FÍSICA Apresentação da Disciplina A Física é a parte da ciência que estuda a matéria, energia e a relação entre elas, abrangendo a mecânica, a termodinâmica e o eletromagnetismo. Na atualidade, seu corpo teórico se apresenta na forma de princípios, leis, conceitos, definições e ideias que, interligados uns aos outros, não só sustentam a teoria, mas são fundamentais para compreendê-la, buscando identificar um princípio único e capaz de explicar os fenômenos naturais. Essa compreensão torna-se uma possibilidade com a inserção deste corpo de conhecimentos como disciplina escolar do ensino médio, visto que, a maioria das pessoas somente terá contato com eles nesta etapa escolar. A Física tem como objeto de estudo o Universo em toda a sua complexidade e, por isso, como disciplina escolar propõe aos estudantes da natureza, entendida, segundo Menezes (2005), como realidade material sensível. Ressalta-se que os conhecimentos de Física apresentados aos estudantes do Ensino Médio não são coisas da natureza, mas modelos elaborados pelo Homem no intuito de explicar e entender essa natureza. A Física tem uma maneira própria de lidar com o mundo, que se expressa não só através da forma como representa, descreve e escreve o real, mas, sobretudo na busca de regularidades, na conceituação e quantificação das grandezas, na investigação dos fenômenos, no tipo de síntese que promove. Como ponto de partida, trata-se de identificar questões e problemas a serem resolvidos, estimular a observação, classificação e organização dos fatos e fenômenos a nossa volta, segundo os aspectos físicos e funcionais relevantes. Isso inclui, por exemplo, identificar diferentes imagens óticas, desde fotografias a imagens de vídeos, classificando-as segundo suas características, diferentes materiais segundo suas propriedades térmicas, elétricas, óticas ou mecânicas. Mais adiante, classificar diferentes formas de energia presentes no uso cotidiano, como em aquecedores, meios de transporte, refrigerantes, televisores, eletrodomésticos, observando suas transformações, buscando regularidades nos processos envolvidos nessas transformações. O conhecimento da disciplina de física é basicamente a compreensão dos enunciados que envolvam códigos e símbolos físicos, manuais de instalação e utilização de aparelhos, bem como a interpretação de tabelas, gráficos e relações matemáticas gráficas, traduzindo as linguagens matemática e discursiva. Seu conhecimento abrange a compreensão do mundo em que vivemos como os procedimentos tecnológicos, o funcionamento de aparelhos e equipamentos. Identificar quando é uma situação física e vincular esse conhecimento com outras áreas da ciência. Estende-se também aos aspectos de sua historia e relações com contexto cultural, social, político e econômico e também na capacidade crescente do homem, da qual a tecnologia lhe favorece. Objetivos da disciplina A disciplina de física deve contribuir para que o estudante se aproprie do conhecimento historicamente produzido, o que o estudante se transformará em ferramenta para que ele se subsidie como ser humano e futuro profissional em uma sociedade em processo de globalização, tornando-o um ser crítico, criativo e inteirado com a sociedade e as tecnologias a sua volta e que o mesmo interage. Para ter uma clara visão do mundo e a capacidade de interpretar os fenômenos do universo e nele interagir, compreender a evolução dos sistemas físicos, suas aplicações e suas influências na sociedade, destacando-se a não neutralidade da produção científica. Sem conhecimentos, o ser humano terá dificuldade de intervir na construção de uma sociedade melhor, com condições mínimas de sobrevivência, liberdade e igualdade. Nenhum conteúdo físico está desvestido de intencionalidade, finalidade e / ou aplicação. Um sujeito que reconhece essas intenções tem uma leitura mais inteligente da ciência, não se faz ingênuo ou alineado e se sucedia como ser humano na sociedade. Conteúdos Estruturantes Buscou-se um quadro