UMA ABORDAGEM SIMPLES, UM TRATAMENTO BIOLÓGICO. CELSO BATTELLO OFERECIMENTOS Ofereço esta pequena obra aos meninos de rua deste Brasil e também aos meus filhos Marcella Helena e Caio Márcio, que pelo fato de amá-los muito me torna bastante desejoso de expandir este sentimento à outras pessoas, procurando de alguma forma, contribuir para a saúde e bem – estar do meu semelhante. Celso Fernandes Batello Índice Prólogo Coração: uma bomba Circulação Sangüínea Batimentos Cardíacos Vasos sangüíneos Pressão na Grande e Pequena Circulação Circulação da Linfa Hipotensão Arterial Pressão Alta = Hipertensão Arterial Pressão Baixa = Hipotensão Arterial Pressão Arterial Normal. O que é? Aparelho de Pressão e Estetoscópio O sexo e as variações da Pressão Os Diferentes Povos e suas Pressões Arteriais Os Biotipos Variações da Pressão Arterial (PA) com as horas do dia O Stress Cuidado Hipertensão Arterial Essencial Sintomas da Hipertensão Arterial Sintomas da Hipotensão Arterial Automedicação Reguladores da Pressão Arterial O que faz o coração? Prejuízos da Hipertensão Esclerose Secundária das Artérias Os Rins: Seu Papel na Pressão Arterial O sal: O Grande Vilão Tratamento da Hipertensão Arterial Tratamento de Hipotensão Arterial Alimentação Instintos Básicos da Vida O Vinho e o Uísque são Realmente Bons? O Fumo A Luz da Medicina Chinesa Repensando o Coração Conclusão Bibliografia Índice Remissivo 06 07 10 11 12 14 14 16 16 17 20 21 21 22 23 24 24 25 26 27 27 28 28 29 29 30 31 31 34 35 37 38 39 41 46 49 51 52 “Uma infinitude de terras, jamais será verdadeiramente uma nação, se não souber respeitar e amar suas crianças e seus velhos.” Celso Batello Prólogo Este livro destina-se às pessoas que não possuem uma cultura médica que possibilite entender pressão arterial, bem como os mecanismos que a tornam elevada (pressão alta) ou diminuída ( pressão baixa). Portanto, esta obra não pode ser considerada alguma coisa técnica. Muito pelo contrário, procuramos dentro do possível não usar termos médicos, que tanto dificultam a compreensão dos assuntos ligados à arte de curar. Quando obrigatoriamente usarmos tal monenclatura, procuraremos dar-lhe o seu significado, para que o leitor possa se situar dentro do contexto da obra. Penso que a parte mais importante daquilo que tivemos pretensão de transmitir é a referente à Homeostasia, porque achamos que é mais importante prevenir do que remediar. Mesmo porque ao longo da vivência e experiência como tratamento homeopático, aprendemos que não existem doenças e sim doentes, isto é, o indivíduo adoece como um todo de uma forma toda sua, toda particular conforme as suas predisposições hereditárias devendo receber, por isso mesmo um tratamento único e individual. O sarampo é uma das poucas exceções, uma vez possuir um curso bem definido em todos os doentes. Além de pretender esclarecer a população sobre o que é a pressão alta e a pressão baixa, desejamos que o leitor aprenda e ajude seu próprio organismo a manter a Homeostasia. Prevenindo, consequentemente, tanto a pressão alta como a pressão baixa, sem esquecer que a ajuda de um profissional médico é de suma importância. CORAÇÃO: UMA BOMBA Para que melhor compreendamos a pressão arterial, mister se torna entendermos o mecanismo do coração bombeando sangue para todo o organismo para as chamadas Grande circulação e Pequena Circulação. O coração ou miocárdio é um órgão muscular, oco, situado entre os pulmões, sendo revestido de uma membrana mucosa chamada endocárdio e externamente por outra chamada pericárdio. O coração obedece a uma divisão interna de quatro cavidades, isto é, dois átrios ou aurículos e dois ventrículos. A comunicação entre os átricos e ventrículos se processa por um mecanismo de válvulas cuja finalidade é evitar ou impedir que o sangue volte dos ventrículos para os átrios durante a contração do miocárdio. Esquematicamente, podemos representar o coração como se fosse um triângulo dividido em quatro partes: B→AD = Átrio direito B→VD = Ventrículo direito SANGUE VENOSO NÃO OXIGENADO B→AE = Átrio esquerdo B→VE = Ventrículo esquerdo SANGUE ARTERIAL OXIGENADO NOS PULMÕES AD AE VÁLVULA MITRAL VÁLVULA TRICÚSPIDE VÁLVULA AÓRTICA VÁLVULA PULMONAR Vai para todo o corpo Para oxigenar todo organismo Vai para os pulmões Para ser oxigenado Grande circulação Pequena circulação AD AE O SANGUE PASSA DO AE PARA O VE AD AE VÁLVULA MITRAL FECHADA Quando o ventrículo esquerdo se contrai, a Válvula fecha para impedir que o sangue retorne para o AE O mesmo mecanismo ocorre nas demais válvulas do coração. Quando tal mecanismo está alterado, ocorrem os chamados sopros, que são assim denominados porque, nestas circunstâncias, o fluxo de sangue que passa através das válvulas emitem um som peculiar, audível com a ajuda do estetoscópio, aparelho utilizado para ouvir ou auscultar o tórax, como veremos adiante. CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA Após receber o oxigênio dos pulmões, o sangue é conduzido para a aurícula esquerda pelas veias pulmonares. Saindo da aurícula esquerda o sangue passa para o ventrículo esquerdo pela válvula Mitral, sofre a contração ( sístole), e é impulsionado pela artéria aorta para todo o corpo, levando oxigênio para alimentar as células. Depois de alimentar as células com oxigênio, o sangue absorve gás carbônico e retorna pelas veias cavas, entra pela aurícula direita e passa para o ventrículo direito pela válvula tricúspide. Daí o sangue é bombeado para os pulmões pela artéria pulmonar. B – Grande Circulação: Vai do coração a todos os órgãos e vice-versa. B – Pequena Circulação: Vai dos pulmões ao coração e vice-versa. Pulmões Artérias Pulmonares Veias Pulmonares Artéria Aorta CORAÇÃO VEIAS CAVAS CÉLULAS Como vimos a Grande Circulação vai do coração para todos os órgãos, inclusive os pulmões, por isso a razão do seu nome. A Pequena Circulação vai do coração, tão somente aos pulmões, justificando sua denominação. Esquema do Coração Normal VEIA CAVA SUPERIOR AORTA ARTERIA PULMONAR VENTRICULO DIREITO VENTRÍCULO DIREITO SEPTO VEIA CAVA INFERIOR Batimentos Cardíacos Os batimentos cardíacos ocorrem devido aos movimentos de contração e dilatação do coração para bombear e impulsionar o sangue para os órgãos. Para que o sangue consiga entrar no coração é necessário que este órgão se dilate. Para que o sangue saia, é necessário que o coração se contraia. O movimento de dilatação recebe o nome de diástole ( dia = através; stellein = entrar) e o de se contrair recebe o nome de sístole ( systole = contração). Um coração normal de um adulto bate com freqüência em torno de 70 a 80 batimentos por minuto. O aumento da freqüência denomina-se taquicardia ( taqui = rápido) e a diminuição denomina-se bradicardia ( bradi = lento). O aparelho utilizado para ouvir batimentos cardíacos, chamase estetoscópio ( stheto = tórax; skpoein = examinar) e o utilizado para medir pressão arterial denomina-se esfigmomanômetro. Vasos Sangüíneos Os vasos sangüíneos são “tubos” através dos quais o sangue é conduzido para diferentes partes do corpo. Os vasos se dividem, segundo a sua estrutura e finalidade, em : artérias, veias e capilares. Artérias, são vasos que levam o sangue arterial ( oxigenado) do coração para todos os órgãos com a finalidade de levar oxigênio e nutrientes para todo o organismo. Citando alguns exemplos mais conhecidos temos a aorta, pulmonares, renais coronárias etc. Não é incomum no meio não médico ouvir-se dizer “veia” aorta ou “meu amigo tem veia coronária entupida”. Trata-se, como vimos, de um erro de conceituação. Artérias: são vasos que levam o sangue do coração para todos os órgãos. As principais artérias do organismo são: aorta, pulmonares, sub – clávias, umerais, femurais, renais etc. Veias: são vasos que trazem o sangue venoso ( “impuro”, não oxigenado) de todas as partes do corpo para o coração. Este processo recebe o nome de retorno venoso e veremos a importância deste mecanismo na saúde do indivíduo. O sangue venoso entra no átrio direito, em seguida vai para o ventrículo