Fenótipo é qualquer característica mensurável. A grande maioria de fenótipos não tem categorias discretas e não tem um gene que seja necessário e suficiente para explicar sua variação Genótipos Mendelianos são sempre discretos, mas fenótipos podem ser discretos ou contínuos. Isto se tornou um problema sério para o Mendelismo e para a teoria de Darwin Por quê? O Mendelismo NÃO foi capaz de explicar os padrões de herança para a grande maioria da variação fenotípica Normas de Reação Certas mutações em Drosophila melanogaster conferem diferentes tamanhos aos olhos destas moscas. No entanto, este tamanho também varia em função da temperatura a que as moscas estão expostas. Moscas com mutações que em uma temperatura produziriam olhos maiores, quando submetidas a outra temperatura podem ter um fenótipo completamente distinto. Isto explica a recepção negativa do Mendelismo quando foi publicado, e quando foi redescoberto em 1900. Duas formas não mutuamente excludentes de genótipos discretos produzirem fenótipos contínuos: • Variação ambiental • Poligenes Duas formas não mutualmente excludentes de genótipos discretos produzirem fenótipos contínuos: • Variação ambiental • Poligenes 1 Ronald A. Fisher Poligenes Loci Múltiplos Poucos Loci Muitos Loci Dois aspectos essenciais à maioria de características genéticas • • Complexidade da relação entre genótipo e fenótipo que representam uma interação entre múltiplos fatores genéticos e ambientais A confusão entre relações de causação e de causas da variação em sistemas complexos que requerem o estudo em nível populacional Em 1916, Fisher percebeu que: • • • • Fisher observou que quando vários loci estão determinando um fenótipo, várias classes diferentes podem ser produzidas pela conjunção de diferentes alelos neste loci distintos. • Dessa forma, quanto mais loci estiverem controlando um caráter maior a possibilidade de formação de fenótipos com valores distintos, o que nos aproxima de uma curva normal. Causação e Causas da Variação • O que Fisher determinou foi que existem fatores genéticos e ambientais que estão explicando parte da variação encontrada na determinação de um fenótipo. • Existe uma diferença importante entre explicar causas da variação e relações de causa e efeito. • Para entender a diferença entre elas iremos comparar escorbuto a fenilcetonúria. A distribuição normal pode ser completamente descrita por apenas 2 números: A média (µ) e a Variância (σ2) Poderia examinar as causas da Variação, mas não as relações de causa e efeito de fenótipos quantitativos. Portanto, o que importa a respeito de um fenótipo individual não é seu valor, mas o tanto que ele desvia da média da população; ou seja, o foco está na variação Herança quantitativa não pode ser estudada em indivíduos, mas apenas entre indivíduos em uma população. 2 Modelo de Fisher Modelo de Fisher Pij = µ + gi + ej σ2p = σ2g + σ2e Phenotypic Variance = Genetic Variance + Unexplained Variance Esta partição das causas da variação apenas podem ser feitas no nível da população. Ele está simplesmente “dizendo” que parte do fenótipo é determinado por um componente genético (gi) e parte por um componente ambiental (ej). O fenótipo de um indivíduo é uma interação inseparável entre genótipo e ambiente. ApoE e colesterol em uma população canadense ε2 0.078 3/3 Freqüência relativa µ= 174.6 σ2p = 732.5 3/4 4/4 2/2 ε3 0.770 ε4 0.152 Acasalamento ao acaso Genóti po 3/3 3/2 3/4 2/2 2/4 4/4 Freq. H-W 0.592 0.121 0.234 0.006 0.024 0.023 P 173.8 161.4 183.5 136.0 178.1 180.3 2/3 2/4 Colesterol total no soro (mg/dl) Passo 1: Calcular o