1 O PAPEL DO LIDER NA MOTIVAÇÃO DE UMA EQUIPE DE VENDAS Rony Santos Ferreira1 Fabiana Franco2 RESUMO A economia brasileira passou por diversas mudanças devido às enormes modificações do comércio que aconteceram durante os anos. A variedade de lojas aliada com o aumento de informações dos consumidores exigiu que o perfil dos profissionais, que atuam nesse ramo, evoluísse assim como aconteceu no comércio. Quem trabalha com vendas deve estar motivado e o líder tem grande importância no estímulo aos colaboradores da empresa para alcançar as metas pretendidas. O trabalho tem como objetivo avaliar os fatores motivacionais dos colaboradores, da empresa de revenda de material industrial em Vitória, no Estado do Espírito Santo (ES), e elucidar como a motivação influencia no desempenho dos trabalhadores. Para tal avaliaremos o papel do líder na motivação dos colaboradores utilizando como metodologia questionário com perguntas abertas e fechadas aplicadas para 15 colaboradores e questionário para o gestor da empresa de revenda. O propósito foi identificar os fatores e o nível de motivação dos profissionais da equipe da referida equipe. Com a análise dos questionários pode reconhecer que a relação entre os funcionários e os departamentos é boa e que na empresa existe um líder de venda, eficiente e preparado, que estimula a motivação nos servidores. Assim, com o presente estudo é visível a motivação nos funcionários ressaltando, dessa forma, a importância no desenvolvimento da empresa para alcance das metas propostas e para a superação das dificuldades encontradas no comércio atual. Palavras-Chave: Comércio. Colaboradores. Teorias da motivação. INTRODUÇÃO A economia brasileira passou por diversas mudanças devido às enormes alterações do comércio que aconteceram durante os anos. Essas transformações são justificadas pela globalização, que refletiu a ampliação do comércio em diversas cidades, contribuindo para a economia nacional e consequentemente para a economia de diversas famílias brasileiras (BERNADO; BAZAGA, 2011). Com o crescimento do comércio surgiu também o aumento da concorrência entre os comerciantes, pois os preços e as características dos produtos ficaram similares (MOTTA; SILVA, 2006). A variedade de lojas aliada ao aumento de informações dos consumidores exigiu que o perfil dos profissionais, que atuam nesse ramo, evoluísse, assim como a evolução que ocorreu no comércio, na qual os profissionais buscam aperfeiçoamento, acrescentando novos modos no atendimento e atingindo metas, 1 2 Graduando de Administração na Estácio Vitória, [email protected] Dra em Comunicação, docente na Estácio de Vitória, [email protected] 2 deixando no passado aquele perfil antigo de balconista, para assim agregar valores para o atendimento (PARENTE, 2007). O cotidiano de um vendedor não é fácil, pois ter bom relacionamento, fechar venda e agradar os clientes é um processo complexo (MATOS, 2011). Para isso são necessários profissionais preparados e criativos para executar tais atividades com alta eficiência, visando o sucesso e a permanência da empresa no mercado, principalmente quando deparados com as dificuldades do comércio (MATOS, 2011). O autor afirma também, que o sucesso de uma empresa depende da criatividade e do bom atendimento da equipe de vendas, visto que os produtos estão altamente competitivos e com quase nenhuma diferença, o que sobressai dessa forma é a qualidade do serviço. Os autores Bernado e Bazaga (2011) afirmam que devido à similaridade dos produtos e a clientela cada vez mais exigente, o bom atendimento, o serviço padronizado, o bom relacionamento e a fidelização dos consumidores são fatores essenciais na decisão de compra. Para conquistar tal fato, as lojas precisam ter bons profissionais nas funções de vendas e antes disso ter bom líder que motivam e permitem que os vendedores sejam multifuncionais (BERNADO; BAZAGA, 2011). Partindo dessa necessidade de atender as exigências do mercado é de suma importância a empresa ter um bom líder para conduzir a equipe de vendas para almejar os objetivos, metas, sucesso da empresa e acima de tudo formar um grupo sincronizado e unido em um propósito e que se sintam motivados. Assim, o papel do líder da equipe de vendedores é imprescindível para o melhor