direito, que por sua vez o impulsiona até os pulmões, para eliminar o gás carbônico (CO2), recebendo oxigênio (arterialização), caracterizando a pequena circulação, para novamente entrar no átrio e ventrículo esquerdo, completando o ciclo. Como já visto, este processo do sangue arterial passar do átrio e ventrículo esquerdo para todo o organismo é denominado Grande Circulação. As veias possuem mecanismos de válvulas, visando impedir que o sangue venosos retorne para baixo, uma vez que este retorno venoso na maioria das vezes, se processa contra a gravidade, por exemplo: Veias: são vasos que trazem sangue de todos os órgãos para o coração. As veias possuem válvulas em sua extensão para impedir o retorno do sangue. As principais veias do organismo são: cavas, subclávias, pulmonares, femurais, umerais, etc. Capilares: são vasos de pequeno calibre, muito finos, que por sua vez se ramificam a partir das artérias e arteríolas, foramando uma rede muito fina, onde processam importantes trocas entre o sangue e o líquido que se encontra entre os tecidos do organismo. Existem aproximadamente 10 bilhões de capilares nos tecidos da periferia do organismo, formando uma área de mais de 100 metros quadrados. válvula aberta veias Válvula Fechada Pressão na Grande e na Pequena Circulação Como foi demonstrado, é plenamente possível medir a pressão na Grande Circulação por métodos relativamente simples. Como por exemplo um manguito de pressão ( aparelho de pressão). Fato este que não ocorre com a Pequena Circulação, onde os métodos de medição são mais elaborados e invasivos, tendo, por exemplo, de se catetizar, ou seja, introduzir um catéter até o átrio direito, para se verificar os níveis de pressão na pequena circulação, ou ainda através de RX, etc. Circulação da Linfa A linfa é um líquido incolor formado pelo plasma ( parte líquida do sangue) e por glóbulos brancos ( células de defesa do organismo) . A sua finalidade é a de nutrir e recolher resíduos dos tecidos. A circulação da linfa se processa nos vasos linfáticos, onde existem pequenas dilatações, denominadas gânglios linfáticos ( ‘ínguas”), locais onde são produzidas células de defesa para proteger o organismo. Com exceção de algumas partes do organismo, todos os tecidos possuem o sistema linfático. A função de remoção de substância de grande tamanho dos espaços entre tecidos é processado pelo sistema linfático, sem o qual morreríamos em 24 horas. Hipotensão Arterial A hipotensão arterial, ocorre principalmente nos tipos astênico, como representado principalmente pelo biotipo longilínio de Kresteschemer, como veremos no capítulo Biotipos. Tais pessoas, ao contrário dos tipos estênicos, reagem fazendo hipotensão. Frente a uma situação de stress, reagem, promovendo uma queda de pressão arterial, que pode ocasionar até desmaios. Aliás, o desmaio é uma defesa do próprio organismo, colocando a pessoa deitada, para diminuir a força da gravidade sobre o sangue e fazer com que ele chegue mais facilmente ao cérebro, uma vez que ele estava chegando precariamente a este órgão, em virtude da baixa pressão arterial. Alguns órgãos estão envolvidos neste mecanismo complexo, que é a manutenção da pressão arterial, tais como: hipotálamo, glândulas supra renais, tireóide, cabendo ao médico que assistir ao paciente, prestar-lhe toda a sorte de informações, esclarecendo sobre sua hipotensão arterial. Através do conhecimento da medicina natural pode-se beneficiar em muito o paciente de “pressão baixa”. Pressão Alta = Hipertensão Arterial Pressão Baixa = Hipotensão Arterial A pressão arterial é o resultado da tensão que o sangue arterial ( sangue oxigenado) exerce na parede das artérias. A pressão alta ou hipertensão ( hiper = elevada), como o próprio nome indica, é o aumento da tensão do sangue sobre a parede das artérias. Ao contrário, a pressão baixa ou hipotensão ( hipo = diminuída) se deve a uma baixa pressão do sangue sobre a parede das artérias. É muito importante o controle da pressão arterial, uma vez que estima-se que 12% dos indivíduos morrem em função da hipertensão arterial e 20% da população tem a chance de apresentar pressão arterial elevada em alguma fase da vida. 12% da população morre em função da hipertensão arterial 20% da população tem a chance de apresentar hipertensão arterial em alguma fase da vida. 12% 20% Pressão Arterial Normal: O que é? Convém ressaltar a importância de se levar em consideração a idade o biotipo ( tipo constitucional) do indivíduo, bem como o momento do dia e o grau de tensão nervosa na tomada de pressão arterial, antes de se “rotular” uma pessoa hiper ou hipotensa. O consenso de um nível de pressão arterial normal é obtido a partir de dados estatísticos de uma população. Como todo o processo estatístico, a individualidade e cada um é colocada de lado, portanto, cada caso é um caso! O gráfico a seguir, mostra as variações para mais e para menos dos níveis pressóricos em função da idade. Alterações nas pressões arteriais sistólica, diastólica e média, com a idade. As áreas pontilhadas mostram a faixa normal. A figura, extraída do Tratado de Fisiologia Médica ( Guyton) 00 150 100 50 0 0 20 40 60 80 ilustra a pressão arterial diastólica, sistólica e média desde o nascimento até os 80 anos de idade. Pode-se observar que um adulto jovem, normal, tem a pressão sistólica ( máxima) em torno de 120 mm Hg e a diastólica ( mínima) em torno de 80 mm Hg, isto é, a sua pressão é de 120 por 80 ( 120 x 80). A área sombreada de cada lado nas curvas, representa as variações normais da pressão diastólica e sistólica e mostra a grande variação de uma pessoa para outra. A pressão arterial constitui uma característica funcional da circulação sangüínea, de particular importância, porque o sangue só pode circular se houver uma diferença de pressão enter dois pontos. O coração vença o obstáculo que as artérias representam, as contrações do coração são rítmicas, resultando desta forma duas intensidades diferentes de pressão arterial: Uma correspondendo a uma pressão mais elevada que á a contração ou sístole ventricular, por isto denominada pressão máxima ou sistólica. Outra pressão que permanece após o término da sistólica que á a pressão mínima ou diastólica. Desta forma, a pressão arterial é medida através de um aparelho chamado esfigmomanômetro ( sphygos = pulsos + manos = delgado + metron = medida). O esfigmomanômetro é um aparelho constituído por uma coluna de mercúrio ( Hg) ou de ar, que é deslocada quando se aperta e infla uma bolsinha de ar ( pera), que aperta uma estrutura que envolve o braço, chamada manguito. Para se medir a pressão insufla-se a pera do esfigmomanômetro até desaparecer o pulso da artéria radial ( a mesma artéria que se toma o pulso na região do punho). A seguir coloca-se o estetoscópio sobre a artéria radial, na altura da prega do cotovelo e desinfla-se o manguito, desaparafusando a perinha, chega-se a um momento que se ouve um som forte, que é indicativo da pressão máxima, continuandose a esvaziar o manguito, este som vai diminuindo até um silêncio total, seguindo-se um sopro delicado, indicando a pressão mínima. Como vimos, a pressão arterial é mensurada em milímetros ( mm) de mercúrio ( Hg) , por exemplo, 120 x 80 mm Hg. Existe toda uma sorte de variações da pressão arterial em função do sexo e da idade. - Por exemplo: recém nascido tem uma pressão máxima Mx = 60 mm Hg e uma pressão mínima Mn = 35 mm Hg no sexto mês Mx = 67 mm Hg e Mn = 43 mm Hg até o fim do primeiro ano Mx = 67 mm Hg e Mn = 50 mm Hg aos 10 anos Mx = 100 mm Hg e Mn = 69 mm Hg aos 19 anos Mx = 123,5 mm Hg e Mn = 79,5 aos 25 anos Mx = 124,5 mm Hg e Mn = 81,5 mm Hg aos 50 anos Mx = 130 mm Hg e Mn = 85 mm Hg Estes dados, representam a média das pessoas, entretanto, pode haver variações de pessoa para pessoa. Como regra geral considera-se que a pressão máxima de um indivíduo deve ser a idade do mesmo acrescentando o algarismo 1 ( um) à esquerda, por exemplo: - aos 20 anos, 120 mm Hg - aos 30 anos, 130 mm Hg e assim por diante. Já a pressão