AVALIAÇÃO DE DOENÇAS n n n n n n Objetivos: Avaliar a resistência de cultivares a patógenos em programas de melhoramento de plantas; Comparar a eficiência de fungicidas; Determinar o momento da aplicação dos fungicidas; Determinar perdas ; Verificar o efeito das práticas culturais no controle e na intensidade das doenças; Estudar a curva de progresso de doenças ou de epidemias. 1 Avaliação de Doenças n n n Variáveis: Incidência é a porcentagem (freqüência) de plantas doentes ou partes de plantas doentes em uma amostra ou população Severidade - é a porcentagem da área ou do volume do tecido doente (sintomas e ou sinais visíveis) Intensidade - significa o nível da doença 2 Fitopatometria n n Acurácia - é a exatidão de uma operação isenta de erros sistemáticos. Ela descreve o grau de correspondência de uma avaliação com um determinado diagrama. Precisão - é a exatidão de uma operação, onde há rigor ou refinamento na medida 3 Exemplos de acurácia e precisão 4 Métodos de Avaliação de Doenças n n Direto:A estimativa da quantidade de doenças é feita diretamente através dos sintomas (qualquer manifestação das reações da planta a um agente nocivo, ou seja, qualquer alteração da característica normal da planta). Indireto: A quantidade de doença é estimada pela população do patógeno. 5 Métodos Diretos de Avaliação de Doenças 1)Quantificação da Incidência: é o parâmetro de maior simplicidade, precisão e facilidade de obtenção. Os dados obtidos por contagem são reproduzíveis, independentemente do avaliador. Estes valores podem ser expressos em porcentagem ou através de outros índices. 6 Métodos Diretos de Avaliação de Doenças Quantificação da Incidência Quando a epidemia está em sua fase inicial, a incidência é um parâmetro satisfatório para avaliar a maioria das doenças, uma vez que nesta fase ela está correlacionada com a severidade. Ex: Fase avançada da epidemia: Cana-deaçúcar (ex: var. canas cultivadas em SP) incidência - 100% severidade - variável 7 Métodos Diretos de Avaliação de Doenças n Utilização da Incidência na Quantificação de Danos: Só pode ser usada para doenças que atacam a planta toda, como as viroses sistêmicas, as murchas vasculares e podridões radiculares, ou, para aquelas em que uma única infecção é suficiente para impedir a comercialização do produto. 8 Métodos Diretos de Avaliação de Doenças 2)Quantificação da Severidade: -Expressa com mais exatidão o dano real causado; -É um método subjetivo; -O parâmetro severidade é mais apropriado para quantificar doenças foliares como ferrugens, oídios, míldios e manchas; -Quantificar precisamente a área doente é muito difícil. 9 Métodos de quantificação da severidade de doença n n n n n Estratégias para Avaliação Chaves descritivas Escalas diagramáticas Análises de imagem de vídeo por computador Sensoriamento Remoto Fundamental que o estádio de desenvolvimento da planta e o órgão amostrado sejam bem definidos 10 Quantificação da severidade de doença Diagrama padrão dos estádios de desenvolvimento de cereais baseado na escala de Feeks. 11 Quantificação da severidade de doença n A) Chaves Descritivas para Avaliação de Doenças: utilizam escalas arbitrárias com certo número de graus para quantificar doenças. * Metodologia uniforme de coleta de dados 12 Quantificação da severidade de doença n B) Escalas Diagramáticas: São representações ilustradas de uma série de plantas ou partes de plantas com sintomas em diferentes níveis de severidade. Escala de Cobb para ferrugem da folha do trigo 13 Quantificação da severidade da doença: Escala Diagramática Acuidade Visual e a Lei de Weber-Fechner: “A acuidade visual é proporcional ao logaritmo da intensidade do estímulo “. O estímulo proporcionado pelos sintomas de uma doença deve crescer exponencialmente para que a vista humana consiga diferenciálo. 14 Métodos de Quantificação da Severidade Cuidados na elaboração de escalas diagramáticas: -o limite superior da escala deve corresponder à quantidade máxima de doença observada no campo; -a quantidade real de doença no campo e sua representação na escala devem ter alta precisão; -as subdivisões da escala devem respeitar as limitações da acuidade visual humana (Lei WeberFechner). 15 Métodos de quantificação da Severidade Problemas das escalas diagramáticas: -quando são necessárias avaliações muito precisas, o avaliador deve ser treinado previamente, pois frequentemente a vista humana superestima a doença; -frequentemente, a quantidade máxima de doença observada no campo está entre 20 e 50%, mas há a tendência de se elaborar escalas com valores superiores. 