Terceiro Setor e iniciativa privada: parceria para ações

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Terceiro Setor e iniciativa privada: parceria para ações transformadoras
O terceiro setor cada vez ganha mais força. Segundo o Grupo de
Institutos, Fundações e Empresas (GIFE), há um crescimento anual de
16% nos investimentos nessa área. Esses investimentos demonstram
uma tendência atual no cenário do terceiro setor: a parceria com o
segmento empresarial.
Até bem pouco tempo atrás, era difícil explicar o significado do termo
terceiro setor. Hoje, a grande maioria das pessoas já sabe que o primeiro
setor é o Estado, o segundo setor é o mercado (privado) e o terceiro
setor é formado por organizações sem fins lucrativos, que geram bens e serviços de caráter
público (organizações da sociedade civil).
A partir desse entendimento e da adoção do conceito de responsabilidade social como um
modelo de gestão empresarial, o envolvimento da iniciativa privada com a área social vem
rendendo um número crescente de experiências inovadoras e de sucesso. Hoje, as empresas
colocam à disposição das entidades sociais suas próprias estruturas de gestão e com isso,
visam a aumentar a eficiência de projetos sociais diversos. Fazem doações, mas também
exigem resultados, cobram contrapartida e analisam o custo benefício. Isso transformou a
prática das organizações sociais, que passaram a trabalhar com mais profissionalismo.
Segundo o Mapa do Terceiro Setor, desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas, em 2003
existiriam quase 300 mil organizações da sociedade civil (OSCs). Elas garantiriam o emprego
de 1,2 milhão de brasileiros e movimentariam cerca de R$ 10 bilhões. Essas organizações
buscam promover melhorias contínuas na qualidade de vidas das pessoas da sociedade e
contribuem para o desenvolvimento e o progresso humano.
Com isso, os estereótipos que afirmavam que as empresas trabalham com a lógica do lucro e o
terceiro setor com a lógica dos valores vêm perdendo valor. Os empresários já construíram
uma visão solidária, e as organizações da sociedade civil já não são mais consideradas
idealistas e incompetentes. Isso tudo é reflexo de uma relação de parceria.
No desenho da sociedade desse milênio, a sociedade civil assume um papel estratégico
fundamental. O terceiro setor cria condições para que os atores sociais recuperem a sua
dimensão humana e, com isso, aumentem a sua participação como cidadãos na construção de
uma sociedade para todos. E a participação direta das empresas nas comunidades amplia-se
através das organizações sociais.
Sendo assim, o terceiro setor abre a oportunidade para essa atuação integradora, pois é lá que
se encontram as grandes demandas por melhoria nas condições de vida e, portanto, as
oportunidades para o investimento social. E, ao gerar impactos diretos na comunidade, a
empresa encontra a possibilidade de desenvolver projetos com os quais se identifica,
acompanhar o processo e comemorar resultados.
O que se espera é que o terceiro setor e a iniciativa privada fortaleçam, cada vez mais, essas
parcerias. Só assim é possível multiplicar projetos que busquem a melhoria das condições de
vida da população e que promovam a cidadania.
por Olívio Jacobus
Presidente da Fundação Semear
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