mínima é calculada como sendo a metade da máxima, mais ou menos 1, ou seja, uma pessoa de 20 anos de idade pode apresentar uma pressão arterial máxima de 120 mm Hg, tendo mínima de 60 ou 70 mm Hg. O professor Maffei considera que indivíduos jovens que apresentam uma pressão arterial máxima acima de 130 mm Hg para o sexo feminino, possuem um estado constitucional hipertensivo. Já quem apresenta uma pressão máxima abaixo de 100 mm Hg, pode indicar uma constituição astênica, conforme descreveremos no transcorrer da obra. A pressão diastólica ou mínima tem um significado especial na avaliação real da hipertensão arterial, isto é, ela deve ter a sua média sempre abaixo de 90 mm Hg para todas as idades. Quando este fato não ocorre devem ser pesquisados os fatores que estão determinados estas alterações. Hoje em dia existe uma tendência no mundo médico científico a considerar que mesmo pequenos aumentos na pressão máxima, podem denotar precocemente uma predisposição a se ter uma hipertensão arterial, porém, adiante discutiremos mais sobre o assunto. Aparelho de Pressão e Estetoscópio Aparelho de pressão estetoscópio A figura ilustra o método auscultativo, através do estetoscópio, de medir a pressão arterial, utilizando um manômetro de coluna de mercúrio ( Hg). O Sexo e as Variações da Pressão Um fato interessante de ser observado é que até a puberdade não existem diferenças significativas entre o homem e a mulher. Depois ocorre um ligeiro aumento de pressão arterial do homem em relação a mulher, fato este que se mantém até que a mulher ingresse na fase da menopausa, onde a situação se inverte, isto é, a pressão se torna mais elevada agora na mulher. Possivelmente isto se relaciona com a diminuição de certos hormônios femininos, que ocorre nesta fase da vida, que até então funcionavam como elementos de proteção ao organismo feminino. Até a puberdade não existem diferenças significativas entre o sexo masculino e o feminino. A pressão arterial do homem é ligeiramente maior do que a da mulher, até que esta adentre na menopausa. A partir da menopausa a relação se inverte e a mulher pode apresentar um ligeiro aumento na pressão arterial. Os diferentes Povos e suas Pressões Arteriais Os diferentes povos do planeta tem suas particularidades no que concerne a sua pressão arterial, variando, inclusive, de conformidade com o seu habitat. Sabe-se que os chineses apresentam níveis de pressão arterial menores que os ocidentais. Os negros vivendo em seu habitat natural, África, apresentam nível pressórico igual ao dos brancos europeus até 40 anos, porém, a partir desta idade inferior a dos brancos. Os japoneses, vivendo fora de seu país, apresentam nível de tensão arterial mais elevado do que aqueles que vivem no Japão. A meu ver, é toda uma situação complexa, principalmente ecológica e ambiental. Os Biotipos O termo biotipo está intimamente ligado à idéia de constituição, para tanto, exporemos a definição que nos parece melhor de todas: “Constituição é o conjunto de caracteres morfológicos e funcionais de um indivíduo, num dado momento de sua vida”. Entretanto, no recém – nascido não é possível estabelecer-se o tipo constitucional, pois, este se delineia durante a evolução do indivíduo. Abaixo transcreveremos um esquema do livro Compêndio de Psiquiatria, de Theodoro Spoerri, que pelo fato de ser um livro de psiquiatria, leva em consideração apenas os aspectos das diferentes constituições, porém, esta conceituação pode e deve ser estendida para a parte física das pessoas. O esquema a seguir foi colocado para que o leitor possa “sentir” e tornar palpável estes conceitos. Constituição: Pícnico ( 1 e 4) ( extremidades curtas e gráceis tronco bem nutrido, em forma de tonel, pescoço curto, rosto largo). Temperamento Psicomotibilidade: Ciclotímico fluída, natural, adequada ao estímulo. Escala de sentimentos: Alegre – triste. Orientação social: Extrovertido, sociável, bom contato. Afinidade patológica: Psicose: Maníaco – depressiva. Constituição: Leptossômico ( 2 e 5) ( extremidades finas ombros estreitos, perfil anguloso, crânio coberto de cabelo forte, formando um “gorro de pele”). Temperamento Psicomotibilidade: esquzotímico desajeitada, rígida, inadequada ao estímulo. Escala de sentimentos: hipersensível/ Frio. Orientação social: Introvertido idealista, reservado, mau contato. Afinidade patológica: Esquizofrenia. Constituição: Atlético (3 e 6) (extremidades grossas e longas, ombros largos e musculosos, proeminência dos relevos ósseos, macrognatismo). Temperamento Psicomotibilidade: enequético pesada lenta. Escala de sentimentos: Explosivo/Fleumático. Orientação Social: - Afinidade patológica: Epilepsia. A tensão arterial varia conforme o hábito da pessoa; o brevelínio ( pícnico) tem sua pressão normal mais elevada do que o longilíneo ( leptossômico). Variações da Pressão Arterial (PA) Com as Horas do Dia A pressão arterial varia num mesmo indivíduo, conforme a hora do dia em que ela é medida. Assim, não é incomum uma pessoa apresentar um aumento da mesma, no período da tarde ou pela manhã. Fato este que deve ser levado em consideração para a classificação de uma hipertensão arterial. O Stress Outro fator de suma importância, na avaliação da pressão arterial das pessoas, é seu estado emocional. Posto que um indivíduo num estado ansioso, preocupado ou estressado, possivelmente apresentará níveis de pressão arterial elevados. Normalmente nestes casos, ocorre uma liberação de adrenalina, por parte da glândula supra renal, que diminui o calibre das artérias, aumentando consequentemente a resistência vascular periférica, o que implica num aumento de pressão arterial, como veremos adiante. Esta situação pode ser apenas momentânea, não caracterizando portanto, uma hipertensão arterial, que volta ao normal quando o indivíduo se acalma ou passa o susto, etc. Cuidado Pelo que vimos até agora, a pressão arterial sofre influência de vários fatores. Estes devem ser levados em conta antes de se rotular um indivíduo hipertenso. Por isso acredito que este ato deve ser exclusivamente médico, mesmo porque existem pessoas que quando medem a pressão em farmácias, diante da expressão de espanto do atendente de balcão que a mediu, passam a sofrer de “pressão alta” para sempre. Um farmacêutico que cursou a faculdade de Farmácia, não cometeria este erro. Para exemplificar, uma vez quando militava na Anesteologia, pedi à uma atendente de sala, que medisse a pressão do paciente que estava sendo submetido a uma cirurgia. Fiquei surpreso quando ela forneceu a pressão máxima e a mínima através do pulso, pois sabemos que somente a pressão máxima pode ser conhecida por este método, sendo indispensável o uso do estetoscópio para conhecer a pressão mínima. Uso deste exemplo, não para desfazer da atendente de enfermagem, mas para mostrar o quanto se desconhece sobre o assunto e o quanto as pessoas fazem uso dele. Os auxiliares de enfermagem e as enfermeiras que cursaram Faculdade à semelhança dos farmacêuticos, também não cometem este erro. Hipertensão Arterial Essencial A imensa maioria dos indivíduos que sofrem de hipertensão, não apresenta nenhuma causa aparente que justifique tais níveis de pressão. São pessoas muito provavelmente suscetíveis às tensões que o cotidiano impõe. Recentemente, alguns pesquisadores estudam a hipótese de que tais pessoas produzem uma quantidade menor de endorfinas pelos centros cerebrais. A endorfina é uma substância semelhante a morfina, que possui por exemplo, um efeito analgésico sobre o organismo. A baixa concentração de endorfina acarretaria uma menor adaptação destes pacientes frente aos estímulos nocivos originados nos seus meios internos e externos. Como foi exposto, existe uma gama de variações, conforme o tipo constitucional de cada um. Será que alguns biotipos produzem menos endorfinas que outros? A finalidade desta obra é dar conhecimento para o leitor não médico, uma pálida idéia deste assunto palpitante que é a hipertensão arterial, bem como, fornecer subsídios para as pessoas