PROGRAMA DE APRIMORAMENTO PROFISSIONAL SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE COORDENADORIA DE RECURSOS HUMANOS FUNDAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO – FUNDAP Daniel Salvini de Almeida DESENVOLVIMENTO DE UMA FICHA DE AVALIAÇÃO PARA MÃO QUEIMADA RIBEIRÃO PRETO 2011 PROGRAMA DE APRIMORAMENTO PROFISSIONAL SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE COORDENADORIA DE RECURSOS HUMANOS FUNDAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO – FUNDAP Daniel Salvini de Almeida DESENVOLVIMENTO DE UMA FICHA DE AVALIAÇÃO PARA MÃO QUEIMADA Monografia apresentada ao Programa de Aprimoramento Profissional/CRH/SES-SP e FUNDAP, elaborada no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo – USP/ Departamento de Fisioterapia Área: Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia Orientador(a): Prof°. Dra. Marisa C. Registro Fonseca Orientador(a): Me. Adriana da Costa Gonçalves RIBEIRÃO PRETO 2011 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a minha família: Décio, Sonia, Alexandre e Cláudia. AGRADECIMENTOS Agradeço este trabalho a minha Supervisora Adriana Gonçalves que tanto me ajudou e por quem tenho imensa consideração, admiração, respeito e carinho. Agradeço também a minha namorada pela paciência, compreensão e auxílio em todos os momentos. Agradeço a Profa. Dra. Valéria Elui pela atenção dada. LISTA DE FIGURAS Figura 1. Regra dos “Nove” para o cálculo da SCQ em crianças e adultos...........11 Figura 2. Método de Lund & Browder........................................................................12 Figura 3. A) Queimadura com acometimento de mão em fase aguda, com edema significativo; (B) Cicatriz hipertrófica pós queimadura evoluindo com encurtamento de estruturas e deformidades articulares...................................................................12 Figura 4. Deformidades que podem ocorrer em uma mão queimada, (A) Mão com diversas deformidades como hiperextensão de MCF, flexão de IFP, adução do polegar. (B) Deformidade em boutonniére do terceiro dedo. (C) Contratura palmar.........................................................................................................................13 LISTA DE ABREVIATURAS AD: Acidente Doméstico ADM: Amplitude de Movimento AT: Acidente de Trabalho ATMA: Amplitude Total de Movimentação Ativa AVDs: Atividades da Vida Diária DASH: Disabilities of the Arm, Shoulder and hand DM: Diabetes Mélitos FM: Força Muscular HAS: Hipertensão Arterial Sistêmica HMA: História da Moléstia Atual IFP: Interfalangeana Proximal MCF: Metacarpofalangeana MHQ: Michigan Hand Outcomes Questionnaire SCQ: Superfície Corporal queimada TH: Tentativa de Homicídio TS: Tentativa de Suicídio RESUMO As queimaduras são lesões de extrema importância, pois não só acarretam danos físicos, mas também distúrbios mentais e sociais. O fato das mãos encontrarem-se em regiões mais susceptíveis a lesões está muitas vezes associado aos ferimentos por queimaduras. Sabe-se que a gravidade de uma queimadura pode ser estimada pela avaliação da profundidade atingida, extensão corporal afetada e idade do indivíduo. Quanto mais rápida a intervenção fisioterapêutica em um paciente cujas mãos foram queimadas, mais rápida será sua recuperação e seu retorno as atividades de vida diária. Sendo a queimadura uma das grandes causas de disfunção na mão, este trabalho tem o objetivo de criar uma ficha de avaliação da mão de um paciente queimado. Foi realizada uma busca na base de dados online do Pubmed, afim de se obter os aspectos mais relevantes a serem abordados na avaliação de uma mão queimada. Sendo a queimadura em mãos, um dos mais graves acometimentos em um indivíduo, pois geralmente acarreta danos funcionais, e sabendo que não há uma ficha específica para avaliação de tal complexidade, torna-se necessária a criação de uma ficha abrangente e de fácil preenchimento para que os serviços possam ser otimizados. Palavras-Chave: Avaliação; Mão; Queimadura. SUMÁRIO Lista de Figuras Lista de Abreviaturas Resumo 1. INTRODUÇÃO................................................................................................... 