11 CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA ETEC PROF. MÁRIO ANTÔNIO VERZA CURSO TÉCNICO EM Enfermagem TÍTULO DO TRABALHO: Úlcera por Pressão JULIANA DE CAMPOS CARDOSO MENEZES MICHELE DE CAMPOS DOS SANTOS POLIANE MARIA MESSIAS Palmital 2013 12 TÍTULO DO TRABALHO: Úlcera por Pressão Trabalho de conclusão de curso apresentado à ETEC prof. Mário Antônio Verza, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Técnico em Enfermagem. Orientador: Prof.ª Fernanda Delantonia Palmital 2013 13 CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA ETEC PROF. MÁRIO ANTÔNIO VERZA Juliana de Campos Cardoso Menezes Michele de Campos dos Santos Poliane Maria Messias TÍTULO DO TRABALHO: Úlcera por Pressão APROVADO EM ____/____/____ BANCA EXAMINADORA: _________________________________________________________ FERNANDA DELANTONIA – ORIENTADOR __________________________________________________________ NIVEA MARIA ACURCIO DAMINI– EXAMINADOR __________________________________________________________ ALINE GRAZIELE GODOY DUARTE – EXAMINADOR 14 DEDICATÓRIA Á uma amiga muito especial, que nos deu toda a atenção e carinho enquanto esteve conosco neste curso e mesmo depois por muitas vezes nos encorajou e nos mostrou que por mais difícil que seria esta caminhada conseguiríamos chegar até o ponto desejado. Á você Daiana F. de Souza por ser esta pessoa doce, carinhosa e amiga que és. 15 AGRADECIMENTOS A Deus e a Maria Santíssima pela fonte inesgotável de força, e por haver colocado em nossos caminhos pessoas iluminadas que tornaram este trabalho menos difícil. Aos nossos pais que nos colocaram no mundo, mesmo sabendo que este mundo seria para eu muito difícil, e procurou torná-lo o melhor, nosso reconhecido agradecimento pelo vosso amor e paciência. Nosso sincero agradecimento aos nossos filhos, a quem rogamos todas as noites por fazerem parte de nossas vidas. O estudo muitas vezes nos privou de estarmos em suas companhias, e mesmo assim vocês serviram de inspiração e iluminaram de maneira especial os nossos pensamentos nos levando a buscar mais conhecimentos. Agradecemos às manifestações de carinho e apreço, recebidas de todos os colegas da ETEC Prof. Mário Antonio Verza, os quais foram nossa maior fonte de luz inspiradora e de apoio para o sucesso deste trabalho. Nosso muito obrigado também a nossa orientadora, a Professora Fernanda Delantonia pela pessoa compreensiva, amiga, disponível, prestativa, incentivadora e acima de tudo repleta de muita luz . Gostaríamos aqui deixar registrado o quanto aprendemos com sua pessoa... Aprendemos não só a fazer pesquisas, mas também os vários exemplos de vida, como: respeito, dedicação e disciplina. Aos membros da banca examinadora, Profa. Nivea Maria Acurso Damini, Profa. Aline Godoy, pelas valiosas contribuições na avaliação deste trabalho. Aos professores e alunos de Enfermagem da Etec Prof. Mário Antônio Verza, pelo incentivo e apoio, e por compartilharem um pouco do seu conhecimento, estimulando a autonomia para que possamos ser eternos aprendizes. Em especial, aos que pude conhecer mais de perto durante minha trajetória enquanto estudante, pelos conselhos, sugestões, troca de energia e socialização de conhecimentos. Nossa eterna gratidão a Professora Patrícia Maia pelo despertar do aprender, por ter nos apontado novos horizontes e perspectivas, por dividir conosco os seus conhecimentos e contribuir para a nossa construção e crescimento. 16 EPÍGRAFE “Enfermagem é a arte de cuidar incondicionalmente, é cuidar de alguém que você nunca viu na vida, ajudar e fazer o melhor por ela”. Não se pode fazer isso apenas por dinheiro... “Isso se faz por e com amor.” (Angélica Tavares). 