conceitual de referencia capaz de abordar o objeto de estudo desta ciência – o Universo – sua evolução, suas transformações e as interações que nele ocorrem, sem desconsiderar a cultura escolar. São conteúdos estruturantes (campos de estudos da Física) para a disciplina: MOVIMENTO TERMODINÂMICA ELETROMAGNETISMO Conteúdos - 1ª Série Estruturante Movimento Básico Específico Critérios de avaliação Momentum e inércia CINEMÁTICA Introdução a mecânica; Definições e conceitos; Movimento e repouso; Trajetória; Deslocamento e caminho percorrido; Grandezas escalares e vetoriais; •formule uma visão geral da ciência (Física), presente no final do século XIX e compreenda a visão de mundo dela decorrente; •compreenda a limitação do modelo clássico no estudo dos movimentos de partículas subatômicas, a qual exige outros modelos físicos e outros princípios (entre eles o da Incerteza); •perceba (do ponto de vista relativístico e quântico) a necessidade de redefinir o conceito de massa inercial, espaço e tempo e, como consequência, um conceito básico da mecânica clássica: trajetória; •compreenda o conceito de massa (nas translações) como uma construção científica ligada à concepção de força, entendendo-a (do ponto de vista clássico) como uma resistência à variação do movimento, ou seja, uma constante de movimento e o momentum como uma medida dessa resistência (translação); •compreenda o conceito de momento de inércia (nas rotações) como a dificuldade apresentada pelo objeto ao giro, relacionando este conceito à massa do objeto e à distribuição dessa massa em relação ao eixo de rotação. Ou seja, que a diminuição do momento de inércia implica num aumento de velocidade de giro e vice- versa. Conservação de quantidade de movimento (momentum) Variação da quantidade de movimento = Impulso 2ª Lei de Newton Velocidade escalar; Velocidade escalar média; Velocidade escalar instantânea. Abscissa na trajetória; Sinal da velocidade escalar média; Equação horária dos espaços; Movimento uniforme: Definição de movimento uniforme; Equação horaria das abscissas; Diagramas. Movimento uniformemente variado: Aceleração escalar; Movimento acelerado e retardado; Movimento uniformemente variado; Velocidade em função do tempo; Equação de Torricelli; Gráficos; Movimento vertical livre: Queda livre; Lançamento vertical para cima. Dinâmica: Leis de Newton: Princípio da Inércia ou 1ª Lei de Newton; Medidas de forças; Princípio fundamental da dinâmica ou 2ª Lei de Newton; Peso de um corpo; •associe força à variação da quantidade de movimento de um objeto ou de um sistema (impulso), à variação da velocidade de um objeto (aceleração ou desaceleração) e à concepção de massa e inércia; •entenda as medidas das grandezas (velocidade, quantidade de movimento, etc.) como dependentes do referencial e de natureza vetorial; •perceba, em seu cotidiano, movimentos simples que acontecem devido à conservação de uma grandeza ou quantidade, neste caso a conservação da quantidade de movimento translacional ou linear; •compreenda, além disso, a conservação da quantidade de movimento para os movimentos rotacionais; •perceba que os movimentos acontecem sempre uns acoplados aos outros, tanto os translacionais como os rotacionais; • perceba a influência da dimensão de um corpo no seu comportamento perante a aplicação de uma força em pontos diferentes deste corpo; • aproprie-se da noção de condições de equilíbrio estático, identificado na 1ª lei de Newton e as noções de equilíbrio estável e instável. • reconheça e represente as 3ª Lei de Newton e condições de equilíbrio Energia e o Princípio da Conservação da energia Gravitação Principio da ação e reação ou 3ª Lei de Newton; Aplicações das Leis de Newton; Efeitos de uma força; Movimento circular uniforme e não uniforme. Trabalho e Energia: Energia; Trabalho e energia cinética; Trabalho de uma força constante em uma trajetória retilínea Energia potencial gravitacional; Energia mecânica; Energia potencial elástica; Conservação da energia