09 1.1 .Objetivos...............................................................................................15 2. METODOLOGIA.................................................................................................16 3. RESULTADOS...................................................................................................17 4. DISCUSSÃO......................................................................................................23 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................28 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................29 ANEXO 1..................................................................................................................33 ANEXO 2..................................................................................................................34 ANEXO 3..................................................................................................................36 9 1. INTRODUÇÃO Segundo a Organização Mundial de Saúde, de 90% das queimaduras que ocorrem em países desenvolvidos e subdesenvolvidos, 70% são em crianças. (POTAKAR; PROWSE; WHITAKER, 2008). A queimadura pode ser produzida por agentes: químicos (queimaduras causadas por álcool ou ácidos), elétricos (queimaduras causadas por corrente elétrica), térmicos (queimaduras causadas por agentes inflamatórios, líquidos quentes, metais quentes, brasas e chama direta) ou radioativos, sendo uma das principais consequências de acidentes que induzem a lesões de tecido orgânico (KNOBEL, 1998; ROSSI, 1998). O grau de lesão de uma queimadura assume proporções variadas, dependendo do tempo de exposição, da extensão da área lesada e do agente causal (KNOBEL, 1998); as queimaduras pelo álcool no Brasil ocupam o 1º lugar no mundo (MENDES et al., 2009). Segundo Tredget (1992), a queimadura extensa e profunda representa uma das formas mais graves e complexas de traumatismos, pois com ela surgem graves alterações metabólicas, hormonais e imunológicas. A gravidade da lesão depende da profundidade e extensão da superfície corporal queimada; a profundidade depende da intensidade e duração da aplicação do calor e da capacidade dos tecidos para dissipar energia (WASLEN, 1986). Segundo Chen et al. (2010), as lesões por queimaduras são classificadas de acordo com o grau do dano no epitélio, derme, tecido subcutâneo e outras estruturas. Queimaduras classificadas como sendo de primeiro grau afetam apenas a epiderme e não requerem tratamento cirúrgico (CHEN et al., 2010). A cicatrização ocorre rapidamente, dentro de uma semana, pela regeneração de queratinócitos não danificados dentro da pele (PAPINI, 2004). Lesões classificadas como sendo de segundo grau, podem ser subdivididas em dois grupos; queimadura de segundo grau superficial e profundo. A queimadura de segundo grau superficial não necessita de cirurgia e cicatrizará em média entre 10 e 14 dias; são dolorosas devido ao acometimento de terminações nervosas situadas na derme (CHEN et al., 2010; PAPINI, 2004). A lesão de segundo grau 10 profundo penetra mais profundamente na derme resultando em cicatrizes, e com frequência pode levar a danos funcionais, sendo geralmente tratada com enxertia de pele (CHEN et al., 2010). As queimaduras de terceiro e quarto grau envolvem a epiderme, derme e tecido subcutâneo sendo que na de quarto grau, estruturas mais profundas como músculos, tendões e ossos são acometidos, ocasionalmente evoluindo com amputação (CHEN et al., 2010). Todas estas lesões devem ser desbridadas e enxertadas, a menos que sejam menores que um centímetro de diâmetro, em uma área onde a função não esteja comprometida (PAPINI, 2004). A gravidade da extensão da queimadura depende da área total de superfície corporal queimada (SCQ); esta porcentagem prevê diretrizes nos primeiros socorros e no prognóstico de evolução destes pacientes. A SCQ pode ser estimada rapidamente por meio da regra dos nove (Figura 1), onde locais do corpo representam 9% da superfície corporal, ou múltiplos de nove (WASLEN,1986). Outra forma de se mensurar a superfície da área queimada é pela utilização da tabela de Lund-Browder (Figura 2), que leva em consideração as faixas etárias em relação à proporção corporal (JORGE; DANTAS, 2003; DASSIE, ALVES, 2011). Assim como a face, pés e região genital, as mãos são consideradas áreas nobres, sendo assim, indicada internação destes pacientes independente de grandes superfícies estarem ou não atingidas. As mãos participam ativamente das atividades de vida diária de um ser humano e, portanto, são as partes mais vulneráveis do corpo. O fato das mãos estarem localizadas na extremidade de nosso corpo as expõem constantemente a equipamentos que envolvam perigo levando assim a maiores riscos de ferimentos (MASLAUSKAS et al., 2009), afetando milhares de pessoas e levando a possíveis disfunções (CHUNG et al., 1998). 