EXPEDIENTE COORDENAÇÃO Prof. Sérgio Sibilio Fritsch

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EXPEDIENTE
COORDENAÇÃO
Prof. Sérgio Sibilio Fritsch
COMISSÃO BIOSSEGURANÇA
Prof. Sérgio Sibilio Fritsch
Profa. Rosiléa Chain Hartung Habibe
Profa. Marcela Ventura Soares
Prof. Fernando dos Reis Cury
Profa. Diarnar da Costa Pinto
Nossa Capa:
A nossa capa idealizada por Fristsch simboliza a cadeia de ações em
biossegurança, no Curso de Odontologia do UniFOA. Unidas em fortes elos
representa a eterna vigilância nas atitudes clínicas que visam o cuidado e a
atenção ao ser humano, que tem como máxima a frase de Marco Túlio Cíciro:
"Que o bem-estar do povo seja a lei suprema."
INTRODUÇÃO
Você que recebe após incansáveis esforços de um grupo iluminado por
Deus, o primeiro manual de Biossegurança do Curso de odontologia do UniFOA, a
partir de agora e principalmente quando estiver extra-muros, é sua a
responsabilidade de quebrar a cadeia de contaminação a que nós profissionais do
área de saúde e a comunidade (parte fundamental) está susceptível,
É nossa meta, de uma vez por todas, diminuir o estoque de doenças a que
somos submetidos ou submetemos.
Lembre-se: A comunidade nos pede saúde, que deveria ser o final de nosso
objetivo, por isto, biossegurança vai muito além de métodos, é respeito, amor,
dedicação e vida.
Prof. Sérgio Lobo
Coordenador do Curso de Odontologia
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------------- 3
2. PRINCÍPIOS DE CONTROLE DE INFECÇÃO --------------------------------------- 5
2.1. Conceitos
2.2. Classificação dos materiais
2.3. Classificação dos procedimentos
3. IMUNIZAÇÃO ---------------------------------------------------------------------------------- 6
4. MEDIDAS DE PRECAUÇAO UNIVERSAL -------------------------------------------- 6
4.1. Barreiras ou equipamentos de proteção individual
4.2. Barreiras ambientais
4.3. Desinfecção do piso e paredes
4.4. Cuidados com o instrumental
4.4.1. Esterilização
4.5. Cuidados com modelos, moldagens e peças de laboratório
4.6. Cuidados na tomada radiográfica e processamento de filmes
4.7. Descarte do lixo
5. PROTOCOLO DE ATENDIMENTO CLÍNICO -------------------------------------- 12
5.11.Normas para os alunos
5.2.Normas para os professores
5.3.Normas para o pessoal auxiliar
6.CONDUTAS FRENTE A ACIDENTES DE TRABALHO -------------------------- 15
6.1. Medidas específicas de quimioprofilaxia para HIV
6.2.Medidas de quimioprofilaxia para hepatite B
6.3.Medidas específicas para hepatite C
4
2. PRINCÍPIOS DE CONTROLE DE INFECÇÃO
Para o controle de infecção nas Clínicas de Ensino Odontológico são
necessários alguns conhecimentos e práticas que garantam ao profissional,
auxiliares e pacientes melhores condições de BIOSSEGURANÇA.
2.1 Conceitos

Assepsia: conjunto de medidas empregadas com a finalidade de eliminar os
microorganismos presentes no material, instrumental e superfícies.

Antissepsia: conjunto de medidas para evitar a atividade e proliferação das
formas vegetativas de bactérias patogênicas e grande parte da flora
residente da pele ou mucosa, através do uso de substâncias químicas
sobre tecidos vivos.

Desinfecção: processo de destruição dos microorganismos patogênicos,
sem atingir necessariamente os esporos. É aplicada em objetos, pisos,
paredes, superfícies de equipamentos médicos ou odontológicos. Pode ser
realizada por meios químicos ou físicos.

Esterilização: processo físico ou químico para a destruição de todas as
formas de vida microbiana (esporos, bactérias e vírus).
2.2 Classificação dos materiais

Instrumentos críticos: são todos os itens médico-cirúrgicos e odontológicos
que penetram nos tecidos sub-epiteliais e no sistema vascular. Ex.: sondas,
escavadores, brocas, grampos para isolamento, curetas periodontais,
fórceps, entre outros. Devem ser obrigatoriamente esterilizados.