mecânica. Potência; Rendimento. Gravitação: Gravitação universal: Leis de Kepler; Lei da gravitação universal; Aceleração da gravidade. forças de ação e reação nas mais diferentes situações. •conceba a energia como uma entidade física que pode se manifestar de diversas formas e, no caso da energia mecânica, em energias cinética, potencial elástica e potencial gravitacional; •perceba o trabalho como uma grandeza física relacionada à transformação/variação de energia; •compreenda a potência como uma medida de eficiência de um sistema físico. Ou seja, é importante entender com que rapidez no tempo ocorrem as transformações de energia, indicada pela grandeza física potência. • associe a gravitação com as leis de Kepler; • identifique a massa gravitacional diferenciando-a da massa inercial, do ponto de vista clássico. • compreenda o contexto e os limites do modelo newtoniano tendo em vista a Teoria da Relatividade Geral. Conteúdos - 2ª Série Estruturante Básico Termodinâmica Leis da Termodinâmi ca: Lei zero da Termodinâmi ca Específico Termologia: Temperatura: Primeiras idéias sobre o calor; Temperatura; As escalas termométricas; Lei Zero da Termodinâmica; A escala Kelvin; Grandeza e equação termométrica; Expansão térmica dos sólidos e líquidos: Dilatação linear; Dilatação superficial; Dilatação volumétrica; Dilatação dos líquidos; Dilatação anômala da água. Calorimetria: Unidades de quantidades de calor; Calor sensível e calor latente; Capacidade térmica e calor específico; Fórmula fundamental da calorimetria; Trocas de calor; Fases da matéria; Mudanças de fase; Vaporização e liquefação. Mudanças de estado: Fusão e pressão; Ebulição e pressão; Diagrama de fases; Evaporação; Pressão de vapor; Ebulição e pressão de vapor. Transmissão de calor: Transmissão de calor por Critérios de avaliação •compreenda a Teoria Cinética dos Gases como um modelo construído e válido para o contexto dos sistemas gasosos com comportamento definido como ideal e fundamental para o desenvolvimento das idéias na termodinâmica; •formule o conceito de pressão de um fluido, seja ele um líquido ou um gás, e extrapole o conceito a outras aplicações físicas; •entenda o conceito de temperatura como um modelo baseado nas propriedades de um material, não uma medida, de fato, do grau de agitação molecular em um sistema; •diferencie e conceitue calor e temperatura, entendendo o calor como uma das formas de energia, o que é fundamental para a compreensão do quadro teórico da termodinâmica; condução; Transmissão de calor por convecção; Transmissão de calor por irradiação; Equilíbrio térmico. As leis da Termodinâmica: Trabalho numa transformação gasosa; Energia interna; 1ª Lei da Termodinâmi ca Primeira Lei da Termodinâmica; Leis das transformações dos gases; Transformação cíclica; Ciclo de Carnot; 2ª Lei da Termodinâmi ca Segundo Lei da Termodinâmica. •compreenda a primeira lei como a manifestação do Princípio da Conservação de Energia, bem como a sua construção no contexto da termodinâmica e a sua importância para a Revolução Industrial a partir do entendimento do calor como forma de energia; •associe a primeira lei à ideia de produzir trabalho a partir de um fluxo de calor. •compreenda os conceitos de capacidade calorífica e calor específico como propriedade de um material identificável no processo de transferência de calor. Da mesma forma, o conceito de calor latente; •identifique dois processos físicos: a) os reversíveis e b) os irreversíveis, que vêm acompanhados de uma degradação de energia enunciada pela segunda lei. Esse princípio físico deve ser compreendido como tão universal quanto o de conservação de energia e sugere um estudo da entropia; •compreenda a entropia, uma grandeza que pode variar em processos espontâneos e artificiais, como uma medida de desordem e probabilidade. Eletromagnetis- A natureza da Óptica Geométrica: luz e mo A luz: suas propriedades A velocidade da luz; A natureza da luz; Classificação dos meios; Raios de luz; Propagação retilínea da