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Incidência e prevenção de problemas posturais dolorosos na atividade
do odontólogo
Autora: Marcela Tofoli Voltarelli
Professora Orientadora: Ms. Giovana de Cássia Rosim*
Centro Universitário Anhanguera - Câmpus Leme
Resumo
As tarefas desempenhadas pelos
odontólogos causam danos principalmente ao
sistema músculo-esquelético pela constante
exigência de posturas inadequadas e de
movimentos repetitivos. Os objetivos do presente
estudo foram avaliar a incidência de problemas
posturais dolorosos na atividade do odontólogo,
relacioná-los com as posturas adotadas por estes
profissionais durante a jornada de trabalho e
elaborar um programa de exercícios capazes de
prevenir doenças ocupacionais e adequar os
músculos para as atividades exercidas no
consultório odontológico. A metodologia
empregada foi a aplicação de um questionário
especialmente elaborado para esta pesquisa em
uma amostra de 50 profissionais. Os resultados
deste trabalho revelaram alta incidência de
distúrbios osteomusculares dolorosos nos
membros superiores e coluna vertebral e
evidenciaram associação dos sintomas com a
rotina de trabalho. A partir dos resultados obtidos
neste estudo, os autores puderam elaborar um
programa de exercícios específicos para os
profissionais que exercem essa atividade e que
podem ser realizados durante a jornada de
trabalho, além de mostrar aspectos ergonômicos,
a fim de melhorar o desempenho profissional e
conseqüentemente a qualidade de vida do
profissional odontólogo.
Palavras-chave: Odontólogos, posturas
inadequadas, músculo-esquelético.
Introdução
A odontologia, embora não aparente, é
uma profissão que exige um bom
condicionamento físico dos profissionais pela
exposição à posturas inadequadas além de
muitos outros agravos a saúde. O exercício
profissional faz com que seja comum a
ocorrência de distúrbios posturais dolorosos no
odontólogo pelo fato de que, durante seu
trabalho, ele geralmente permanece sentado e
quase nunca na postura ideal.
A parte superior do tronco é a mais
afetada, sendo o ombro, coluna cervical e coluna
lombar as regiões mais acometidas.1
Os fatores que têm sido associados às
queixas de dores dos odontólogos são a
atividade repetitiva e monótona, posturas
inadequadas e insuficiência de pausas, além de
que a ergonomia do consultório odontológico
também é um fator importante que deve ser
analisado.
* Bolsista
FUNADESP
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Os profissionais da área de odontologia
apresentam algumas alterações nas curvaturas
da coluna, devido ao mau posicionamento do
corpo, de seus equipamentos e devido a sua
necessidade de proximidade do campo visual.2
A degeneração dos discos intervertebrais da
região cervical é bastante comum entre
dentistas.3
Na posição sentada, inevitavelmente o
odontólogo tem que movimentar a coluna no
sentido de inclinações laterais, flexões e
extensões. Muitas vezes, o uso abusivo de uma
destas posições leva a defeitos de origem
postural, chamados escolioses, cifoses e
lordoses, que são todos decorrentes ou
agravados pelo uso desajeitado da coluna e dos
músculos que a movimentam, bem como da
cintura pélvica e escapular, estruturas associadas
à coluna vertebral.4
O cirurgião dentista permanentemente
utiliza os membros superiores com movimentos
repetitivos, em posturas inadequadas e sem
períodos de repouso.5 Qualquer movimento dos
membros superiores acima do nível dos ombros
deve ser evitado, bem como os movimentos de
extensão dessa região, pois estas situações
exigem demasiadamente dos músculos ao redor
da cintura escapular, ocasionando fadiga e
favorecendo o aparecimento de sintomas
álgicos.6
posturais devido a determinadas posições
adotadas durante a jornada de trabalho.
Geralmente estes profissionais trabalham
sentados, se posicionando na beirada da cadeira
sem apoio na coluna lombar. Com isso, fazem
inclinação do tronco girando-o nesta posição.
Realizam uma grande flexão da região cervical
com rotação e/ou inclinação lateral. Juntamente
com os movimentos citados, o odontólogo
mantém os ombros em abdução e rotação
interna (FIGURA 1).7,8
Hábitos posturais adotados pelos
odontólogos
Apesar da evolução dos equipamentos,
muitos odontólogos apresentam problemas
Ergonomia no consultório odontológico
A ergonomia aplicada ao consultório
odontológico permite ao profissional produzir
mais e melhor, dentro de uma unidade de tempo,
dando conforto e segurança tanto ao profissional
quanto ao paciente.8
Deve-se seguir algumas recomendações
sobre a cadeira usada pelo profissional,
considerando-se que é onde ele vai passar
grande parte do seu dia:9,10
- A cadeira de trabalho deve ser estofada
e revestida com tecido poroso e sua altura tem
que ser regulável.
