M:\Coberturas\PAIES\2ª Etapa\2ª

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PAAES 2008-2011 2ª ETAPA
"Podemos entender a sociologia como
uma das manifestações do pensamento moderno. (...). O seu surgimento ocorre num contexto histórico específico,
que coincide com os derradeiros momentos da desagregação da sociedade
feudal e a consolidação da civilização
capitalista".
MARTINS, CARLOS BENEDITO. O QUE É SOCIOLOGIA?, SÃO
PAULO: EDITORA BRASILIENSE, 1991.
Discorra sobre como os principais eventos políticos, econômicos e culturais ocorridos no
século XVIII contribuíram para o surgimento da
Sociologia como ciência.
RESOLUÇÃO:
A Sociologia é produto da modernidade. A
modernidade, por sua vez, é resultado de três
grandes transformações pelas quais o mundo
passou: uma mudança na esfera cultural, outra
na esfera política e uma última na esfera econômica.
No âmbito cultural, os princípios exaltados pelo
renascimento científico-cultural e ressaltados
pelo iluminismo trouxeram uma mudança profunda na mentalidade dos homens. A emergência do racionalismo, cientificismo, antropocentrismo em detrimento da visão teocêntrica possibilitou uma nova postura diante do mundo e
novas explicações para os fenômenos do mundo material – primeiramente para os fenômenos naturais e, mais tarde, para os sociais – os
quais passaram a ser investigados através de
métodos científicos amparados na observação
empírica e neutralidade científica.
Na esfera econômica, verifica-se com a Revolução industrial a consolidação de um novo sistema econômico, o capitalismo e, como
consequência deste, o delinear de um caos social. Em decorrência do êxodo rural (fruto da
crise do sistema feudal), desembocou-se um
processo intenso de urbanização das cidades
que, dentre várias consequências, as mais sérias ligam-se ao agravamento de diversos problemas sociais: desemprego, criminalidade, alcoolismo, prostituição, suicídios, os quais passaram a ser vistos como ameaças à estabilidade social, assim como aos interesses da classe recém-estabelecida no poder, a burguesia.
Além disso, houve uma mudança profunda no
mundo do trabalho, nas relações de produção
e nas relações sociais. A desagregação feudal
levou a uma nova forma de organização social
cujas relações sociais predominantemente passaram a se firmar no espaço urbano, com relações de trabalho assalariadas e produção para
mercado (capitalista) alterando profundamente a dinâmica social.
No âmbito político, verifica-se com a ascensão
da classe burguesa, em função da perda de
poder da nobreza e fim do absolutismo, a implantação de um novo tipo de estado (liberal)
não interventor na economia, ou seja, um modelo condizente com a nova ordem econômica
estabelecida pelo capitalismo que exaltava o
progresso econômico e a reestruturação das
instituições.
Essas três grandes transformações, entendidas como revoluções pelo efeito drástico de
suas consequências, representam uma ruptura dramática com o modelo medieval de sociedade. Dos “escombros” da sociedade medieval,
feudal, surge uma nova estrutura social contando com características específicas, a sociedade industrial moderna.
Dessa forma, pode-se dizer que a formação do
pensamento sociológico esteve totalmente ligada à necessidade de restabelecer a ordem e
o progresso nas sociedades industriais. Portanto, entende-se que a Sociologia, como ciência
da sociedade, representou uma resposta intelectual e práticas às novas situações trazidas
pelo surgimento do capitalismo. Percebida
como uma “ciência da crise”, a Sociologia deveria ocupar o espaço de explicação dos fenômenos sociais ainda não investigados por outras ciências e se afirmar, na visão de seus fundadores, como uma ciência comprometida com
a ordem, o equilíbrio e coesão social.
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