se conhecerem melhor e utilizarem este mesmo conhecimento para preservar a saúde, evitando a hipertensão arterial através de uma vida mais tranqüila, de uma alimentação mais equilibrada, de longas caminhadas, etc. Ninguém fica doente do que quer e sim do que pode, segundo sua constituição e fraquezas hereditárias que nada mais são do que o elo mais fraco da corrente. Por que aumentar exageradamente a tensão na corrente? Para romper estes elos? Para se consumir, quiçá, a pouca endorfina, que se produz? Cada pessoa precisa saber de seus limites para não ser um hipertenso essencial. Sintomas da Hipertensão Arterial É muito raro alguém procurar um médico devido à hipertensão arterial, a não ser que já tenha sido diagnosticada anteriormente, uma vez que seus sintomas não são conclusivos. No geral, a “pressão alta” é um achado de exame, isto é, ela é diagnosticada quando o paciente é submetido a um exame de rotina e o profissional mede os níveis de pressão arterial. Quando dizemos que os sintomas não são conclusivos, significa que eles são muito vagos e gerais, tais como vertigens e tonturas, insônia, ruídos e zumbidos nos ouvidos, do de cabeça etc. Em geral, o paciente não apresenta sintomas notáveis, passando portanto, a hipertensão de forma desapercebida, como dissemos: achado de exame clínico. Daí a importância de um controle periódico dos níveis de pressão arterial. Mesmo em crianças, que ao contrário do que se acredita, também podem apresentar este quadro. Sintomas da Hipotensão Arterial A hipotensão arterial, chamada “pressão baixa”, também não apresenta sintomas característicos da hipertensão arterial. Talvez o sintoma mais característico seja a hipotensão postural, ou seja, aquela queda de pressão que acontece quando o indivíduo muda de posição, deitado ou sentado, para a posição ortostática, isto é, em pé. Devido a semelhança sintomatológica entre hiper e hipotensão arterial, deve-se tomar muito cuidado para “não comer gato por lebre”, principalmente quando se supõe que se está com uma queda de pressão quando na realidade se está hipertenso. A pessoa pode ser levada a tomar os famosos remédios para aumentar a pressão agravando ainda mais o quadro, podendo ocorrer algo perigoso e delicado como por exemplo: um derrame ( Acidente Vascular Cerebral). Automedicação Como referido no Capítulo sintomas de hipertensão arterial, o perigo da aumedicação acontece em qualquer área ou especialidade médica. Entretanto, automedicação é muito grande. nesta área particularmente, o risco de Quando nos referimos ao termo aumedicação, estamos incluindo o remédio receitado por pessoa não médica, mesmo que seja farmacêutico. Ninguém pode esquecer-se do papel do farmacêutico na sociedade, porém, só um médico pode avaliar um paciente como um todo. Quantos pacientes são internados às pressas devido a uma queda acentuada de pressão arterial? Ou devido o uso inadvertido de remédios para baixar a pressão? Estes medicamentos podem provocar um “derrame”( Acidente Vascular Cerebral Isquêmico) por falta de circulação cerebral, em decorrência da queda abrupta de tensão arterial. Mas a coisa não é tão fácil assim, mesmo um clínico geral costuma encaminhar o paciente para outros colegas de diferentes especialidades, conforme o caso. Apesar da medicina estar desacreditada em nosso país, até por causa de interesses econômicos, um bom profissional médico ainda é a solução para a nossa população. Reguladores da Pressão Arterial Os determinantes da pressão arterial ( PA), podem ser resumidos a grosso modo, na seguinte equação: Pressão Arterial (PA) = débito cardíaco (DC) x Resistência Periférica Total ( RPT). PA = DC x RPT Débito Cardíaco (DC), por definição, é a quantidade de sangue que sai do coração durante a contração, sístole. A resistência periférica total ( RPT) é dada principalmente pelo calibre das arteríolas conforme já visto anteriormente. Para um melhor entendimento suponhamos que ocorra um estreitamento ou uma diminuição de calibre de arteríolas, dificultando o fluxo de sangue que passa através delas. O organismo precisa receber a quantidade de sangue que está habituado. O que faz o coração? Como Bomba adaptável, ele aumenta a sua força de contração. Consequentemente, a pressão também aumenta para cumprir a finalidade de irrigar todo o território orgânico. Este aumento de pressão pode ser medido através do esfigomanômetro. Para ilustrar. Se quisermos aumentar a pressão da água de uma mangueira, é só diminuir o calibre do orifício de saída. A pressão não aumenta? O mesmo ocorre nas artérias. Prejuízos da Hipertensão Várias coisas podem decorrer do aumento da pressão arterial, principalmente o aumento do ventrículo esquerdo e esclerose secundária das artérias. Hipertrofia do ventrículo esquerdo: o coração, como qualquer músculo, aumenta de volume quando ocorre uma sobrecarga de trabalho. Na hipertensão arterial o ventrículo esquerdo tem que vencer uma resistência mais elevada que o normal, que produz um aumento de seu peso de 150 gramas, normalmente para 300 a 400 gramas. As artérias coronárias não acompanham este aumento de território e algumas áreas não são irrigadas satisfatoriamente, devido a diminuição do suprimento sangüíneo. Isto se agrava na medida em que a hipertensão evolui, podendo gerar um quadro clínico de angina pectoris, podendo causar dores no peito. Esclerose Secundária das Artérias Com o aumento da pressão sangüínea no interior das paredes das artérias, as mesmas vão sendo lesadas. Com isto ocorrem o surgimento de pequenos coágulos sangüíneos nas artérias de todo o corpo, que acabam por enfraquecê-las. Em conseqüência disso elas podem sofrer hemorragias ou tromboses importantes. Inclusive nas próprias artérias coronárias, levando o indivíduo a um quadro de infarto do miocárdio. A hemorragia cerebral geralmente é uma conseqüência da hipertensão, bem como a hemorragia dos vasos renais produzindo portanto, a destruição de grandes áreas dos rins e agravando progressivamente a hipertensão. Afinal, estes órgãos participam ativamente nos mecanismos de regulação de pressão arterial. Para efeito de ilustração, o nível de lesão sobre as artérias devidos à hipertensão arterial pode ser avaliado pelo exame de fundo de olho. Neste exame pode-se constatar e deduzir os efeitos deletérios da pressão aumentada sobre as demais artérias do organismo. Enfim, a hipertensão arterial produz alterações que prejudicam o organismo como um todo. Daí a importância de controlá-la já nas fases precoces da vida, mesmo quando criança, quando o caso assim exigir. Os Rins: Seu papel na Pressão Arterial Os rins tem um papel fundamental no controle da pressão arterial, uma vez que são o grande filtro do organismo. Sua função primordial é filtrar o sangue depurando-o das substâncias tóxicas, produzindo urina. Os rins controlam e regulam a quantidade de líquido do organismo. Podemos deduzir, portanto, que qualquer fator que diminua a função dos rins causa um acúmulo de líquido no corpo, ocasionando hipertensão. É fácil imaginar que existe uma bomba ( coração) que deve mandar sangue para um território, o coração deve aumentar a sua pressão de bomba propulsora de sangue arterial, para cumprir a sua função. As vezes, quando isto não é suficiente, o líquido extravasa dos vasos sangüíneos para os tecidos, promovendo inchaços ( edemas), principalmente nos membros inferiores. O Sal: O Grande Vilão O sal cujo nome científico é cloreto ou sódio, tem o poder de reter líquidos orgânicos. Portanto, é mister a redução do seu consumo por parte dos hipertensos. A finalidade da maioria dos diuréticos é justamente eliminar o excesso de sal do organismo. Paradoxalmente, tenho observado que a grande maioria dos hipertensos que chegam ao meu consultório, vem com a receita de um determinado diurético, conforme o caso exige. Porém, sem ter recebido qualquer outra orientação no sentido de diminuir a ingestão de sal. A meu ver, isto impossibilita uma diminuição e quiçá uma retirada dos diuréticos que também não são inócuos, uma vez