fenótipo médio da população Passo 2: Calcular os desvios genotípicos Genóti po 3/3 3/2 3/4 2/2 2/4 4/4 Genóti po Freq. H-W 0.592 0.121 0.234 0.006 0.024 0.023 P P 173.8 161.4 183.5 136.0 178.1 180.3 µ= (0.592)(173.8)+(0.121)(161.4)+(0.234)(183.5)+(0.006)(136.0)+(0.024)(178.1)+(0.023)(180.3) µ = 174.6 gi 3/3 3/2 173.8 161.4 173.8-174.6 161.4-174.6 -0.8 -13.2 3/4 2/2 183.5 136.0 183.5-174.6 136.0-174.6 8.9 -38.6 2/4 4/4 178.1 180.3 178.1-174.6 180.3-174.6 3.5 5.7 µ = 174.6 3 Passo 3: Calcular a Variância Genética Passo 4: Separar a variância fenotípica em variância genética e “ambiental” Genóti po 3/3 3/2 3/4 2/2 2/4 4/4 Freq. H-W 0.592 0.121 0.234 0.006 0.024 0.023 gi -0.8 -13.2 8.9 -38.6 3.5 5.7 σ2g= σ2p = 732.5 (0.592)(-0.8)2 +(0.121)(-13.2)2 +(0.234)(8.9)2 +(0.006)(-38.6)2 +(0.024)(3.5)2 +(0.023)(5.7)2 σ2g 50.1 σ2e 682.4 σ2g = 50.1 Herdabilidade sentido amplo h2B é a proporção da variação fenotípica que pode ser explicada pela variação genética entre indivíduos. Herdabilidade sentido amplo Por exemplo, para o nível de colesterol na população canadense h2B = 50.1/732.5 = 0.07 Ou seja, 7% da variação nos níveis de colesterol nesta população é explicada pela variação genética no locus da ApoE. Herdabilidade sentido amplo Herdabilidade sentido amplo Variação genética no locus ApoE é portanto uma causa de variação em níveis de colesterol nesta população. Mede a importância da variação genética como contribuidora para a variação fenotípica em uma geração ApoE não “causa” o nível de colesterol de um indivíduo. O fenótipo de um indivíduo não pode ser particionado em fatores genéticos e não explicados. 4 Deme Ambiente 3/3 3/2 3/4 2/2 2/4 4/4 0.592 0.121 0.234 0.006 0.024 0.023 Herdabilidade sentido amplo µ= 174.6 σ2p = 732.5 Desenvolvimento h2B Mede a importância da variação genética como contribuidora para a variação fenotípica em uma geração A questão mais importante (e mais difícil) envolve como esta variação fenotípica é passada para a próxima geração. Ambiente Deme 3/3 3/2 3/4 2/2 2/4 4/4 0.592 0.121 0.234 0.006 0.024 0.023 Pool gênico ε2 0.078 Modelo de Fisher Desenvolvimento h2B Meiose ε3 0.770 µ= 174.6 σ2p = 732.5 • ε4 0.152 • Assume que a distribuição dos desvios ambientais (ej) é o mesmo a cada geração Estima um “fenótipo” para um gameta Acasalamento ao acaso Deme Ambiente 3/3 3/2 3/4 2/2 2/4 4/4 0.592 0.121 0.234 0.006 0.024 0.023 ? Desenvolvimento Fenótipos de Gametas Excesso médio de um Alelo Pool gênico • • Excesso médio de um gameta Efeito médio de um gameta • Estas duas medidas são idênticas em uma população se acasalando ao acaso, portanto, somente consideraremos o excesso médio. ε2 0.078 ε3 0.770 ε4 0.152 Acasalamento ao acaso Deme 3/3 3/2 3/4 2/2 2/4 4/4 0.592 0.121 0.234 0.006 0.024 0.023 5 Excesso médio de um Alelo Pool gênico Excesso médio de um Alelo ε2 0.078 Pool gênico Excesso médio de um Alelo Pool gênico Excesso médio de um Alelo ε2 0.078 Pool gênico Acasalamento ao acaso 2/2 2/4 ε2 0.078 ε3 0.770 Acasalamento ao acaso Deme 3/2 Deme Excesso médio de um Alelo Pool gênico Quais são as probabilidades dos seguintes genótipos após acasalamento ao acaso, dado que existe um alelo ε2? ε2 0.078 Acasalamento ao acaso 3/2 Deme Quais genótipos um alelo ε2 irá encontrar após acasalamento ao acaso? ε2 0.078 2/2 2/4 Excesso médio de um Alelo ε4 0.152 Pool gênico ε2 0.078 ε3 0.770 ε4 0.152 Acasalamento ao acaso 3/2 0.770 2/2 2/4 0.078 0.152 Deme 3/2 0.770 2/2 2/4 0.078 0.152 Estas são as Probabilidades conditionais dos genótipos dado que houve acasalamento ao acaso e um dos gameta tem o alelo ε2. 