11 Figura 1. Regra dos “Nove” para o cálculo da SCQ em crianças e adultos (O’SULLIVAN; SCHIMITZ, 1993). De acordo com Maslauskas et al. (2009), 30-75% de todos os traumas na indústria envolvem mãos e dedos, sendo que queimaduras correspondem a cerca de 6% de todos os traumas de mãos. Estima-se que 50-70% de todas as queimaduras envolvam a mão, sendo que a população mais afetada por queimaduras são as crianças e os homens em idade produtiva (CHEN et al., 2010). 12 Figura 2. Método de Lund & Browder (http://emedicine.medscape.com/article/1277360-overview). A lesão térmica da mão é caracterizada muitas vezes por desconfiguração e deformidades, que ocorrem tanto na fase aguda como crônica (Figura 3A e 3B) que geram problemas ao paciente, já que este será por um tempo, incapaz de realizar suas atividades de vida diária (OMAR; HASSAN, 2010). Figura 3. (A) Queimadura com acometimento de mão em fase aguda, com edema significativo; (B) Cicatriz hipertrófica pós queimadura evoluindo com encurtamento de estruturas e deformidades articulares (MOORE, 2009). 13 O percentual de pacientes que evoluem com contraturas após queimaduras em mãos varia de 16 a 23%, sendo que as contraturas mais comuns são: contratura em adução do primeiro espaço interdigital, contraturas dorsais, deformidade em abdução do quinto dedo, metacarpofalangiana (MCF) deformidade (Figura 4A), em adesões extensão de da articulação tendões extensores, deformidade em boutonniére (Figura 4B), deformidade em flexão da articulação interfalangiana proximal (IFP), contratura palmar (Figura 4C), síndrome compressiva do nervo ulnar e mediano, amputação secundária a gangrena isquêmica (KOWALSKE, 2009). A hiperextensão da articulação metacarpofalangiana ocorre como resultado de cicatrizes dorsais; na deformidade em boutonniére ocorre destruição do tendão extensor da articulação interfalangiana proximal; já a contratura do primeiro espaço interdigital ocorre devido a uma exacerbada hiperextensão na articulação metacarpofalangiana do polegar (OMAR; HASSAN, 2010). O tratamento de queimaduras das mãos, punhos e superfície dorsal e distal do antebraço é extremamente complexo devido à grande quantidade de estruturas localizadas sob esta região; portanto, pequenas alterações podem influenciar na função das mãos (MASLAUSKAS, 2009). Figura 4. Deformidades que podem ocorrer em uma mão queimada, (A) Mão com diversas deformidades como hiperextensão de MCF, flexão de IFP, adução do polegar. (B) Deformidade em boutonniére do terceiro dedo. (C) Contratura palmar (MOORE, 2009). 14 A intervenção precoce na mão queimada associada à fisioterapia leva a uma recuperação mais rápida e significativa da função da mão em relação à movimentação ativa dos dedos, força de preensão palmar e atividades de vida diária. Esta intervenção precoce também reduz a permanência hospitalar e o tempo necessário para o retorno da função da mão (OMAR; HASSAN, 2010). A avaliação da mão consiste em uma atividade complexa que exige muita paciência, já que os dados quanto à amplitude de movimento são muitos, o que cria um problema significativo na sua análise e interpretação. Para auxiliar nesta questão, alguns pesquisadores têm adotado a amplitude total de movimentação ativa (ATMA). Esta técnica faz uso dos dados de flexão e extensão, onde perda da amplitude total é caracterizada com número negativo, sendo um ATMA correspondente a 260º para cada dedo; este sistema adota a seguinte classificação: ruim (< 180º), boa (180º- 219º), excelente (220º- 259º) e normal (260º) (KOWALSKE, 2009). Existem muitos testes para avaliar a função da mão, com pouquíssimos validados em pacientes queimados ou utilizados para avaliar a função após queimadura da mão (KOWALSKE, 2009). O “Jebsen Hand Test”, que avalia aspectos como: escrita, virar de 3 a 5 cartas, pegar pequenos objetos, simular alimentação, empilhar peças de damas, pegar objetos grandes e leves e pegar objetos grandes e pesados é um dos poucos testes que vem sendo utilizados em