17 RESUMO As úlceras por pressão também chamadas de escaras e/ou úlceras de decúbito são lesões causadas pela pressão exercida sobre uma determinada área do corpo, geralmente em locais onde haja proeminências ósseas, os fatores determinantes no desenvolvimento dessas feridas podem ser extrínsecas e intrínsecas e de acordo com a profundidade e gravidade podem levar a complicações como osteomielite e septicemia, sua incidência e prevalência são altas, aumentando a permanência em hospitais e acarretando ao indivíduo e seus familiares uma perda da qualidade de vida além de elevar o custo benefício de sua assistência, o objetivo deste trabalho foi de reunir informações técnicas-científicas através de estudo de revisão de literaturas realizadas em banco de dados eletrônicos (GOOGLE, SCIELO e LILCS) e de livros a respeito do desenvolvimento e da prevenção das úlceras por pressão oferecendo subsídios para as equipes de enfermagem, afim de que essas possam aplicar as ações necessárias e adequadas durante a assistência prestada. 18 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS (Se houver) ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas UP – Úlcera por Pressão FI – Fatores Intrínsecos FE-Fatores extrínsecos 19 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO............................................................................. 21 2. OBJETIVOS................................................................................. 22 2.1.GERAL........................................................................................ 22 2.1.1.ESPECÍFICO............................................................................ 22 2.2.PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.................................... 22 3.REFERENCIALTEÓRICO.............................................................. 23 4.CONCEITO.................................................................................... 24 5.FATORES DE RISCO.................................................................... 25 5.1. MOBILIDADE............................................................................. 25 5.1.1 NUTRIÇÃO............................................................................... 25 5.1.2 IDADE....................................................................................... 25 5.1.3UMIDADE,INCONTINÊNCIA.................................................... 5.1.4TEMPERATURAELEVADA...................................................... 26 26 26 5.1.5ESTADOCOGNITIVO................................................................ 26 5.1.6 PRESSÃO................................................................................ 26 5.1.7CISALHAMENTO...................................................................... 27 5.1.8 FICÇÃO.................................................................................... 27 5.1.9 FUMO....................................................................................... 27 6. ESTÁGIOS.................................................................................... 28 7. TRATAMENTO............................................................................. 31 8. PREVENÇÃO................................................................................. 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................ 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA.............................................. 33 35 36 37 20 1. INTRODUÇÃO As úlceras por pressão (UP) são definidas como lesões de pele ou partes moles originadas basicamente de isquemia tecidual prolongada. Qualquer posição mantida por um paciente durante um longo período de tempo pode provocar lesões tecidual, principalmente em tecidos que sobrepõe uma proeminência óssea, devido à presença de pouco tecido subcutâneo nessas regiões. A compressão dessas áreas diminui o fluxo sanguíneo local facilitando o surgimento de lesão por isquemia tecidual e necrose (IRION, 2005; SMELTZER; BARE, 2005). Na maioria dos casos, uma úlcera resulta de inadequados cuidados domiciliares, e podem desenvolver se até mesmo no hospital, em pacientes acamados, causando grande problema na rotina