luz; Difração; Reflexão e refração da luz; Cor de um corpo; Espalhamento. Reflexão da luz – espelhos planos: Leis da reflexão; Imagens formadas por espelhos planos; Imagem de um objeto extenso; Campo visual de um espelho plano; Associação de espelhos planos; Refração da luz: Índice de refração; Leis da refração; Reflexão total; Lâmina de faces paralelas; Prisma óptico; Arco-íris; •entenda os processos de desvio da luz, a refração que pode ocorrer tanto com a mudança do meio quanto com a alteração da densidade do meio, além do processo de reflexão, no qual a luz é desviada sem mudança de meio; •entenda os fenômenos luminosos como os de reflexão total, reflexão difusa, dispersão e absorção da luz, dentre outros importantes para a compreensão de fenômenos cotidianos que ocorrem simultaneamente na natureza, porém, às vezes um ou outro se sobressai; •associe fenômenos cotidianos relacionados à luz como por exemplo: a formação do arco íris, a percepção das cores, a cor do céu dentre Espelhos esféricos: Elementos de um espelho; Incidência e reflexão da luz; Focos de um espelho de Gaus; Formação de imagens; Propriedades dos espelhos esféricos; Objetos virtuais; Associação de dois espelhos. Lentes esféricas: Classificação das lentes; Propriedades das lentes; Associação de lentes; Lentes justapostas; Associação de lentes e espelhos esféricos coaxiais; Instrumentos ópticos. Estruturante Eletromagnetismo Conteúdos - 3ª Série Básico Específico Carga, corrente elétrica, campo e ondas eletromagnéti cas Lei de Coulomb Eletrostática: Eletrização: Carga elétrica; Corpo eletrizado; Princípios da eletrostática; Eletrização por atrito; Eletrização por contato; Eletrização por indução; Eletroscópio. Força elétrica: Carga elétrica puntiforme; Força entre duas cargas elétricas puntiformes. Lei de Coulomb. Campo elétrico: Vetor campo elétrico; Linhas de força; Campo elétrico de uma carga puntiforme outros, aos fenômenos luminosos estudados; Critérios de avaliação •compreenda a teoria eletromagnética, suas ideias, definições, leis e conceitos que a fundamentam. •compreenda a carga elétrica como um conceito central no eletromagnetismo, pois todos os efeitos eletromagnéticos estão ligados a alguma propriedade da carga. •compreenda que a carga tanto cria quanto sente o campo de outra carga, mas o campo de uma carga não se altera na presença de outra carga. Assim, a ideia de campo deve ser entendida como um ente que é inseparável fixa Campo elétrico de um condutor esférico; Campo elétrico uniforme. Força eletromagnéti ca Equações de Maxwell: Lei de Gauss para eletrostática/ Lei de Ampère, Lei de Gauss magnética, Lei de Faraday) Eletrodinâmica: Corrente elétrica: Sentido; Natureza; Intensidade; Tipos; Efeitos; Resistência e resistividade: Resistência elétrica; Leis de Ohm; Circuitos elétricos; Resistividades; Reostatos; Associação de resistores: Resistores em série; Resistores em paralelo; Associação mista de resistores. Geradores e receptores: Gerador real; Geradores iguais em paralelo; Potência do gerador; Potência útil máxima de um gerador; Receptor; Potência do receptor; Eletromagnetismo: Campo magnético: Propriedades dos ímas; Inseparabilidade dos pólos; da carga. Entender a ideia de campo como uma entidade teórica criada no eletromagnetismo, pois ele é básico para a teoria e mediador da interação entre cargas. •compreenda as leis de Maxwell como um conjunto de leis que fornecem a base para a explicação dos fenômenos eletromagnéticos; •entenda o campo como uma entidade física dotado de energia; •apreenda o modelo teórico utilizado para explicar a carga e o seu movimento (a corrente elétrica), a partir das propriedades elétricas dos materiais; •associe a carga elétrica elementar à quantização da carga elétrica; •conheça as propriedades elétricas dos materiais, como por exemplo, a resistividade e a condutividade; •conheça as propriedades magnéticas dos materiais; •entenda corrente elétrica e força como entes físicos que aparecem associados ao campo; •reconheça