estudos com queimaduras (KOWALSKE, 2009). Para se medir resultados pertinentes de pacientes com disfunções na mão, Chung et al. (1998), desenvolveram um instrumento de avaliação específico para a mão chamado de “Michigan Hand Outcomes Questionnaire” (MHQ), que avalia disfunções na mão. Composto por 37 questões que são subdivididas em seis grupos incluindo: função global da mão, performance no trabalho, estética e satisfação do paciente com a função da mão (SHAUVER; CHUNG, 2009). A dimensão dos resultados não deve ser só avaliada com atenção no estado de saúde do paciente e custo total com os cuidados, mas também levar em conta a satisfação do paciente com o tratamento que recebeu e se conseguiu alcançar suas necessidades individuais (HARTH; GERMANN; JESTER, 2008). 15 O questionário de Disfunção do Braço, Ombro e Mão “Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand” (DASH) é um questionário padrão que avalia os prejuízos e limitações em atividades tanto de lazer, como de trabalho. Produz resultados entre 0 e 100, sendo que quanto maior a pontuação, mais severa será a disfunção (JESTER et al., 2005). Para entender o quão limitante será uma disfunção na mão para um ser humano, temos que levar em conta diversos fatores: estado psicológico, nível de motivação, inteligência e expectativas, sendo assim o sucesso do resultado de uma reabilitação deve englobar aspectos objetivos e subjetivos (WATTS; GREENSTOCK; COLE, 1998). Tendo em vista a influência que uma queimadura com acometimento das mãos pode vir a ter na funcionalidade de um indivíduo, a criação de uma ficha de avaliação direcionada para a mão queimada, torna-se necessária para um registro mais adequado e dinâmico destes casos; podendo otimizar o processo de avaliação e reabilitação. 1.1 Objetivo Criar uma ficha de avaliação específica para mão de pacientes vítimas de queimadura. 16 2. METODOLOGIA Para a realização deste trabalho foi feita uma pesquisa bibliográfica sobre avaliação em mãos e queimaduras, com o objetivo de aprimorar os conhecimentos em relação ao tema estudado. Segundo Medeiros (2000), a pesquisa bibliográfica constitui-se em fonte secundária; é aquela que busca o levantamento de livros e revistas de relevante interesse para a pesquisa que será realizada. Seu objetivo é colocar o autor da nova pesquisa diante de informações sobre o assunto de seu interesse. Foram utilizadas para a realização desta monografia bibliografias contidas em livros, artigos, revistas, entre outros, referentes à avaliação das mãos e queimaduras utilizando as palavras-chave: avaliação; mão; queimadura, sendo o local de pesquisa a Biblioteca da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, onde foi realizada uma busca na base de dados online do Pubmed, com a finalidade de se obter informações a respeito de aspectos relevantes para serem abordados em uma avaliação de um indivíduo que foi vítima de queimadura na região das mãos. 17 3. RESULTADOS O resultado deste trabalho foi a elaboração de uma ficha de avaliação fisioterapêutica para mão queimada, contemplando os itens comumente avaliados como, dados pessoais (idade, sexo, profissão, entre outros), além de dados específicos da queimadura (data e tipo de acidente, agente causal, áreas atingidas, profundidade, cirurgia realizada, lesões associadas, entre outros), dados direcionados a avaliação específica da mão queimada como ADM, FM, sensibilidade (Anexo 1) e avaliações funcionais como o DASH (Anexo 2) e o Jebsen Test (Anexo 3). Os itens selecionados foram estipulados mediante uma revisão bibliográfica onde o perfil epidemiológico, as rotinas específicas (desbridamento, enxertia de pele, entre outros), as complicações e sequelas mais comuns em queiamduras com acometimento das mãos foram destacadas, para uma avaliação mais adequada e direcionada ao perfil destes pacientes. 