das instituições e dos familiares, pois são lesões de difícil cicatrização, alto custo e dor (POTTER; PERRY, 1999; SMELTZER; BARE, 2005; SOUZA, 2005; FERNANDES, 2006). A incidência e prevalência das úlceras por pressão (UP) são elevadas, aumentando o tempo das internações, acarretando ao indivíduo uma perda da qualidade de vida e elevando o custo de sua assistência. Sendo assim revela-se a necessidade de ações que auxiliam para uma assistência adequada a necessidade de cada paciente e de se implantar medidas de prevenção e tratamento mais eficazes em prol da melhoria da qualidade de vida dos mesmos. Realizou-se o presente trabalho buscando informações científicas atualizadas sobre úlceras por pressão, para que se possam promover ações que estimulem não só os enfermeiros, mas toda a equipe multiprofissional a atuar na prevenção e no tratamento dessas lesões. Prevenir a UP é compromisso ético e humanístico dos profissionais de saúde, em especial do enfermeiro, assumindo e contribuindo no processo ensinoaprendizagem e outorgado no exercício profissional. No entanto, para que isso aconteça, é preciso conhecimento atualizado para a aplicação prática da prevenção, assim como tratamento adequado visando evitar o problema (RABEHICALIRI, 2002). 21 2. OBJETIVOS Identificar os fatores que levam paciente desenvolverem úlceras por pressão em ambientes hospitalares e em domicilio. 2.1 GERAL O objetivo do presente trabalho consiste em buscar na literatura informações atualizado e embasadas a respeito de ações de prevenção e tratamento das úlceras por pressão, para possibilitar a divulgação desse trabalho tendo em vista a importância de ações das equipes de enfermagem na prevenção e tratamento dessas lesões. 2.1.1 ESPECÍFICO • Fornecer informações que acrescente conhecimentos dos profissionais de saúde e cuidadores sobre o desenvolvimento das lesões. • Oferecer assistência específica para contribuir na melhora da qualidade de vida dos portadores da patologia citada. • Atuar na prevenção para que a partir do conhecimento adquirido, seja possível atuar na prevenção do aparecimento das UPs. 2.2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Realizaremos uma pesquisa cientifica, a coleta será realizada através de artigos, livros e base de dados em internet. 22 3. REFERENCIAL TEÓRICO Durante muito tempo acreditava-se que as úlceras por pressão (UP) se desenvolviam apenas pela falta de cuidados adequados dos profissionais de enfermagem, cuidadores e familiares, mas após vários estudos constatou-se que esse problema também pode decorrer de outros fatores. De acordo com (IRION, 2005, SMELTEZER; BARE, 2005) qualquer posição mantida por um longo período de tempo pode provocar lesão tecidual, principalmente em tecidos com proeminências ósseas, devido a pequena quantidade de tecido subcutâneo nessas áreas. A compressão nessa região diminui o fluxo sanguíneo local o que facilita a lesão por isquemia tecidual e necrose. Para (FREITAS et al; 2011) seu aparecimento ocorre a partir de dois determinantes etiológicos críticos, a intensidade e a duração da pressão. Também existem os fatores intrínsecos (FI) e a fatores extrínsecos (FE) como: fricção, cisalhamento, umidade, redução e/ ou perda de sensibilidade e força muscular e imobilidade. Essas lesões podem e devem ser evitadas, pois levam a uma série de comprometimento social e econômica além do atraso no processo de reabilitação de outras patologias. A prevenção é sempre a melhor atitude, pois envolve menos custo e permite a manutenção e promoção da qualidade de vida dos pacientes. A prevenção deve iniciar-se com orientações adequadas e estímulos ao paciente e seus familiares, salientando a importância da autodisciplina e da participação e colaboração durante o tratamento clínico (CALIBRI; RUSTICI; MARCHRY, 1997; CANDIDO, 2001). 