que estes medicamentos espoliam outros minerais e micronutrientes de extremo valor para o nosso organismo, tais como: cloro, potássio, magnésio, etc. Promovem também alterações importantes nas paredes das artérias, enfraquecendo-as, além de provocar carência destes micronutrientes. Atualmente, parece existir um consenso de que se não houver uma predisposição para a hipertensão, o consumo moderado do sal não acarretará conseqüência danosa para o nosso organismo. Entretanto, sigo a opinião de Hipócrates, pai da medicina, de que: “em matéria de alimento, nada faz mal, depende da quantidade”. Dizem que “cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”. Tratamento de Hipertensão Arterial Esta obra visa apenas dar uma visão resumida e elementar das causas e conseqüências da hiper e hipotensão arterial a quem não possui uma cultura médica deixando que o médico de cada um trate o seu próprio paciente, mesmo porque, o assunto não é tão simples como tentamos explicar no curso deste livro. Entretanto, exporemos algumas medidas de ordem dietética, física e psicológica, não somente no sentido de prevenir, como também no de proporcionar uma melhor qualidade de vida para indivíduos predispostos a sofrerem de hipertensão arterial. Paavo Airola, em seu livro “How to Get Weel”, não considera a hipertensão arterial como sendo uma doença, mas como uma medida de defesa do organismo, diante de uma ação nociva qualquer, sobre várias funções do corpo humano, tais como: toxemia, disfunção renal, distúrbios glandulares, defeitos de metabolismo do cálcio, causas endócrinas, arteriosclerose, etc. Por isto, fora da área médica, o nosso objetivo é minimizar ou prevenir a hipertensão através de um tratamento biológico, tentando remover a verdadeira causa desta condição. Existem trabalhos mostrando que a atividade sexual faz bem para o coração e para o sistema circulatório. Segundo o Prof. Todorovic, médico iuguslavo radicado no Brasil, durante o ato sexual todas as células do organismo entram em atividade eliminando, desta maneira, todo o material tóxico existente em seu interior, bem como, da parte externa que as envolve, resultando num equilíbrio geral do organismo. Charles Chaplin, por exemplo, tinha relações sexuais diárias até os 80 anos. Airola considera que a alimentação pobre em sal e rica em potássio como vegetais crus e frutas é um fator de grande importância. Pouca proteína animal, café, sal de cozinha, álcool e mostarda, também tem relevância. A melancia, por ser rica em potássio é uma fruta importante para a alimentação. O óleo de alho é usado na URSS, como coadjuvante no controle da hipertensão arterial. A diminuição do peso parece que influi na diminuição da pressão arterial. Ainda, segundo Airola, longas caminhadas são um fator primordial para prevenção da hipertensão arterial. Além disso, sugere uma suplementação vitamínica e mineral natural, tentando melhorar a condição geral do organismo. Existem trabalhos demonstrando que se o indivíduo tomar medidas não médicas, tais como: reduzir o sal de cozinha, parar de fumar, fazer caminhadas diárias e higiene mental, pode reduzir em 40 a 60% o uso de medicação contra “pressão alta” já estabelecida. Imagine se ele tomar estas medidas preventivamente antes mesmo de apresentar sintomas, principalmente se houver uma história familiar de hipertensão. Ainda com relação aos tratamentos biológicos: os chás com propriedades diuréticas, tais como Uva Ursi, Equisetum, Alfafa ( Medicago Sativum) e o “cabelo de milho”, tem o seu valor não somente ação como diurético, como também por fornecer nutrientes indispensáveis para o bom funcionamento dos órgãos. Lembrar que a maioria das drogas existentes no mercado foi sintetizada a partir dos princípios ativos dos vegetais. Convém às pessoas hipertensas – ou mesmo aquelas que retém líquidos no organismo, principalmente em fase pré menstrual – passar um dia da semana comendo somente arroz integral, tomando os referidos chás e ingerindo melancia ou melão uma hora antes e três horas depois das refeições. O arroz integral pode ser temperado com bastante alho, gersal ou shoyo. Uma alternativa ao arroz integral é a sopa feita com uma xícara de folhas de cenoura, uma xícara de folhas de cenoura, uma xícara de folhas de beterraba, três xícaras de folhas de salsão, uma raíz de bardana ( gobo) ralada, uma cenoura média inteira, um litro de água destilada ou mineral. Deixe ferver e depois abaixe o fogo, tampe bem e cozinhe por mais uns 20 minutos. Liquidifique e faça bom proveito. Pode-se usar shoyo ou gersal. Existem também no mercado uma planta chamada Dinkgo Biloba, em cápsulas, que é usada para melhorar a circulação arterial, principalmente pelo pessoal que trabalha com radicais livres. Tratamento da Hipotensão Arterial Classicamente não existe um tratamento que cure a hipotensão arterial ou “pressão baixa”, a não ser algumas drogas derivadas da adrenalina ou semelhante a ela, que são ministradas quando o indivíduo está hipotenso. Como já vimos, a pressão arterial é o resultado da homeostasia. Vimos também que a “pressão baixa” pode ocorrer normalmente em pessoas de constituição astênica. Num trabalho, qualquer que seja, deve-se visar melhorar ou facilitar a homeostasia das pessoas. Isto pode ser feito através de exercícios físicos orientados e moderados como o caminhar. Também por uma alimentação que equilibre o sódio e o potássio no organismo, além das algas marinhas que contém elementos vitais, como: magnésio, zinco, selênio e manganês. As algas marinhas são um excelente alimento e atuam neste sentido. Alguns autores compartilham da idéia que a glândula supra renal ou adrenal está diretamente ligada à pressão arterial. Uma vez que ela secreta adrenalina e “corticóide interno”, mantendo a pressão arterial em níveis normais. A função desta glândula diminuída pode ser uma causa de “pressão baixa”. Para tanto, a fim de manter a supra renal funcionando, alguns profissionais que militam na área da medicina natural, preconizam o uso da vitamina C, com a finalidade de estimular a supra renal e produzir adrenalina e corticoesteróide. Existe no mercado uma vitamina C à base de cereja das Antilhas ou Acerola. Fico me perguntando: será que o indivíduo de constituição astênica não possui uma glândula supra renal funcionando para menos? Mesmo na “pressão baixa”, convém que cada um peça orientação à seu médico, porque a hipotensão arterial é apenas um sinal, cabendo somente ao médico, avaliá-lo no contexto geral do paciente, excluindo outras doenças importantes que possam comprometer a saúde do indivíduo. O Ginseng coreano e a Pláfia paniculata parecem agir diretamente sobre as glândulas supra renais e sobre o hipotálamo regulando suas funções, consequentemente melhorando a hipotensão arterial. Alimentação A alimentação sem dúvida alguma é o “segredo da saúde”. Através de uma alimentação equilibrada, recebemos todos os nutrientes, tais como: proteínas, gorduras, açucares, vitaminas e sais minerais, para que o organismo funcione adequada e harmoniosamente, mantendo a homeostasia. Mas o que é comer adequadamente, se o nosso solo é pobre em minerais, se a carne e os ovos que comemos, estão sobrecarregados de hormônios e os vegetais de agrotóxicos? Neste particular, cabe à população uma tomada de consciência para dirigir um grande movimento para encerrar de vez esta grande orquestração que está acabando com o nosso povo. Enquanto isto não ocorre, podemos nos guiar pela orientação fornecida pelo pai da medicina, Hipócrates, que disse: “Em matéria de alimentos, nada faz mal, depende da quantidade”. Claro que na sua época não existiam hormônios, agrotóxicos e o solo não estava espoliado, como agora. Com relação ainda a veracidade do conceito hipocrático, de que nada faz mal, depende da quantidade, basta nos reportarmos ao colesterol. Especialistas de renome, vem a público admitir que erraram criando um preconceito contra o colesterol, que é uma substância importantíssima no organismo. Ainda com relação ao colesterol, foi