- Sentar-se sobre as tuberosidades
isquiáticas mantendo os joelhos e tornozelos a
90º e os pés devem estar bem apoiados no chão.
- A borda anterior do assento deve ser
arredondada, para reduzir as compressões na
região posterior da coxa (o que pode causar
alterações circulatórias) e este deve ser
levemente inclinado para frente (até 10 graus)
facilitam o retorno venoso e linfático.
- Toda cadeira de trabalho deve ter apoio
dorso-lombar, com regulagem de altura. É
desejável que a inclinação do apoio dorsal seja
regulável e deve permitir uma inclinação máxima
de 110 graus (ângulo assento-encosto).
- Deve haver espaço na cadeira para boa
acomodação dos glúteos, a fim de que seja
mantida a lordose fisiológica lombar.
- A cadeira deve ser giratória facilitando o
posicionamento de frente para a tarefa que
estiver sendo realizada, evitando torções
inadequadas do tronco, prevenindo contra
distensões e estiramentos dos músculos da coluna
vertebral.
- Outros acessórios necessários são os
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rodízios da cadeira, que facilitam o deslocamento
do trabalhador com redução da força aplicada
pelos braços, para a movimentação necessária.
A cadeira do paciente deve apresentar
uma base com pequenas dimensões, permitindo
uma melhor aproximação do profissional. Sua
altura deve ser regulável de 43 a 80 cm para
facilitar o posicionamento do profissional e da
auxiliar, e também o acesso e a saída do paciente.
O encosto da cabeça, com regulagem de altura
e angulação, irá acomodar a cabeça do paciente
para o trabalho com visão direta nos diversos
quadrantes da boca. É fundamental que as
canetas de alta rotação sejam leves para que não
cause problemas nos punhos e mãos
(FIGURA 2).11
molares e molares superiores). A perna esquerda
do cirurgião dentista fica posicionada sob o
encosto da cadeira, e a direita, ao lado do braço
direito da mesma. Nesta posição, com a cadeira
na horizontal, tem-se ótima visão de todas as
faces dos dentes, tanto da arcada superior como
da inferior. Quando houver inclinação da coluna,
ela será para frente e não para o lado, portanto
este profissional fará um movimento mais natural
da coluna, melhorando sua postura e evitando
problemas físicos desgastantes (FIGURA 3).12,13
Para o auxiliar, a melhor posição é a de 3
horas, onde sua perna direita fica sob o encosto
da cadeira, e a outra ao lado, o que permite
melhor ângulo de visão (FIGURA 4).13
Para determinar o posicionamento do
dentista e do auxiliar, imagina-se um mostrador
de relógio com a hora 6 no pé do cliente e a
hora 12 na sua cabeça. Assim temos:
A melhor posição para o odontólogo
trabalhar, de acordo com estudiosos de
ergonomia, é a chamada “posição de 9 horas”,
uma vez que é a que permite trabalhar em visão
direta, mesmo nas regiões de difícil acesso (pré62
Objetivos
Os objetivos do presente estudo foram
avaliar a incidência de problemas posturais
dolorosos na atividade do odontólogo,
relacioná-los com as posturas adotadas por estes
profissionais durante a jornada de trabalho e
elaborar um programa de exercícios capazes de
prevenir doenças ocupacionais e adequar os
músculos para as atividades exercidas no
consultório odontológico.
Quarenta e oito por cento dos trabalhadores apresentam dores nos membros superiores, com predomínio na região do ombro
(FIGURA 6). Isso se deve á sustentação, na
maior parte do tempo, do membro superior em
abdução, mantendo os cotovelos a uma altura
superior à do ombro.
Metodologia
A metodologia empregada foi a aplicação
de um questionário especialmente elaborado
para esta pesquisa em uma amostra de 50
profissionais.
Resultados
No presente estudo, verificou-se que a
maioria dos participantes (76%) realiza algum
tipo de atividade física, que varia entre
caminhada, futebol, musculação e ginástica
localizada, em média de 2 a 4 vezes por semana.
Foi constatado que tanto as mulheres quanto os
homens procuram levar uma vida mais ativa para
fugir do sedentarismo da profissão.
Sessenta e seis por cento dos odontólogos
apresentam queixa de dor músculo-esquelética
em uma ou mais das regiões avaliadas, sendo
grande parte do sexo feminino (38%). A dor, na
maioria das vezes, aparece durante a jornada
de trabalho e a faixa etária mais atingida é entre
40 a 49 anos (FIGURA 5).