23 4. CONCEITO Úlcera por pressão são lesões na superfície da pele causada pela falta de irrigação sanguínea em consequência da compressão prolongada dos tecidos moles entre proeminências ósseas e a superfície externa. São muito comuns em pacientes acamados pelo longo período em uma mesma posição. De acordo (DELISA; GANS, 2002; IRION, 2005; SMELTZER; BARE, 2005) “Uma úlcera por pressão pode originar-se em todas as posições que sejam mantidas prolongada mente um paciente, como regiões sacrais, coccígeas, tuberosidades isquiáticas, trocânter maior, calcâneo, maléolos, côndilo medial da tíbia, cabeça da fíbula, escápula, cotovelo, processos acromiais e cristas ilíacas”. Essas lesões também são conhecidas como úlcera de decúbito, escara ou escara de decúbito, mas esses termos são utilizados de maneira errada em referência às úlceras de pressão, pois termo escara se refere à necrose tecidual, podendo estar presente ou não sobre as úlceras de pressão em fases iniciais e antes de qualquer procedimento de limpeza cirúrgica. Sua incidência e prevalência são altas e se a lesão for profunda além de ocasionar dano tissular pode levar a complicações como osteomelite e septicemia agravando o estado clínico dos pacientes ou mesmo levando-o a óbito. 24 5. FATORES DE RISCO Os fatores de risco são a principal ferramenta necessária para a prevenção das úlceras por pressão (UP), pois tem o papel de nortear as ações preventivas a serem adotadas para assegurar a boa qualidade da assistência prestada. Desta forma as equipes de enfermagem podem se enfocar em uma atenção especial, para os pacientes com pré-disposição ao surgimento sessa complicação, e assim identificar e minimizar os fatores de risco para o desenvolvimento das úlceras por pressão (UP). As úlceras por pressão podem ocorrer por fatores intrínsecos ou fatores extrínsecos. Os fatores intrínsecos (FI) também chamados de fatores internos estão relacionados às condições do paciente e seu estado físico ex: mobilidade, nutrição, idade, umidade, incontinência, temperatura e estado cognitivo. Os fatores extrínsecos (FE) e / ou fatores externos são condições relacionadas ao mecanismo da formação da lesão, não dependem do indivíduo e são diretamente atuantes na lesão como a pressão, cisalhamento, fricção e o fumo. 5.1. MOBILIDADE A mobilidade esta relacionada ao nível de consciência e competência neurológica, a falta dessa impede que o indivíduo se mova para que a pressão na pele seja aliviada, e também o impossibilita de distinguir sensações com quente e frio. 5.2. NUTRIÇÃO Sem um bom estado nutricional a pele fica mais grossa, perde tecido adiposo subcutâneo e há grande perda de massa muscular evidenciando as proeminências ósseas e aumentando as chances de lesões na pele. O ideal é aderir a dietas calóricas, ricas em carboidratos e proteínas para que sejam supridas as necessidades metabólicas e nutricionais do individuo. 25 5.3. IDADE As alterações que ocorrem em nível de pele devido à idade avançada geram um grande desgaste devido à perda do colágeno, tornando reduzida a capacidade dos tecidos de dividir a pressão. Com o envelhecimento a um grande aumento de internações e doenças crônicas que levam a acamações. 5.4. UMIDADES, INCONTINÊNCIA A falta de controle da evacuação e da diurese aumentam os riscos de desenvolvimento das UPs, por deixarem a pele úmida, o que provoca seu amolecimento, facilitando a compressão, fricção, cisalhamento e o desenvolvimento de lesões deixandoa exposta a germes e bactérias. 5.5. TEMPERATURAS ELEVADA A temperatura elevada gera um aumento na demanda de oxigênio que consequentemente enfraquece o tecido e promove sudorese excessiva causando o amolecimento da pele. A hipotermia também é um fator relevante, pois a diminuição da temperatura favorece a vasocontrição dificultando o aporte sanguíneo e a oxigenação dos tecidos. Na elevação da temperatura (hipertermia), a cada 1ºC, temos um aumento de 10% no metabolismo tecidual e na demanda de oxigênio, ocorrendo a desvitalização do tecido e provocando sudorese que leva a maceração da pele (SMELTZER; BARE, 2005). 