desenvolvimento das vendas, pois o tratamento do mesmo com os funcionários é o principal fator da motivação do grupo (BRUGNERA, 2007). Por esses motivos é importante estudar o papel do líder na motivação dos vendedores, a fim de verificar a eficiência nas melhorias das vendas, e no sentimento de realização e motivação dos funcionários ao participar das atividades comerciais da empresa. O nível de motivação da equipe de venda contribui para melhorar a qualidade do nível de atendimento prestado aos clientes. Nesse contexto, o seguinte estudo tem como objetivo avaliar os fatores motivacionais dos colaboradores, da empresa de revenda de material industrial, em Vitória, no estado do Espírito Santo (ES), e como a motivação influencia no desempenho dos trabalhadores e estudar o papel do líder na motivação dos mesmos. O presente estudo teve como metodologia a aplicação de um questionário avaliativo para 15 colaboradores da empresa de revenda para manutenção industrial, situada no município de Vitória no Estado do Espírito Santo, com o propósito de identificar os fatores motivacionais e o nível de motivação dos profissionais da equipe de vendas da empresa em estudo, a fim de propor medida que as melhorem se assim for necessária, melhorando a qualidade dos serviços prestados. 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 MOTIVAÇÃO Atualmente sabe-se que a auto realização, dos colaboradores, é uma estratégia para uma empresa alcançar o sucesso tão desejado. Esse sentimento de realização só é possível se houver a motivação dos mesmos. A motivação é um termo muito utilizado, nos dias de hoje, por se tratar de um fato que atinge 3 diretamente no desempenho da empresa como todo. Estamos na década em que as pessoas, sociedade e o próprio governo reconhecem que a vida está acima de tudo e não subordinada a que nos rege e que o bem estar e o psicológico são sinônimos de vida saudável e esses são fatores que refletem na motivação e no desenvolvimento dos colaboradores das empresas (BUENO, 2002). A motivação é definida por Bergamini (2003) e Brugnera (2007) como uma força que encontra-se no interior das pessoas que está relacionada a um desejo ou/e um objetivo, uma pessoa pode estimular a outra, gerando estímulos motivacionais, permitindo com que essa siga uma determinação desejada (MATOS, 2011). Segundo Vergara (2003), nós nos motivamos, ninguém possui o poder de motivar alguém, mas apenas estimular, incentivar, ou provocar, ou melhor, a motivação difere do estímulo, pois essa está no nosso interior, entretanto o estímulo é a força que vem de fora, porém permite a nossa motivação. Em uma empresa, muitas vezes, os trabalhadores são levados a fazer certas coisas para não ser prejudicados ou para alcançar uma remuneração, em tal caso um terceiro estimula os colaboradores para a realização de tal atividade, não partindo de si própria (BRUGNERA, 2007). Assim, é muito importante conhecer os fatores motivacionais dos colaboradores de uma empresa, pois essa explica o comportamento de uma pessoa (BERGAMINI, 2003). Cabe-se dessa maneira, o gerente de venda identificar origem da razão que levam os vendedores alcançar objetivos ainda não alcançados, visto que é essa força que influenciará no desenvolvimento da empresa (MATOS, 2011). O seguinte autor afirma também que os motivos impulsionam as pessoas terem certos modos e ações, entretanto essas ações podem ser influenciadas por estímulos externos modificando, dessa maneira, os modos e comportamento. À vista disso, é de suma importância a o gerente de vendas compreender e produzir um ambiente motivador dentro da sua empresa, a fim de estimular os colaboradores de venda obtendo assim, melhor produtividade aumentando o faturamento. A estimulação da motivação pode ser provocada nos vendedores a partir de cursos de capacitação, premiações, bônus, aumento de salários, comissões e vale viagens (CHIAVENATO, 2004). 