6 Excesso médio de um Alelo Pool gênico ε2 0.078 ε3 0.770 Excesso médio de um Alelo ε4 0.152 Acasalamento ao acaso 2/2 2/4 0.078 0.152 ε3 0.770 -13.2 -38.6 3/2 0.770 Deme Ambiente h2B Desenvolvimento Desvios Genotípicos ε2 0.078 ε4 0.152 Acasalamento ao acaso 3/2 0.770 Deme Pool gênico 2/2 2/4 0.078 0.152 h2B Desenvolvimento Ambiente Desvios -13.2 -38.6 3.5 Genotípicos A média do desvio genotípico de um gameta com o alelo ε2 = (0.770)(-13.2)+(0.078)(-38.6)+(0.152)(3.5) = -12.6 3.5 Excesso médio de um Alelo O Excesso médio Pool gênico O excesso médio do alelo i é a média do desvio genotípico causado por um gameta com o alelo i após fertilização com um segundo gameta qualquer da população (retirado de acordo com as regras de acasalamento desta população) ε2 0.078 ε3 0.770 ε4 0.152 Acasalamento ao acaso Deme 3/4 3/3 3/2 0.770 0.078 0.152 h2B Desenvolvimento Desvios Genotípicos -0.8 -13.2 Ambiente 8.9 Excesso médio de ε3 = (0.770)(-0.8)+(0.078)(-13.2)+(0.152)(8.9) = -0.3 Pool gênico Excesso médio de um Alelo Pool gênico ε2 0.078 ε3 0.770 ε4 0.152 Acasalamento ao acaso Deme Desenvolvimento Desvios Genotípicos Alelos Freqüências “Fenótipo” (Excesso médio) 3/4 0.770 h2B 8.9 ε2 0.078 -12.6 ε3 0.770 -0.3 ε4 0.152 8.0 2/4 4/4 0.078 0.152 Ambiente 3.5 5.7 Excesso médio de ε4 = (0.770)(8.9)+(0.078)(3.5)+(0.152)(5.7) = 8.0 7 Pool gênico Alelos Freqüências “Fenótipo” (Excesso médio) ε2 0.078 -12.6 ε3 0.770 -0.3 ε4 0.152 8.0 Excesso médio de ε4 = (0.770)(8.9)+(0.078)(3.5)+(0.152)(5.7) = 8.0 A sacada genial do trabalho do Fisher foi definir um “fenótipo” para um gameta, a base física de transmissão de fenótipos de uma geração para a outra. O excesso médio depende dos desvios genotípicos, que por sua vez dependem do valor fenotípico médio dos genótipos e no fenótipo médio do deme, que por sua vez depende das freqüências genotípicas. Excesso médio de ε4 = (0.770)(8.9)+(0.078)(3.5)+(0.152)(5.7) = 8.0 O Excesso médio O excesso médio depende das freqüências gaméticas no pool gênico e no sistema de acasalamento. O Modelo de Fisher O próximo passo é definir um valor fenotípico para um indivíduo diplóide - mede os aspectos do desvio fenotípico que podem ser transmitidos através de seus gametas. Valor Reprodutivo ou desvio genotípico aditivo é a soma dos efeitos médios (~excessos médios) de ambos gametas de um indivíduo. O conhecimento dos aspectos da variação fenotípica que são transmissíveis através de um gameta requer muito mais do que os fenótipos dos genótipos e pode apenas ser medido no nível do deme e seu pool gênico associado. Geno3/3 type H-W 0.592 Freq. gi -0.8 Alelos Freqüências Excesso médio gai 3/2 3/4 2/2 2/4 4/4 0.121 0.234 0.006 0.024 0.023 -13.2 8.9 -38.6 3.5 5.7 ε2 0.078 -12.6 ε3 0.770 -0.3 ε4 0.152 8.0 -0.3+(-0.3) -0.3+(-12.6) -0.3+8.0 -12.6 -12.6 -12.6+8.0 8.0 + 8.0 -0.6 -12.9 7.7 -25.4 -4.6 16.0 8 A variância genética aditiva A variância genética aditiva Genót. 3/3 3/2 3/4 2/2 2/4 4/4 Observe que σ2g = 50.1 > σ2a = 44.7 Freq. H-W 0.592 0.121 0.234 0.006 0.024 0.023 É sempre verdade que σ2g > σ2a gi -0.8 -13.2 8.9 -38.6 3.5 5.7 gai -0.6 -12.9 7.7 -25.4 -4.6 16.0 σ2a=(0.592)(-0.6)2+(0.121)(-12.9)2+(0.234)(7.7)2+(0.006)(-25.4)2+(0.024)(-4.6)2+(0.023)(16.0)2 Desta forma, subdivimos a variância genética em um componente que é transmissível para a próxima geração e um componente que não é: σ2g = σ2a + σ2d σ2a = 44.7 A variância genética aditiva σ2g = σ2a + σ2 A variância genética aditiva d A variância não-aditiva, σ2d, é chamada de “Dominância” em modelos de 1-locus. Para esta população canadense, Dominância Mendeliana é necessária mas não suficiente