5.6. ESTADO COGNITIVO As alterações no estado cognitivo contribuem diretamente para o desenvolvimento das UPs, pois o paciente além de deixar de detectar as sensações que indicam a necessidade de aliviar a pressão, perde a habilidade para realizar essas ações. 26 5.7. PRESSÃO Quando a pressão excede o limite que é de 32 mmhg, ocorre uma isquemia no local, gerando vermelhidão devido ao excesso de sangue na superfície pressionada. “Segundo DELISA e GANS (2002, p.1116),” os tecidos podem tolerar pressões cíclicas muito mais altas que pressões constantes. “Se a pressão for aliviada intermitentemente a cada 3 a 5 minutos, pressões mais altas podem ser toleradas”. 5.8. CISALHAMENTO O cisalhamento é um tipo de tensão gerada devido ao movimento de tração quando o paciente é arrastado contra uma superfície, geralmente ocorre durante o reposicionamento do paciente no leito ou na cadeira. Os vasos sanguíneos sofrem uma torção que resulta na interrupção da micro circulação do tecido subcutâneo. 5.9. FRICÇÃO A fricção é o atrito entre a pele e outra superfície quando uma se move contra a outra, isso ocorre quando o paciente é arrastado ao invés de levantado durante o seu reposicionamento e causa a retirada das células epiteliais da superfície da pele. A fricção está sempre presente quando o cisalhamento ocorre. 5.9. FUMO Além de todos os riscos que o cigarro traz para a saúde, ele promove à diminuição da produção das fibras que dão firmeza e elasticidade a pele como o colágeno e elastina, reduz a hemoglobina funcional e causa disfunção pulmonar, privando os tecidos de oxigenação, provoca vasoconstrição, gerando diminuição do aporte de oxigênio e nutrientes para as células e o aumento da adesão de plaquetas. Entretanto fica evidente que pacientes internados em hospitais ou mesmo em domicílios compõem o grupo de risco para desenvolvimento de (UP) e que o aparecimento dessas lesões estão associadas á vários fatores, sendo assim não é de total responsabilidade da assistência prestada pelas equipes de enfermagem. 27 6. ESTÁGIOS ESTÁGIO I A pele começa a ter coloração diferente e não melhora com o alívio da pressão. A lesão envolve somente as camadas superficiais da pele e a temperatura local fica elevada devido à vasodilatação aumentada. Posteriormente evolui para um aspecto cianótico, azul acinzentado que é resultado da oclusão dos capilares. Esses sinais podem se reverter apenas com remoção da pressão local. Figura 1 ESTÁGIO II Nesta etapa a pele já foi rompida e pode haver bolhas ou crateras superficiais, a coloração fica mais vermelha e escurecida e já há presença de dor e exsudato. 28 Figura 2 ESTÁGIO III O tecido subcutâneo, derme e epiderme já foram dilacerados, há drenagem de exsudato amarelo ou esverdeado com odor fétido, cratera pouco profunda, sem atingir a fáscia muscular, pontos de necrose e até mesmo infecções. Figura 3 29 ESTÁGIO IV Neste estágio há destruição total da pele, com presença de tecido necrótico e danos aos músculos, ossos e tendões ou cápsulas das juntas, podendo ocorrer, processo infeccioso e drenagem. Há grandes riscos de ocorrerem complicações como septicemia e ostiomielite. . Figura 4 30 7. TRATAMENTO No tratamento de úlceras por pressão a principal medida a ser tomada é a mudança de decúbito, que deve ser realizada a cada duas horas com o intuito de deixar as áreas afetadas livres da pressão e/ou aliviar a pressão de outras áreas, evitando o desenvolvimento de novas lesões. É imprescindível que seja realizada periodicamente avaliações das UP, atentando-se quanto ao tamanho, profundidade, exsudato (cor, odor e quantidade), presença de tecido necrótico e colonização bacteriana. De acordo com o estágio da ferida, pode-se haver necessidade de intervenções cirúrgicas como; enxertos de pele, reconstruções plásticas e debridamentos. O tratamento tópico da lesão pela utilização