18 AVALIAÇÃO MÃO QUEIMADA DATA: _____ /_____ /_____ REGISTRO: _______________________ NOME______________________________________________________________ ENDEREÇO:_________________________________________________________ PROCEDÊNCIA: _________________________ DN: _____ / _____ / _____ TELEFONE: ___________ IDADE: _____ ETNIA: ____________ SEXO: _____ ESTADO CIVIL: __________________ PROFISSÃO: _______________ ESCOLARIDADE:___________________ MÃO DOMINANTE: ______ Estado Funcional: ( ( ( ( MÃO AFETADA:_______ ) Retornou regularmente ao trabalho ) Tem restrições no trabalho ) Apto a trabalhar, mas está desempregado ) Inapato a trabalhar pela dor e (ou) disfunção DATA DA QUEIMADURA: _____ /_____ /_____ DATA DA INTERNAÇÃO: _____/_____/_____ AGENTE CAUSAL: __________________ TIPO DE ACIDENTE: AD ( ) AT ( ) TS ( ) TH ( ) HMA:_______________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ QUEIXA PRINCIPAL:__________________________________________________ 19 PROFUNDIDADE (Predomínio na mão): 1° Grau ( ) 2° Grau ( ) 3° Grau ( ) EXAME FÍSICO (inspeção, palpação, curativos, acessos, drenos...) ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ________________________________________ LESÕES/LIMITAÇÕES FUNCIONAIS PRÉVIAS E PATOLOGIAS ASSOCIADAS: ( ( ( ( ( ) Diminuição de ADM ( ) Amputações ( ) Artroses ) Lesões tendíneas ( ) Lesões nervosas ( ) DM ) HAS ( ) dislipidemia ( ) Tabagismo ) Alcoolismo ( ) doenças vasculares ) Radioterapia ( nº de sessões: ______) Outras: ___________________________ 20 CIRURGIA: ÁREA DOADORA: ( ) Couro cabeludo ( ) Outros _____________ ( ) Coxa ( ) Cavo plantar DATAS DAS CIRURGIAS:______________________________________________ INTERCORRÊNCIAS: ( ) Pré cirúrgica ( ) Intra Cirúrgica ( ) Pós Cirúrgica Especificar:__________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ CICATRIZAÇÃO: ( ) Normal ( ) Tardia ( ) Hipertrofia ( ) Quelóide ( ) Outros: ___________________________ ( ) Deiscência ( )aderência ( ) Hipercromia FISIOTERAPIA ( ) Sim: (tempo, uso de tala) _______________________________ ( ) Não TERAPIA OCUPACIONAL ( ) PSICOLOGIA ( ) EXPECTATIVAS:_____________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 21 GONIOMETRIA TOTAL: ADM TOTAL 1° dedo 2° dedo 3° dedo 5° dedo 4° dedo SOMA FLEXÃO ATIVA Direita Esquerda EXTENSÃO ATIVA Direita Esquerda FUNÇÃO DA MÃO: PREENSÃO E PINÇAS: (S) = Eficaz / (N) = Não eficaz PREENSÃO PINÇA POLPA-POLPA E D PINÇA LATERAL E D PINÇA 3 PONTOS E D E D DISTÂNCIA FALANGE DISTAL-PALMA 2° Dedo D 3° Dedo E D 4° Dedo E D 5° Dedo E D DISTÂNCIA PRIMEIRO ESPAÇO INTERDIGITAL 1° Espaço Interdigital Abertura Máxima Fechamento Maximo Direito Esquerdo E 22 FORÇA MUSCULAR (0 – 5) Músculos D E Músculos Flexor Radial do carpo Oponente do 5° Flexor ulnar do carpo Adutor curto do polegar Palmar longo Abdutor do 5° Flexor profundo dos dedos (2°) Flexor curto do 5° Flexor profundo dos dedos (3°) Lumbrical (1°) Flexor profundo dos dedos (4°) Lumbrical (2°) Flexor profundo dos dedos (5°) Lumbrical (3°) Flexor superficial dos dedos Lumbrical (4°) Extensor longo do polegar Interósseos dorsais Extensor curto do polegar Interósseos palmares Flexor longo do polegar Extensor radial longo do carpo Flexor curto do polegar r Extensor radial curto do carpo Abdutor longo do polegar Extensor ulnar do carpo Abdutor curto do polegar Extensor do indicador Oponente do polegar Extensor do 5° ESCALA VISUAL ANALÓGICA D E 23 4. DISCUSSÃO Segundo Peck (2011), a incidência das queimaduras e mortes por incêndio está diretamente ligada com fatores como: idade, sexo, profundidade da lesão e superfície corporal queimada (SCQ). Segundo Atiyeh et al (2008), as taxas de queimaduras são mais elevadas em homens, negros e crianças, sendo assim na elaboração desta ficha de avaliação estes itens foram contemplados, além de outros referentes aos dados pessoais e da queimadura. Muitos autores correlacionam idade com agente causal, sendo citado em literatura que as queimaduras por escaldamento comumente acometem crianças (VALE, 2005), sendo os adultos comumente envolvidos em queimaduras cujos agentes causais mais comuns são, álcool e fogo direto (FERREIRA; LUIS, 2002). Rossi et al. (1998) referem em seus estudos uma maior incidências de acidentes por queimaduras na idade produtiva. As queimaduras relacionadas ao trabalho caracterizam-se como um grave problema de saúde, pois além causar dores e cicatrizes, estão muitas vezes ligadas com o retardo do retorno ao trabalho e até mesmo invalidez (ANDERSON; BONAUTO; ADAMS, 2011), mostrando a necessidade de uma avaliação e intervenção mais cuidadosa nestes casos. O suicídio por queimadura é tido como a mais dramática de todas as formas de suicídio, cerca de 9,4% das queimaduras, está relacionada com o auto extermínio, sendo que na maioria destes casos, estes indivíduos fizeram uso abusivo de bebida