Curso - parte 2 - Centro Científico Conhecer

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MÓDULO 2 – A ESTRUTURA EXTERNA
2.1. Classe Asteroidea
Segundo BARNES, FOX e RUPPERT (2005), as estrelas do mar são
tipicamente pentamerais, com a maioria das espécies possuindo cinco braços. No
entanto, os sóis-do-mar possuem de 7 a 40 ou mais braços.
FIGURA – 2. Imagens mostrando a estrela de muitos raios
Pycnocodia helianthoides que pode chegar a 1m de envergadura.
Fonte: www.marinelife.com/.../p_helianthoides.htm
Conforme STORER et al (1998), os eixos dos braços são chamados
rádios e os espaços entre eles no disco são chamados de inter-rádios. Na
superfície aboral ou superior há muitos espinhos obtusos calcários, os quais são
partes do endoesqueleto. Brânquias dérmicas pequenas e moles (pápulas)
projetam-se da cavidade do corpo entre os espinhos para a respiração e excreção.
Ao redor dos espinhos e entre as pápulas há pedicelárias diminutas em forma de
pinça. Cada pedicelária tem duas mandíbulas movidas por músculos que se
abrem e fecham firmemente quando tocadas, mantendo a superfície do corpo livre
de detritos ou pequenos organismos e podem auxiliar na captura de alimento.
FIGURA – 3. Parte aboral e oral da estrela do mar.
Fonte: HICKMAN, ROBERTS e LARSON (2003).
Segundo BARNES, FOX e RUPPERT (2005), a boca localiza-se no
centro do lado inferior, e toda a superfície inferior do disco e dos braços é
chamada de superfície oral. A partir da boca, um largo sulco estende-se
radialmente no interior de cada braço. Cada sulco (sulco ambulacral) contém duas
ou quatro fileiras de pequenas projeções tubulares, chamadas de pés
ambulacrais. As margens dos sulcos ambulacrais são protegidas por espinhos
móveis capazes de fechar-se sobre o sulco. A ponta de cada braço possuem um
ou mais pequenos pés ambulacrais sensoriais semelhantes a tentáculos e uma
mancha pigmentar vermelha. Ainda, segundo estes autores, a superfície aboral
(superior) porta o ânus não evidente (quando presente), no centro do disco e uma
grande estrutura em forma de botão (o madreporito) em direção a um lado do
disco, entre dois dos braços e a superfície do corpo é revestida pela epiderme.
FIGURA – 4. Estrutura morfológica de uma estrela do mar
salientando, principalmente, a epiderme (espinhos, pápulas e
pedicelárias).
Fonte: STORER et al (1998).
FIGURA – 5. Tipos de pedicelárias. A – Pedicelária do tipo fórceps
de Asterias. B e C – Pedicelárias do tipo tesoura de Asterias. O
tamanho em relação aos espinhos é mostrado em B. D- pedicelária
tridigitada de Strongylocentrotus. F – Pedicelária globosa de
Strongylocentrotus.
2.2. Classe Ophiuroidea
Conforme BARNES, FOX e RUPPERT (2005), os ofíuros são também
conhecidas como estrelas serpente ou estrelas de cesto. O disco central é
achatado, exibindo uma circunferência arredondada ou um pouco pentagonal.
FIGURA – 6. Ofiuróideos.
Fonte: http://educar.sc.usp.br/licenciatura/2000/equino/serpente.ipg
Segundo BARNES, FOX e RUPPERT (2005), os braços dos ofiuróides
são reunidos devido à presença de quatro fileiras longitudinais de escudos.
Existem duas fileiras de escudos laterais, uma fileira de escudos aborais e uma
fileira de escudos orais.
Um único grupo – ou seja, um escudo oral, um aboral e dois laterais –
circunda completamente o braço e corresponde em posição a um ossículo
esquelético interno (chamado de vértebra).