2.2 FATORES MOTIVACIONAIS NA VENDAS Para um líder de vendas, o papel mais difícil a ser realizado é manter sua equipe motivada ou, ao menos, evitar a desmotivação. Assim o gerente sempre deve se preocupar com quais fatores que auxiliam nesse processo para que assim possam atingir metas propostas e aumentar a produção da empresa gerando bons resultados (BERNARDO; BAZAGA, 2011). Existem vários fatores que podem causar a motivação ou a desmotivação. A realização interna pessoal é o que as alimentam, ou seja, a auto realização é que fornece força para correr atrás do desejado (BERNARDO; BAZAGA, 2011). Para obter melhores rendimentos em uma empresa é necessário que os colaboradores recebam estímulos para aumentar seu rendimento, principalmente referente aos vendedores, que nem sempre tem resultado positivo, pois seus clientes nem sempre compram os produtos oferecidos, dessa maneira por considerar essa força como a energia que alimenta as ações é imprescindível que essa energia seja alimentada, 4 pois será a motivação que compensará as possíveis frustrações (MOREIRA et al.,2001). O líder tem que valorizar, demonstrar satisfação e reconhecer as competências da equipe de trabalho que passarão a ver prazer no trabalho melhorando seu desenvolvimento no ambiente de trabalho (BRUGNERA, 2007). Segundo Bergamini (1994) para uma empresa ter um ótimo retorno no seu investimento, é necessária, contratar não apenas as mãos dos trabalhadores, mas sim suas mentes e corações. Esses aspectos possibilitam o bem estar dos trabalhadores permitindo sua motivação. Entretanto, atualmente o emprego é sinônimo de sobrevivência não de satisfação motivacional. São deixados para trás o auto estima e auto realização no que refere-se ao trabalho (BERGAMINI, 1994). Neste contexto, é reconhecida a cada dia a importância do líder, no ambiente de trabalho (VERGARA, 2003). 2.3 TEORIAS DA MOTIVAÇÃO 2.3.1 TEORIA DE MASLOW Abraham Maslow nasceu 1º de abril de 1908 em Nova Iorque e foi primogênito de uma família russa. Na sua infância, Maslow passou por diversos problemas, caracterizando esse momento muito conturbado. Apesar de que foi criado em uma comunidade judaica, sua mãe era mulher supersticiosa na qual o castigava e o atormentava acreditando que esses atos eram divinos. Mesmo com tantos problemas e mesmo não tendo escolaridade, os pais Maslow valorizavam os estudos, fazendo dessa maneira que seu filho estudasse em boas escolas (BUENO, 2002). Na universidade atuou nas áreas de psicologia, anatomia, fisiologia e comportamento animal, no mestrado teve como tese o tema: Aprendizagem, retenção e reprodução de material verbal, na qual redeu artigos, que entretanto, não era aceito e visto com valor na sociedade acadêmica, acabando assim guardados pelo autor por vergonha (BUENO, 2002). Já no doutorado Maslow trabalhou com comportamento social e aprendizagem dos primatas. Neste momento houve uma mudança radical na vida de Maslow, pois em 1932 após aprofundar os estudos em orangotangos descobriu a relação próxima entre fatores de motivação dos homens e dos primatas. Em 1934 em Wisconsin terminou o doutorado em Psicologia (HERINGS, 1996). Ao retornar para Nova Iorque em 1935, Maslow teve oportunidade de aprofundar seus estudos juntamente com psicólogos mais brilhantes da época. Teve oportunidade de lecionar no Brookliyn College, utilizando métodos inovadores. Todo esse conhecimento permitiu que em 1941 Maslow escrevesse seus trabalhos na área de psicologia e motivação. Logo após publicou aos 35 anos o texto mais influente da sua carreira, na qual construiu a pirâmide das necessidades humana (BUENO, 2002). Maslow ao desenvolver a teoria da motivação baseou-se nas necessidades humanas, visto que partia da premissa que a motivação é uma força interna que determina o comportamento das pessoas para satisfazer as necessidades (BERGAMINI, 2003). Segundo ele as necessidades era classificadas em 5: necessidades fisiológicas, segurança, sociais, estima e auto realização. Moslow distribuiu as necessidades em forma de pirâmide (FIGURA 1). Figura 1 – Hierarquia das Necessidades – Pirâmide Motivacional 5 Fonte: Adaptado de Motta (2004, p.74) A hierarquia das necessidades pode ser classificada em necessidades primárias e necessidades secundárias, na qual as primárias constituem a base da pirâmide e à medida que essas necessidades não estiverem satisfeitas outras necessidades não poderiam ser motivadas (BRUGNERA, 2007). As necessidades primárias são as fisiológicas e as necessidades de segurança, visto que as necessidades secundárias são sociais, necessidades de auto-estima e de auto-realização. Podem-se