publicado um artigo na revista “Consultório Médico, nov/dez 93 da Associação Paulista de Medicina”, no qual um grupo de cientistas desafia aqueles que estabelecem uma relação entre doenças cardiovasculares e os altos índices de colesterol sangüíneo, a refazer o trabalho sobre o assunto. Segundo o texto: “... Esta análise não somente salienta a impressão de que a redução do colesterol não afeta de modo substancial o risco para as coronariopatias. O que mais surpreende é que os artigos que questionam o mérito da redução de colesterol tem sido evitados preferencialmente pelos revisores do tema.” ( Brit. Med. J. 305:15 – 1992). Como vimos, nada é tão absoluto assim! Nestes casos é melhor agir com parcimônia, adotando o ditado que diz: “nem tanto mar, nem tanto terra”. Particularmente, computo como importante o controle do colesterol para a saúde. Entretanto como refere a Dra. “ Há que se tratar o paciente e não somente os níveis de colesterol” . Se por um lado parece que existe uma relação entre os altos índices sangüíneos de colesterol e o infarto do miocárdio, parece, também, que taxas muito baixas de colesterol, estão intimamente ligadas a acidentes vasculares cerebrais ( “derrames”). O melhor é não exagerar, nem para mais, nem para menos, conforme Hipócrates, depende da quantidade, que deve ser controlada por um médico, de preferência um cardiologista ou um nefrologista. Os hábitos regionais também são fatores importantes que devem ser levados em consideração. A natureza sabe prover aos habitantes destas regiões, pois os alimentos adequados ao clima e peculiaridades de cada local. Outro mito que está sendo derrubado é o do açúcar. O açúcar é na realidade, um alimento importante para o organismo, diferentemente dos adoçantes artificiais, sintéticos que nada tem de alimento. Mesmo para pacientes diabéticos: já existe uma corrente médica que preconiza o retorno do açúcar durante as refeições para estes indivíduos. A única ressalva que faço é que o açúcar branco ou refinado perde neste processo vitaminas e sais minerais indispensáveis para o organismo. Primeiro para sua própria absorção por parte do organismo e segundo, porque sem equilíbrio entre o carboidrato, vitaminas e sais minerais, o açúcar branco se transforma em uma “caloria vazia”, isto é, não cumpre sua função de nutrir o organismo, pelo contrário, rouba nutrientes do próprio corpo para poder ser incorporado ao metabolismo. Acrescentando-se o fato que no processo de refino de açúcar, são acrescentadas várias substâncias cáusticas para transformá-lo no resultado final, que é o seu aspecto branco. Recentemente, numa entrevista coletiva, o Dr. Alfredo Halpern, endocrinologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade São Paulo, disse que o famosos arroz com feijão, bife e salada fornece um equilíbrio perfeito de nutrientes, para o organismo. Precisamos tomar cuidado com modismos existentes hoje. Como por exemplo a dieta alimentar do norte-americano, que precisa ser totalmente revista, devido a inúmeras doenças decorrentes dela. Hipócrates, anos antes de Cristo, já preconizava tudo o que se coloca como hoje, sendo uma descoberta maravilhosa dos dias atuais. Sem dúvida alguma, o mar será um fator fundamental, para fornecimento de nutrientes importantes para a manutenção da saúde do ser humano, através do pescado, algas marinhas, etc. Cumpre, portanto, preservá-lo, posto que, a vida se origina do mar e ele saberá nos prover, isto é, se o respeitarmos devidamente. Como já foi referido anteriormente, uma dieta equilibrada de sal de cozinha é fundamental para a preservação e quiçá cura da hipertensão arterial, principalmente em famílias onde existe uma história pregressa de “pressão alta”, ou seja: nas quais vários membros são ou foram hipertensos. Instintos Básicos da Vida Devemos tentar um tipo de vida onde se preserve os instintos básicos da vida, como comer adequadamente nas horas certas, dormir bem, descansar, ter lazer, vida sexual preservada, bem como manter um hábito intestinal com no mínimo uma evacuação diária. Pois quando um indivíduo fica sem evacuar, torna-se ENFEZADO, isto é, cheio de fezes, intoxicando todo o organismo, consequentemente o sistema cardiovascular. Começamos a morrer “ sensu latu” quando deixamos de lado nossas necessidades biológicas. Os animais selvagens, ao contrário, as conservam intactas, por isso mantém um equilíbrio fisiológico ( Homeostasia) e também um equilíbrio ecológico. A receita acima, vale tanto para indivíduos hipertensos, como para hipotensos, como sendo uma tentativa de se evitar os remédios clássicos, que quase sempre produzem algum efeito colateral de maior ou menor intensidade na economia do organismo. O Vinho e o Uísque são Realmente Bons? Reza uma crença popular que o vinho eleva a pressão arterial, enquanto o uísque a diminui. Todo ditado que emana do povo tem sua razão de existir, fruto da observação periódica dos fatos. Parece mesmo, muito embora existam controvérsias no meio médico, que pequenas doses de uísque ou outras bebidas destiladas agem sobre a tensão arterial deslocando seus níveis para baixo. Talvez por aumentar a diurese ( urina), inibindo a ação de um hormônio produzido na hipófise chamado ADH ( Hormônio Anti Diurético) ou aumentando o ritmo de filtração de urina nos rins ( filtração glomerular), diminuindo a reabsorção de água por parte do rim, restringindo, desta forma, o conteúdo de líquido no organismo. O vinho, pelo contrário, parece agir em sentido inverso, isto é, ocasionando um aumento da pressão arterial. O que se sabe de fato é que algumas pessoas respondem a ingestão de bebidas alcoólicas, ora fazendo hipertensão, ora fazendo hipotensão arterial, independentemente da beberagem que ingeriu, ou sejam, se fermentadas ou destiladas. Outros indivíduos podem apresentar um aumento de pressão, para logo em seguida, sofrerem uma queda abrupta da mesma, ou vice-versa. Aqui, também vale o aforisma de Hipócrates: “... depende da quantidade”. Vou mais longe ainda, depende do indivíduo ou da suscetibilidade de cada um. Vale a pena usar de parcimônia, enquanto não existir um consenso e uma comprovação científica sobre os verdadeiros efeitos do álcool na pressão arterial. O Fumo O tabagismo, hábito de fumar, provoca uma gama imensa de alterações prejudiciais ao organismo humano, em todos os níveis, muito dos quais de conhecimento da população. O fumo pode causar alterações orgânicas e funcionais no sistema cardiocirculatório. As alterações orgânicas se caracterizam principalmente pela inflamação na parede das artérias ( artrite), promovendo “endurecimento” destas mesmas artérias, predispondo ao aparecimento da arteriosclerose, que vai fazer com que a pressão arterial aumente de intensidade. As alterações funcionais, decorrem da ação direta do fumo sobre o sistema nervoso central ( encéfalo e medula espinhal) e sobre o sistema nervoso autônomo, que recebe este nome porque funciona independentemente da nossa vontade. A ação do tabaco sobre estes dois sistemas nervosos pode produzir palpitação cardíaca ( taquicardia), angústia precordial e, em certos casos, até angina do peito. As artérias apresentam-se mais contraídas ( tônus aumentado). Isto, em fumantes inveterados, pode apresentar a redução da capacidade de adaptação frente a situações em que normalmente as artérias se dilatariam. Podendo assim ocasionar sérios danos aos territórios ou órgãos que ela irriga de sangue arterial. Além de atuar deleteriamente sobre todo o organismo e em particular no sistema arterial ( direta ou indiretamente) através do sistema nervoso, o fumo influencia negativamente o sistema endócrino, provocando alterações hormonais que redundarão juntamente com os outros mecanismos citados, num desequilíbrio ainda maior da pressão arterial do indivíduo. Há de se lutar contra o tabagismo, mesmo porque aqueles que não fumam acabam sofrendo por tabela as conseqüências do hábito de fumar dos outros, principalmente crianças que pelas peculiaridades do seu sistema respiratório, acabam