as interações elétricas Campo magnético terrestre. Força magnética: Força magnética sobre cargas elétricas; Força magnética sobre um condutor retilíneo. Fontes do campo magnético: Campo magnético criado por corrente elétrica num fio retilíneo; Campo magnético criado por uma espira circular; Campo magnético criado por um solenóide. A natureza da luz e suas propriedades Ondas Oscilaçoes; Ondas mecânicas; Pulso e trem de ondas; Ondas transversais e longitudinais; Ondas como as responsáveis pela coesão dos sólidos, pelas propriedades apresentadas pelos líquidos (viscosidade, tensão superficial) e propriedades dos gases; •compreenda a força magnética como o resultado da ação do campo magnético sobre a corrente elétrica; •entenda o funcionamento de um circuito elétrico, identificando os seus elementos constituintes; •conceba a energia potencial elétrica como uma das muitas formas de manifestação de energia, como a nuclear e a eólica. •compreenda a potência elétrica como uma medida de eficiência de um sistema elétrico; •perceba o trabalho elétrico como uma grandeza física relacionada à transformação/ variação de energia elétrica. •entenda o propósito do estudo da luz no contexto do eletromagnetismo; •conceba a luz como parte da radiação eletromagnética, localizada entre as eletromagnéticas; Propriedades das ondas. radiações de alta e baixa energia, que manifesta dois comportamentos, o ondulatório e o de partícula, dependendo do tipo de interação com a matéria; •compreenda a luz como energia quantizada que, ao interagir com a matéria, apresenta alguns comportamentos que são típicos de partículas (por exemplo, o efeito fotoelétrico) e outros de ondas (por exemplo, a interferência luminosa), ou seja, entenda a luz a partir do comportamento dual; •extrapole o conhecimento da dualidade onda-partícula à matéria, como por exemplo ao elétron. Encaminhamento Metodológico A partir do entendimento de que a ciência se constitui de um real construído por homens, os quais estão inseridos em uma realidade histórica, e que não é alheia às outras atividades humanas, pretende-se que no ensino de Física, promova uma mudança de ênfase, visando à vida individual, social e profissional, presente e futura, dos jovens que freqüentam a escola. Discutir o conhecimento científico como produto da cultura cientifica sujeito ao contexto sócio-econômico, político e cultural de uma época, sobretudo dando ao ensino de Física novas dimensões. Isso significa promover um conhecimento contextualizado e integrado à vida de cada jovem. O campo de estudo da Física apresentado neste documento representam as teorias unificadas da Física: No século XVI, a Mecânica de Newton uniu os fenômenos celestes e terrestres, sendo que suas Leis de Movimento englobam a Estática, a Dinâmica e a Astronomia; No século XIX, os estudos da Termodinâmica, que tiveram como norte as máquinas térmicas, unificam os conhecimentos sobre gases, pressão, temperatura e calor; Ainda no século XIX, Maxwell inclui a Óptica dentro da teoria Eletromagnética, concluindo a terceira grande sistematização da Física ao unir fenômenos elétricos com os magnéticos e a óptica. Para tanto, utilizar-se-á de aulas teórico-expositivas; leitura e análise de textos históricos, de divulgação científica ou literária; apresentação e análise de filmes de curta duração (recortes de filmes) e documentários na TV pendrive; atividades práticas experimentais ou de pesquisa. Segundo, (Carvalho Filho, 2006, p.8) o “professor deve ensinar ciências, na perspectiva da ciência, destacando o modelo de formulação do saber”. Assim, propõe-se partir do cotidiano do estudante, porém por meios de metodologias que propiciam condições para que se distanciem dos seus conhecimentos empíricos e se apropriem do conhecimento científico, sem, no entanto, estipular uma escala de valor entre ambos. Será considerado o conhecimento empírico dos estudantes e a diversidade presente em uma sala de aula. A realidade científica constitui-se numa