exemplificar como necessidade fisiológica aquelas que dizem respeito à sobrevivência como fome, sede, sexo e abrigo. A necessidade de segurança esta relacionada com a proteção contra algo, real ou não, como salário, aposentadoria e saúde (VERGARA, 2003). O mesmo autor afirma que as necessidades sociais são exemplificadas como o amor compartilhado de pertencer a um grupo. A de auto-estima é ligada com reconhecer, prestígio e amor e de auto-realização diz respeito com potencial e utilização completa das habilidades. Ambas as necessidades citadas à cima são consideradas como secundárias (FIGURA 2). Figura 2 – Hierarquia das necessidades humanas, segundo Maslow 6 Fonte: Chiavenato (2006, p. 93) 2.3.2 HERZERG Frederick Herzeberg foi psicólogo e consultor/professor universitário americano. Na década de 60, considerando a teoria de Maslow, formulou a teoria dos dois fatores. Herzeberg discordava em alguns pontos da teoria de Maslow sobre a motivação, pois achava que estes estudos foram aplicados no geral. Assim Herzeberg direcionou seu estudo apenas na motivação do trabalho (KWASNICKA, 2006). Para Herzeberg as necessidades básicas não eram fontes de motivação, como afirmava Maslow, mas sim as necessidades complexas que geravam a motivação, por exemplo, a auto-estima e auto-realização. Ele considera as necessidades básicas apenas como fatores que podem levar a insatisfação, quando as mesmas eram precárias. As necessidades básicas são fatores que evitam a insatisfação no ambiente de trabalho (BUENO, 2002). O comportamento humano no trabalho é orientado, segundo Herzeberg, por dois fatores: Higiênicos e os motivacionais (QUADRO 1). Quadro 1 - Herzeberg: Fatores Higiênicos e Motivadores Fatores que Previnem a Insatisfação Fatores que geram satisfação (Higiêncios) (Motivadores) Salário Realização Condições de Trabalho Reconhecimento Relação com pares, com supervisores e com Responsabilidade subordinados Segurança Progresso Política e Administração da Companhia Desenvolvimento Fonte: Hering (1996) 7 Os fatores que fogem do controle do trabalhador são considerados fatores higiênicos. Como visto na tabela 1 são condições que previnem a insatisfação dos colaboradores, porém não favorece a satisfação, o mesmo é denominado extrínseco. Já os fatores motivacionais são controlados pelos indivíduos e que levam a auto-realização e auto-estima, esses fatores alcançado levam a satisfação. Os fatores motivacionais são considerados intrínsecos (VERGARA, 2003). Segundo Maximiano (2006) a teoria de Herzeberg evidencia os seguintes pontos: Apenas os fatores intrínsecos produzem a satisfação. Os fatores extrínsecos não levam a satisfação, entretanto evita a insatisfação. Consideram a satisfação e a insatisfação como processos diferentes influenciados por diferentes fatores. O mesmo autor afirma que a os fatores de higiene, propostos por Herzeberg, não permitem os colaboradores a estimular a motivação, porém para a existência da motivação é necessário que as pessoas estejam satisfeita com o ambiente de trabalho (extrínseco) para colocar suas competência e habilidades em práticas. Dessa forma apenas as necessidades mais elevadas são consideradas como motivação para os trabalhadores. 2.3.3 MC GREGAR: TEORA X E A TEORIA Y Douglas Mcgregor formulou a teoria X e Y a fim de apresentar o comportamento das pessoas dentro das organizações. Para Mcgregor é imprescindível que seja adotado a postura y para o sucesso de uma empresa. O quadro 2 apresenta as teorias X e Y de Mcgregor. Quadro 2 – Teoria X e Y de Mcgregor TEORIA X TEORIA Y O trabalho é encarado pelas As atividades realizadas no pessoas como mal necessário. trabalho são consideradas naturais quanto as atividades As responsabilidades no de lazer. trabalho são evitadas pelos colaboradores As responsabilidades são aceitas e procuradas pelos A punição é uma ferramenta trabalhadores. para conseguir mais comprometimento das pessoas Os trabalhadores buscam a no trabalho. satisfazer suas necessidades para assim alcançar os Iniciativa inexistente. objetivos da empresa, tendo As mudanças não são sempre muito admiradas pela equipe de comprometimento. trabalho A equipe de trabalho apresenta alta criatividade e são capazes de solucionar os problemas O desafio é apreciado