fumando junto, sofrendo desde pequenas as alterações já descritas. Em certas pessoas, particularmente sensíveis, o fumo faz desencadear certas perturbações nos vasos sangüíneos, como a trombo-angeite obliterante, que como o próprio nome indica, é uma inflamação destes vasos com a formação de trombos que obliteram a circulação podendo gerar complicações importantes na saúde destas pessoas. Para finalizar, discriminamos algumas vitaminas que o fumo espolia do organismo, sendo portanto, necessário uma maior ingestão dos mesmos, pelo tabagista. a) vitamina B1 ( Tiamina), que pode ser encontrada na levedura de cerveja, farelo de arroz, trigo integral, cereais, amendoim, vegetais e iorgute b) Vitamina C, que pode ser encontrada na fruta cítrica ( laranja, limão, cajú e uva), além de goiaba, mamão e manga - frutas silvestres - verduras - tomates - couve – flor - batata - batata doce - pimentão Duas frutas que contém uma quantidade enorme de vitamina C, são a acerola e o kiwi, este mais que a própria acerola. Existe no mercado uma vitamina C, natural, em cápsulas feitas com acerola, de grande valia para repor grandes quantidades de vitamina C. O que existe no mercado alopático não é vitamina C, é tão somente ácido ascórbico, uma vez que não possuem os outros elementos que a compõe tais como bioflavonóides. A Luz da Medicina Chinesa Toda medicina chinesa se baseia no conceito de TAO que pelo simples fato de ser definido já não é mais TAO. Esquematicamente, TAO é representado por um círculo dividido em duas partes iguais chamadas: YIN e YANG, que são chamadas energias negativas e positivas, respectivamente. Veja que a energia não é boa nem má. Energia é energia e pronto! O uso que fazemos da energia é que a torna boa ou má. O fato do YIN ser chamado de negativa não tem nenhum caráter pejorativo e sim de oposição ao positivo YANG, entretanto, na realidade elas são complementares entre si, conforme esquema a seguir: TAO YANG A hemi metade em claro Consequentemente a outra metade corresponde ao YIN. YNN corresponde ao YANG. Notar que dentro do YANG existe um pouco do YIN e viceversa, que confere um equilíbrio extraordinário entre estas duas formas de energia. Veja abaixo onde termina o YIN e começa o YANG e vice – versa. TAO Fim do Yang Começo do Yinn Fim do Yinn começo do Yang À luz da Medicina Chinesa a doença ocorre quando há um desequilíbrio entre estas duas modalidades de energia. Para dar maior clareza ao raciocínio, seguem-se algumas comparações entre aquela que é YIN e aquela que é YANG. YANG Homem Sol Carne Sódio Calor YIN Mulher Lua Vegetais Potássio Frio Como pode-se perceber, temos dentro de nós tanto o YIN como o YANG e é desse equilíbrio que resulta nossa boa saúde, ou seja, existem doenças relacionadas ao YIN e doenças relacionadas ao YANG. Sem entrar em muitos detalhes, a hipertensão arterial está quase sempre relacionada ao excesso de energia YANG, por isso a necessidade de reequilibrar e harmonizar o YIN – YANG. Como visto no esquema anterior o excesso de sódio ( sal de cozinha) aumenta a pressão arterial, que pode ser normalizada quando se ingere seu antagônico que é o potássio. Isto se dá ingerindo muitas frutas e vegetais crus, bem como diminuindo o consumo de carnes ( principalmente as vermelhas), pois este é o alimento mais YANG que existe. Para a mesma quantidade de carne vermelha deve-se comer sete vezes mais vegetais crus e frutas para que se estabeleça o referido equilíbrio YIN – YANG. Por isso, o indivíduo hipertenso deve ingerir mais peixes, que fornecem proteínas de altíssima qualidade. Este alimento, além de ajudar a controlar o colesterol no organismo, é menos YANG que a carne vermelha. No entanto, existem trabalhos científicos mostrando que mulheres que deixam de ingerir carne vermelha pode apresentar anemia importante, devido a perdas sangüíneas menstruais. A medicina clássica não cogita sobre a possibilidade de carne vermelha agravar a hipertensão arterial, que é um fato que deve ser levado em consideração à luz da Medicina Chinesa. Outra curiosidade é que os chineses acreditam que deve-se comer um pouco de carne de porco afim de melhorar o meridiano dos rins. Nestes casos o colesterol aonde fica?! Recentemente pesquisas tem mostrado que a carne de frango criado aqui no Brasil tem um índice de colesterol maior que a carne vermelha e, mesmo maior do que a de porco. Tudo depende da quantidade! Logicamente o paciente que sofre de hipotensão arterial deve comer a quantidade de carne vermelha que lhe cabe, ou seja um grama por quilo de peso ideal, por exemplo: uma pessoa com um peso ideal de 70 kg deve ingerir 70 gramas de proteína por dia, também não necessariamente proveniente da carne vermelha. Notar que mesmo para aquelas que não apresentam problemas algum a quantidade ideal de proteína é satisfeita com pequenas quantidades dos alimentos que a contém. Já dizia Hipócrates, pai da Medicina “em matéria de alimento, nada faz mal, depende da quantidade”. Por outro lado o filósofo Lucrécio enunciava que “a mesma carne que alimenta um homem pode envenenar outro homem”. Daí concluir que deve-se evitar aquilo que sabidamente faz mal e comer o restante com moderação. Para o indivíduo hipotenso um suplemento alimentar de extrema valia é o Ginseng, que é altamente YANG. O TAO é tão fantástico porque remonta a observações tipo: um copo é importante porque ele não é compacto, existe um vazio dentro dele, o mesmo vale para a roda de bicicleta, por exemplo, que só pode ser uma roda porque existem vazios entre os aros. Assim, deve ser a vida de um hipertenso que normalmente é um indivíduo muito ativo ( YANG), deve aprender a criar espaços vazios em sua vida, como o justo repouso e a quietude, pois o não fazer ( vazio) é tão importante quanto o realizar. É preciso aprender a repousar e descansar sem se sentir inútil. A seguir transcreveremos algumas atividades que interferem no YIN- YANG. Sem dúvida alguma a caminhada é o exercício que mais equilibra estas energias. Esportes adequados a você conforme a tipologia YIN – YANG: Ciclismo Caminhar YANG YIN Equilibra YANG-YIN Passear no Bosque YANG Caminhar nas Montanhas YIN Tonifica o YIN e o YANG simultaneamente Automóvel YANG YIN Rallye YANG YIN Corrida de Automóvel Musculação Boxe Artes Marciais Em circuito equilibra o YIN-YANG Equilibra o YIN e o YANG Equilibra o YIN e o YANG Equilibra o YIN e o YANG Exceção do judô que esgota o YANG. Pode provocar artrose no adulto e atraso de crescimento em crianças que não tenham um bom preparo físico prévio. Sob esta ótica YIN-YANG o hemisfério cerebral direito (HCD) é feminino (YIN) e o hemisfério esquerdo (HCE) é masculino (YANG). Estes dois hemisférios estão ligados entre si por uma estrutura chamada corpo caloso. Esta ligação significa que deve-se usar os dois hemisférios para se ter a plenitude da vida. O HCD representa tudo que pertence ao mundo feminino, como por exemplo, a influência da família da mãe. Enfim todos os ancestrais e arquétipos femininos do universo atuando através do inconsciente coletivo. Esqui Natação Tênis Ginástica Fortalece o YIN e não esgota o YANG Faz passar o YANG no YIN Elimina o excesso de YANG YIN Pelo método americano com aparelho tonifica o YIN e o YANG dando saúde por meio da força muscular O HCE ao contrário é complementar e representa tudo aquilo que é masculino, é analítico, enquanto o HCD é sintético, aquele é responsável pelo raciocínio concreto este é responsável pelo raciocínio abstrato. Ambos são importantes! Um homem de negócios, com predominância de HCE, deve desenvolver o outro hemisfério cerebral afim de manter equilíbrio YIN-YANG. Com a prática da Yoga, da música etc, poderá evitar o desenvolvimento de uma doença YANG, com a hipertensão arterial. Os gênios da humanidade só chegaram a este grau porque aprenderam a usar ambos os hemisférios cerebrais. Num mundo ocidental como o nosso, não é fácil manter este equilíbrio, porém tudo é valido para permanecer saudável, principalmente praticando Yoga ou Tai-Chi-Chuan, que harmonizam