para σ2d > 0. Uma vez que σ2g = σ2a + σ2d σ2d depende de dominância, freqüências genotípicas, freqüências alélicas e sistemas de acasalamento. σ2d = 50.1 - 44.7 = 5.4 Partição da variância fenotípica em variância aditiva genética, não-aditiva genética e “ambiental” σ2p = 732.5 σ2g 50.1 σ2a 44.7 50.1 = 44.7 + σ2d A variância genética aditiva σ2g = σ2a + σ2d + σ2i Em modelos multilocus, a variância não-aditiva é dividida em variância dominante e epistática (interação), σ2i. σ2e 682.4 Epistasia Mendeliana é necessária mas não suficiente para σ2i > 0. σ2 σ2i depende da epistasia, freqüências genotípicas, freqüências alélicas e sistemas de acasalamento. e σ2d 5.4 σ2g = 50.1 and σ2a = 44.7 682.4 9 A partição da variância σ2p = σ2a + σ2d + σ2i + σ2e Herdabilidade (Sentido estrito) A variância aditiva mede o que vai ser expresso na próxima geração independentemente das combinações alélicas, portanto, é o que pode ser rapidamente selecionado. Os outros componentes de variância genética (σ2d + σ2i) são criados e perdidos a cada geração. h2 é a proporção da variância fenotípica que pode ser explicada pela variância genética aditiva entre os indivíduos. Herdabilidade (Sentido estrito) Por exemplo, para o nível de colesterol da população canadense h2 = 44.7/732.5 = 0.06 Conceitos errôneos sobre a Herdabilidade Ou seja, 6% da variação nos níveis de colesterol nesta população é transmitida por gametas para a próxima geração a partir de variação genética aditiva no locus ApoE. Conceito errado 1: h2 = herança A doença de Tay-Sachs A herança de uma característica se refere ao número de alelos e loci bem como suas relações de ligação (ou seja, os mecanismos Mendelianos) que influenciam tal característica, mais as regras pelas quais genótipos específicos produzem um fenótipo particular. Uma doença de locus único, autossômica, recessiva 10 A doença de Tay-Sachs A doença de Tay-Sachs Uma doença de locus único, autossômica, recessiva Uma doença de locus único, autossômica, recessiva O padrão de herança Mendeliano A relação do genótipo com o fenótipo Herdabilidade É a proporção da variação fenotípica na característica herdada que é transmitida através dos gametas em uma população específica. A doença de Tay-Sachs Uma característica tem que ser herdável para ter herdabilidade, mas o reverso não é verdade. A doença de Tay-Sachs Genótipo +/+ +/t t/t Viabilidade relativa 1 (normal) 1 (normal) 0 (letal) Genótipo +/+ +/t t/t Viabilidade relativa 1 (normal) 1 (normal) 0 (letal) Sob acasalamento ao acaso, µ = p2(1) + 2pq(1) + q2(0) = 1-q2 Excesso médio(+) = a+ = p(1-1+q2) + q(1-1+q2) = q2 Excesso médio(t) = at = p(1-1+q2) + q(0-1+q2) = -pq Quando q → 0, a+ → 0 e at → 0 ⇒ σ2a → 0 e h2 → 0 Enquanto t for raro (e é) e acasalamento é ao acaso, Tay-Sachs NÃO tem herdabilidade! 11 Correlações entre pais e filhos Correlações entre pais e filhos Quando q é muito pequeno, praticamente todo acasalamento na população será de 3 tipos: Quando q é muito pequeno, praticamente todo acasalamento na população será de 3 tipos: X +/+ +/+ normal normal ↓ +/+ normal +/+ X +/t normal normal ↓ 1:+/+ 1:+/t normal normal X +/t normal +/t +/+ normal normal ↓ 1:+/+ 2:+/t 1:t/t normal normal doença X +/+ normal ↓ +/+ normal +/+ X +/t normal normal ↓ 1:+/+ 1:+/t normal normal +/t X normal +/t normal ↓ 1:+/+ 2:+/t 1:t/t normal normal doença Não existe correlação entre os fenótipos de pais e filhos, h2=0 Herança enfoca causa e efeito h2 enfoca causas da variação Quanto maior a h2, menos importante o ambiente Nunca verdadeiro para o deme: por exemplo, fatores ambientais podem determinar a média, µ, que não tem nenhum impacto na h2 Conceito errado 2: Quanto maior a h2, menos importante o ambiente Nunca verdadeiro para o indivíduo: o fenótipo de um indivíduo é uma interação inseparável entre genes e ambiente. Estudo sobre QI em adoções Correlação entre mães biológicas e crianças = 0.44 Implica h2 do QI é 2(0.44) = 0.88 Correlação entre mães adotivas e crianças ≈ 0 Implica que ambiente não é importante? 