Na coluna vertebral, observou-se que
46% dos odontólogos se queixam de dores neste
segmento, sendo as regiões cervical e lombar as
mais atingidas pelas posições erradas que estes
profissionais adotam, como se sentar na beira
dos bancos não apoiando a coluna lombar e
permanecer com a coluna cervical flexionada
com rotação ou inclinação lateral (FIGURA 7).
Dentre os odontólogos que apresentaram
dor nos locais questionados (coluna vertebral e
membros superiores), 46% procuraram algum
63
tipo de tratamento. Os tratamentos relatados
foram: fisioterapia, alongamentos, reeducação
postural e uso de medicamentos, sendo estes
eficazes na maior parte dos casos. A pesquisa
revelou ainda que apenas 18% dos participantes
realizam alongamentos durante as horas de
trabalho, sendo que se estes fossem realizados
minimizariam os riscos de lesões e
conseqüentemente diminuiriam as sintomatologias
dolorosas.
Proposta Terapêutica
Esta proposta terapêutica visa melhorar a
qualidade de vida do profissional de odontologia.
Para atingir este objetivo o odontólogo deve,
além de adaptar seu consultório tornando-o
ergonomicamente correto para a sua função,
seguir algumas outras medidas para amenizar as
dores causadas pela má postura adotada por eles
durante o atendimento a seus pacientes. Alguns
aspectos são essenciais para que este trabalhador
possa realizar sua função sem comprometer o
bem-estar de seu corpo, como:
- Introduzir rodízios para alternar
procedimentos com exigências posturais
diferentes.
- Realizar pausas entre pacientes.
- Adotar posturas corretas, evitando
torções e inclinações excessivas de tronco e
pescoço, elevação de ombros, flexão e extensão
de punhos por períodos prolongados.
- Não ultrapassar a carga horária de 8
horas por dia.
- Praticar atividades físicas regulares.
- Fazer alongamentos antes, durante e
depois da jornada de trabalho.
- Deixar os instrumentos, de uso freqüente,
próximos.
- Evitar a permanência em posturas
estáticas por muito tempo.
- Trabalhar sempre com um auxiliar,
evitando assim ter que se movimentar
excessivamente para obter as ferramentas
necessárias para executar o trabalho, reduzindo
assim o desgaste físico.
A seguir, serão mencionados alguns tipos
de exercícios de alongamento e mobilidade
64
articular que ajudarão o odontólogo a levar uma
vida mais saudável e diminuir a incidência de
dores músculo-esqueléticas. Esses exercícios
serão passados para os odontólogos na forma
de folhetos explicativos, que serão entregues nos
locais de trabalho.
Exercícios de mobilidade articular para
membros superiores e coluna cervical:
- Elevar os ombros e retornar à posição
inicial, de forma alternada.
- Realizar movimentos circulares com os
ombros nos sentidos horários e anti-horários,
procurando deixar os membros superiores ao
longo do corpo de forma menos tensa possível.
- Cotovelos flexionados a 90º, rodar os
punhos para dentro e para fora, e depois realizar
desvio ulnar e radial.
- Abduzir e estender ao máximo os dedos
das mãos e depois relaxar.
- Realizar movimentos da coluna cervical,
de flexão, extensão, inclinação lateral, rotação e
movimentos circulares.
Exercícios pendulares de Codman - são
técnicas de automobilização que usam o efeito
da gravidade para separar o úmero da cavidade
glenóide. Eles ajudam a aliviar a dor através de
movimentos oscilatórios com leve tração. O
indivíduo deve ficar em pé, com o tronco fletido
em aproximadamente 90º. O braço fica
pendurado solto para baixo em uma posição
aproximada de 90º de flexão de ombro. A
técnica consiste em iniciar um movimento em
pêndulo ou balanço do braço, realizando os
movimentos de flexão, extensão, abdução e
adução horizontais, e circundução
(FIGURA 8).14
A prevenção de lesões através de
exercícios de alongamento durante a jornada de
trabalho, associada à ergonomia, contribui para
a melhora da qualidade de vida do profissional,
o que conseqüentemente gera ganho para o
mesmo, pois com as condições ideais para
exercer sua profissão, os riscos de lesões e
processos dolorosos são reduzidos. O
alongamento evita ou minimiza o risco de lesões
músculo-tendíneas nas atividades deste
profissional, pois aumenta o comprimento de
estruturas de tecidos moles encurtadas e desse
modo aumenta a amplitude de movimento. A
velocidade do alongamento deve ser lenta e ele
deve ser sustentado de 20 a 30 segundos, deve
ser feita de 5 a 10 repetições.
Exercícios de alongamento:
- Flexionar o pescoço à frente.
- Estender o pescoço.
- Inclinar o pescoço para a lateral e puxar
suavemente a cabeça com a mão, mantendo-se
na posição (FIGURA 9).