construção e não num mundo dado – o conhecimento científico rompe com o real imediato, tocável, palpável, visível. Se todo conhecimento se processa contra um conhecimento anterior, então é preciso considerar o conhecimento prévio dos estudantes, porém relativizandoo. O importante é que eles compreendam que o conhecimento que eles trazem não é definitivo, não se constitui numa verdade pronta e acabada. É no conhecimento prévio dos estudantes que se incluem as concepções alternativas ou concepções espontâneas. O estudante desenvolve suas concepções espontâneas sobre os fenômenos físicos no dia a dia, na interação com os diversos objetos no seu espaço de convivência e as traz para a escola quando inicia seu processo de aprendizagem. Assim, o trabalho com os conteúdos buscará mostrar a necessidade de superação do senso comum para adentrar o mundo da ciência. A metodologia de ensino aproximará professores e alunos na aventura do conhecimento, tornando-o prazeroso, criativo e estimulador. Desta forma, o professor de física irá considerar em sala de aula: a história, a epistemologia e a evolução do conhecimento físico: no ensino da disciplina, essas considerações pode servir como grande estímulo, para professores e alunos, evitando que os conteúdos sejam tratados como pequenos gênios. A história e epistemologia do conhecimento poderão contribuir para humanizar as ciências, pois, pode conduzir para a compreensão de que elas são fruto de uma construção humana e coletiva. o papel da experimentação no ensino da Física: o conhecimento físico, como o das demais ciências experimentais, evolui à medida que suas hipóteses ou teorias podem ser comprovadas pela evidência experimental. O experimento fala por si. Revela uma contradição entre o pensamento do aluno e a própria evidência e demarca o limite de validade da hipótese feita. A experimentação pode contribuir para aproximar o ensino de Ciências das características do trabalho científico. Também existe um certo consenso entre educadores de que a experimentação a compreensão dos estudantes dos fenômenos estudados. o cuidado com os conceitos e definições em Física: a Física é composta por um conjunto bem estruturado de conhecimentos do mundo natural. Não é fácil ensinar Física, devido o amplo conhecimento englobado por ela, envolvendo ideias cada vez mais abstratas sobre outras áreas do conhecimento como a matemática, a psicologia, a política, etc. Devemos levar em conta os significados de cada elemento de uma teoria, pois por estarmos tão acostumados com ela, muitas vezes nos parecem naturais que mal percebemos as ideias que estão envolvidas no ato de significar. Devemos também levar em conta que o aluno chega na escola com ideias prontas, com um contexto para as coisas, criadas por ele para compreender e atuar no mundo. o cotidiano dos alunos: os alunos devem participar relacionando coisas de seu cotidiano ao tema proposto. O professor também irá participar contribuindo com coisas que são essenciais que talvez os alunos não citem. Para agrupar a maioria dos elementos levantados o professor levará em conta a forma pela qual julga conveniente desenvolver o conteúdo. A metodologia será responsável pela mediação entre o saber escolar e as condições concretas dos alunos, que só ocorrerá na medida em que o processo do conhecimento se realize e seja apropriado criticamente da realidade e possibilite a sua transformação. Para isso, será considerado o mundo vivencial dos alunos, sua realidade próxima ou distante, os objetivos e fenômenos com que efetivamente lidam ou os problemas e indagações que movem sua curiosidade. Esse será o ponto de partida e, de certa forma, também o ponto de chegada. Ou seja, feito às investigações, abstrações e generalidades potencializadas pelo saber da física, em sua dimensão conceitual, o conhecimento volta-se novamente para os fenômenos significativos ou objetos tecnológicos de interesse, agora com um novo olhar, como o exercício de utilização de novo saber