pelas pessoas. Fonte: Bueno (2002) Mcgregor classifica também as recompensas nas seguintes categorias: 8 Incentivo extrínseco: Ligado ao ambiente de trabalho. Incentivo intrínseco: Ligado a realização do individuo no desenvolvimento das atividades propostas no trabalho. De acordo com Mcgregor a administração de uma empresa deve possuir ferramentas e estratégias para que os membros possam ter boas condições de trabalho e se sintam motivados para obter melhores resultados no ambiente de trabalho (BUENO, 2002). Para uma empresa alcançar os objetivos, é de suma importância que os colaboradores da mesma tenham comportamento Y, assim os desafios e satisfação sejam estimulados e o trabalho seja visto por todos como algo agradável. 2.3.4 ADMINISTRAÇÃO JAPONESA DE WILLIAN OUCHI: TEORIA Z O americano William Ouchi, de descendência japonesa, foi professor e formulou a teoria Z que complementava a teoria X e Y de Mc Gregor. Em 1985 ao publicar o livro de título “Como as empresas podem enfrentar o desafio japonês” contribuiu significantemente para as organizações das empresas. O livro relatava o sucesso da concepção de administração japonesa e sua excelente aplicação em empresas americanas (ECORSIM et al., 2005). O estilo, idéias e experiência da administração japonesa foi a base para William Ouchi formular sua teoria Z, nela apresenta o sistema trabalhista do Japão. Segundo Bueno (2002) a teoria Z concentra-se três instituições tradicionais do Japão. Emprego vitalício; Remuneração por antiguidade; Sindicato por empresa No emprego vitalício parte do princípio que o japonês tem o emprego estável, cujo terminando a vida estudantil entra no emprego na qual tende permanecer nele toda sua vida. A remuneração por antiguidade é a remuneração ofertada por gratificação ao empregado mais de uma vez por ano. O ponto mais importante é o sindicato, pois nele que há escolha de como tratar os empregados e como atender suas necessidades, onde estabelece uma relação patrão e empregado de forma harmoniosa (ECORSIM et al., 2005). A teoria Z de William Ouchi mudou fortemente a forma de tratamento da classe de trabalhadores da empresa. O pensamento que o trabalho pesado e árduo que trazia grande produtividade, ficou para trás, agora a produtividade era vista como produto de um ambiente de trabalho que havia participação de todos, confiança, serenidade e criatividade. Esses elementos formam a nova sociedade industrializada, onde a participação de todos no que diz respeito à empresa é de suma importância para alcançar metas de organização, maior produtividade e objetivo proposto (ECORSIM et al., 2005). O mesmo autor afirma que essa nova forma de administrar a empresa obteve muito sucesso com o uso de técnicas orientais, esse novo estilo de administrar ficou conhecido como Administração Participativa (AP). Assim, a participação de todos os membros da empresa, era imprescindível para formar um ambiente de trabalho agradável, cujo convívio e a harmonia entre os colaboradores, são considerados como motivação à produção. 2.4 LIDERANÇA Liderar não é mandar em um grupo de pessoas, mas sim devido seus princípios e valores o líder torna-se respeitado e amado por um grupo. Liderar é se 9 importar com o bem estar e respeitar as pessoas que estão ao seu redor. Na história da humanidade diversos homens evidenciaram por conseguir influenciar no comportamento de um grupo através de sua idealização, habilidade e competência. Pode-se citar como exemplo, Jesus cristo, Napoleão Bonaparte, Franklin Delano Roosevelt, Adolf Hitler e Martin Luther King (AMARAL, 2011). A liderança é conceituada como um processo de influenciar ações ou modos em uma pessoa ou um grupo, de maneira intencional a fim de direcionar a um objetivo comum e gerar resultados (CHIAVENATO, 2005). Assim o líder tem o papel de dirigir o comportamento das pessoas, através da admiração conquistada pelos seus princípios e ética moral. Mañas (2001) afirma que a liderança permite ativar a criatividade, dessa forma muitas vezes, um grupo de trabalho necessita de motivação para elevar a criatividade e à participação na busca de almejar metas, interagindo de maneira que formem excelente equipe de trabalho. Para o sucesso de uma empresa é necessário que os colaboradores possuam um líder para almejar sua meta, além disso, ele que possui o papel de unir equipe de trabalho (SOTO, 2002). A motivação da equipe não pode ser apenas financeira, mas que os vendedores sejam motivados em sentir valorizados pelo seu comportamento e habilidades reconhecidas, portanto o líder tem um grande papel de estreitar o caminho para chegar à glória de boas vendas, na qual sempre irá motivar os colaboradores, que contrapartida, dedicará ao máximo para conquistar o objetivo comum (AMARAL, 2011). 