FIGURA – 7. Disco oral e aboral da Ophiura sarsi com as descrições dos
escudos.
Fonte: BARNES, FOX e RUPPERT (2005).
FIGURA – 8. Mostra da estrutura de um tentáculo de um ofiuróideo,
principalmente, a disposição de um ossículo.
Fonte: BARNES, FOX e RUPPERT (2005).
Conforme HICKMAN, ROBERTS e LARSON (2003), não possuem
pedicelárias ou pápulas e seus sulcos ambulacrais são fechados e cobertos por
ossículos. Os pés ambulacrais não possuem ventosas. Eles auxiliam na
alimentação, mas são de uso limitado na locomoção. Ao contrário dos asteróides,
o madreporito dos ofiuróides está localizado na superfície oral, sobre um dos
escudos orais. Não existem ampolas nos pés ambulacrais e a força necessária
para a protusão dos mesmos é produzida por uma porção proximal da
musculatura dos pés ambulacrais.
2.3. Classe Echinoidea
FIGURA – 9. Exemplos de equinóides.
Fonte: www.geocitie.com/mundo_silencio/fotos/sesimbra_05.jpg
Os equinóideos são equinodermes de movimento livres comumente
conhecidos como ouriços do mar.
Conforme HICKMAN, ROBERTS e LARSON (2003), a carapaça dos
equinóideos é um esqueleto compacto de 10 fileiras duplas de placas conectadas
a espinhos rígidos e móveis. Os cinco pares de fileiras ambulacrais são
homólogos aos cinco braços da estrela do mar e possuem poros, através dos
quais se estendem longos pés ambulacrais. As placas possuem pequenos
tubérculos aos quais as extremidades arredondadas dos espinhos se articulam.
Os espinhos são movimentados por pequenos músculos localizados ao redor de
suas bases.
De acordo com estes autores, existem vários tipos de pedicelárias, sendo
as mais comuns as tridigitadas, sustentadas por pedúnculos longos. As
pedicelárias também ajudam a manter o corpo limpo, impedindo, principalmente,
que as larvas de outros organismos marinhos se estabeleçam na superfície do
animal. Em muitas espécies as pedicelárias possuem glândulas de veneno, e a
toxina é capaz de paralisar pequenas presas.
Cinco dentes convergentes cercam a boca nos ouriços regulares. Em
alguns ouriços do mar brânquias ramificadas (pés ambulacrais ramificados)
rodeiam o peristômio. O ânus, os poros genitais e o madreporito estão localizados
aboralmente na região do periprocto.
FIGURA - 11. Estrutura externa e interna de um ouriço do mar.
Fonte: HICKMAN, ROBERTS e LARSON (2003).
FIGURA – 12. A lanterna de Aristóteles, um mecanismo
utilizado para triturar o alimento. Cinco pares de músculos
retratores tracionam a lanterna e os dentes para cima, para
o interior da carapaça; cinco pares de músculos protratores
empurram a lanterna para baixo e expõem os dentes.
Outros músculos produzem uma variedade de movimentos.
Fonte: HICKMAN, ROBERTS e LARSON (2003).
2.4. Classe Holothuroidea
Figura – 13. Exemplos de animais.
Fonte: http://curlygirl.nauturlink.pt/animalia.htm
Segundo BARNES, FOX e RUPPERT (2005), os holoturóides repousam
com um lado do corpo contra o substrato, e essa superfície ventral é composta de
três áreas ambulacrais (os trivios), comumente chamadas de sola. A superfície
dorsal consiste de duas áreas ambulacrais. Como poder-se-ia esperar, os pés
ambulacrais dorsais geralmente se encontram reduzidos a verrugas ou tubérculos
ou encontram-se ausentes, produzindo, conseqüentemente, uma simetria bilateral
secundária.