alcoólica, encontravam-se desempregados e tinham uma média de idade de 40,3 anos (THEODOROU, 2011). Nestes casos além do acometimento das mãos, um perfil diferenciado e multiprofissional se faz necessário, pois o processo de reabilitação no indivíduo vítima de queimadura é longo, trabalhoso e dependente da colaboração a e participação ativa destes pacientes. Sendo assim conhecer o local, tipo de acidente e outros dados específicos da queimadura contidos nesta ficha, pode auxiliar o avaliador a traçar um perfil epidemiológico destes pacientes, envolvendo capacidade de retornar ao trabalho, necessidade de apoio multiprofissional, capacitação do paciente e/ou familiares, entre outros aspectos. 24 A mão é a parte do corpo mais afetada e vulnerável em uma lesão por queimadura, pois participa ativamente das atividades de vida diária; estão localizadas na extremidade de nosso corpo o que as expõem constantemente a maiores riscos de ferimentos (MASLAUSKAS et al., 2009), sendo assim quanto melhor, mais precisa e direcionada for uma avaliação, melhores podem ser os resultados no processo de reabilitação, assim como reavaliações. Apesar das mãos representarem apenas 3% de todo o corpo, queimaduras nas mãos são consideradas ferimentos sérios e devem ser tratadas em centros especializados (MOORE; DEWEY; RICHARD, 2009). Sendo assim, uma avaliação e tratamento adequado em casos de queimaduras com acometimento de mãos tornam-se fundamental para que a recuperação funcional seja alcançada. Estudos mostram que o nível de escolaridade mostra-se inversamente proporcional com o risco de um indivíduo sofrer queimadura, ou seja, quanto maior o nível de escolaridade menor a chance de sofrer queimadura (ATIYEH; COSTAGLIOLA; HAYEK, 2008); este dado caracteriza a necessidade de uma adequação na dinâmica de uma avaliação fisioterapêutica, com dados simples, dinâmicos, específicos e de fácil entendimento para o paciente, justificando a elaboração de uma ficha de avaliação mais simples e objetiva principalmente no caso da mão queimada onde a quantidade de dados a serem investigados geralmente é numerosa. Especificamente em relação á goniometria, devido ao grande volume de dados comumente obtidos, e complexidade na sua análise e na interpretação, foi adotada a avaliação da amplitude total de movimentação ativa (ATMA), com objetivo de otimizar, tornando mais rápido e funcional o processo de avaliação e possíveis reavaliações. Segundo Nedelec et al. (2005), uma queimadura superficial que cicatriza espontaneamente apresenta limiar sensitivo menor quando comparadas a queimaduras profundas que necessitaram de enxertia. Sabendo que uma queimadura acarreta prejuízos a sensibilidade do indivíduo, uma avaliação detalhada da sensibilidade deve ser realizada com o objetivo de se verificar as possíveis áreas da mão mais sensíveis a estímulos nocivos ou possíveis alterações na sensibilidade. 25 A estesiometria realizada com os Monofilamentos de Semmes-Weinstein é tida como um método padrão para se avaliar a sensibilidade superficial e promove dados confiáveis a respeito do limiar sensitivo da área lesada (NEDELEC et al., 2005). A queimadura é a mais prejudicial de todas as lesões, pois além de causar disfunção, acarreta danos emocionais e mentais (ATIYEH; COSTAGLIOLA; HAYEK, 2008). As cicatrizes provocadas pelas queimaduras têm grande influência sobre a qualidade de vida do paciente, podendo estar associadas com ansiedade, reclusão social, depressão, interrupção das atividades de vida diária, distúrbios do sono e todas as consequentes dificuldades em retornar a vida normal após a reabilitação física (GANGEMI et al., 2008). Estes dados mostram a importância de uma avaliação e atuação multiprofissional em pacientes vítimas de queimaduras com acometimento das mãos, pois além das limitações funcionais, as mãos são áreas corpóreas muito expostas, tornando as lesões mais visíveis ao próprio paciente. A profundidade e a extensão de uma queimadura são dados importantes no prognóstico de possíveis sequelas na mão queimada, pois comumente levam a contraturas articulares e diminuição da função. Preservar a função e a amplitude de movimento (ADM) são os objetivos imediatos na reabilitação de um paciente queimado. Os objetivos à longo prazo envolvem maximizar a independência nas atividades de vida diária e treinar o paciente a retomar