MARKETING CULTURAL MARCIO ANTONIO MACHADO 5° PERÍODO – BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO Antes de definirmos o marketing cultural isoladamente, faremos uma análise dos termos separadamente. O QUE É MARKETING? O QUE É CULTURA? Definir marketing hoje é uma tarefa minuciosa e difícil, pois o termo é muito complexo. Segundo a gramática da linguagem portuguesa o Marketing é o processo de encontrar necessidades e satisfaze-la de forma rentável. O termo vem do inglês market que significa mercado, e marketing poderia ser entendido como comercializar. Há ainda outras definições: “O marketing deve ser compreendido não só no antigo sentido de vender – ‘dizer e vender’ – mas também de satisfazer as necessidades do cliente” (KOTLER, 1998, p. 03). Ao se perguntar, o que é cultura? Têm-se algumas respostas, como: viver é criar cultura, modificar um simples papel tornando-o um peso de papel é cultura, modificar o meio é cultura. Com tantos termos para definir Cultura, fica áspero afirmar quem é o agente cultural modificante do meio, mas a prova disso está no seguinte dizer: “cultura é tudo o que resulta da criação humana. O homem cria, transforma e é afetado por essas transformações. O homem, ao produzir cultura, produz-se a si mesmo” (LARAIA, 1932, p. 62). Tendo em mãos estes dois parágrafos definindo a cultura e o marketing, pode-se condensá-los dando uma nova definição ao marketing – MARKETING CULTURAL. A empresa portadora de tal departamento ou até mesmo contribuinte de tal conceito, retribui não somente para a mudança do meio, mas também de seu próprio meio, pois a modificação faz-se em sua linguagem oferecida aos consumidores, trabalhadores, proprietários e também, na missão e visão da empresa, criando-se um elo entre a responsabilidade social e a socialização. A cultura de uma determinada região diferencia-se das demais por fatores econômicos e sociais. Pode-se tomar como exemplo a cena cultural do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, que a cada dia se destaca mais no hall de licitações artísticas, apresentando seu produto cultural por diversos estados e países mundo afora. Muitas das ações de marketing podem ter a cultura como veículo de comunicação para difundir o próprio nome, produto ou fixar imagem de uma empresa patrocinadora perante a sociedade. Para se fazer marketing cultural não há fórmula fechada, pois há variáveis que, conforme combinadas, podem resultar numa excelente ação de marketing. O que manda é a criatividade para atingir o público alvo de forma a atender os objetivos de comunicação da empresa com os recursos disponíveis. Ao patrocinar um show, por exemplo, a empresa pode não só associar sua marca àquele tipo de música e público como pode também oferecer amostras de produto (promoção); distribuir ingressos para os seus funcionários (endomarketing); eleger um dia exclusivo para convidados especiais (marketing de relacionamento); enviar mala-direta aos consumidores/clientes informando que o show está acontecendo e é patrocinado pela empresa (marketing direto); mostrar o artista consumindo o produto durante o show (merchandising); levantar informações gerais sobre o consumidor por meio de pesquisas feitas no local (database marketing); fazer uma publicação sobre o evento (marketing editorial); realizar uma campanha específica destacando a importância do patrocínio (publicidade) e muitas outras ações paralelas que têm o poder de ampliar o raio de alcance da ação de marketing cultural. Em termos mais simples, Marketing Cultural é uma ferramenta de comunicação que, se aplicada com critério e seriedade, oferecendo muitas vantagens para os patrocinadores, artistas, produtores e para o alvo maior, o cidadão brasileiro. Muitas empresas têm lançado mão deste tipo de marketing como meio de divulgar sua imagem e também de aproveitar-se das leis de incentivo à cultura. Mas o que falam tais leis? As leis de incentivo à cultura podem ser criadas em nível Federal, Estadual ou mesmo Municipal e cada lei tem um funcionamento específico. As federais oferecem isenção no Imposto de Renda das pessoas físicas ou jurídicas. Já as estaduais proporcionam isenção de ICMS e as municipais, de IPTU e ISS. Algumas dão a opção de financiar projetos a fundo perdido ou fornecer empréstimos a projetos culturais regionais. Ao optar por uma ou outra lei, o produtor cultural deve levar em consideração a região onde o projeto cultural será realizado e as necessidades dos possíveis patrocinadores. Se uma empresa não está dando lucro, por exemplo, ela não tem como se beneficiar da lei Rouanet, mas pode beneficiar-se das leis estaduais ou municipais, sendo que é pago os devidos tributos ao estado e ao município. Em termos estaduais, a lei de incentivo a cultura está suspenso temporariamente para um reformulação de metas e especificidades particulares de tal lei, porém a lei municipal de cultura (tendo como universo o Município de Pato Branco), há a Lei N°. 1074/91, que vem de apoio a fomentação cultural afirmando que os fornecedores de tal benefício poderão descontar de seus impostos tanto predial (IPTU), quanto de serviços (ISSQN), uma quantia significativa de 20% do valor devido a cada incidência do tributo. Para concluirmos essa discussão sobre MARKETING E CULTURA, podemos deduzir que o que há em nosso município é um descaso cultural, ou até mesmo uma ocultação de dados, tornando a fomentação cultural em um processo lento, chegando a ser, quase, inexistente. Pode-se deduzir também que se necessita urgentemente de uma conscientização fiscal, levando ao conhecimento dos produtores culturais a existência de tal lei, que existe no universo há mais de uma década e não se tem conhecimento, e também ao conhecimento dos empresários de pequeno, médio e grande porte, pois o patrocínio não requer tamanho, mas sim respeito. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA A INDÚSTRIA DA CULTURA E O MARKETING CULTURAL. Disponível em: http://www.terra.com.br/pensarte/ Acesso em: 03de maio de 2006. DIAS, S. R. Gestão de marketing. São Paulo. Saraiva, 2003. KOTLER, P. Administração de marketing. 4ª ed. São Paulo, Editora Atlas, 1998. _____. Marketing público. São Paulo, Milton mira de assunção filho, 1998 _____. Princípios de marketing. Tradução de Vera Whately. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos S/A, 1998. LARAIA, R. B. Cultura um conceito antropológico. 17ª. Ed. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed., 2004. MANSO. C. M. J. 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