Seminário Municipal ESTRATÉGIA DE ELIMINAÇÃO DA SÍNDROME DE RUBÉOLA CONGÊNITA MERI BARAN SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE RIO DE JANEIRO 18/07/2008 Rubéola DOENÇA EXANTEMÁTICA VIRAL BENIGNA NA CRIANÇA E NO ADULTO ENORME IMPORTANCIA NA MULHER GRÁVIDA – FETO- SÍNDROME DA RUBÉOLA CONGÊNITA Gregg em 1941- oftalmologista australiano- publicação catarata congênita relacionada a rubéola materna Rubéola RUBÉOLA CONGÊNITA- TODOS OS ÓRGÃOS SÃO AFETADOS – LONGA LISTA DE ANORMALIDADES TERATOLÓGICAS, RESULTADO DE INTERFERENCIACOM ORGANOGÊNESE E INFLAMATÓRIA ENVOLVENDO ÓRGÃOS COMO FÍGADO E BAÇO. IMPORTÂNCIA DO TEMPO DE INFECÇÃO DURANTE A GESTAÇÃO: INFECÇÃO PRECOCE – RESULTA EM DOENÇA OCULAR; INFECÇÃO MAIS TARDIA- SURDEZ INFECÇÃO FETAL UMA VEZ ESTABELECIDA ESPALHA-SE PARA TODOS OS ÓRGÃOS. Rubéola Congênita DEFEITOS CONGÊNITOS MAIS COMUNS: -SURDEZ - CATARATA - RETINOPATIA PIGMENTAR - PERSISTÊNCIA DO CANAL ARTERIAL - GLAUCOMA - ESTENOSE PULMONAR PERIFÉRICA - ENDOCRINOPATIAS (DIABETE) - MICROCEFALIA - RETARDO MENTAL PRIMEIRAS 12 SEMANAS- > RISCO 16ª E 20ª SEMANA – SURDEZ TAXA DE TRANSMISSÃO NO FETO NO 1º TRIMESTRE - > 80% Rubéola Congênita -AFETA MAIS CRIANÇAS DE MÃES JOVENS – AINDA SORONEGATIVAS -MULHERES EM CONTATO COM RECRUTAS MILITARES E CRIANÇAS ESCOLARES- MAIS EXPOSTAS. -ESTIMATIVA- 12,5 MILHÕES DE CASOS DE RUBÉOLA POR ANO 5.000 ABORTOS TERAPÊUTICOS 6.250 ABORTOS EXPONTÂNEOS 2.100 NATIMORTOS DE 20.000 CRIANÇAS QUE SOBREVIVEM: 11.600 TÊM SURDEZ 3.580 CEGUEIRA 1.800 RETARDO MENTAL Rubéola x Gravidez MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO -1997 – VACINAÇÃO DE CRIANÇAS DE 1 A 11 ANOS COM VACINA TRÍPLICE VIRAL E INTRODUÇÃO DESTA VACINA NA ROTINA. VISAVA PRINCIPALMENTE ELIMINAÇÃO DO SARAMPO. -2001- VACINAÇÃO DE MULHERES DE 15 A 29 ANOS COM VACINA TRÍPLICE VIRAL VISANDO ELIMINAÇÃO DA RUBÉOLA CONGÊNITA -FORAM VACINADAS 514.555 MULHERES – 76,5% DA META Rubéola x Gravidez -O VÍRUS DA RUBÉOLA É UM POTENTE AGENTE TERATOGÊNICO - A VACINA DA RUBÉOLA É PREPARADA COM VÍRUS VIVO ATENUADO. -ESTE FATO GERA ENORME ANSIEDADE EM TORNO DO RISCO DE GESTANTES VACINADAS INADVERTIDAMENTE COM A VACINA ANTI RUBÉOLA. -VÁRIOS ESTUDOS TÊM SIDO FEITOS SOBRE O ASSUNTO. RUBÉOLA X GRAVIDEZ ESTUDO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Dra. Glória R. da Silva e Sá, (Rev. Panam Salud Publica 19 (6) 2006 - ESTUDO TRANSVERSAL DE MULHERES DE 15 A 29 ANOS, GRÁVIDAS, VACINADAS INADVERTIDAMENTE DURANTE CAMPANHA DE VACINAÇÃO ( NOV DE 2001 A MARÇO DE 2002) - DE 2.292 GRÁVIDAS VACINADAS INADVERTIDAMENTE- 288 (12,6%) SUSCETÍVEIS (IgM +). .FOLLOW UP DE GESTANTES E RECEM NATOS . FOLLOW UP DE UM TOTAL DE 1580 RÉCEM NASCIDOS:9 RN COM IgM + NENHUM APRESENTOU SÍNDROME DE RUBÉOLA CONGÊNITA Rúbéola x Gravidez ESTUDO DA COSTA RICA: -VACINAÇÃO NACIONAL HOMENS E MULHERES DE 15 A 39 ANOS– 2001 -FOLLOW UP DE TODAS AS MULHERES GRÁVIDAS E TODOS OS RECEM NASCIDOS -TOTAL DE 3.810 MULHERES GIV- 22% AMOSTRAS COLETADAS NOS PRIMEIROS 30 DIAS -797- POSSÍVEL CLASSIFICAR O ESTADO IMUNOLÓGICO – 163 FORAM SUSCETÍVEIS (IgM+) E 634 IMUNES -NATIMORTOS- 1,2%; PREMATUROS- 4,3% -ABORTO MAIS FREQUENTE EM MÃES IMUNES -TAXAS DE ABORTO E NATIMORTOS SIMILAR ÁS TAXAS NACIONAIS E INSIGNIFICANTES ESTATíSTICAMENTE -NENHUM CASO DE SRC FOI DOCUMENTADO Rubéola x gravidez ESTUDO NO RIO GRANDE DO SUL: -171 MULHERES SUSCETÍVEIS; AMOSTRAS DE 149 CRIANÇAS 10 CRIANÇAS