a uma vida mais funcional possível, mesmo que hajam perdas de extremidades (SERGHIOU; COWANH; WHITEHEAD, 2009); justificando a utilização de fichas específicas como DASH e Jebsen que avaliam a função da mão. A formação de cicatriz é um passo natural no processo final da cicatrização de feridas; a cicatrização patológica é um problema grave para o paciente e desafiante para a equipe, pois pode comprometer o processo de reabilitação. A cicatriz patológica parece ter a mesma prevalência em ambos os sexos, sendo que a hipertrofia é mais comum em pacientes jovens. A hipertrofia está diretamente relacionada com a extensão da queimadura (GANGEMI et al., 2008). Ao contrário das cicatrizes hipertróficas, que geralmente regridem em um ano ou dois, as quelóides crescem por vários anos até tornarem-se estáveis (KELLY, 2009). Cicatrizes patológicas são extremamente comuns após queimaduras (prevalência de 26 77%), podendo ser um fenômeno isolado (44%) ou em combinação com a contratura (28%) no mesmo indivíduo (GANGEMI et al., 2008), justificando a importância de uma avaliação englobando também aspectos cicatriciais em mãos queimadas. A contratura em adução do primeiro espaço interdigital desenvolve-se normalmente após uma queimadura dorsal, palmar ou total da mão. As cicatrizes restringem os movimentos do polegar, o que leva a um grande prejuízo para a função da mão. Até mesmo as menores contraturas poderão limitar a preensão de objetos grandes, já que o polegar é responsável por 40 a 50% da função da mão (GRISHKEVICH, 2011). Devido a sua importância na funcionalidade da mão e a grande incidência de acometimento do primeiro espaço das mãos em acidentes com queimaduras, um item específico que avalia o 1° espaço e a capacidade de pinça e preensão foi contemplado nesta ficha de avaliação. O resultado da perda da função da mão decorrente de uma deformidade causada por uma queimadura leva a uma limitação funcional nas atividades de vida diária de um indivíduo (MOORE; DEWEY; RICHARD, 2009). Existem muitos instrumentos utilizados para se avaliar o grau de disfunção da mão e de todo membro superior, sendo que os dois métodos mais conhecidos são o MHQ e o DASH. Ambos foram validados para se avaliar os danos e limitações nas AVDs e participação social, sendo que o MHQ quando comparado ao DASH apresenta maior sensibilidade no que diz respeito a alterações funcionais (HORNG, et al., 2010). Um fator limitante no processo de avaliação da mão queimada é a escassez de instrumentos específicos e validados, pois instrumentos como o MHQ apesar de validados, ainda não foram traduzidos para a língua portuguesa, impossibilitando sua utilização. Sendo assim neste trabalho os instrumentos anexados para avaliação funcional da mão queimada foram o DASH e Jebsen, que são instrumentos validados e traduzidos para língua portuguesa. Pacientes vítimas de queimadura descrevem a dor como sendo terrível e inexplicável e que não melhoram muitas vezes nem mesmo com a medicação ministrada. O grau e a duração da dor que um paciente suporta na trajetória de seu tratamento dependem de fatores como extensão e localização da queimadura, estado emocional, nível de ansiedade, de tolerância à dor, experiência anteriores, cultura e faixa etária (ROSSI et al., 2000), sendo assim a dor deve ser valorizada, 27 respeitada e servir da parâmetro no processo de avaliação e tratamento destes pacientes; estando contemplada nesta ficha de avaliação. 28 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Uma lesão por queimadura com acometimento das mãos pode evoluir com graves deformidades, seqüelas e disfunções podendo ser aplicadas fichas e (ou) protocolos que avaliem itens comumente investigados como ADM, FM, sensibilidade sendo necessária também a avaliação de itens específicos e característicos pós queimadura como hipertrofia, hipercromia, retrações e aderências cicatriciais. Neste estudo não foram encontradas fichas específicas para a avaliação de mão queimada sendo a sua elaboração necessária devido a grande complexidade de dados a serem investigados em casos de queimaduras com acometimento de mão. Devido a esta complexidade característica para a avaliação de uma mão queimada a elaboração de uma ficha abrangente e de fácil preenchimento e aplicável torna-se necessária. 