Instrumentos semi-críticos: são aqueles que entram em contato com a
mucosa ou pele íntegra, sem entretanto cortá-la ou perfurá-la. Ex.:
moldeiras, espelhos odontológicos, entre outros. Devem ser esterilizados.

Instrumentos não críticos: são aqueles que entram em contato com a pele
íntegra, e os que não entram em contato com o paciente. Ex.: muflo, pinça
perfuradora, entre outros. Devem ser desinfetados.
2.3 Classificação dos procedimentos

Procedimentos críticos: são aqueles em que há penetração no sistema
vascular. Ex.: cirurgias em tecidos moles e duros, raspagens e curetagens
periodontais, etc. Nestes procedimentos, os cuidados com a esterilização e
desinfecção do consultório, preparo do paciente e da equipe odontológica
devem ser máximos.
5

Procedimentos semi-críticos: são aqueles que entram em contato com
secreções orgânicas (saliva), sem invadir o sistema vascular. Ex.:
moldagens, entulhamento de material restaurador, colocação de aparelho
ortodôntico, etc.

Procedimentos não críticos: são aqueles em que não há penetração no
sistema vascular ou contato com as secreções orgânicas. Em Odontologia
não existem procedimentos que possam ser classificados dentro
desta categoria.
3. IMUNIZAÇÃO
A imunização reduz o risco de infecção, protegendo a saúde da equipe,
seus pacientes e familiares. A equipe odontológica e os acadêmicos da área de
saúde devem ter como norma a vacinação preventiva contra hepatite B,
tuberculose e tétano. A vacinação contra rubéola é necessária para profissionais,
pessoal auxiliar e acadêmicos do sexo feminino em período fértil, que não tenham
ainda contraído a doença.
A vacinação contra hepatite B é extremamente necessária, e aplicada em
3 doses, na seqüência 0, 30 e 180 dias, com uma dose de reforço a cada 5 anos.
Decorridos 30 dias da última dose são realizados testes laboratoriais para
certificar-se da real imunidade.
Importante: os acadêmicos de odontologia devem ser vacinados contra
as doenças infecto-contagiosas, principalmente contra hepatite B e tétano em seu
primeiro ano de curso.
4. MEDIDAS DE PRECAUÇAO UNIVERSAL
É o conjunto de medidas de controle de infecção, para serem adotadas
universalmente, como forma eficaz de redução do risco ocupacional e de
transmissão de microorganismos nos serviços de saúde.
4.7 Barreiras ou equipamentos de proteção individual
O uso de barreiras protetoras é extremamente eficiente na redução do
contato com sangue e secreções orgânicas. Desta forma, a utilização de
equipamentos de proteção individual torna-se obrigatória durante o atendimento
odontológico.

Luvas:
1 . Procedimentos: não estéreis, para procedimento; semi-críticos. As
mãos devem ser lavadas antes de se calçar as luvas, e devem ser
descartadas a cada atendimento, em lixo contaminado.
6
2. Cirúrgicas: estéreis, indicadas para procedimentos cirúrgicos
(críticos).
3. Limpeza: de borracha grossa, devendo ser usadas em serviços de
limpeza e descontaminação de instrumentos, equipamentos e
superfícies. São reutilizáveis, e devem ser descontaminadas após o
uso.

Máscaras: devem ser escolhidas de modo a permitir proteção adequado,
como as máscaras de tripla proteção, descartáveis, com eficiência de
filtração acima de 95%.

Protetores oculares: têm por finalidade proteger a mucosa ocular de
contaminantes e acidentes ocupacionais. Os mais indicados possuem
vedação periférica e melhor adaptação ao rosto. Após o uso devem ser
descontaminados.

Avental: tem por finalidade evitar o contato da pele com os
microorganismos do campo de trabalho. Deve ter mangas longas, podendo
ser não cirúrgico ou cirúrgico estéril. Este só deve ser utilizado nas
dependências das clínicas.