2.5 TRABALHO EM EQUIPE Para alcançar o sucesso de vendas desejado, de uma empresa, é imprescindível que haja uma equipe de trabalho competente e sincronizada, cujo grupo almeja pelo mesmo objetivo. Os autores Bernardo; Bazaga (2011) acreditam que o gerente é a ferramenta chave para formar equipe eficiente e com habilidades capazes de interferir de modo positivo nas vendas. Para a formação de equipes de trabalho o gerente deve sempre implantar boas condições de trabalho, ambiente adequado, uma forte liderança, treinamentos, reconhecer e gratificar os bons funcionários, possuir mercadorias de boa qualidade e salários compensatórios (FRAZÃO, 2008). Desse modo, pode-se afirmar que o trabalho em equipe está intimamente ligado com a motivação e a liderança no ambiente de trabalho. Um conjunto de pessoas trabalhando no mesmo ambiente não é sinônimo de trabalho em equipe. O trabalho em equipe pode ser considerado quando há nos integrantes conjuntos de características compartilhadas entre os membros, que tenham responsabilidades, que tenham troca de informações, conhecimento mútuo, deixando assim as pessoas mais próximas uma da outra para auferir os objetivos propostos pela empresa (VERGARA, 2003). Em uma verdadeira equipe de trabalho atingir o objetivo comum é o mínimo, a sincronização permite que busquem muito mais que simplesmente realizar este objetivo, pois esses fatos favorecem a união e a cumplicidade entre os colaboradores devido à estimulação dos sentimentos motivacionais (BRUGNERA, 2007). O trabalho em equipe é muito importante no crescimento da empresa, entretanto é de suma importância considerar que este grupo é formado por pessoas diferentes que deparados com certas situações terão postura distintas, porém esse aspecto não impede na união dos colaboradores. Castilho (1998), afirma que a equipe coesa torna o trabalho mais produtivo porque os colaboradores trocam suas habilidades, conhecimento e aprendem um com outro no dia a dia, permitindo assim considerar que o trabalho em equipe tenha 10 muitas vantagens. A mesma autora afirma que o trabalho em conjunto possibilita os participantes tenham mais comprometimentos, assumem sem medo riscos pois sentem mais seguros por se tratar de um grupo, as idéias são mais valiosas de melhores qualidades permitindo assim a realização de um ótimo trabalho capaz de alcançar os objetivos da empresas a e auto realização no ambiente de trabalho. O trabalho em equipe gera uma atmosfera de confiança aumentando a eficácia na organização da empresa transformando o ambiente de trabalho mais agradável e motivador. Para melhorar a atividade em grupo é fundamental ter bom relacionamento entre as pessoas, desenvolver relações saudáveis e que tenha ótima interação. Esses aspectos é a chave para empresa obter melhor produtividade e fazer que a mesma sobressaia no campo comercial (MASCOVICI, 1993). 3. ANÁLISE DOS DADOS Os dados foram coletados a partir de dois questionários estruturados para contendo perguntas abertas e fechadas, uma para cada público alvo. Foram entregues aos funcionários que se voluntariaram a responder a pesquisa. Os colaboradores responderam ao questionário do anexo 1 e o gestor do anexo 2. Foram analisados 15 questionários aplicados para os colaboradores. Dos respondentes 80% são homens e 20% são mulheres, 60% apresentam ensino médio completo e 40% possuem ensino superior (TABELA 1). Tabela 1 – Nível de escolaridade dos colaboradores da empresa do presente estudo ESCOLARIDADE Ensino Médio Ensino Médio Técnico Ensino Superior Incompleto Ensino Superior Completo Pós Graduação PORCENTAGEM 33,4% 13.3% 13.3% 40% 0% Fonte: Elaboração Própria O quadro de colaboradores é composto por colaboradores que possuem tempo de prestação de serviços na empresa, apenas 