29 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDERSON, N. J.; BONAUTO, D. K.; ADAMS, D. Pysiachiatric diagnosis after hospitalization with work-related burn injuries in Washinton State. 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A capacidade de medir a coordenação grossa faz deste teste um excelente instrumento para avaliar os indivíduos que apresentam tal acometimento que impedem o uso de testes que utilizem muitos padrões de coordenação mais fina. Descrição do teste: Material específico – prancha de madeira medindo 102 x 28 x 2cm ESCREVER Material: caneta preta; prancheta; papel sulfite; 4 cartões (12,5cm X 20cm) com frases contendo 24 letras cada, diferentes em letra de forma maiúscula e centrada no cartão Preparação: prancheta na frente do paciente e caneta em cima do papel Execução: mostrar 1 cartão com uma frase aleatória e o paciente deve copiar, primeiro com a mão não dominante e aí é mostrada outra frase para fazer a mão dominante Anotação: inicia o cronômetro quando o paciente põe a ponta da caneta na folha e termina quando retira a caneta da última palavra VIRAR CARTÃO Material: cartão de papel (7 x 12,5 cm), tábua de madeira Preparação: alinhar os cartões em frente ao paciente, a 5cm de distância do indivíduo e com 5cm de separação entre eles Execução: Paciente colocar a mão não dominante sobre a mesa e começar a virar os cartões do lado posto (cruzado), não precisando arrumá-los Anotação: inicia o cronômetro após o comando já e termina quando paciente colocar o último papel virado na mesa PEGAR OBJETOS COMUNS Material: lata vazia de 500grs; 2 clipes, 2 tampinhas de garrafa, 2 moedas de 5 centavos Preparação: organizados horizontalmente com um distância de 5cm do paciente e 5 cm de distância entre eles na seguinte ordem – 2 clipes, 2 tampinhas, 2 moedas e a lata a 5cm de distância do lado oposto a mão testada Execução: iniciar colocar os objetos próximos a mão testada o mais rápido possível na lata, iniciando com a mão não dominante Anotação: Inicia após o comando já e termina quando ouve o barulho do último material colocado 37 ALIMENTAR Material: tábuas de madeira, 5 feijões, 1 colher de chá, 1 lata de 500grs. Preparação: tábuas colocadas formando L em frente ao paciente, na horizontal, com uma distância de 5cm do paciente, alinhado os grãos horizontalmente com uma distância de 5cm de cada um e a 5 cm da quina do L, a lata é colocada do lado oposto à mão testada Execução: com a colher o indivíduo deve colocar um feijão de cada vez na lata, iniciando com a mão não dominante Anotação: inicia o cronômetro após o já e termina quando ouve o ultimo barulho EMPILHAR PEÇAS DE DAMA Material: 4 peças de dama, tábua de madeira Preparação: colocar as 4 peças em cima da madeira que está a 5cm de distância do paciente, disposta uma ao lado da outra numa configuração 00 00, com uma distância de 5cm entre os pares Execução: iniciar com a mão não dominante que deve estar em cima da mesa e empilhar uma em cima da outra na beirada da tábua no centro Anotação: após o comando já e quando a última peça tocar a outra PEGAR OBJETOS GRANDES E LEVES Material: 5 latas vazias de Nescau, tábua de madeira Preparação: a tábua colocada a 30cm de distância do paciente com as latas dispostas uma ao lado da outra com 5cm de distância entre elas, em cima da tábua Execução: iniciando com a mão não dominante o indivíduo deve tirá-la da madeira e colocá-la na mesa na frente do mesmo, iniciando com a lata que está mais próxima da mão testada Anotação: após o comando já com o paciente com a mão em cima da mesa e quando a última lata tocar a mesa PEGAR OBJETOS GRANDES E PESADOS Material: 5 latas com 500grs. de areia, tábua de madeira Preparação: a tábua colocada a 30cm de distância do paciente com as latas dispostas uma ao lado da outra com 5cm de distância entre elas, em cima da tábua Execução: iniciando com a mão não dominante o indivíduo deve tirá-la da madeira e colocá-la na mesa na frente do mesmo, iniciando com a lata que está mais próxima da mão testada Anotação: após o comando já com o paciente com a mão em cima da mesa e quando a última lata tocar a mesa As normas são categorizadas de acordo com o tempo máximo, a dominância, idade e sexo. 38 Tempo gasto (Segundos) Para realização da Tarefa DIREITA Escrever Virar cartão Objetos comuns Alimentação Peças de dama Objetos grandes e leves Objetos grandes e pesados ESQUERDA