- Braços estendidos na altura dos ombros
e palmas das mãos na parede, dedos
direcionados para baixo (FIGURA 10).
- Braços estendidos na altura dos ombros
com dorso das mãos voltado para a parede e
dedos voltados para baixo.
- Entrelaçar os dedos na altura do peito,
girar a palma das mãos para fora, abaixando a
cabeça.
- Entrelaçar os dedos e alongar os braços
acima da cabeça com as palmas das mãos
voltadas para o alto.
- Levar os braços para trás e entrelaçar
os dedos, deixando a palma da mão para fora.
- Segurar com a mão direita o braço
esquerdo logo acima do cotovelo, suavemente
empurrar o cotovelo na direção do ombro
oposto. Trocar os braços.
- Segurar cotovelo esquerdo com a mão
direita. Suavemente puxar o cotovelo por trás
da cabeça. Trocar os braços (FIGURA 11).
- Estender um dos braços sobre a cabeça
e para o lado oposto do corpo (FIGURA 12).
- Entrelaçar os dedos, colocar as mãos
atrás da cabeça e forçar os cotovelos para trás.
- Sentado, soltar o ar levemente enquanto
abaixa a cabeça na direção dos joelhos. Deixar
as mãos caírem até os tornozelos. Manter a
posição. Inspirar enquanto, lentamente, levanta
a cabeça, então soltar o ar novamente enquanto
levanta os braços sobre a cabeça (FIGURA 13).
Discussão
constataram que 66% dos odontólogos
apresentam dores músculo-esquelética, apesar
da maioria (76%) realizar atividade física.
De acordo com os resultados desta
pesquisa, 46% dos participantes se queixam de
dores na coluna vertebral. As posições adotadas
na rotina dos odontólogos sobrecarregam a
coluna vertebral e fazem com que o local seja
castigado em 49% dos profissionais.16
Os resultados desta pesquisa constatam
É comum que haja problemas na postura
do profissional de odontologia, pois ele é
obrigado a realizar movimentos freqüentes de
flexão de tronco e pescoço, rotação de tronco,
elevação de ombro, abdução de membros
superiores, flexão de cotovelo, flexão e extensão
de punho e trabalho com os membros superiores
sem apoio.15 Os dados obtidos nesta amostra
65
que dos 50 participantes, 23 apresentam dores
na coluna vertebral, sendo 46% dos casos na
coluna lombar e 42% na cervical. O odontólogo
utiliza-se muito de seus membros superiores,
realizando movimentos repetitivos em posturas
inadequadas,5 assim observou-se que 48% dos
odontólogos se queixam de dores em uma ou
mais regiões do segmento superior do corpo,
sendo o ombro o local mais afetado, pois essa
articulação não é muito estável, dependendo
essencialmente de ligamentos e músculos para
mantê-la.17 Estes profissionais costumam
trabalhar em posições estáticas, exigindo
demasiadamente de sua musculatura. Esses
dados corroboram com os achados de FILHO
& BARRETO (2001), que também constataram
que as regiões mais atingidas são o ombro (42%),
a coluna cervical (44%) e a região lombar (3657%).1
Os alongamentos reduzem as tensões
musculares e proporcionam uma sensação de
relaxamento ao corpo, a coordenação motora é
beneficiada, melhoram a amplitude de
movimento, as distensões musculares são
prevenidas, preparam o corpo para atividades
físicas, melhoram a consciência corporal,
reduzem as tensões emocionais e melhoram a
circulação, além de serem indispensáveis pois o
ganho de flexibilidade diminui com o avançar dos
anos.18,19 Após análise dos resultados, verificouse que apenas 18% da amostra realiza
alongamentos, mostrando que a prevenção de
lesões ainda não se tornou um hábito no cotidiano
deste profissional.
Menos da metade (46%) dos odontólogos
que se queixam de dores na coluna vertebral e/
ou nos membros superiores procuraram
tratamento, sendo um fato preocupante pois o
odontólogo, por ser um profissional da área da
saúde, deveria se conscientizar de que o seu
bem-estar físico deve ser colocado em primeiro
lugar.
Conclusão
Através dos resultados obtidos, pode-se
concluir que os odontólogos formam um grupo
de profissionais muito afetados por distúrbios
66
posturais pelo fato de permanecerem grande
parte do dia em posições inadequadas.
A melhor maneira de evitar algias causadas
pela má postura adotada por estes trabalhadores
é a utilização de medidas preventivas, que são
entendidas por melhoria nos aspectos
ergonômicos e replanejamento da rotina diária,
realizando pausas para alongamento muscular e
movimentação das articulações durante a troca
de pacientes. Assim, o odontólogo poderá
melhorar seu desempenho profissional e ter uma
vida mais saudável, livre de dores.
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