de curativos, é preconizada pela limpeza da ferida com solução salina a 0,9% ( soro fisiológico) ou água destilada, cuja eficiência vai depender da força hidráulica ou pressão do jato para que haja a possibilidade de diminuir a quantidade de colônias de bactérias no leito da ferida (SMELTZER; BARE, 2004) O uso de soluções, medicamentos, pomadas, o tipo de curativos e terapias coadjuvantes deve ficar a critério de um profissional especializado como enfermeira, médico, dermatologista ou infectologista. As massagens de conforto somente podem ser realizada na pele íntegra e limpa com o auxílio de ácidos graxos para hidratar e promover conforto. Manter uma dieta rica em proteínas, vitaminas e sais minerais, com o efeito de manter o funcionamento da estrutura da pele além de auxiliarem na formação de colágeno. A desnutrição favorece o desenvolvimento das lesões além de dificultar a reparação tecidual. Não fazer o uso de qualquer anti-sépticos como: povidine, iodofor, ácido acético, iodo, peróxido de hidrogênio, hipoclorito, Thiersch, clorohexidine, sabão, sem prescrição médica. Fazer uso de soro fisiológico em jato. 31 No cuidado com as feridas devem ser realizados curativos tópicos determinados de acordo com o Fluxo de Manejo. Os curativos devem fornecer um ambiente úmido a ferida, mantendo a região perilesional seca, controlando exsudatos e eliminando o espaço morto; Úlceras em estágios II, III e IV são invariavelmente colonizadas por bactérias e, na maioria dos casos, uma limpeza adequada e debridamento evitarão que a colonização bacteriana chegue até uma infecção clínica. Fatores que possam dificultar a cicatrização devem ser tratados no pré-operatório. A atenção para as medidas preventivas no pós-operatório é essencial para a cicatrização e para evitar a recorrência do problema. Existem instituições que preocupadas com o cuidado das UPs implementam e desenvolvem programas educacionais adaptando estratégias eficazes de tratamento, evidenciando que os programas de educação devem incluir informações a respeito da prevenção, tratamento, avaliação de danos dos tecidos e controle dos resultados. 32 8. PREVENÇÃO É de extrema importância que as equipes de saúde atuem na prevenção das úlceras por pressão (UP), porque na prevenção o custo benefício é muito menor, o paciente não corre riscos e sua permanência no hospital é reduzida. A prevenção deve iniciar-se com orientações adequadas e estímulos aos pacientes e seus familiares, salientando a importância da autodisciplina e da participação e colaboração durante o tratamento clínico (CALIBRI; RUSTICI, MARCHRY, 1997; CANDIDO, 2001; SILVA; FIGUEIREDO; MEIRELES, 2007). As UP são de difícil tratamento e algumas vezes exigem transplantes de pele no local das lesões, mas há casos em que isso não é possível devido ao estado físico do paciente que pode ser idoso e/ou apresentar patologias de base que impeçam esses procedimentos. Os indivíduos que fazem parte do grupo de risco devem ser avaliados periodicamente e neles se devem focar planos de saúde com o intuito de prevenir e reduzir os riscos para o desenvolvimento das úlceras por pressão. “Aprendemos a conhecer os pacientes em risco e iniciando precocemente as medidas apropriadas, será possível atuar de forma ativa na prevenção e no manejo das úlceras por pressão”. (BREN, 2004). A seguir ações que devem ser adotadas para a prevenção dessas lesões: Em primeiro lugar a mais importante é a mudança de decúbito que tem que ser realizada a cada 2 horas para reduzir a pressão local. Se houver áreas avermelhadas a mudança de decúbito deve ser realizada com mais frequência. Proteger as proeminências ósseas com rolos e almofadas apropriadas evitando que essas constatem entre si, pois esses procedimentos aliviam a pressão exercida nessas áreas. A pele, entretanto tem que ser bem higienizada e hidratada diariamente após a micção e evacuação. Os produtos devem ser compostos com agentes suaves para que a pele não sofra irritações. As roupas de cama por sua vez ser limpas e secas, os lençóis presos ao colchão para evitar enrugamento e dobras. Não utilizar plásticos na forração da cama, pois os mesmos elevam a temperatura e impedem a absorção da umidade. 