APRESENTAVAM IGM +. NENHUMA DELAS APRESENTOU SRC. ALEMANHA- 1 CASO COM INFECÇÃO FETAL PERSISTENTE COM PROLONGADA ELIMINAÇÃO DE VÍRUS POR MAIS DE 8 MESES. NÃO APRESENTOU NENHUM SINTOMA COMPATÍVEL COM SRC. AMNIOCENTESE- VÍRUS VACINAL+ NO LÍQUIDO AMNIÓTICO. IRAN- MULHERES SUSCETÍVEIS - FOLLOW UP- 5 NEONATOS DE MULHERES SUSCETÍVEIS DURANTE 1 ANO. IGM + NO CORDÃO PORÉM NINGUÉM COM SINAIS COMPATÍVEIS COM SRC. Rubéola x Gravidez ESTUDO DO CANADÁ- TORONTO -SEGUIMENTO DE 94 MULHERES VACINADAS INADVERTIDAMENTE QUE RECEBERAM VACINA ATÉ 3 MESES PRÉ OU PÓS CONCEPÇÃO. -COMPARAÇÃO COM GRUPO CONTROLE DE 94 MULHERES GRÁVIDAS NÃO EXPOSTAS. -NENHUMA DAS MULHERES EXPOSTAS DEU LUZ A CRIANÇAS COM RUBÉOLA CONGÊNITA. -AS TAXAS DE MALFORMAÇÕES, PESO AO NASCER E DESENVOLVIMENTO FORAM SIMILARES EM AMBOS OS GRUPOS. -A TAXA DE ABORTO TERAPÊUTICO FOI MAIOR NO GRUPO DE GESTANTES EXPOSTAS DEVIDO AO MEDO DE TERATOGENICIDADE. RUBÉOLA 2001- REUNIÃO COM OS PRESIDENTES DAS SOCIEDADES DE OBSTETRICIA E GINECOLOGIA DA AMÉRICA LATINA E FEDERAÇÃO LATINO- AMERICANA DE SOCIEDADES DE OBSTETRICIA E GINECOLOGIA. RECOMENDAÇÕES: -REITERA A RECOMENDAÇÃO DA OPAS DE REALIZAR CAMPANHA DE VACINAÇÃO DE MASSA PARA PREVENIR E CONTROLAR A SRC. -NÃO SE RECOMENDA ABORTO PARA MUHERES GRÁVIDAS VACINADAS INADVERTIDAMENTE. -NÃO É NECESSÁRIO EVITAR A GRAVIDEZ PÓS VACINAÇÃO CONTRA RUBÉOLA – NÃO SE ESTABELECEU RISCO ALGUM PARA O FETO. -CONVOCA SEUS MEMBROS A FORTALECEREM A VIGILÂNCIA DA RUBÉOLA E DA SRC, ASSIM COMO NOTIFICAR E FAZER O SEGUIMENTO DAS GESTANTES QUE TENHAM CONTRAIDO RUBÉOLA. Rubéola Congênita CASOS NOTIFICADOS EM 2007- 5 ÓBITOS - 4 CASOS NOTIFICADOS EM 2008- 2 ÓBITOS- 2 Rubéola congênita DESCRIÇÃO DE 02 CASOS (HMCD) Caso 1: Neonato, nascido de parto vaginal em julho de 2007, admitido na Unidade Neonatal por hipoatividade, hipoglicemia e policitemia. Peso 2265g; idade gestacional de 38 semanas, classificado como PIG. Mãe residente na AP 4, dependente química, 06 consultas de pré-natal, sem relato de intercorrências na gestação. Ao exame físico: hepatoesplenomegalia, exantema petequial, leucoria e sopro cardíaco. Exames complementares: trombocitopenia; osteopatia radioluscente de fêmur; ecocardiograma – comunicação inter-atrial, persistência do canal arterial e estenose relativa dos ramos das pulmonares; ultrassom transfontanela – cisto sub-ependimário com vasculopatia em tálamo, sorologia IgM para rubéola positiva. Recebeu alta para acompanhamento ambulatorial com cirurgia para catarata agendada. Após cirurgia- pneumopatia- óbito Rubéola congênita Caso 2: Neonato, nascido em janeiro de 2008, mãe 32 anos, residente na AP 3.2, com mais de 10 consultas de pré-natal, sem relato de intercorrências na gestação. Parto vaginal, peso de 1820g, idade gestacional 38 semanas, PIG. Desconforto respiratório precoce, hepatoesplenomegalia, exantema petequial, leucoria e sopro cardíaco. Ecocardiograma - persistência do canal arterial com repercussões hemodinâmicas importantes. Evoluiu com insuficiência cardíaca congestiva e pneumonia como intercorrência. Encaminhado para ligadura do canal arterial no Instituto de Cardiologia de Laranjeiras, retornando à Maternidade após o pós-operatório imediato. Evoluiu desfavoravelmente com dificuldade na recuperação nutricional, vindo a óbito por sepsis fúngica. IgM positiva. Realizado pesquisa de vírus da rubéola pela Fiocruz, com resultado positivo.