Tradução Tradução: refere-se a todo o processo pelo qual a sequência de bases de um mRNA é usada como molde para unir aminoácidos para a formação de uma proteína. O DNA guarda as informações para a síntese protéica; O RNA leva estas informações para o citoplasma, local onde ocorre efetivamente a síntese das proteínas. A ordem dos aminoácidos ao longo da cadeia protéica determina a função desta nova proteína; portanto o mecanismo que mantém esta ordem durante a síntese é crítico. 3 tipos de RNA estao envolvidos no processo da traducao: rRNAs tRNAs mRNA Gene IX, 2008 Um aa e trazido ao ribossomo pelo aminoacyl-tRNA O mesmo e adicionado a cadeia polipeptidica em crescimento pela interacao com o tRNA que trouxe o aa anterior Cada um desses tRNA ocupam um sitio distinto no ribossomo Sitio A: aminoacyl-tRNA (novo aa + novo codon) Sitio P: peptidyl-tRNA (tRNA carregando a cadeia polipeptidica em crescimento) 1 Tradução: A tradução é subdividida em 3 estágios: Iniciação: compreende o conjunto de reações que precedem a formação da primeira ligação peptídica da proteína. -o acoplamento da subunidade menor do ribossomo ao mRNA, -A união do primeiro tRNA ao códon de início da protéina (AUG), -A junção das duas subunidades do ribossomo. Elongação: inclui todas as reações que ocorrem desde a formação da primeira ligação peptídica até a incorporação do último aa à proteína. Terminação: abrange os processos envolvidos na liberação do polipeptídeo já pronto. O ribossomo separa-se do mRNA e suas duas subunidades dissociam-se. Iniciacao Alongacao Terminacao 2 Iniciação em Procariotos Sitio de ligacao do ribossomo – Shine Dalgarno: 35 bases no mRNA – complementar ao rRNA Um tRNA “iniciador” especial inicia a cadeia polipeptidica: A sintese de proteina tem inicio com o aa metionina (codon AUG) tRNAs diferentes estao envolvidos na iniciacao e na alongacao O tRNA iniciador tem estrutura unica que o distingue de todos os outros tRNAs fMet-tRNA pode iniciar síntese protéica: metionina formilada fMet-tRNA: reconhece o codon AUG ou GUG 3 A energia necessária aos diferentes passos da síntese protéica é fornecida pela hidrólise de GTP. Neste caso, GTP é necessário para o posicionamento correto do códon AUG na subunidade ribossômica. IF-2 liga o iniciador fMet-tRNA e permite sua entrada no sitio P da subunidade 30S Um mRNA contem muitos codons AUG: Como o codon de iniciacao eh reconhecido como o ponto de inicio da traducao? Sitio de ligacao do ribossomo: como eh a sequencia do mRNA bacteriano? AUG (menos frequente GUG ou UUG) sempre presente 10 baes antes do AUG eh a sequencia: 5’…AGGAGG…3’: poli-purinas = sequencia Shine-Dalgarno Complementar a uma sequencia altamente conservada com a extremidade 3’ do rRNA 16S. Mutacoes na sequencia Shine-Dalgarno podem impedir um mRNA de ser traduzido. 4 Quando um mRNA bacteriano eh policistronico: Cada regiao a ser traduzida apresenta um sitio de ligacao do ribossomo Cistron Iniciação da sintese de proteinas em Eucariotos Processo de iniciacao semelhante ao de bacteria No que difere? Ordem dos eventos diferente e Numero de fatores de iniciacao maior O mecanismo de reconhecimento do sinal de iniciação do mRNA em eucariotos é diferente: o passo mais importante é o reconhecimento da extremidade 5' do mRNA. O terminal 5' dos mRNAs eucarióticos têm uma modificação especial, um resíduo metilado de guanilato, ligado ao primeiro nucleotídeo normal da cadeia por uma ligação 5' - 5', chamado "cap". a iniciação da tradução em eucariotos envolve o reconhecimento do "cap", seguido da localização da seqüência de consenso que envolve o códon AUG. 5 Ao contrário dos três fatores de iniciação bem definidos que iniciam a tradução em bactérias, em eucariontes existe uma multiplicidade de fatores de iniciação (chamados"eIFs“ – fatores de iniciacao eucariontes). Onde atuam? Formacao do complexo de iniciacao com a extremidade 5’ Na formacao do complexo com o Met-tRNA No escaneamento do mRNA pelo ribossomo a partir da extremidade 5’ ate o primeiro AUG Deteccao da ligacao do tRNA iniciador no sitio AUG Conexao da subunidade 60S A subunidade pequena (40S) é a primeira a se complexar com o mRNA e com o tRNA iniciador. O GTP, também em eucariotos, é hidrolisado após o acoplamento da subunidade grande (60S) ao complexo. Entretanto, há vários aspectos em que a iniciação de eucariotos difere de iniciação em procariotos: Met-tRNA iniciador é diferente daquele utilizado na fase de alongamento, mas a metionina não é formilada no grupo N-terminal; Em levedura: o Met-tRNA apresenta estrutura terciaria diferente e uma fosforilacao na base 64 há um número muito maior de fatores de iniciação em eucariotos (12 eIFs registrados em levedura) que em procariotos, A presença de um terminal 5' com "cap" no mRNA é necessária para a iniciação. 