Gorro ou touca: protege os cabelos contra gotículas de saliva, aerosóis e
sangue. Deve ser descartável e recobrir todo o cabelo e orelhas.
4.2 Barreiras ambientais
As superfícies do equipamento que serão tocadas pelo profissional ou por
instrumentos contaminados durante os procedimentos operatórios deverão ser
desinfetadas e protegidas com barreiras.
 Desinfecção de equipamentos e superfícies
A desinfecção deverá ser realizada com fenol sintético a cada atendimento.
 Barreiras ambientais
As barreiras devem ser impermeáveis e descartáveis (filme de PVC, p. ex.),
devendo ser trocadas entre pacientes, e indicados para a proteção de:




alça e interruptor do foco
tubo alça e disparador do RX
filme radiográfico
pontas de alta e baixa rotação (na hipótese deste equipamento não
ser autoclavável)
 seringa tríplice
 botões de comando da cadeira
 haste da mesa e mesa auxiliar
7





ponta e cabo do fotopolimerizador
ponta da mangueira do sugador
ponta do aparelho ultra-sônico
encosto da cabeça
braço da cadeira
Após a colocação das barreiras, estas deverão ser desinfetadas utilizando-se
clorhexidina a 4%.
4.3 Desinfecção do piso e paredes

Desinfecção do piso
Deve ser realizada diariamente com um desinfetante a base de fenol
sintético, após limpeza com água e sabão, utilizando-se a técnica dos dois
baldes. Semanalmente o piso deve ser lavado com água e sabão. Não
deve ser varrido, pois com o uso da vassoura levantam-se
microorganismos.

Desinfecção das paredes, tetos e janelas
Deve ser realizada semanalmente, ou quando houver contaminação por
secreções. O tratamento dado às paredes, tetos e janelas é o mesmo dado
ao piso.
4.4 Cuidados com o instrumental
É desejável a eliminação total (esterilização) da carga microbiana dos
instrumentos e materiais a serem empregados no tratamento dos pacientes.

Pré-lavagem
 Com as mãos calçadas em luvas de borracha grossa, protegido por
avental, óculos, gorro e máscara, lavar em água corrente os
instrumentos contaminados e imergi-los em solução de
glutaraldeído a 2% ou solução de fenol sintético, contido em caixa
plástica com tampa, por 30 minutos.
 Retirar o material da imersão, e com sabão enzimático proceder à
escovagem (a escova deve ser utilizada somente para este fim, e
desinfetada após o procedimento por imersão em solução de
glutaraldeído a 2% ou fenol sintético). Enxaguar em água corrente.

Secagem
 Secar o instrumental com pano limpo e seco (toalha) ou papel
toalha.

Embalagem
 Após a secagem do instrumental realiza-se a embalagem conforme
o processo de esterilização a ser utilizado.
8
4.4.1 Esterilização
A esterilização pode ser realizada através de processos químicos ou
físicos.

Meios físicos
 Calor seco (estufa)
Recomenda-se o tempo de 02 horas a 160ºC ou 01 hora a 170ºC.
 Calor úmido (autoclave)
O tempo de utilização varia conforme condições de uso.

Meios químicos (métodos de última escolha)
 Glutaraldeído a 2%
Recomenda-se 10 horas em caixa plástica com tampo.
4.5 Cuidados com modelos, moldagens e peças de laboratório
Afim de prevenir que material contaminado seja enviado ao laboratório de
prótese, recomenda-se sua prévia lavagem e desinfecção.

Desinfecção de moldagens, modelos e registros
Após a realização de moldagens, modelos e registros em cera, deve-se
descontaminar a peça para remover saliva, sangue e outros detritos e, em
seguida usar substâncias desinfetantes.
Os desinfetantes utilizados são: hipoclorito de sódio a 1% e glutaraldeído a
2%. Os métodos de aplicação podem ser fricção ou imersão.
Condutas:
-Lavar com água corrente
-Desinfetar conforme tabela
9

Desinfecção de próteses
 As próteses, ao voltarem do laboratório e após provas na boca do
paciente, devem ser lavadas com escovas e detergente enzimático
e desinfetadas com glutaraldeído 2%, pelo método de imersão por
30 minutos.
 Após a desinfecção, moldagens, modelos, ou próteses em prova
devem ser embalados em plástico, para serem enviadas ao
laboratório.
 Em caso de pacientes sabidamente infectados, o profissional deve
informar ao laboratório, para que o pessoal técnico redobre os
cuidados de controle de infecção.