as energias YIN – YANG, promovendo uma integração entre ambos os hemisférios cerebrais. Repensando o Coração Existe um critério em metodologia científica, baseado no qual pode-se até transcrever um texto de uma maneira ética ou legal, desde que a fonte seja citada. Por isso resolvi colocar o texto a seguir ( fls. 59 e 60) como sendo o último capítulo antes da conclusão, devido a lindíssima abordagem holística que a Dra. Rita Francis Gonzalez Rodrigues Branco dá ao coração, num artigo publicado no jornal da Associação Médica brasileira, junho de 1993: Repensando o Coração Humano (Dra. Rita Francis Gonzalez Rodrigues Branco – Goiânia) “Muito se tem estudado e escrito sobre o coração humano. Sua anatomia, fisiologia e patologia são por demais conhecidas. Para desvendá-lo usamos o estetoscópio, os raios X, o ultrassom, os raios isótopos, os catéteres, os contrastes... Pode-se cortá-lo, suturá-lo, até implantá-lo para outro tórax... Mas pouco tem se falado da questão filosófica do coração. Remontando aos povos antigos e orientais, passando tangencialmente pelas teorias freudianas, sabemos que na natureza tudo é feminino ou masculino ( Yin e Yang). Os hindus vicenciam muito estes equilíbrio buscando o completo, o harmônico. O coração também tem seus dois lados em harmonia. O ventrículo esquerdo, “masculino”, trabalha bem com a pressão, é como um pai que suporta pressões e sabe lidar com autoridade que lhe é imposta. Tem força, é todo músculos. Não tem “elasticidade” para suportar volumes. Pai que dá a solução rápida, brusca, agressiva, forte... O ventrículo direito, “feminino”, é a mãe sempre pronta a conciliar, a ceder, a interceder e aceitar. Se o ventrículo esquerdo através de um “shunt”, manda volumes e pressão para os pulmões, o ventrículo direito tende a amortecer esta pressão na tentativa de protegê-lo. O ventrículo direito suporta enormes volumes, sempre há espaço para mais uma gota, mas esta câmara não está preparada para receber pressão. Ela não foi feita rude muscular e heróica. É uma câmara suave, contemplativa, receptiva. E quando a pressão aumenta sobre o ventrículo direito, duas reações podem ocorrer: a falência ou a estenose infundibular reativa. A falência é o desespero, a desestruturação de quem tentou o quanto pode para segurar o volume e a pressão a sim imputados. A estenose infundibular é a tentativa desesperada, última, de segurar toda a carga recebida. É o último abraço, aquele que tenta deter. É o “aninhar” os filhotes. A falência do ventrículo esquerdo assim como o ausentar da mãe faz sofrer todo o organismo. Importante lembrar que após a falência de um, vem a do outro. Eles vivem em harmonia. Um não pode viver sem o outro. Estas formulações não nos ajudarão na nossa clínica diária, mas com certeza nos farão sentir melhor com este coração que bate no peito de cada um de nós”. Complementando o artigo escrito pela Dra. Rita, é interessante lembrar que os gregos antigos atribuíam que determinados sentimentos estavam ligados aos diferentes órgãos, como por exemplo, o fígado que representava a sede das emoções, por isso, o mito de ficar nervoso faz mal para o fígado. É maravilhoso notar que existe esta mesma correspondência na Medicina Chinesa. Atualmente há estudos onde se relaciona a ocorrência de determinadas doenças com perfil psicológico do indivíduo, o que vem a comprovar a procedência dos conhecimentos anteriormente citados. Em holismo, palavra grega, que quer dizer todo, se se melhorar as partes melhora-se o todo, se se melhorar o todo automaticamente melhoram-se as partes. E que o todo é maior que a soma das partes. E o ser humano o que que é? Muito recentemente descobriu-se que o coração é mais que uma bomba propulsora de sangue. O coração é também uma glândula endócrina que secreta uma substância chamada Fator Natriurético Atrial (FNA), que tem a função de eliminar pela urina o sal (sódio), quando os átrios se distendem acima de um determinado volume ocasionado pelo excesso de sódio (sal). A descoberta acima ressalta a importância de se diminuir a ingestão de sal de cozinha, mesmo para quem não sofre de “pressão alta”, porque nestes casos pouco é muito. Quando conversava com um físico um fato que me deixou maravilhado: ele me informou que, atualmente, admite-se que o Sol não é uma massa sólida, mas uma estrela oca, que pulsa., que tem vida e que, provavelmente, tem 4 cavidades à semelhança do coração. Isto prova que o Sol pode ter vida como o coração, “assim como é em cima é em baixo” ou ainda, tudo que acontece no macro acontece no micro, ou seja, este fato denota que a saúde não é somente algo relacionado a ecologia, como também deve ser considerada no contexto macroscómico. Conclusão Esta exposição sobre a pressão arterial e suas variações de equilíbrio do organismo, ou seja, ao seu estado fisiológico, mostra o cuidado que se deve ter na interpretação do dado obtido numa medida de tensão arterial num dado momento da vida do indivíduo. Mesmo porque a ocorrência de uma pressão elevada em algum instante da vida da pessoa pode não ter significado algum, ou seja, pode ser normal para um outro indivíduo ou mesmo para aquela mesma pessoa, num outro tempo e espaço. A tensão arterial faz parte do organismo como um todo, sendo na maioria das vezes, resultado da homeostasia. Homeostasia, definida pelo fisiologista norte americano Walter Bradford Cannon, em 1916, é a propriedade hereditária do ser vivo de perdurar no tempo, mantendo o equilíbrio morfológico e funcional das suas células e tecidos. A homeostasia portanto é mantida por outra propriedade hereditária que é a auto-regulação. A auto – regulação se manifesta, por exemplo, quando a temperatura do ambiente é elevada, provocando uma dilatação dos capilares com a finalidade de eliminar o calor do organismo. “Homeostasia e auto – regulação do organismo constituem os mecanismos de adaptação e compensação do organismo aos diversos agentes externos, influindo assim não só na época da manifestação de uma moléstia, como também no modo de evolução e ação terapêutica”(Maffei). Por isso, cada pessoa adapta a sua pressão arterial tentando manter a sua homeostasia, consequentemente, esta pressão arterial é resultante de um mecanismo de adaptação e compensação. Prova disto é a recente descoberta que o coração também é uma glândula endócrina, que secreta hormônios. A pressão arterial é apenas um sinal que deve ser considerado juntamente com todo o organismo de acordo com o momento da vida da pessoa, bem como a sua idade e sexo. Não se pode esquecer da parcela de responsabilidade que cada indivíduo tem com ele mesmo no que tange a sua homeostasia e a auto – regulação, ou seja, com a própria saúde. Não se deve jogar somente nos ombros dos médicos tamanha responsabilidade. Se você tem ou já teve “pressão alta” ou ‘pressão baixa”, lembre-se do ditado francês que diz: “Em medicina como no amor, não diga sempre, nem jamais”, em outras palavras: não se pode afirmar em relação ao organismo humano que algo não tem cura ou solução. Muitas pessoas podem se tornar hipertensas essenciais a partir do momento que alguém lhes meça a pressão arterial, esboce um semblante muito sério, cunhe um som grave na voz e diga: “isto é muito sério, você está com pressão alta”. Quando sabemos e reafirmamos: este fato pode ser apenas um ato circunstancial. Dizem que de médico e de louco, cada um tem um pouco, porém, nestes casos, convém que se encaminhe no sentido estritamente profissional, ou seja, deixe o médico fazer esta avaliação. Medir a pressão arterial é um ato estritamente médico. Afinal, é para estas coisas e outras mais que ele estudou. Bibliografia EMBID, Alfredo y Ortega, Dra. Rosário – “Terapeutica com Oligoelementos y Diagnostico del Terreno en Medicina Funcional”- 1985- Madrid, Mil y Una Ediciones – Espanha. GIANNONI, Fortunato Gabriel – Medicina Básica p 1985, São Paulo, Brasil – RG – Serviços de Imprensa Ltda. GUIA DA VITAMINAS – 1986 – Editora Abril GUYTON, M. D. 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