- Aspectos médicos foram destacados por psiquiatra O psiquiatra do NEPAD, Argemiro Vilela de Oliveira, abordou a ação das drogas no Sistema Nervoso Central (SNC) e suas conseqüências. No SNC a droga age de três formas: como estimulante, no caso da cocaína, por exemplo; como depressora, no caso do álcool; e perturbadora, para as alucinógenas. “A auto-administração de qualquer droga de maneira desaprovada culturalmente e de conseqüências adversas caracteriza o uso abusivo das drogas”, conta o psiquiatra. O médico também acrescenta outras características como: a adicção – padrão de comportamento de abuso compulsivo de drogas; a dependência; o reforço – tendência de droga produtora de prazer e levar a repetição da auto-administração, entre outras. Argemiro comentou que cerca de 70% de adultos consomem álcool ocasionalmente e que dados epidemiológicos apontam para o consumo excessivo do álcool como terceira causa de morte, só perdendo para o tabagismo e a obesidade. O público presente se surpreendeu com a informação de que mais de um bilhão e 300 milhões litros de cachaça são produzidos no país e apenas 10 milhões de litros são exportados. Estima-se que a prevalência entre os dependentes de álcool em unidades de saúde seja de 15% a 40% conforme a cultura local. O psiquiatra comentou os problemas manifestados no consumo abusivo do álcool, a tolerância, a síndrome de abstinência, o consumo em maiores quantidades por um período maior que o desejado, a tentativa mal-sucedida de redução ou controle do uso do álcool; a desistência ou a redução das relações sociais, além das complicações clínicas, tais como: degeneração cerebral, arritmia, hipertensão arterial e cirrose, e manifestações como intoxicação alcoólica, tremor, hiperatividade e insônia. Os sedativos e hipnóticos também foram mencionados pelo psiquiatra, que alertou sobre os tranqüilizantes, como o diazepan e barbitúricos, pois podem causar sonolência e, no caso de superdosagem, levar à depressão respiratória e coma. Já a cocaína apresenta os seguintes problemas: agitação motora, ansiedade, paranóia e perda da libido. Segundo o psiquiatra, a anfetamina também atua de forma potente no Sistema Nervoso e tem efeito clínico semelhante à cocaína. No final da palestra, Dr. Argemiro falou sobre alucinógenos, lembrou do uso de drogas como o LSD, a maconha e o Ecstasy. “A maconha pode, em altas doses, induzir ao pânico, delírio tóxico e raramente psicose”, explicou.