Cuidados no uso de peças do laboratório
 As pedras e peças para acabamento e polimento devem ser
lavados com escova e detergente enzimático, e autoclavadas.
 Recorte, vazamento de modelos e troquéis, polimento de próteses
em geral devem ser efetuados com o uso de avental, gorro,
máscara e óculos. Quando o torno é utilizado com agentes
abrasivos (pedra pomes em pó, branco de espanha), estes devem
ser aglutinados em solução de hipoclorito de sódio a 1%.
10

Cuidados com dentes humanos utilizados em laboratórios de
treinamento
 Utilizar somente dentes humanos fornecidos ou que tenham sido
desinfetados e esterilizados pelo banco de dentes.
4.5 Cuidados na tomada radiográfica e processamento de filmes

Proteção radiológica aos pacientes durante os exames radiográficos
 Uso de avental plumbífero
 Proteção de gônadas e tireóide
 Filmes com barreiras de PVC

Proteção radiológica para operadores
 Distância mínima de dois metros da fonte de radiação.
 Utilização de biombos plumbíferos com visor e orientações técnicas do
CNEN (Conselho Nacional de Energia Nuclear).
 Utilização de filmes dosímetros para mensuração do leitura.
 Ambientes adequados para otimização dos exames.

Orientações gerais
 Antes de inserir um filme radiográfico intra-bucal em posição para uma
tomada radiográfica, este deve ser envolvido em filme de PVC. Após a
exposição, a barreira protetora deve ser removida e descartada em lixo
contaminado (nunca no interior do caixa de revelação ou na lixeira da
câmara escura).
 As superfícies e partes do equipamento devem ser desinfetadas e
protegidas com barreiras.
 As tomadas radiográficas e a revelação devem ser efetuadas utilizandose sobre-luvas.
4.7 Descarte do lixo
Na odontologia existem vários tipos de lixo, devido à variedade de
materiais utilizados para seu exercício.
4.7.1 lixo geral
Contendo papéis, caixas, etc. Dispensa tratamento e embalamento
especial.
11
4.7.2 Lixo contaminado
Contendo sangue, secreções ou substâncias tóxicas.
Deve ser separado em:

Lixo sólido contaminado pérfuro-cortante: contendo instrumentos cortantes
e contundentes. Seu acondicionamento deve ser feito em recipientes
próprios, com paredes rígidas e resistentes a perfurações, à prova de
vazamentos e com inscrição externa de "infectante" e "material pérfurocortante". Deve ser lacrado e recolhido após ter 2/3 de sua capacidade
utilizada.

Lixo sólido contaminado sem risco de injúrias mecânicas: contendo
resíduos como gaze, algodão, pontas de sucção descartáveis, luvas,
máscaras, etc. Seu acondicionamento deve ser feito em lixeiras com tampa
acionada por pedal, e no seu interior deve ser colocado saco plástico de
polietileno branco leitoso, identificado como lixo hospitalar, com símbolo de
material infectante. Deve ser recolhido diariamente.

Lixo tóxico:
 Contendo resíduos tóxicos.
 Lixo com resíduos de amálgama: os resíduos de amálgama e
mercúrio
devem
ser
acondicionados
em
recipientes
preferencialmente de plástico, contendo água, fechados com tampa
que permita boa vedação e rotulado como "contaminado com
mercúrio".
 Lixo com resíduos de chumbo: os resíduos de chumbo devem ser
descartados em recipientes separados e rotulados como
"contaminado com chumbo".
Os lixos contaminados e tóxicos devem ser recolhidos e depositados para
coleta especial, em local apropriado, usando-se luvas grossas e manuseando-os o
mínimo possível.
A coleta especial é realizada pela prefeitura, em carros próprios para
resíduos infectantes, após solicitado este tipo de serviço.
5. PROTOCOLO DE ATENDIMENTO CLÍNICO
5.7 Normas para os alunos
Ao entrar na clínica, o aluno deve:
 Retirar todos os adereços como: jóias, bijuterias e relógio, etc;
 Desligar seu aparelho celular;
 Estar trajando roupa, sapatos de couro fechados e meias brancas.
12
Rotina para o atendimento
Todo paciente deve ser considerado como portador de doença infectocontagiosa. No atendimento de pacientes, de acordo com normas de
biossegurança, deverá ser seguida a seqüência abaixo:














Depositar o material a ser esterilizado na central de esterilização, e recebêlo no horário do atendimento;
Vestir o jaleco, que deve ser: comprido, abotoado, com mangas longas e
que só deverá ser utilizado nas dependências das clínicas, ficando proibido
o seu uso fora delas;
Lavar as mãos com água e sabão e secá-las com toalhas descartáveis;
Proteger-se com luvas de borracha, óculos, máscara e gorro, para efetuar a
limpeza e desinfecção do equipamento;
Borrifar, de forma abundante, fenol sintético na cuspideira;
Aplicar fenol sintético a uma esponja (reservada somente para este uso)
umedecida em água, esfregando as superfícies de trabalho que serão
tocados pelo profissional ou por instrumentos contaminados. Em seguida,
atomizar o produto sobre essas mesmas superfícies, deixando secar
naturalmente, para se obter um bom nível de efeito residual;
Abrir a água da cuspideira;
Lavar a mão enluvada, enxugar em toalha de papel, tirar as luvas,
desinfetá-las e guardá-las em local apropriado;
Lavar novamente as mãos;
Proteger, com barreiras, as superfícies desinfetadas;
Aplicar clorhexidina a 4% sobre as barreiras;
Pegar a ficha e conduzir o paciente;
Proteger o paciente com pano de campo descartável, óculos de proteção, e
fornecer guardanapo de papel absorvente;
Proceder à lavagem das mãos:
 Abrir a torneira com a mão não dominante
 Umedecer as mãos em água corrente
 Colocar sabão líquido antisséptico na palma da mão, e espalhar pelas
duas mãos e antebraços
 Friccionar as palmas das mãos uma contra a outra, assim como o dorso
 Abrir os dedos e friccionar as regiões interdigitais
 Friccionar as pontas dos dedos e as unhas na palma do mão oposta
 Dobrar os dedos e friccionar a região articular contra a palma da mão
oposta
 Friccionar o polegar e sua região interdigital
 Enxaguar e repetir o procedimento
 Enxugar as mãos com papel toalha
 Fechar a torneira com auxílio de papel toalha, caso esta seja do tipo
convencional.
13






Calçar as luvas (o auxiliar permanece sem luvas para abrir caixas
metálicas, plásticas ou pacotes, só devendo calçá-las após certificar-se de
que todo o instrumental necessário está a disposição do operador);
Distribuir o instrumental em bandeja estéril sobre a mesa operatória;
Desprezar por 30 segundos o jato de água e spray da seringa tríplice,
pontos de alta e baixa rotação (nunca na cuspideira);
Fazer uso de isolamento absoluto, sempre que o procedimento permitir;
Fazer uso do sistema suctor, evitando o uso da cuspideira;
Deixar brocas nas canetas apenas o tempo necessário para o uso;
Com luvas calçadas, e após contato com o paciente, o aluno não deverá
tocar em objetos de uso comum como: teclado de computador, embalagens
de instrumentos, fichas de pacientes, radiografias, a não ser com o uso de
sobre-luvas.
A retirada de material de consumo fornecido pelas clínicas deve ser feita
pelo aluno auxiliar, sendo necessária a utilização de sobre-luvas plásticas e
bandeja estéril.
Quando houver necessidade de utilização de aparelhos ou embalagens
de uso comum (fotopolimerizador,p.ex.), o aluno auxiliar deverá retirar as luvas de
procedimento, apanhar o equipamento, calçar as luvas de limpeza, desinfetá-lo e
protegê-lo com barreiras antes de entregá-lo ao operador. Após, deverá lavar as
mãos e calçar novamente as luvas de procedimento.
Antes de devolver os equipamentos de uso comum, o aluno auxiliar
deverá retirar as luvas de procedimento, calçar as luvas de limpeza, remover as
barreiras, promover a desinfecção, para então entregá-los ao pessoal auxiliar.
Os mesmos procedimentos são necessários, quando do uso de aparelhos
de RX.
Rotina ao final do atendimento










Desprezar instrumentos pérfuro-cortantes nos recipientes próprios;
Desprezar restos de amálgama e chumbo nos recipientes próprios;
Descartar o sugador no lixo individual;
Descartar a luva utilizada no lixo individual;
Lavar as mãos com água e sabão;
Dispensar o paciente, marcar retorno, preencher fichas;
Calçar luvas de borracha para limpeza;
Lavar o material em água corrente e imergi-lo em solução de fenol sintético
contido em caixa plástica com tampa, por 30 minutos;
Retirar o filme plástico do equipamento e desprezar no lixo individual;
Lavar o material com escova (reservada somente para este fim), água e
sabão enzimático;
14