33 Cuidado no momento do reposicionamento do paciente, ele deve ser realizado evitando o atrito do seu corpo com outras superfícies. O paciente tem que ser erguido através da ajuda de lençóis evitando desse modo fricção e o cisalhamento. As massagens de conforto somente podem ser realizada na pele íntegra e limpa com o auxílio de ácidos graxos para hidratar e promover conforto. Manter uma dieta rica em proteínas, vitaminas e sais minerais, com o efeito de manter o funcionamento da estrutura da pele além de auxiliarem na formação de colágeno. A desnutrição favorece o desenvolvimento das lesões além de dificultar a reparação tecidual. Os programas educativos são importantes por ajudar na previsão e prevenção das lesões, sendo que a instalação ou desenvolvimento das úlceras por pressão são menores em pacientes mais informados. Devem-se organizar programas educativos para todos os níveis de profissionais de saúde, familiares e cuidadores com o intuito de prever o aparecimento das feridas em indivíduo acamados. O baixo nível educacional não seria importante na reabilitação aguda, mas sim na prevenção e no período de acompanhamento. (DELISA; GANS, 2002; IRION, 2005). 34 9. CUIDADOS DE ENFERMAGEM Entre os cuidados de enfermagem as UP, destacam-se no acompanhamento integral ao paciente de risco para o desenvolvimento das feridas, a correlação do aparecimento e a intensidade da pressão que costuma ser exercida, a duração da pressão e a tolerância tissular, a atenção no processo de cicatrização e a presença de doenças crônicas e seu estado nutricional. O profissional de enfermagem deve buscar e implantar ações que minimizem a dor e o sofrimento, orientar os pacientes, familiares e cuidadores á atuarem na promoção de condições que propiciem uma assistência de qualidade. Entretanto deve ser criada uma escala de horários para a realização da mudança de decúbito em intervalos regulares e contínuos. É extremamente importante que esses profissionais busquem conhecimentos técnicos- científicos sobre as UP, para que possam direcionar a esses pacientes medidas preventivas e terapêuticas oferecendo assim uma assistência capaz de atender as suas necessidades. 35 10. CONSIDERAÇÕES FINAIS Por meio do presente estudo, evidenciou-se a importância da adesão de conhecimento, informações e atualizações dos profissionais de enfermagem a respeito da prevenção e tratamento de UPs, já que esses são os mais atuantes junto ao paciente, seus familiares e cuidadores. A atuação da equipe deve ser multiprofissional já que a predisposição para o desenvolvimento das lesões é multifatorial, se tornando assim imprescindível a adoção de estratégias que favorecem a implementação de medidas preventivas condizentes com este risco. Diante do exposto concluímos que é muito mais vantajoso prevenir as UPS do que trata-las. Para que isso ocorra é necessário focar em educação continuada para os profissionais de enfermagem, garantindo assim uma assistência com alto índice de qualidade e excelência. 36 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual de Condutas para Úlcera Neurotróficas e Traumáticas. Brasília: Ministério da Saúde, 2003.CALIRI, M. H. L.; RUSTICI, A. C. F.; MACHRY, A. L. Prevenção de úlcera de pressão em pacientes com lesão medular: só o conhecimento é suficiente? II Congresso Latino Americano de Estomaterapia . (Resumo) São Paulo, setembro de 1997. CALIRI, Maria Helena L.; RUSTICI, Andréia Carla F.; MACHRY, A. L. Prevenção de úlcera de pressão em pacientes com lesão medular: só o conhecimento é suficiente?. IICongresso Latino Americano de Estomaterapia. (Resumo) São Paulo, setembro de 1997.CAMPEDELLI, Maria Coeli; GAIDZINSKI, Raquel Rapone. Escara: Problemanahospitalização. São Paulo: Ática, 1987. DELISA, Joel A.; GANS, Bruce M. Tratado de Medicina de Reabilitação: princípios e práticas. 