6 Elongação Depois que a região de iniciação do mRNA foi corretamente ligada ao ribossomo, ele sempre se move em uma direção fixa durante a síntese protéica. O ribossomo não tem a opção de mover-se para a direita ou para a esquerda, refletindo o fato do mRNA ter uma direção, definida pela orientação dos seus terminais 5' e 3'. A entrada de um novo aminoacyl-tRNA no sitio A é mediada pelo “Fator de elongacao” (EF-Tu em bacteria) EF-Tu é uma proteina altamente conservada entre as bacterias e eucariotos. EF-Tu esta associada ao ribossomo somente durante o processo de entrada do aminoacyl-tRNA (associacao ciclica) Ha cerca de ~70.000 moleculas de EF-Tu por bacteria (~ 5% da proteina total bacteriana) Exemplo aplicado: Kirromicina é um antibiotico que inibe a função do EF-Tu. Quando EF-Tu liga-se a kirromicina, permanece capaz de ligar o aminoacyltRNA ao sitio A, MAS Não se solta do sitio A Assim o ribossomo fica “parado” no mRNA sem prosseguir com a síntese da proteina Cada ribossomo tem dois sítios para ligação de tRNA. São os sítios peptidil (P) e Aminoacil (A). A especificídade para um determinado aminoacil-tRNA é dada pelo códon específico do mRNA, isto é, embora a cavidade do ribossomo possa aceitar qualquer aminoacil-tRNA, a superfície contendo mRNA a torna específica para uma molécula específica. Met-tRNA i met entra no sítio P. Todos os aminoacil-tRNAs subsequentes entram no sítio A. Depois que o segundo aminoacil-tRNA é colocado, corretamente, no sítio A, uma ligação peptídica se forma entre a carboxila do primeiro aminoácido e o grupo amina do segundo. O dipeptídeo resultante fica, portanto, ligado, através da carboxila do segundo aminoácido, ao segundo tRNA. 7 Então, numa etapa chamada translocação, o peptidil-tRNA e o códon do mRNA ao qual ele está acoplado, movem-se coordenademente para o sítio P do ribossomo. Este processo de adição de aminoácido se repete várias vezes, até que a cadeia completa se forme. Alguns pontos devem ser enfatizados: A formação da ligação peptídica move o ponto de ligação do sítio P para sítio A (através da enzima peptidil transferase) O novo tRNA terminal move-se, então, do sítio A para o sítio P. Ao mesmo tempo, o molde de mRNA ligado à subunidade pequena do ribossomo move-se para colocar o códon n+l na posição ocupada anteriormente pelo códon n; Conjuntamente com a etapa (3), a molécula de tRNA que liberou seu aminoácido para a formação da ligação peptídica, é ejetado do sítio P, O sítio A fica, então, livre para aceitar um novo aminoaciltRNA, cujo especificidade é determinada pelo pareamento correto de bases entre o anticódon e o códon do mRNA. 8 Terminação Duas condições são necessárias para a terminação da síntese protéica: Uma é a presença de um códon que dá o sinal para o processo de terminação. A outra é a presença de uma proteína, o "releasing factor" (RF), que lê o sinal de terminação de cadeia. Como a cadeia polipeptídica, após ter sido completada, ainda está ligada a um peptidyl-tRNA, a etapa de terminação envolve a quebra de ligação com este tRNA. Quando isto acontece, a cadeia nascente se dissocia rapidamente, uma vez que sua ligação com o ribossomo ocorria através desta ligação. Há três sinais que significam o final da tradução: UAG, UAA e UGA. estes códons são reconhecidos por proteínas, os "releasing factors“ (RF). Em E. coli, há dois RFs bem caracterizados: RF l, que reconhece os codons UAG e UAA, e RF2, que reconhece UGA e UAA. Em eucariotos, há apenas um fator de terminação RF, que reconhece os três codons de terminação. Eles funcionam induzindo a peptidil transferase a transferir a cadeia crescente para água, ao inves do aminoacil-tRNA. Após a terminação da cadeia, a subunidade maior do ribossomo (50S em procariotos e 60S em eucariotos), é liberada do mRNA antes da subunidade menor (30S em procariotos, 40S em eucariotos). As subunidades ficam, então, disponíveis para iniciar a síntese de outro polipeptídeo. 9