12 Estudo sobre QI em adoções Estudo sobre QI em adoções Mães adotivas (µ = 110, σ = 15) Freqüência relativa Freqüência relativa Mães biológicas (µ = 86, σ = 15.75) QI QI Estudo sobre QI em adoções Estudo sobre QI em adoções Crianças adotadas Freqüência relativa Freqüência relativa Crianças adotadas (µ = 107, σ = 15.1) Mães biológicas QI Mães adotivas QI Mães adotivas Mães biológicas Forte correlação entre mães e filhos Crianças adotadas ⇒ Ambiente 13 Estudo sobre QI em adoções • Nenhuma correlação entre mães adotivas e filhos QI tem alta herdabilidade e variação genética é a maior causa das diferenças em QI entre crianças adotadas • QI de crianças adotadas foi fortemente influenciado por fatores socioeconômicos. Isto não é contraditório! Conceito Errado 3: Se uma característica tem herdabilidade em duas populações e as populações tem médias diferentes, então as diferenças entre as duas populações é genética. h2 é uma estatística de dentro da população: nem pode ser definida entre populações h2 não depende de valores médios de forma alguma; as médias são irrelevantes para a h2 Raça e QI nos EUA • QI é herdável em Afro-americanos e em EuroAmericanos • As duas populações diferem em ~15 Pontos no QI • Skodak e Skeels mostraram que isso poderia ser completamente devido a fatores sócio-econômicos • Diferenças genéticas e ambientais existem entre as populações • Portanto, como decidir se fatores genéticos, ambientais, ou ambos, “causam” esta diferença de média? Seja como Mendel, faça cruzamentos! Scarr et al, 1977 • Cruzamentos inter-raciais entre descendentes de africanos e europeus ocorrem em vários países • Dependendo da cultura, a prole deste cruzamento é considerada como membros de uma “raça”, porém esta “raça” varia dependendo do país. • Pode quantificar o grau de mistura para um indivíduo específico usando marcadores genéticos múltiplos • Pode ainda controlar o status sócio-econômico • Usou marcadores genéticos para tipar Afroamericanos para seu grau de ancestralidade africana ou européia • Se diferenças entre europeus e africanos se devem a diferenças genéticas entre as populações, isto deve estar correlacionado com o grau de ancestralidade africana. • Cor da pele foi correlacionada a tipo de ancestralidade (r=0.3), implicando diferenças genéticas entre populações para cor de pele. 14 Scarr et al, 1977 Scarr et al, 1977 • Olhou em 5 testes diferentes de habilidade cognitiva, seja separadamente, ou combinados. • Nenhuma correlação detectada • Este estudo foi replicado por outros, até mesmo em outros países, com definições diferentes de “raça” • Nenhuma correlação é encontrada em nenhum estudo. • Portanto, ao contrário da cor da pele, não existe evidência para diferenças genéticas entre africanos e europeus em habilidades cognitivas. • A alta h2 de QI dentro de cada população é irrelevante para esta conclusão. Cor do cabelo em dois Demes Deme 1 Deme 2 AA aa h2 = 0 (não há variação genética) h2 = 0 (não há variação genética) 100% da diferença na cor de cabelo entre estas populações é genética neste exemplo. h2 é completamente irrelevante para a base genética das diferenças entre as populações. 15