3ª ed. Barueri, Manole, 2002. FERNANDESLUCIANAMAGNANI, CaliriMariaHelenaLarcher.Usodaescaldebradenedeglasgowparaidentificaorisco para úlceras de pressãoempacientesinternadosemcentrodeterapiaintensiva.Rev.LatinoAm.Enfermagem[serialontheInternet].2008Dec[cited2010Jan18];16(6):973978.Availablefro m:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010411692008000600006&lng =en.doi:10.1590/S010411692008000600006. Feridas: Fundamentos e atualizações em enfermagem/ organizadores, Roberto Carlos Lyra da Silva. [et al.].-3 ed.rev. e ampl. - São Caetano do Sul, SP: Yendis Editora, 2011. Outros organizadores: Nébia Maria Almeida de Figueiredo, Isabella Barbosa Meireles, Márcio Martins da Costa,Carlos Roberto Lyra da Silva. Vários colaboradores. Bibliografia ISBN978-85-7728-213-5. 1 Feridas e ferimentos- Enfermagem. 2 Feridas e ferimentos- TratamentoI. Silva, Roberto Carlos Lura da. II. Figueiredo, Nébia Maria Almeida de. III. Meireles, Isabella Barbosa. Fernandes Luciana Magnani, Caliri Maria Helena Larcher. Uso da escala de braden e de glasgow para identificação do risco para úlceras de pressão em pacientes internados em centro de terapia intensiva. Rev. Latino-Am. Enfermagem [serial on the Internet]. 2008 Dec [cited 2010 Jan 18] ; 16(6): 973-978. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010411692008000600006&lng=en. doi: 10.1590/S0104-11692008000600006. IRION, Glenn. Feridas: novas abordagens, manejo clínico e atlas em cores. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. IRION, GLENN, 1955. Feridas: Novas abordagens, manejo clínico e atlas em cores/ Glenn L. Irion; Tradução João Clemente Dantas do Rego Barros; revisão técnica Sônia Regina de Souza.- Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 37 Tradução de Comprehensive Wound Management Apêndice Inclui Bibliografia ISN 85277- 1077-3. 1-Ferimentos e lesões- Tratamento. 2. Ferimentos e lesões- Medicina. 3. Cicatrização de feridas. 4. Cicatrização de feridas- Fisiologia. Título. 2 Louro Marisol, Ferreira Margareth, Póvoa Pedro. Avaliação de protocolo de prevenção e tratamento de úlceras de pressão. Rev. bras. ter. intensiva [serial on the Internet]. 2007 Sep [cited 2009 Sep 16] ; 19(3): 337-341. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103507X2007000300012&lng=en doi: 10.1590/S0103-507X2007000300012. Material preparado pela Profa. Dra Maria Helena Larcher Caliri da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, baseado em pesquisas e divulgado como diretrizes do departamento de serviços humanos e saúde do governo americano. 3 Medeiros Adriana Bessa Fernandes, Lopes Consuelo Helena Aires de Freitas, Jorge Maria Salete Bessa. Análise da prevenção e tratamento das úlceras por pressão propostos por enfermeiros. Rev. esc. enferm. USP [serial on the Internet]. 2009 Mar [cited 2009 Sep 16]; 43(1): 223-228. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S008062342009000100029&lng=en.doi: 10.1590/S0080-62342009000100029 RABEH, S.A.N.; CALIRI, M.H.L. Prevenção e tratamento de úlcera de pressão: práticas de graduandos de enfermagem. Revista Paulista de Enfermagem. v.21, n.2, p. 133-139, 2002. Rangel EML, Caliri MHL. Uso das diretrizes para tratamento da úlcera por pressão por enfermeiros de um hospital geral. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2009;11(1):70-77. Available from: http://www.fen.ufg.br/revista/v11/n1/v11n1a09.htm. Rangel EML, Caliri MHL. Uso das diretrizes para tratamento da úlcera por pressão por enfermeiros de um hospital geral. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2009;11(1):70-77. Available from: SMELTZER, Suzanne C; BARE, Brenda G. Tratado de enfermagem médico cirúrgico. 10ª ed. v.1. 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