Perfil farmacoterapêutico dos pacientes atendidos na consulta farmacêutica do Serviço de Obesidade e Cirurgia Bariátrica do Hospital Universitário do Oeste do Paraná Layse Fernanda Antonio de Souza¹, Helisângela Caetano de Souza1, Ligiane de Lourdes da Silva2, Poliana Vieira da Silva Menolli3. 1 Farmacêutica Residente do Programa de Residência em Farmácia Hospitalar no Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP), 2 Farmacêutica-docente do Serviço de Obesidade e Cirurgia Bariátrica (SOCB-HUOP), 3 Professora do Programa de Residência em Farmácia Hospitalar (UNIOESTE). * [email protected] Palavras chaves: obesidade, medicamentos, consulta farmacêutica. Introdução Vários distúrbios fisiopatológicos são causados pela obesidade, principalmente nas pessoas com o Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30 kg/m2. Tais comorbidades acabam, em sua maioria, por necessitar de tratamento crônico, fazendo com que o paciente faça uso de vários medicamentos simultaneamente e por períodos prolongados2. O objetivo deste trabalho é descrever os medicamentos e comorbidades associadas ao paciente obeso. Materiais e Métodos Este é um estudo transversal descritivo e não controlado com pacientes pertencentes ao SOCB-HUOP no período de julho de 2014 à maio de 2016. O IMC foi classificado de acordo com a Organização Mundial de Saúde em obesidade grau 1 (IMC 30-34,9 kg/m2), obesidade grau 2 (IMC 35-39,9 kg/m2) e obesidade grau 3 (IMC ≥ 40,0 kg/m2) e os medicamentos foram classificados de acordo com a Anatomical Therapeutic Chemical Classification (ATC). O projeto tem aprovação do Comitê de ética em pesquisa da Unioeste. Os dados foram coletados dos prontuários de consulta farmacêutica e tabulados em planilha Excel®. Resultados e discussão Foram pesquisados 50 pacientes, sendo 88% do sexo feminino e 12% do sexo masculino, com média de idade de 42,56 anos (17 – 64) e classificados em sua maioria com obesidade grau 3 (Gráfico 1). As doenças mais encontradas foram a hipertensão arterial sistêmica presente em 74% dos pacientes, os problemas gástricos 40%, dislipidemia e dor osteoarticular ambas 38% e diabetes mellitus 36%. Foram contabilizados 201 medicamentos de uso crônico, obtendo uma média de 4,02 (0 – 9) por paciente com apenas um paciente não fazendo uso de medicamentos (Gráfico 2). De acordo com o nível 1 da ATC, os medicamentos para o Sistema Cardiovascular foram os mais prevalentes (47,8%), seguido dos medicamentos para o Trato digestivo e Metabolismo (24,4%), para o Sistema Nervoso (14,4%), entre outros (13,4%). Gráfico 2: Medicamentos de uso crônico citados pelos pacientes acompanhados no SOCB- HUOP. Observou-se um número elevado de medicamentos e comorbidades associadas a obesidade. Por meio da consulta farmacêutica foi possível conhecer e manejar os problemas relacionados aos medicamentos e as especificidades do paciente portador de obesidade Conclusão A obesidade e as comorbidades associadas são transtorno complexo e o entendimento do uso de medicamentos neste grupo é imprescindível para otimização da Farmacoterapia. Gráfico 1: Classificação do IMC de 50 pacientes acompanhados em Serviço de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Referências 1.World Health Organization WHO (2006). Geneva. 2. Tavares TB, Nunes SM, Santos MO (2010). Rev. Med. Minas Gerais.