20% desses, apresentam menos de 1 ano de serviço, 60% dos mesmos, possui 1 a 6 anos de prestação de serviço a empresa. A faixa salarial dos empregados varia de acordo com as suas funções na empresa, uma vez que apenas 1 empregado apresenta o salário abaixo de um salário mínimo (Gráfico 1). Porque ? pode alguém receber menos que um salário? Gráfico 1 – Salário dos colaboradores 11 Fonte: Elaboração Própria Todos os funcionários afirmaram que recebem treinamentos para melhor execução do seu cargo no local de trabalho e 73,3% dos trabalhadores afirma que seu salário é adequado ao seu cargo e suas responsabilidades. Esse indicador de satisfação é importante para a motivação dos colaboradores visto que esse sentimento reflete no bom desenvolvimento das atividades do trabalho (MARTINS, 1984). A maioria dos funcionários (93.3%) percebe a existência de um líder na empresa e declaram que há motivação do líder com eles mesmos e que estão satisfeitos com a atuação do líder na empresa. Trabalhos como de Bernardo; Bazaga (2011) e Oliveira (2008) afirmam que para almejar os objetivos no trabalho é necessária a satisfação dos trabalhadores com o líder e que o mesmo seja capaz de estimular a motivação na equipe. A figura 6 apresenta as vantagens competitivas da empresa. Com maior porcentagem 86,66%, os funcionários citaram a imagem da empresa e a qualidade do produto como vantagem da empresa em frete ao mercado como observamos no gráfico 2, abaixo: Gráfico 2 – Vantagens da empresa 12 Fonte: Elaboração Própria Os fatores motivacionais da empresa com maior porcentagem, informados pela equipe, foram gostar do faz (66,66%), instalação física adequadas (60%) e Integração da equipe de trabalho (53,33%), como pode ser analisado na imagem a seguir (Gráfico 3). Gráfico 3 - Fatores que motivam os colaboradores Fonte: Elaboração Própria A Tabela abaixo apresenta à porcentagem da concordância das afirmativas realizadas a equipe, na qual 1-Concordo totalmente; 2 Concordo parcialmente; 3 – Discordo parcialmente; 4- Discordo totalmente. 5 – Não se aplica / Não Sei. Tabela 2 - Concordância dos funcionários relacionado as afirmativas 13 AFIRMATIVAS A empresa se preocupa com as minhas necessidades Minhas habilidades correspondem ao meu cargo Recebi treinamento para desempenhar meu cargo Trabalho mais quando estou motivado Tenho motivação para trabalhar na empresa Meu salário corresponde ao meu esforço e dedicação Me relaciono bem com quem eu trabalho Tenho autonomia para propor idéias e melhorias na empresa O ambiente de trabalho influencia na minha motivação Se me senti frustrado por achar que merecia uma promoção Meu gerente esta sempre disponível quando necessito O que mais me motiva na empresa é o salário 1 2 3 4 46,60% 33,30% 13,50% 53,30% 40% 73,3 20% 40% 5 6,60% 6,70% 46,60% 13,40% 20% 6,60% 80% 6,60% 66,80% 20% 6,60% 60% 26,60% 13,40% 33,30% 53,50% 6,60% 6,60% 33,30% 66,70% 13,50% 20% 26,50% 20% 20% 33,30% 53,20% 13,50% 6,60% 40% 46,60% 6,60% Fonte: Elaboração Própria Em geral, as afirmativas na maioria tiveram concordância total ou parcial, atestando que a empresa buscar estimular a motivação dos trabalhadores. Segundo o questionário, aplicado ao gestor, na empresa existe colaboração entre os departamentos das empresas e o relacionamento entre os funcionários é bom. O gerente de vendas tem boa capacidade de motivar a equipe e também apresenta facilidade de relacionar com sua equipe de trabalho. O mesmo apresenta grande facilidade de solucionar problemas, facilitando dessa maneira o funcionamento da empresa. Em uma empresa é presente fatores de desmotivam como também fatores de motivação. Trabalhos como de Brugnera (2007) relatam alguns desses fatores que despertam a desmotivação da equipe e os principais deles são: o gestor possuir a responsabilidade de chamar atenção dos funcionários quando necessário; Falta de reconhecimento dos funcionários; Metas inatingíveis; Salário inadequado; Competitividade entre os indivíduos da equipe. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com o presente estudo pode-se concluir que a motivação é um processo de suma importância para o comércio, e este deve ser estimulado por um líder na equipe de trabalho para que alcance os objetivos propostos a fim de aprimorar as vendas. Logo, na empresa estudada fica clara a presença de um líder e a influência que o líder tem na motivação da equipe de trabalho. Vale ressaltar, que além da qualidade dos produtos oferecidos pela empresa, do bom ambiente de trabalho e da boa 14 estrutura física é de suma importância a valorização do potencial humano dentro do empresa em que trabalha, assim devem-se continuar valorizando as relações afetivas e emocionais dos colaboradores, pois investindo neste ponto estará dando um passo à frente dos outros órgãos e possibilitando superar as metas desejadas. REFERÊNCIAS AMARAL, L. F. N. Como Liderar uma equipe de vendas para o sucesso. 2011. 43f. Monografia (Gestão Estratégica de Vendas e Negociação) – Universidade Candido Mendes, Rio de Janeiro, 2011. BERGAMINI, C. W. Liderança: Administração do sentido. São Paulo: Atlas, 1994 . BERGAMINI, C. W. Motivação nas Organizações. 4ª Edição. São Paulo: Atlas, 2003. BERNARDO, J. M. L; BAZAGA, C. E. D. O papel do gerente de vendas em lojas de varejo. Revista Eletrônica da Faculdade Metodista Granbery, MG, n.10, jan/jun. 2011. BUENO, M. As teorias de motivação humana e sua contribuição para a empresa humanizada. Revista do Centro de Ensino Superior de Catalão, Rio de Janeiro, v.4, n. 6, 2002. BRUGNERA, E. Motivação para vendas. 2007. 55 f. Monografia (Especialização em Gestão de Negócios) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Passo Fundo, 2007. BUENO, M. As teorias de motivação humana e sua contribuição para a empresa humanizada: um tributo a Abraham Maslow. Revista do Centro de Ensino Superior de Catalão – Cesuc , Catalão, v. 6, n.6, p.3 -28, 2002. CASTILHO, A. Construindo equipes para alto desempenho: Fundamentos e técnicas. Rio de Janeiro: Qualitymark Ed. 1998 CHIAVENATO, I. Recursos Humanos. 8ª Edição. São Paulo: Atlas, 2004. CHIAVENATO, I. Gerenciando com as pessoas: transformando o executivo em um excelente gestor de pessoas. Rio de janeiro: Elsevier- Ed. Campus, 2005. ECORSIM, S; KOVALESKI, J. L.; PILATTI, L. A.; CALERTTO, B. A evolução do trabalho do homem no contexto da civilização: da submissão à participação. In: SIMPÓSIO Internacional processo civilizador, 9, 2005, PARANÁ. Anais. Ponta Grossa: 2005. ESPOSITO, I. et al. Repercussões da fadiga psíquica no trabalho e na empresa. 15 Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 8, n. 32, p. 37-45, out./dez. 1979. FRAZÃO, C. Como formar, treinar, e dirigir equipes de vendas. 3 ed. São Paulo: Harbra, 2008. HERING, S. de Q. Motivação dos quadros operacionais para a qualidade sob o enfoque da liderança situacional. Dissertação de Mestrado de, Engenharia de Produção- PPGEP, UFSC, 1996. KWASNICKA, E. L . Introdução à Administração. São Paulo: Atlas, 2006. MARTINS, M. C. F Satisfação no trabalho: elaboração de instrumento e variáveis que afetam a satisfação (Dissertação de Mestrado). Brasília: Universidade de Brasília - Instituto de Psicologia,1984. MASCOVICI, F. Renascença organizacional. Rio de Janeiro: José Olympio, 1993 MATOS, V. P. Análise sobre a motivação da equipe de vendas de uma loja do varejo da cidade de Juina-MT: um estudo de caso. 2011. 63 f. Monografia (Bacharelado em Administração) - Faculdade de Ciências Contábeis e Administração Do Vale Do Juruena, Juína – MT, 2011. MAXIMIANO, Antonio Cesar. Teoria Geral da Administração. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2006. MOREIRA, J. C.T. et al. Administração de vendas. São Paulo: Saraiva 2001. MOTTA, R. G; SILVA, A. V. Aumento da competição no varejo e seu impacto na indústria. Revista Gerenciais, SP, v.5, n.2, p.101-108, 2006. MOTTA, F. C. P; VASCONCELOS, I. F. F. G. Teoria geral da administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. OLIVEIRA, O. M. Um estudo sobre a motivação profissional e pessoal dos servidores do TCU: a contribuição dos programas motivacionais. Monografia (Especialização em Direito Administrativo) - Faculdade Albert Einstein – Brasília, 2008. PARENTE, J. Varejo no Brasil, gestão e estratégia. São Paulo: Atlas, 2007. MAÑAS, A. V. (2001) – Gestão de Tecnologia e Inovação. São Paulo: Érica. SOTO, Eduardo. Comportamento Organizacional: O impacto das emoções. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. VERGARA, S. C. Gestão de Pessoas. 3. ed. São Paulo: Atlas 2003.