Ainda, conforme estes autores, os pés ambulacrais dos holoturóideos
podem terminar em ventosas, que são utilizadas para a adesão, ou podem não ter
ventosas: algumas vezes ocorrem ambos os tipos em um indivíduo. Os pés
ambulacrais delgados e sem ventosas são chamados de papilas. A boca encontrase sempre circundada de 10 a 30 tentáculos que representam pés ambulacrais
bucais modificados sendo conseqüentemente parte do sistema hidrovascular. Os
tentáculos são altamente retráteis, e o animal pode retrair completamente tanto a
boca como os tentáculos puxando a parede corporal adjacente por cima deles.
FIGURA – 14. Imagem mostrando a
distribuição dos pés ambulacrais pela
superfície corporal dorsal e ventral e
também a localização da parte oral e
aboral de um pepino do mar.
2.5. Classe Crinoidea
Conforme BARNES, CALOW e OLIVE (1995), os crinóides são os únicos
equinodermes atuais que mantiveram a orientação corporal primeva onde a boca,
voltada para cima, localiza-se no centro de um circulo de braços margeados de
pódia adaptados a coletar suspensões via muco e cílios.
STORER et al (1998), descreve o corpo como um pequeno cálice em
forma de taça, de placas calcárias, ao qual estão presos cinco braços flexíveis que
se bifurcam formando 10 ou mais extremidades estreitas, cada uma contendo
muitas pínulas delicadas laterais, dispostas como barbas em uma pena.
FIGURA
–
15.
Um
crinóide
sedentário simples.
Fonte: STORER et al (1998).
Ainda, de acordo com os autores, alguns crinóides têm um pedúnculo,
longo articulado, saindo da superfície inferior ou aboral do cálice. Ele fixa o
crinóide ao fundo do mar por evaginações em forma de raiz. A boca e o ânus
estão na superfície superior ou oral do disco, o ânus freqüentemente encontra-se
em um cone elevado. A superfície oral de cada braço tem um sulco ambulacrário
aberto, revestidos com cílios e contendo pés ambulacrários em forma de
tentáculos.
FIGURA – 12. Tégmen
do
Hyocrinus e corte do braço do
Notocrinus
virile,
um
comatulídeo (vista oral) Os
pés
ambulacrais
não
são
mostrados..
Fonte: BARNES, FOX e RUPPERT
(2005).
2.6. Classe Concentricycloidea
HICKMAN, ROBERTS e LARSON (2003) os caracterizam como animais
pequenos em forma de disco (menos de 1cm de diâmetro) que foram descobertos
ao largo da Nova Zelândia em águas de mais de 1000m de profundidade.
Algumas vezes denominados de margaridas do mar, eles constituem a classe dos
equinodermes descrita mais recentemente (1986), sendo conhecida, até o
presente momento, apenas duas espécies.
Segundo BARNES, FOX e RUPPERT (2005), os pequenos animais têm
somente de 2 a 9 mm de envergadura e são cobertos aboralmente com ossículos
semelhantes a placas. Os espinhos marginais localizam-se ao redor da periferia.
Apesar da falta de braços, a passagem dos pés ambulacrais entre os ossículos e
o padrão de crescimento faz com que eles sejam mais semelhantes aos
asteróideos do que qualquer outra classe dos equinodermes.
Assim, de acordo com HICKMAN, ROBERTS e LARSON (2003), a
simetria é pentarradial, mas não possuem braços. Os pés ambulacrais estão
localizados perifericamente ao redor do disco em vez de em áreas ambulacrais,
como em outros equinodermes. Quanto ao modo de alimentação e outros
aspectos da biologia
desses pequenos equinodermes, estranhos, ainda
permanecem desconhecidos.
FIGURA -13. Xyloplax spp. São pequenos e bizarros
equinodermes em forma de disco. São os únicos
equinodermes que não apresentam os pés ambulacrais
distribuídos ao longo de áreas ambulacrais, pois eles se
localizam ao redor da margem do disco.
Fonte: HICKMAN, ROBERTS e LARSON (2003).
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