Consciência Coletiva

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Consciência coletiva segundo
Émile Durkheim
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Sociologia da Comunicação
●FLUL, 23.02.2016
●Docente: Rita Marquilhas
Bibliografia
Durkheim, Émile. 1893. De la division du
travail social (capítulo sobre solidariedade
mecânica e solidariedade orgânica).
●Reedição disponível em Paris: PUF, 2004.
●Tradução inglesa disponível nas páginas
25 a 28 de Giddens, Anthony (ed.). 2010.
SSociology: Introductory Readings. Londres:
Polity.
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Consciência Coletiva para
Durkheim
Conjunto de crenças e sentimentos comuns
às pessoas vulgares de uma sociedade
(sistema com vida própria)
●Está na sociedade de forma difusa, mas tem
caraterísticas que a tornam uma realidade
distinta.
●A situação particular de cada indivíduo passa
e a consciência coletiva fica, ligando as
sucessivas gerações.
●São duas consciências diferentes, a coletiva e
a individual, mas ambas se realizam no
indivíduo.
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Consciência Coletiva vs
Consciência Social para Durhheim
A coletiva é uma parte limitada da
consciência social, sendo esta última a vida
psicológica da sociedade).
A vida psicológica da sociedade inclui todos
os sistemas de representação e de ação
social, como as funções específicas da
justiça, do governo, da ciência ou da
indústria, mas essas funções estão fora da
consciência coletiva.
Coesão Social para Durkheim
Conformidade da consciência individual com a
consciência coletiva.
●Cada membro é atraído para os outros membros do
grupo por se parecer com eles, estando todos
ligados às mesmas condições de existência.
●Os concidadãos, por exemplo, gostam uns dos
outros, preferem-se em relação aos estrangeiros,
amam todos eles, de certa forma, o seu país.
Querem para ele o que quereriam para si (longa
vida, prosperidade, etc.).
●A sociedade também exige que os seus membros
exibam uma certa semelhança, condição para a sua
coesão.
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Consciência Individual vs
Consciência Coletiva para
Durkheim
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Temos, os indivíduos, duas consciências:
Individual: abrange os estados psicológicos
pessoais; representa e constitui a nossa
personalidade individual.
●Coletiva: Abrange os estados psicológicos que
são comuns ao conjunto da sociedade; representa
o tipo coletivo, a sociedade sem a qual não
existiria.
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Quando o nosso comportamento é dominado pela
consciência coletiva, agimos com os olhos postos no
interesse do grupo, não no nosso.
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Solidariedade para Durkheim
As duas consciências têm a mesma base
orgânica – a mente do indivíduo – e estão
solidamente ligadas constituindo uma só
entidade.
Como há semelhanças entre essas
entidades, os indivíduos ligam-se desta
forma à sociedade, vendo as suas ações
particulares ser organizadas, mediante tal
ligação, a motivos coletivos.
Dois tipos de solidariedade
Um tipo que liga o indivíduo diretamente à
sociedade, sem intermediários. Esta é uma
sociedade de tipo coletivo.
●Outro tipo em que o indivíduo depende da
sociedade por depender de partes que a
constituem. Esta é uma sociedade que
corresponde a um sistema com funções
especiais, diferentes, unidas por relações
específicas.
●Os dois tipos constituem, no entanto uma só
realidade.
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Solidariedade Mecânica para
Durkheim (I)
O que constitui a personalidade é distinto do
que constitui as dos outros.
●A solidariedade com a sociedade de tipo
coletivo só pode aumentar na medida inversa
da nossa personalidade. Atinge o seu máximo
quando envolve tanto a nossa consciência
coletiva como a nossa consciência individual,
fazendo com que ambas coincidam.
●A nossa individualidade, então, equivale a
zero.
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Solidariedade Mecânica (II)
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As moléculas sociais que só se podem
tornar coesas desta forma não podem
mover-se por ímpeto próprio, tal como
acontece com os corpos inorgânicos.
Daí Durkheim chamar a esta solidariedade
uma solidariedade mecânica (por
analogia com os elementos da matéria
inerte e por oposição aos elementos dos
organismos vivos).
Solidariedade Mecânica (III)
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Nesta solidariedade, a ligação do indivíduo à
sociedade assemelha-se à ligação das coisas
com as pessoas.
A consciência individual, nesta perspetiva, é só
uma dependência do tipo coletivo; segue a
sociedade tal como um objeto possuído segue o
indivíduo possuidor para onde ele vá.
Numa sociedade com esta solidariedade muito
desenvolvida, os direitos sociais não se
distinguem dos direitos reais.
Solidariedade Orgânica para
Durkheim
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Numa sociedade onde se desenvolva a divisão
do trabalho, já se cria um outro tipo de
solidariedade (com a sociedade de funções
específicas).
Isto acontece quando o indivíduo tem uma
esfera de ação peculiarmente sua, uma
personalidade em si.
Aqui a consciência coletiva deixa a descoberto
uma parte da consciência individual, criando-se
espaço para funções que a consciência coletiva
não pode regular.
Solidariedae Orgânica (II)
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Quanto mais extensa for a área deixada livre
pela consciência coletiva na mente individual,
maior será a coesão resultante deste segundo
tipo de solidariedade.
À medida em que há divisão do trabalho, cada
um de nós vai depender mais intimamente da
sociedade MAS...
ao mesmo tempo, fica mais espaço livre para as
iniciativas individuais.
A individualidade do conjunto vai crescer ao
mesmo tempo que cresce cada uma das partes.
Solidariedade Orgânica (III)
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A sociedade torna-se mais eficiente com este
movimento concertado, mas também cada
elemento passa a ter mais movimentos
peculiarmente seus.
Há semelhança com o que se passa nos
organismos vivos: cada órgão tem a sua
autonomia e quanto maior for a coesão do
organismo, mais marcada é a individualização
de cada parte.
Daí Durkheim ter chamado a este tipo de união
uma solidariedade orgânica.
Sociedade Universal para
Durkheim
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Sociedades mais amplas exigem, para a sua
formação, um processo de divisão do trabalho,
de especialização de funções (para haver
equilíbrio entre um número crescente de
elementos).
Um ideal de irmandade humana só se poderá
realizar à custa de um progresso na divisão do
trabalho.
«Temos de escolher: ou abandonamos o nosso
sonho, recusando limitar ainda mais a nossa
atividade individual, ou perseguimos o nosso
sonho, mas só na condição de uma crescente
divisão do trabalho.»
Sociedades tradicionais (religiosas) vs
Sociedades liberais (leigas) para Durkheim
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No abandono da sociedae tradicional, as nossas
crenças foram perturbadas, o juízo individual
libertado do jugo dos juízos coletivos.
Mas as funções que foram interrompidas não
tiveram tempo de se reajustar.
«Temos de pôr termo a esta anomia e
encontrar formas harmoniosas de cooperação
entre os órgãos que se chocam mutuamente.»
A moralidade de que precisamos está ainda em
processo de formação porque alguns dos
nossos antigos deveres deixaram de ser
sustentados pela realidade.
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