Enxugar o material com toalha limpa e seca, ou papel toalha;
Tirar a máscara, touca, e desprezá-los no lixo individual;
Tirar os óculos e desinfetá-los com clorhexidina a 4%;
Lavar a mão enluvada com água e sabão enzimático;
Retirar a luva de limpeza, desinfetá-la e guardá-la;
Lavar novamente as mãos com água e sabão;
Retirar o jaleco antes de deixar a clínica.
5.2 Normas para professores
Ao entrar nas clínicas, o professor deve:
 Retirar adereços como: jóias, bijuterias, relógio, etc;
 Desligar seu aparelho celular;
 Estar trajando roupas, sapatos de couro fechados e meias brancas;
 Vestir o jaleco, que deve ser comprido, abotoado e de mangas longas. Seu
uso deve ser restrito às dependências das clínicas;
 Fazer uso de touca, máscara e óculos;
 Proceder à lavagem das mãos e calçar as luvas de procedimento. Estas
luvas devem ser utilizadas sempre em um mesmo paciente. Para atender
outro paciente, deverá calçar um novo par de luvas;
 Utilizar sobre-luvas, se necessário tocar em objetos de uso comum.
CABE AO PROFESSOR FAZER COM QUE AS NORMAS DE
BIOSSEGURANÇA SEJAM RIGOROSAMENTE CUMPRIDAS, SENDO UM
EXEMPLO A SER SEGUIDO.
5.3 Normas para o pessoal auxiliar





Usar uniforme, sapatos fechados, jaleco (de uso exclusivo das clínicas),
touca e máscara;
Lavar as mãos e antebraço com sabão líquido antisséptico;
Entregar materiais dentários e equipamentos somente se o aluno
requisitante estiver sem luvas ou calçando sobre-luvas;
Não tocar em potes, placas, bandejas ou qualquer recipiente trazido pelo
aluno auxiliar para transportar material;
Certificar-se de que o aluno procedeu à desinfecção, do material e/ ou
aparelho fornecido antes de recebê-lo;
6. CONDUTAS FRENTE A ACIDENTES DE TRABALHO
Em odontologia, é praticamente impossível para o profissional ou aluno
saber, com certeza, se o paciente é portador de algum patógeno possível de
transmissão, já que a anamnese e o exame clínico nem sempre permitem tal
identificação. Sendo assim, todo acidente com objetos contaminados, será
reportado ao professor responsável, documentado, e encaminhado à Secretaria
Municipal de Saúde.
15
Medidas após exposição acidental






