COLÉGIO MÃE DE DEUS Disciplina: História Rua: Dr. Mário Totta, nº 1252 91920-130 Tristeza PORTO ALEGRE / RS Professor: Ricardo A. da Silveira Aluno: ______________________________ Nº______ Série: ________ Turma: _____ Data: _____/_____/_____ Idade Média Cronologia Início: 476 d.C.- queda do Império Romano do Ocidente Fim: 1453 d.C.- queda do Império Romano do Oriente (tomada de Constantinopla pelos Turcos). A Idade Média é dividida nas seguintes fases: Primeira Idade Média (séculos V-VIII d.C.): fim do Império Romano até a formação dos reinos bárbaros e do Império Muçulmano. Alta Idade Média (séculos VIII-X d.C.): Império Carolíngio até a segunda grande onda de invasões (Vikings, muçulmanos e magiares). Igreja Católica como poder religioso, político e econômico. Cristianização da Europa Ocidental. Idade Média Central (séculos XI-XIII d.C.): Feudalismo:crescimento econômico, urbano e intelectual. Baixa Idade Média (XI-XV d.C.): crise do feudalismo e transição para a Idade moderna. Elementos que definiram o período medieval: herança romana clássica, herança germânica e cristianismo Fundamentos da Idade Média: Ruralização: o mundo rural supera o mundo urbano. Tendência à auto-suficiência: produção para a subsistência não para o comércio. Descentralização do poder: ausência de poder centralizado (Estado). Fragmentação e privatização do poder político: a ausência do poder estatal transfere para o poder privado (senhor feudal) a administração local, a aplicação da justiça, a cobrança de impostos, a segurança pública e o direito à guerra. Clericalização da sociedade: a Igreja Católica Romana é a referência religiosa, política, ideológica e social da Europa Ocidental. Sociedade de Ordens: divisão da sociedade em categorias sociais permanentes: Clérigos (Igreja), Guerreiros (Senhores Feudais) e Camponeses (servos). As classes sociais são definidas pelo nascimento. Exemplo: um filho de camponês vai ser sempre camponês. Os camponeses são a base da sociedade medieval. Feudo: aldeia circundada por centenas de acres de terras aráveis. No entorno existem bosques, prados e pastos que são de uso comum. Os feudos variam de tamanho. Cada feudo possui um castelo ou casa grande fortificada, dirigida por um senhor que vive com a sua família e os funcionários que administram a propriedade. O feudo pode ser a propriedade de apenas um cavaleiro ou parte de um grande domínio. Terra arável: terça parte é do senhor "seus domínios", a restante pertence aos arrendatários (servo) que trabalham na terra. as terras não são contínuas, mas sim dispersas em faixas. A cultura em faixas é típica do sistema feudal. O plantio era mudado anualmente de campo. Ano I : Campo I : Alimentação: trigo e centeio Campo II: cevada Campo III: pousio Ano II: cevada pousio trigo Ano III: pousio trigo cevada Características importantes do sistema feudal: a) a terra arável é dividida em duas: 1- senhor (cultivada para ele) 2- vários arrendatários; b) as terras não são cultivadas em campos contínuos, mas por faixas espalhadas; c) os arrendatários trabalham em suas terras e na propriedade do senhor. Graus de servidão: Servos dos Domínios: ligados em caráter permanente com a casa do senhor, trabalham todo o tempo nos campos deste e não apenas por 2 ou 3 dias por semana. Fronteiriços: camponeses muito pobres, com arrendamentos pequenos (1 hectare). Aldeões: não possuem arrendamento, somente uma cabana, trabalham para o senhor como contratados em troca de alimento. Vilãos: servos com maiores privilégios econômicos e sociais e menores deveres. Proprietários independentes: camponeses que apenas pagam tributos. As obrigações servis (do Servo para com o Senhor Feudal) são: Corvéia: trabalho