16 Escala Diagramática Escala diagramática para avaliação da ferrugem da cana-deaçúcar (Amorim et al., 1987) 17 Escala Diagramática Escala para avaliação de severidade de Escala para avaliação de severidade de Fusarium e Diplodia em milho. mancha de Phaeosphaeria e Ferrugem 18 em folha de milho (em %). Escala Diagramática: feijão Escala para avaliação de severidade de Crestamento bacteriano comum em vagens de feijoeiros 19 Escala Diagramática: café Escala para avaliação de área foliar afetada pela ferrugem do cafeeiro 20 Método de Quantificação da Severidade c)Análise de Imagem de Vídeo por Computador - - - Consiste na obtenção da imagem de uma amostra com câmera de vídeo, transferência desta imagem para microcomputador através de um conversor e análise da imagem gerada com avaliação das áreas sadias e doentes; Este tipo de análise não está sujeito aos problemas inerentes à vista humana, sendo, portanto, muito preciso; Permite obter estimativas não subjetivas na quantidade de doenças. 21 Método de quantificação da severidade Limitações da análise de imagem vídeo por computador n n n As imagens tomadas no vídeo necessitam intensidade luminosa bem controlada para que o contraste entre tecido sadio e doente seja o maior possível; O material a ser analisado deve ser transportado do campo para o laboratório; Algumas plantas não resistem ao transporte, deformando-se rapidamente, o que impede sua posterior avaliação. 22 Método de quantificação da severidade Limitações da computador n n análise de imagem vídeo por A acurácia deste tipo de avaliação é inversamente proporcional ao tamanho da amostra; Esta técnica deve ser aplicada apenas para aquelas doenças em que o tecido lesionado é bem contrastado do tecido sadio. 23 Métodos de quantificação da severidade n n d) Sensoriamento Remoto A imagem é obtida por meio de câmeras e sensores embarcados em satélites; Usa-se fotografia aérea e radiômetros n n Com relação à fotografia aérea, o uso de filmes coloridos infravermelhos “ false-color films”, proporciona resultados promissores; As propriedades radiantes de tecidos de plantas sadias diferem daquelas de plantas doentes. *Desvantagem: não é específico para doenças. 24 Métodos Indiretos de Avaliação de Doenças A doença é medida através da população fitopatogênica. Utilizado quando os sintomas observados na planta envolvem apenas redução de vigor, diminuição de produção ou enfezamento (comum vírus e nematóides) n n n n n n Técnicas de diagnose: Testes de Indexação do vírus em plantas indicadoras Testes Sorológicos Amostragem de solo e raízes Plantas armadilhas Placas de Petri contendo meio seletivo Armadilhas caça esporos 25 Armadilha Caça-esporos 26 ARMADILHA CAÇA ESPOROS n Dados técnicos: ARMADILHA CAÇA ESPOROS, modelo MA 537, marca MARCONI: - energia: painel solar e bateria de 12 volts, com poste de sustentação - sistema eletrônico para girar o dispositivo caça esporos por um período de 7 dias com movimento continuo nas 24 horas, chave pra seleção do tempo de coleta com ajuste de 24 horas, 7 dias ou 30 dias - caixa de proteção em alumínio fundido instalada em um tripé com dispositivo de ajuste de nivelamento e biruta para direcionamento em relação ao vento - 2 conjuntos de coleta de esporos composto de: disco coletor em acrílico com gravação em baixo relevo e suporte para transporte - sistema de aspiração de ar: 20litros/min - partes metálicas com pintura eletrostática polimerizada - 12 volts. 27 Metodologia de Amostragem para Avaliação de Doenças n n Técnicas de Amostragem Amostragem ao acaso- recomendada para doenças que se distribuem de maneira uniforme num campo (modelo de dispersão regular); Amostragem sistemática- é muito utilizado em trabalhos que envolve doenças de distribuição ao acaso; * Ambas podem ser feitas em estratos: amostragem estratificada (talhões) recomendada para população heterogênea = dispersão em agregados. 28 Metodologia de Amostragem para Avaliação de Doenças 29 Metodologia de Amostragem para Avaliação de Doenças 30 Unidade Amostrada Definida de acordo com o objetivo do levantamento: n n n Para estimar danos e perdas, deve-se amostrar o órgão da planta e níveis de infecção que possam se correlacionar com a quebra de produção; Para estimar a ocorrência de doenças em uma região, a planta toda; Programas de previsão de epidemias, o órgão da planta mais suscetível ao patógeno, em um determinado momento. 31 Tamanho da Amostra n n n n n Depende de: Objetivo do levantamento; Modelo de dispersão da doença; Disponibilidade de tempo e recursos Nível de acurácia e precisão desejados. 32 Tamanho da Amostra Variação do valores da média (círculos cheios) e desvio padrão (círculos vazios) em amostras de diferentes tamanhos. 33 Considerações Finais “A quantificação da intensidade de doença é tão importante para a fitopatologia quanto a diagnose. Sem quantificar doença, nenhum estudo em epidemiologia (...) ou em suas aplicações seria possível” Kranz (1988a) 34