Todo acidente com exposição percutânea ou permucosa com matéria
orgânica de qualquer paciente atendido, deverá ser imediatamente
comunicado ao professor responsável.
O aluno deverá ser orientado a lavar a área acidentada com água corrente
e sabão e aplicar PVPI (polivinil pirolidona) aquoso, sem friccionar. No caso
de mucosas, apenas lavar abundantemente com água ou soro fisiológico.
O professor deverá preencher a ficha de notificação de acidente
ocupacional, com dados do aluno, paciente, e a caracterização do acidente.
O paciente-fonte deverá ser encaminhado ao Centro de Doenças
Infecciosas (CDI) da Secretaria Municipal de Saúde, para realização dos
testes sorológicos necessários (vírus HIV, hepatite B, hepatite C), e
informado quanto a natureza destes e o significado de seus resultados. A
amostra de sangue do paciente deverá ser testada o quanto antes.
O aluno exposto deverá ser encaminhado imediatamente ao Centro de
Doenças Infecciosas (CDI) para ser testado, e serem instituídas as medidas
preventivas necessárias. Nos casos de acidentes em fins de semana ou
após os 17 horas, o aluno deve ser encaminhado ao CAIS I da Secretaria
Municipal de Saúde.
O professor deverá acompanhar o aluno.
6.1 Medidas específicas de quimioprofilaxia para o vírus HIV
A indicação do uso de anti-retrovirais deve ser baseado em uma avaliação
criteriosa do risco de transmissão do vírus HIV, em função do tipo do acidente
ocorrido e da toxicidade dessas medicações.
Quando indicada, a quimioprofilaxia deverá ser iniciada, idealmente,
dentro de 1 ou 2 horas após o acidente, para sua melhor eficácia.
16
FLUXOGRAMA
Avaliação de quimioprofilaxia (QP) para o HIV
(*) Sangue, qualquer fluído orgânico contendo sangue, secreção vaginal, sêmen e tecidos são
materiais biológicos envolvidos na transmissão do HIV. Exposição a materiais potencialmente
infectantes, que não o sangue ou material biológico contaminado com sangue, devem ser
avaliadas individualmente. Qualquer contato com material concentrado do HIV (laboratórios de
pesquisa, com cultura de vírus e vírus em grandes quantidades) deve ser considerado uma
exposição ocupacional que requer avaliação clínica, para definir a necessidade de quimioprofilaxia.
Situações de mordeduras são consideradas situações de risco, quando envolverem sangue.
(**) Pele não íntegra: a integridade da pele é considerada comprometida se há qualquer evidência
de lesão, dermatite ou ferida aberta.
17
(***) Contato com pele íntegra, usualmente, não é considerado como um risco de transmissão do
HIV. Entretanto o risco deverá ser considerado quando houver exposição com volume elevado de
material biológico (contato prolongado, superfície extensa de pele exposta). Nessas situações há
necessidade de discussão individual para avaliação da necessidade ou não de quimioprofilaxia e
acompanhamento.
(****) A combinação de diferentes fatores de gravidade (agulhas de grosso calibre, lesão profundo)
contribui para um risco elevado de transmissão, se o paciente-fonte é HIV-positivo.
(#) Um paciente-fonte é considerado não-infectado pelo HIV quando há documentação de exames
anti-HIV negativos e não há evidência clínica recente sugestiva de infecção aguda pelo HIV.
6.2 Medidas específicas de quimioprofilaxia para hepatite B
A indicação de quimioprofilaxia para hepatite B depende do estado e da
resposta vacinal do profissional ou aluno exposto, e do resultado da sorologia para
hepatite B do paciente-fonte.
A gamaglobulina hiperimune para hepatite B deve, quando indicada, ser
administrada dentro das primeiras 24 a 48 horas, para sua melhor eficácia.
18
Recomendações para profilaxia de hepatite B após a exposição ocupacional
a material biológico
6.3 Medidas específicas para hepatite C
Não existe nenhuma medida eficaz para redução do risco de transmissão
do vírus da hepatite C após exposição acidental.
Caso a investigação sorológica do paciente-fonte evidencie infecção pelo
vírus da hepatite C, ou em exposições com paciente-fonte desconhecido,
recomenda-se o acompanhamento do profissional exposto, com realização de
sorologia no momento do acidente e 6 meses após. Além disso, a dosagem de
transaminase glutâmico-pirúvica (TGP) também deverá ser realizado no momento,
6 semanas e 6 meses após.
19
FICHA DE NOTIFICAÇÃO DE ACIDENTE OCUPACIONAL
20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Ministério da Saúde. Controle de infecções e a prática odontológica
em tempos de AIDS: manual de condutas. Brasília: Centro de documentação do
MS, 2000.
BRASIL, Ministério da Saúde. Processamento de artigos e superfícies em
estabelecimento de saúde. Brasília: Centro de documentação do MS, 1993.
BRASIL, Ministério da Saúde. Programo Nacional de Doenças Sexualmente
Transmissíveis. AIDS, Hepatite e Herpes na prática odontológica. Brasília, 1996.
CONSELHO REGIONAL DE ODONTOLOGIA DO RIO DE JANEIRO.
Contaminação nos consultórios odontológicos. São Paulo: Santos, 2000.
FERREIRA, R.A. Borrando o invisível. Rev. APCD, v.49, nov/dez, 1995.
GONÇALVES, A.C.S.; TRAVASSOS,D.V.; SILVA,M. Biossegurança do exercício
da odontologia. R. P. G., jul/ago, 1996.
GUANDALINI, S.L.; MELO, N.S.F,; SANTOS, E.C.P. Biossegurança em
Odontologia. 2ed.Paraná: Odontex, 1999.
OLIVEIRA, B.H.; MOLITERNO, L.F.; MARÇALS, S. Medidas de precaução
universal. Rev. Bras. de Odontol., v.53, n.2, mar/abr, 1996.
21
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