adquirido, em sua dimensão aplicada ou tecnológica. O saber assim adquirido dos problemas tratados, de tal forma que passa a ser instrumento para outras e diferentes investigações. De acordo com o Projeto Político e Pedagógico do Colégio estadual do Reassentamento São Marcos, os Desafios Educacionais Contemporâneos: Educação Ambiental, Prevenção ao uso indevido de drogas, Relações Étnico-Raciais, Sexualidade, Violência na escola, não são negados pela escola, mas serão chamados ao currículo quando fizerem parte da totalidade de um conteúdo nele presente, portanto, fazendo parte do recorte do conteúdo e como necessidade para explicação de fatos sociais. Serão trabalhados na perspectiva da historicidade, da concreticidade e da totalidade, indo para além de representações ingênuas, idealistas e estereotipadas da realidade. O conhecimento da Física “em si mesmo” não basta como objetivo, mas deve ser entendido, sobretudo como um meio, um instrumento para a compreensão do mundo, podendo ser prático, mas permitindo ultrapassar o interesse imediato. Avaliação A avaliação dar-se-á ao longo processo de ensino e aprendizagem dos estudantes, visto que ela é um instrumento para acompanhamento do trabalho do professor e do processo de aprendizagem dos estudantes. É um instrumento fundamental no processo de ensino e aprendizagem que oferece informações para o professor e a equipe técnica escolar analisarem os resultados de seu trabalho e para o aluno analisar seu desempenho, possibilitando o diagnóstico das dificuldades e, quando for o caso, o redirecionamento das estratégias, visando ao sucesso escolar. Mas, para isso, é preciso um planejamento do que ensinar (conteúdos), para que ensinar (o que se espera do aluno ao final de cada unidade de conteúdo, a cada ano, ao final do ensino médio) e qual é o resultado esperado desse ensino (que sujeito pretende formar), (Paraná/SEED/DEB, Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Física, 2008, p. 79). Na avaliação será levada em conta, a apropriação dos conceitos, leis e teorias que compõem o quadro teórico da Física pelos estudantes. Isso pressupõe o acompanhamento constante do progresso do estudante quanto à compreensão dos aspectos históricos, filósofos e culturais, da evolução das ideias em Física e da não neutralidade da ciência. A função principal da avaliação é acompanhar o processo e, a partir daí, prever a continuidade ou não desse processo e apontar caminhos para que se efetive a aprendizagem dos estudantes. No ensino médio por blocos, com um maior tempo semanal com o estudante o professor diversificará os instrumentos de avaliação para além da tradicional prova de final de bimestre, até porque avaliar no final do bimestre não é para acompanhar a aprendizagem, mas, tão somente, para aprovar ou reprovar o que reduz e empobrece a função da avaliação. Inicialmente, será preciso identificar os conhecimentos dos estudantes, sejam eles espontâneos ou científicos, pois ambos interferem na aprendizagem, no desenvolvimento dos trabalhos e nas possibilidades de revisão do planejamento pedagógico. Textos (de divulgação científica, literários, históricos, etc.), atividades experimentais, são alguns instrumentos que possibilitam avaliar o processo de aprendizagem e, acima de tudo estabelecer o necessário diálogo com os estudantes para que eles aprendam a expressar suas opiniões e se efetive a construção do conhecimento. Para cumprir essa função, a avaliação deve possibilitar o trabalho com o novo, numa dimensão criadora e criativa que envolva o ensino e aprendizagem.