Segundo Henri Clay, a reforma trabalhista acaba com as garantias mínimas de proteção à dignidade da pessoa humana nas relações de trabalho. “Nem o governo Temer nem o Congresso Nacional têm legitimidade popular, tampouco autoridade moral, para fazer essas reformas. Para o presidente da Seccional da OAB, o "mínimo ético impõe, ao menos, que essas reformas sejam submetidas ao referendo popular. Diante desse trágico cenário de conluio entre governo e congresso nacional, aliado ao silêncio dos inocentes, o povo brasileiro pode vir a sofrer o maior e mais grave retrocesso dos direitos sociais da história. O governo Temer pretende modificar as leis trabalhistas para dilatar o contrato temporário para 120 dias; permitir a terceirização ampla, geral e irrestrita e fazer prevalecer tudo o que for negociado em detrimento do legislado. Isto permite, por exemplo, a majoração da jornada de trabalho sem pagamentos adicionais, redu- RÁPIDA Dinheiro de Cunha abasteceu conta da Assembleia de Deus BRASÍLIA A “doação” que Eduardo Cunha fez à igreja rendeu frutos. E muito além da evangelização, educação e ação social típicas das instituições religiosas. Os autos da Operação Lava Jato também se multiplicaram. Primeiro, o deputado tratou de repartir a última parte de seu butim de US$ 5 milhões em propinas acertadas com os lobistas Júlio Camargo e Fernando Baiano. O primeiro deveria depositar R$ 250 mil na conta da Assembleia de Deus do Ministério Madureira. Revelada a trama, sobrou para o pastor Samuel Ferreira. Ele passou a responder a um inquérito por suspeita de lavagem de dinheiro. ção do período de férias, diminuição de salário, etc..." A PEC 55 – disse Henri Clay - limita por 20 anos investimentos sociais na saúde, educação, assistência social, segurança pública, retração do poder aquisitivo do salário mínimo. A reforma da Previdência prevê, além de severas perdas de direitos sociais, a obrigatoriedade da contribuição por 49 anos para o trabalhador adquirir o direito à aposentadoria integral.