gratuito, geralmente, executado nas terras do senhor (reserva senhorial). Em média são três dias por semana. Censo: Pagamento anual pelo aluguel da terra. Banalidade: taxa pelo uso do moinho, forno e lagar (tanque onde a uva é espremida para fabricar o vinho). Dízimo: taxa paga à Igreja, correspondendo à décima parte da produção. Talha: taxa, inicialmente excepcional, paga pelos servos. Champart: pagamento da terra improdutiva que se tornou arável. O Feudo (senhorio) é composto das seguintes partes: Reserva Senhorial: casa do senhor, oficinas, celeiros, estábulos, moinhos, bosques, prados, vinhas, terra cultivada ( 25 a 50 %). Mansus (terras camponesas): casa, horta, terras de cultivo, usufruto dos bosques e prados da reserva. 2/3 a 2/5 da reserva senhorial. Os mansus são divididos em livres e servis. Senhor feudal: CONTROLE FISCAL (imposto) MILITAR (guerra) JUDICIAL (justiça) ECONÔMICO e POLÍTICO No contrato feudo-vassálico (Senhor-Vassalo), o Senhor tem o dever de proteger o vassalo de seus inimigos. Por sua vez, o Vassalo tem o dever de prestar serviço militar ao seu senhor e de fornecer ajuda financeira em determinados casos, são eles: quando o filho do Senhor se torna cavaleiro, quando a filha do Senhor se casa, quando o Senhor parte para as cruzadas e quando o Senhor é seqüestrado e necessita de pagamento de resgate. A Igreja Medieval: Ao longo da Idade Média, a supremacia, política, econômica, religiosa e cultural é da Igreja Católica Romana. Graças à evangelização dos reinos germanos da Europa, o cristianismo passa a ser o principal elemento de integração entre estes povos do continente. Com seu poder ampliado com relação ao período romano, a Igreja torna-se a principal referência de poder. Além de possuir muitas terras, ela possui um exército de vassalos e de colaboradores, bem como é vista como o centro da cultura e do conhecimento da época. Através da preservação da cultura romana, ela incentiva o ensino, funda escolas, orfanatos e hospitais. Seu patrimônio tende a aumentar, enquanto o dos nobres tende a diminuir. Seu poder sobre a sociedade laica (não pertencente ao Clero) pode ser visto no episódio da Cruzada cristã, iniciada em 1096, quando consegue mobilizar toda uma classe de cavaleiros medievais em torno da conquista da “Terra Santa”. A religião cristã toma conta do imaginário medieval. Toda a pessoa, independente de sua ordem social, é uma adepta do cristianismo e precisa seguir uma rígida conduta moral para o bem da sociedade. É a busca pela purificação da alma, após o pecado original, através das orações, das penitências, das procissões de louvor e das peregrinações. A religiosidade medieval apresenta duas visões sobre o mundo pós-pecado original: uma delas é a do homem como imagem e semelhança de Deus, e a outra é a do homem expulso do paraíso e condenado ao sofrimento e a vergonha. Assim, existem duas visões que podem ser simplificadas desta forma: Visão Pessimista do Homem (IV-XII): vicioso, fraco, humilhado perante Deus. Visão Otimista(XII-XIII): reflexo da imagem divina e capaz de salvar-se. Da mesma forma, a sociedade medieval apresenta dois tipos de homem, são eles: Homem em Marcha (homo viator): Peregrino caminha para a vida e para a morte. Nos século XII e XIII é um cruzado. Homem Penitente: O Monge é o grande penitente. O homem medieval garante a salvação através da penitência. Crise da Idade Média: Entre os séculos XIV e XV, o período medieval entra num ciclo de guerra, fome e pestes, dificultando o desenvolvimento econômico e social. Além disto, surgem os primeiros Estados Nacionais (Portugal, França, Espanha etc.), governados por reis que acabam com os poderes dos senhores feudais. Inicia o período da centralização política.