(Paraná/SEED/DEB, Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Física, 2008, p. 31), assim, criando as condições necessárias e reais para que o trabalho pedagógico aconteça e seja conduzido da melhor forma possível. Embora, o sistema de registro da vida escolar do estudante esteja centrado em uma nota para sua aprovação, a avaliação será um instrumento auxiliar a serviço da aprendizagem dos alunos, cuja finalidade é sempre o seu crescimento e sua formação. Trata-se de tomá-la como instrumento para intervir no processo de aprendizagem do estudante, tendo em vista o índice desejado. A cada conteúdo trabalhado serão utilizados instrumentos de avaliação, sendo possível constatar os conteúdos assimilados e as dificuldades de aprendizagem e para diagnosticar e superar as dificuldades de aprendizagem serão retomados os conteúdos, lançando novamente outra sistemática de avaliação, permitindo ao educando a assimilação e recuperação paralela dos conteúdos, sendo que esta será devidamente registrada no livro de registro do professor. A recuperação paralela será feita de forma gradativa e sistemática, prevalecendo os aspectos qualitativos sobre os quantitativos. A recuperação é um dos aspectos da aprendizagem no seu desenvolvimento contínuo, pela qual o aluno com aproveitamento insuficiente dispõe de condições que lhe possibilitam a apreensão de conteúdos básicos, o qual passará por um processo de reavaliação. Será um conjunto integrado ao processo de ensino além de se adequar às dificuldades dos alunos. O professor utilizará de metodologias diversificadas para dar condições efetivas à aprendizagem de seus alunos. Serão retomadas as questões das avaliações, principalmente aquelas cujas dificuldades se evidenciarem e revndo-ser o conteúdo correspondente. O aluno será orientado sobre como será novamente avaliado recuperação. Os alunos serão avaliados em sua individualidade e diversidade, condição indispensável para uma prática pedagógica democrática e inclusiva. Aceito na sua singular condição intelectual, social, cultural, dando espaço para que ele se faça ouvir, permitindo uma relação dialógica com o aluno, sem preconceitos ou estereótipos. De acordo com as DCEs de Física (2008), quanto aos critérios de avaliação em Física, será verificado: A compreensão dos conceitos físicos essenciais a cada unidade de ensino e aprendizagem planejada; A compreensão do conteúdo físico expressado em textos científicos; A compreensão de conceitos físicos presentes em textos não científicos; A capacidade de elaborar relatórios tendo como referência os conceitos, as leis e as teorias físicas sobre um experimento ou qualquer outro evento que envolva os conhecimentos da Física. O professor tendo subsídios para verificar a aprendizagem dos estudantes poderá interferir no processo pedagógico revendo seu planejamento. Segundo, (Paraná/SEED/DEB, Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Física, 2008) “a escola oportunizará a construção do conhecimento pelos estudantes e desempenhando seu papel na democratização do conhecimento”. Referências Bibliográficas BONJORNO & CLINTON, Física Fundamental, vol. único, São Paulo, FTD, 1999. CARVALHO FILHO, J. E. C. Educação Cientifica na perspectiva Bachelardiana: Ensaio Enquanto Formação. In: Revista Ensaio, Belo Horizonte, v. 8 n. 1, 2006. LOSS, L. MACHADO, M. L. Pressupostos teóricos e metodológicos da disciplina de física: experiências didáticas. Disponível em <http://www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/snef/xvi/cd/resumos/T0210-2.pdf> acesso dia 12/03/2010. MENEZES, L. C. A matéria – Uma Aventura do Espírito: Fundamentos e Fronteiras do Conhecimento Físico. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2005. PARANÁ, Secretaria de estado da Educação, Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná – Física. Curitiba: SEED, 2008. PARANÁ, Secretaria de estado da Educação, Departamento de Educação Básica. Orientações pedagógicas, ensino médio por blocos, disciplina de Física, disponível em <http://www.ldavicenterijo.seed.pr.gov.br/redeescola/escolas/18/1380/10/arquivos/File/Fisica.pdf > acesso dia 03/10/2010. PAULO & CARLOS, Física: Ciência e Tecnologia, Vol. 1, 2 e 3. São Paulo, Moderna, 2005. SAMPAIO & CALÇADA, Universo da Física, Vol. 1, 2 e 3. São Paulo, Atual, 2003. ARANÁ, Secretaria de estado da Educação, Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná – Física. Curitiba: SEED, 2010.